Os que têm tudo não suportam que todos tenham um pouco
7 de outubro de 2014 | 10:55
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, em entrevista ao UOL, que o eleitorado de Dilma são os pobres, porque são mal-informados.
Os “coxinhas” vociferam contra os nordestinos porque deram taxas de muito elevadas voto à Presidente – “” 36 pontos percentuais acima da média nacional de 42%”, registra a Folha – supostamente em troca do Bolsa-Família. Não importa que, movidos pelos mesmos interesses econômicos, 75% dos eleitores dos Jardins tenham dado o voto a Aécio, 40 pontos acima de sua média nacional de 33,5%.
Por toda a parte, ódio, ódio e ódio: aos pobres, aos negros, aos nordestinos, aos petistas ou não-petistas que votaram na continuidade do projeto de Brasil iniciado com Lula.
A pergunta que é obvia, mas não é feita é: que mal foi feito a essa gente?
Expropriaram-se suas terras ou seus bens? Suas aplicações, investimentos, remessas e movimentações financeiras foram dificultadas ou taxadas? Foram criadas alíquotas mais pesadas em seus impostos de renda – como aliás, existem na Europa e nos Estados Unidos, onde chegam a 50% – ou para as empresas? Está mais difícil viajar para Miami ou para a Europa? Os salários dos executivos, no Brasil, não estão entre os maiores do mundo?
Acaso seus bairros e as cidades mais ricas estão sendo invadidas por hordas de miseráveis migrantes do Nordeste? Como, se justamente as políticas de inclusão social e desenvolvimento regional não apenas estão reduzindo a migração como permitindo a volta dos “malditos nordestinos” à sua terra natal, suas famílias, numa volta da asa branca com que Luiz Gonzaga sonhou?
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Será que os 20 centavos nos ônibus em que não entram é a razão? Já não são suas escolas e hospitais “padrão Fifa” e os cubanos que lhes são caros, os charutos, livremente importados?
Então o que faz com que essa gente odeie, com tanta força, o mísero direito dos pobres a não morrerem de fome?
Logo eles, que se consideram “pós-modernos”, ultra-liberais!
Eles, tão up to date, ainda não chegaram sequer à Revolução Francesa, que lhes reconheceu os direitos legais, que dirá ao século 19, quando a elite culta passou a entender que o reconhecimento da dos direitos sociais era algo essencial para a continuidade do progresso da civilização.
Os nossos “bem-informados” são, que pena, bem deformados por uma onda desumanista que com que a mídia brasileira lhes entupiu a cabeça preguiçosa e inculta que arruína a trajetória do pensamento brasileiro em tudo e lhes reconhece o “direito à selvageria” como liberdade.
É “compreensível” atra um negrinho ladrão ao poste, como o do Pastoreio, não é?
Afinal, não se queimam Galdinos há meio milênio neste país?
Cai-lhes bem, portanto, um candidato como Aécio Neves, a quem tudo veio por herança e para quem os privilégios são, como para eles, um direito de nascença.
A sub-nobreza brasileira está histérica, porque quer tudo.
E o nosso povão, tranquilo, porque sabe que, para ele, a vida é difícil e cada progresso é sofrido.
E não vai jogar fora o pouco que tem.
Leia também:
“Nordestinos malditos votam em Dilma, espero seca pra sempre”
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Comentários
Manoel
O ódio é resultado de mais pobres terem OCUPADO o espaço da classe dita “média”. Ocuparam onde: Transito nas cidades e rodovias, aeroportos, filas para compra de carros, filas em lojas e supermercados, hotéis em cidades turísticas, procura de médicos em planos de saúde, piora velocidade internet pelo aumento de usuários, aumento de clientes com conta em bancos,etc etc etc. Ficou mais difícil fazer uma série de coisas que antigamente (antes do pt).
Rodrigo
A esquerda caviar está tão histérica quanto.
Eliane
Saudades do Darcy Ribeiro e do Alberto Passos Guimarães…Não à toa, figuras jamais conhecidas pela maioria deste (desse?) país.
Mário SF Alves
“Eles, tão up to date, ainda não chegaram sequer à Revolução Francesa, que lhes reconheceu os direitos legais, que dirá ao século 19, quando a elite culta passou a entender que o reconhecimento da dos direitos sociais era algo essencial para a continuidade do progresso da civilização.”
