Pobres disputam ossos e fragmentos de arroz para matar a fome no Brasil governado por Bolsonaro
Tempo de leitura: 2 minPor Lúcia Rodrigues*
Mais de uma década após o Brasil ter reduzido a pobreza em 50% durante a Era Lula, a miséria explode no país governado por Jair Bolsonaro.
Nesse sábado, 17, dezenas de famílias se amontoaram em uma fila em frente a um açougue, em Cuiabá, para pegar ossos que estavam sendo distribuídos gratuitamente.
O fato é chocante por si só. Mas a gravidade é intensificada, quando se sabe que a capital matogrossense também é a capital do agronegócio.
Mato Grosso é o maior produtor de gado bovino do Brasil. No entanto, a população empobrecida tem de disputar ossos para matar a fome.
Desde que Bolsonaro assumiu o poder, a mesa dos pobres ficou cada vez mais vazia.
O preço dos alimentos disparou. No acumulado de um ano até maio, o óleo de soja havia subido 82%, o arroz 56%, a carne 35%.
Pés de frango e ovos ganharam destaque no cardápio dos pobres, por terem preços mais acessíveis.
A situação é alarmante quando se constata que até mesmo o tradicional prato de arroz com feijão está ameaçado.
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Nos últimos meses, muitas famílias têm buscado nas gôndolas dos supermercados pacotes com fragmentos de arroz, alimento antes destinado ao consumo animal.
Um atentado à dignidade humana, ainda mais em um país em que seu presidente da República gasta milhões com supérfluo para rechear a despensa.
No ano passado, Bolsonaro gastou R$ 1,8 bilhão para forrar os convescotes do governo e das Forças Armadas. Só com refrigerentes foram gastos R$ 31,5 milhões, com iogurtes naturais, R$ 21,4 milhões, com leite condensado, R$ 15,6 milhões, com bacon defumado, R$ 7,1 milhões e com vinhos, R$ 2,5 milhões.
Mas a lista de mimos é grande. O governo gastou, por exemplo, R$ 2,2 milhões para comprar chicletes.
Enquanto isso, milhares de famílias não tinham o que colocar na panela e passaram a ter a rua das grandes cidades como leito.
O acinte do presidente da República foi acompanhado pela desfaçatez das Forças Armadas, que aproveitaram o embalo para abastecer o rango.
Em 2020, os militares encheram a geladeira com picanha da boa para garantir o churrasco da tropa. Foram mais de 700 toneladas da carne. De filé mignon foram comprados 1,2 milhão de quilos, de salmão foram 438 mil quilos. Só de lombo de bacalhau foram 140 mil quilos, fora os 9,7 mil quilos de filé do peixe.
Para regar os almoços e jantares dos militares foram compradas 80 mil cervejas.
Dez garrafas de uísque 12 anos, um dos mais caros, foram destinadas ao comando do Exército, além de 660 garrafas de conhaque, para o comando da Marinha.
Do lado de fora da realidade paralela do Palácio e dos quarteis, pobres não tinham dinheiro nem para comprar o botijão de gás, que subiu 21% no período. O número de acidentes por queimaduras disparou. O álcool passou a ser consumido, mas para fazer chama na lenha que cozinha os ossos distribuídos à população.
*Lúcia Rodrigues é jornalista e formada em Ciências Sociais pela USP.
Comentários
Figueiroa Jr
Só não dão alfafa para não dar muito na cara.
Zé Maria
E o Guedes Salafrário dolarizou a Economia.
Hoje, os Preços de Produtos Básicos estão
todos cotados em Dólar, vinculados à tal
política de importação e exportação de
“commodities” e “insumos” – notadamente
em relação aos Alimentos e Combustíveis
derivados do Petróleo – enquanto vendem
nossas Refinarias [da Petrobras] a preço vil.
O braZil está virando um Equador, cuja
moeda oficial é o dólar.
Com todo respeito que merecem os
nossos irmãos equatorianos.