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A elite que vive neste e através deste País é a meu ver a pior elite do mundo.
É burra, truculenta [vide 64], covarde [vide 64] e negadora/sabotadora de direitos e obrigações constitucionais [vide meios de comunicação de massa/realidade atual].
E o que é ainda pior: é submissa. Condição esta que apenas pode ser superada quando ela tiver coragem e desprendimento para se aliar ao povo num projeto maior do que ela própria, um projeto de Nação. Até que esse dia chegue continuará sendo o que é: a vanguarda do atraso.
Lamento ter de admitir que só construiremos uma nação no dia que os norte-americanos acordarem do hipnotismo midiático e pseudo-religioso que os apequena e humilha. Lamento admitir que só neste dia a vanguarda do atraso no Brasil dará um passo adiante.
Nossa classe média só a classe média descrita pela Marilena porque se especlha nessa elite. Só por isso.
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Não custa recordar:
“Definição nenhuma é melhor do que a da filósofa Marilena Chauí, “[…] a classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta e é uma abominação cognitiva porque é ignorante”.”
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Detalhe:
Faltou um pequeno adendo da Marilena:
E ela, a classe média, só é assim porque se inspira na elite mais burra, truculenta e submissa do planeta.
Neste caso, “quem sai aos seus dificilmente se regenera”.
Julio Silveira
O tijolaço matou a charada que eu já tinha matado faz tempo. O brasil tem uma elite que se acha a descendencia dos deuses, com direiti hereditário ao poder e ao mando de todas as criaturas que julgam inferiores a suas fidalguias.
Mário SF Alves
Herança escravagista. Dez vezes mais escravos do que nos EUA. Aproximadamente 4 milhões aqui contra 400 mil lá.
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Isso explica alguma coisa?
Francisco
Esse pessoal reclama tanto que dá vontade de dar do que reclamar.
Um impostinho sobre fortunas ia bem…
Fábio Rezende
Olá, Fernando.
Bota um botão de compartilhar para o Facebook aí, cara; lá a batalha está ferrenha.
Abraço.
Wendel
Realmente fica dificil entender o comportamento desta chamada “elite”, e da tb “classe média”,tendo em vista o que foi dito acima, sobre os governos do PT não terem sido radicais no confronto com estas classes.
Se foramdados direitos, ou melhor ganhos sociais aos milhares de pobres havidos neste País, e em nada terem tirado destas citadas classe, pergunta-se o porquê do ódio?
Manipulação da mídia? Falta de serviçais a preços módicos? invasão de redutos que antes pertenciam somente a classe média?
Deixo as respostas para alguns psiquiatras, sociólogos e historiadores, pois com certeza, na minha modesta e leigo conhecimento sobre o assunto, trata-se simplesmente de neurose em ultimo grau !!!!!!!!!!!!!!!!
Edgar Rocha
Amigo, o ódio proverbial das elites não seria nada se não tivesse tanta aceitação. O percentual de votos de Dilma foi quase o mesmo do contingente que melhorou de vida. Suponho que muita gente beneficiada tenha votado no Aécio. Fazer o que? Pra ser classe média é preciso agir e pensar como classe média. Esta cultura de mobilidade social condicionada à ruptura sócio-cultural é entendida por quem detém os meios pra manipular a opinião pública. Só o PT, apesar de tantos intelectuais em suas trincheiras é que não entende que se deve romper com isto. Pra mim, quem pensa o país atualmente é tão classe média quanto quem se ressente da melhoria do povo. E não vão além de sua classe social. Não há diversidade nem liberdade de pensamento nos meios intelectuais capaz de romper com este raciocínio.