Riaj Otim
Puro desconhecimento do povo faz parecer horrível o que é cosia excelente. Bastava ir na fila de caixa de saque de auxílio emergencial para se perceber que nem todo que saca é pobre, muitos depois disso dobra a esquina e pega o seu caro, alguns até motorista. O mesmo deve ocorrer em todas as fila dos ossos , deve se gente querendo fazer geleia para sobremesa. Ao invés de induzir falsamente um fato pejorativo, deveria elogiar o programa nacional do frigoríficos o de distribuição de ossos . No mais é o capitalismo limpo e honesto funcionando. Pois de tanto rico que gosta de parecer pobre ir pedir nos supermercados bandejas com pés de galinhas e sacos com arroz quebrado, isso virou nicho do mercado.
abelardo
Penso que as FFAA, da boca pra fora, não cansa de produzir bravatas e anunciar indignações aos muitos dos crimes e desvios de conduta que ela tanto enche a boca para condenar, ou seja, critica, deplora, condena e classifica de ultrajante, mas hipocritamente não esconde que ela própria é useira e vezeira em praticá-los. Brada aos quatro cantos por disciplina, honra e ética mas deixa escapar o péssimo exemplo do ouça o que digo, mas não faça o que faço é gosto. Evitar as tentações de levar vantagens, de arrotar soberbas e se fingir de bom exemplo, com a alma suja, só engana a si próprio e a mais ninguém.
Cláudio Carvalho Fernandes
É, mas eu comi o cu do Villas-Boas…
Zé Maria
Excerto do Escárnio
“Para regar os almoços e jantares dos militares
foram compradas 80 mil cervejas.
Dez garrafas de uísque 12 anos, um dos mais caros,
foram destinadas ao comando do Exército,
além de 660 garrafas de conhaque,
para o comando da Marinha.”
Zé Maria
Desgoverno Genocida
de Ricos Salafrários,
para Ricos Latifundiários
e pelos Ricos Ordinários
“TRF-3 rejeita desistência e manda Incra
analisar reforma agrária de área ocupada”
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3 – SP/MS) determinou que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) retome a análise de uma propriedade rural localizada em Monteiro Lobato, no interior de São Paulo, para fins de reforma agrária.
O processo foi interrompido sob o governo Jair Bolsonaro por razões políticas, de acordo com o órgão judicial.
O Defensor Público Federal Raphael Santoro, que assina o recurso da Defensoria Pública da União que motivou a decisão do TRF-3, aponta omissão institucional por parte do Incra e afirma que o parecer sem critérios técnicos viola sua missão institucional.
A ação nasceu de uma disputa entre um herdeiro da propriedade e integrantes do movimento sem terra Acampamento Dirceu “Didi” Travesso, que ingressaram na fazenda em 2016. Eles afirmam que a área estava abandonada e pleiteiam seu uso p ara produção rural de subsistência.
Em 2018, o Incra manifestou interesse em incluir o imóvel no Programa Nacional de Reforma Agrária —mas, no ano passado, voltou atrás em sua decisão.
“Com o início do novo governo (Jair Bolsonaro), declaradamente desvinculado à pauta dos movimentos sociais, e com início da gestão de ex-oficiais das Forças Armadas Brasileiras, tivemos restrições severas em nosso ordenamento e determinação explícita para não realização de novas vistorias e paralisação dos processos em curso”, afirmou o órgão do executivo federal em ofício.
“A justificativa dada pela autarquia [Incra] lamentavelmente falta com a seriedade esperada no tratamento de questões públicas”, apontou o desembargador Hélio Nogueira, relator do processo.
Detalhes em:
https://www.conjur.com.br/2021-jul-19/trf-determina-incra-analise-reforma-agraria-area-ocupada
Zé Maria
Dados do Incra obtidos no início deste ano (2021)
mostram que o governo atual zerou a edição de
decretos de desapropriação para reforma agrária
e fez a menor aquisição de terras com essa finalidade
desde 1995.
Sob Bolsonaro, houve menos famílias assentadas
do que nos governos FHC, Lula, Dilma e Temer.
[Marta Sfredo/GZH]
Zé Maria
Retificando
Fonte: Jornalista Mônica Bergamo
Zé Maria
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Íntegra do Acórdão:
(https://www.conjur.com.br/dl/trf-rejeita-desistencia-manda-incra1.pdf)
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