Paulo ETV
mídia das 4 famílias = desinformação = ignoralha
Edgar Rocha
32% de voto pro Aécio. Se considerarmos a discrepância entre a representatividade do Norte/Nordeste, com a dos bairros (bairros de uma única cidade!), seria coerente de se pensar que, com tudo que Dilma e Lula fizeram pra que houvesse inclusão social, ainda assim, o discurso da minoria entre as minorias pega, mesmo entre os que se beneficiaram. Por que? A resposta é o efeito manada. Mas, o que justifica tamanha distorção? Acho eu que isto advém da absorção dos valores da classe dominante por parte daqueles que se beneficiaram com os projetos governamentais. Parte da dita ‘nova classe média’ deseja ser incluída neste nicho social recentemente ocupado, por isto, veste a camisa. Ou melhor, talvez desejem afastar-se de vez do passado de miséria e de pobreza, negando também os valores, as referências, a ponto de cuspir no prato que comeu, literalmente. Foi no que deu associar a inclusão à condição de consumidor. Isto é sim, um valor das elites. Foi também permitir que se fixassem estereótipos culturais na classe ascendente, tendo como referência aquilo que pudesse ser considerado depreciativo do ponto de vista social. Culturalizaram-se as tentativas de autoafirmação a partir da caricatura. Negaram-se os valores reais que poderiam ser de fato incluídos e legitimados. Preferiu-se, por exemplo, valorizar o ‘direito’ de ter um perfume da patroa, ao invés de valorizar o enorme esforço para ocupar os espaços que a sociedade sempre negou aos mais pobres. Esqueceu-se de valorizar a enorme solidariedade nordestina dos que alavancaram muitas vezes suas famílias inteiras para uma melhoria. Quantos nordestinos não voltavam cheios de bagagem pro nordeste, ansiosos por ajudar àquele parente com dificuldades? Ninguém lembrou deste Valor com “V” maiúsculo. Deviam esfregar esta solidariedade na cara desta gente que explora a caricatura do sujeito sem noção, esnobe, deslumbrado, como tanto fizeram. Os que se encaixam neste estereótipo, se pudessem, mudariam até o sotaque. É esta gente que deseja esquecer suas raízes que hoje apoia o Aécio, passa pro lado de lá sem cerimônia, se envergonha de tudo que foi. Graças a esta cultura do tô pagando, formaram-se nestes anos uma verdadeira “nova classe média”, com os valores distorcidos de sempre. Faltou esta mudança qualitativa.
Alemao
Acho que tem alguém chamando a “nova classe média” de ingrata…
Edgar Rocha
Não se trata de ingratidão. É uma certa ingenuidade. A mesma do Lula que endossou o discurso que valoriza o consumo e o direito de ser classe média. Se percebessem que desta forma, estão almejando um nível mais baixo (sobretudo de valores e de cultura), não seriam tão deslumbrados. Mas, tudo bem. Se o Aécio ganhar (bato na madeira), vão entender aonde chegaram. Basta pegar uma fila de banco com um cheiroso apressado.
Gabriel Braga
Brilhante o texto!
Mas dá até um desânimo com os rumos do país perceber o quão mesquinha e egoísta são a elite brasileira e a classe média mais tradicional que imita emula o pensamento da elite.
Putz,o PT não fez nada que possa ser considerado minimamente radical e ainda assim existe um ódio ao partido e tudo o que se relaciona com ele.
Rose PE
Essa gente esquece também de que descendência vieram, nos porões de navio, acham que são raça top desde País, gente desumana, nazista, incomodada em dividir aeroporto com pobre. Eleitor de Aécio imbuído pelo ódio. Dá nojo vê isso, o MP desta Nação deixando essas postagem correr solta.
Juba
Dividir o Brasil em dois é um velho sonho dos americanos do Norte.
Nunca esquecer Napoleão: ” dividir para conquistar”.
Vejam a Africa, o Oriente Médio,a Ásia, é isto que vcs. querem para seus netos e filhos?
Oliveira
Caramba!Paulo Navarro, o sujeito mais sem noção das Minas Gerais se dizendo trabalhador e esclarecido.Meu Deus, olha o programa dessa mala, e veja se ele não é igual ao aécim.
Sandro Ferreira
Eles esqueceram quem foi que construiu esse estado chamado São Paulo
gilmar
eu fico muito chateado, pois o quarto de minha empregada esta vazio, não consigo mais colocar ninguem la em casa, eu mesmo tenho que esquentar minha janta, tenho que pagar 130 reais de diária, e minha diarista vem quando pode e não quando eu quero, meu supermercado não tem mais caixas fixas, não tenho mais engraxate na rua, nem menino para carregar minhas compras na feira, a esquerda acabou com meus servos, agora ninguem quer ser mais servil,querem mesmos direitos, af, volta PSDB ao poder, estou saudoso de ti. gilmar da tijuca (ex bairro bom, agora tá cheio de classe média)
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