STF enfrenta porta-vozes da Lava Jato e general reage desafiador: Toffoli quer “esconder alguma coisa”
Tempo de leitura: 3 minA pressão popular sobre os ministros do STF está surtindo efeito. Se quem não deve não teme, por que Gilmar Mendes e Toffolli estão tão agressivos? O desespero indica que estamos no caminho da verdade! ‘Sustentar o fogo porque a vitória é nossa’. General Paulo Chagas, no twitter, em 16 de março
Está prestes a cair a “última torre de marfim da República”. A faxina moral que devassou Executivo e Legislativo chega ao Judiciário. Não é por acaso que o STF tenha se arvorado de “órgão acusador e julgador dos que o acusam”. Idem, em 13 de abril
Da Redação
A crise entre o Supremo Tribunal Federal e os porta-vozes da Lava Jato e da extrema direita bolsonarista atinge ponto de ebulição.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, reagiu ao quadro institucional sugerindo que o Brasil pode cair numa ditadura militar aberta: “Crescem na prática os sinais de um Estado militar e policialesco no Brasil. Tiros, armas, a ideia falsa de que somente militares nos salvarão, violência e ódio para todos os lados, o suposto horror à “velha política”. Receita que pode conduzir a uma ditadura aberta”, escreveu Dino no twitter.
Não ajuda o fato de que um dos ministros do STF, Alexandre de Moraes, reagiu com censura à revista Crusoé e ao site O Antagonista, porta-vozes da Lava Jato.
O ministro determinou a retirada do ar de um texto que sugere envolvimento do presidente do STF, Dias Toffoli, com esquema de corrupção na Odebrecht.
O texto O amigo do amigo de meu pai, assinado por Rodrigo Rangel e Mateus Coutinho, revela que Marcelo Odebrecht identificou à Lava Jato quem é o amigo de Lula que teria beneficiado a empreiteira em negócios relativos às hidrelétricas do rio Madeira: Toffoli.
Ele era o advogado geral da União em 2007, época em que as mensagens entre executivos da Odebrecht, inclusive a que fala em “amigo do amigo”, foram trocadas.
Segundo os autores da reportagem:
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Há fundadas razões, como se diz no jargão jurídico, para Dias Toffoli ser tratado por Marcelo Odebrecht como “amigo do amigo de meu pai” – amigo de Lula, portanto. O atual presidente do Supremo foi, durante anos a fio, advogado do PT. Com a chegada de Lula ao poder, ascendeu juntamente com os companheiros. Sempre manteve ótima relação com o agora ex-presidente, que está preso em Curitiba.
Em 2003, Dias Toffoli foi escolhido para ser o subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil. Naquele tempo, o ministro era José Dirceu. Toffoli ocupou o posto até julho de 2005. Em 2007, foi nomeado por Lula chefe da Advocacia-Geral da União, um dos cargos mais prestigiosos da máquina federal. Em 2009, deu mais um salto na carreira: Lula o escolheu para uma das onze vagas de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Nesta quinta-feira, Crusoé perguntou a Dias Toffoli que tipo de relacionamento ele manteve com os executivos da Odebrecht no período em que chefiava a AGU e, em especial, quando a empreiteira tentava vencer o leilão para a construção das usinas hidrelétricas no rio Madeira. Até a publicação desta edição, porém, o ministro não havia respondido.
O ministro Alexandre de Moraes determinou a censura do texto sob pena de pagamento de multa diária de R$ 100 mil.
Foi no âmbito do inquérito que apura uma guerra de fake news contra o STF de partidários de Jair Bolsonaro e da Lava Jato, que Toffoli mandou abrir em março.
Hoje, houve busca e apreensão na casa de sete pessoas: Omar Rocha Fagundes, em Anápolis (GO), Isabella Sanches de Souza Trevisani, em Ferraz de Vasconcellos (SP), Carlos Antonio dos Santos, em Ribeirão Pires (SP), Erminio Aparecido Nadin, em São Paulo (SP), Paulo Chagas, em Taguatinga (DF), Gustavo de Carvalho e Silva, em Campinas (SP) e Sergio Barbosa de Barros, em São Paulo (SP).
Moraes determinou o bloqueio das contas dos sete investigados nas redes sociais.
O alvo mais conhecido é o general da reserva Paulo Chagas, que concorreu ao governo do Distrito Federal pelo PSL em 2018. Ele teve 111 mil votos, menos de 8%. Recebeu apoio explícito de Jair Bolsonaro.
Chagas é presidente do Ternuma, Terrorismo Nunca Mais, um grupo que pretende se opor ao Tortura Nunca Mais.
Hoje, ele ironizou a busca e apreensão da Polícia Federal em sua casa.
E atacou, em entrevista à Folha: “Não faço crítica à ação em si, mas à atitude defensiva dele [Toffoli], que, para mim, demonstra que está se defendendo para esconder alguma coisa. A melhor defesa é o ataque. Então, resolveu atacar para se defender”.
Comentários
Luis Leite
E agora sr Tofoli? Cuspiu no prato que comeu, pensou que fosse Deus mas nem chegou a ser o Jesus da goiabeira. Agora prove do seu veneno.
Zé Maria
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/04/16/ameaca-alerta-paulo-chagas-stf-fake-news-policia-federal.htm
No despacho que ordenou buscas num apartamento do militar [General do Exército Paulo Chagas], em Águas Claras, em Brasília, o ministro Alexandre de Moraes disse ele pregou o julgamento e a substituição de magistrados sob as regras de um tribunal de exceção.
“Em pelo menos uma ocasião, o investigado defendeu a criação de um Tribunal de Exceção para julgamento dos Ministros do STF ou mesmo substituí-los”,
escreveu o ministro.
“Há postagens nas redes sociais de propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política e social, com grande repercussão entre seguidores”, disse Moraes.
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Vê só como funciona o Bumerangue da História:
Criaram um Tribunal de Exceção para condenar o Zé Dirceu
que, dentro do PT, seria o candidato natural à sucessão de Lula.
Na verdade, já naquela época, o alvo primeiro era o Lula.
Como não deu, dada a Popularidade do então Presidente,
tiveram que instaurar um Juízo de Exceção para prendê-lo.
Agora, estão preocupados com um milico de merda
que fala publicamente nas redes sociais em criar
Tribunal de Exceção para julgamento sumário.
Isso que a Ditadura Militar foi um “Movimento”,
imagina só, se fosse mesmo uma Ditadura …
Quando é no dos lulo-petistas não dói, não é?
Zé Maria
Documento em que Odebrecht menciona Toffoli
vazou antes de ser enviado à PGR
Na ConJur
O trecho da delação de Marcelo Odebrecht em que ele menciona o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, foi vazado antes de ser enviado à Procuradoria-Geral da República.
O documento estava num processo em trâmite na 13ª Vara Federal de Curitiba,
onde corre a “lava jato”, mas, como houve menção a Toffoli, que tem prerrogativa de foro no STF, foi enviado à PGR.
Antes disso, foi repassado ao site Crusoé.
Nesta segunda-feira (15/4), o ministro Alexandre de Moraes, também do STF, ordenou a retirada do ar da reportagem da Crusoé e de uma nota do site O Antagonista repercutindo a notícia original.
Na decisão, o ministro afirma que a proteção constitucional à liberdade de imprensa não impede a responsabilização posterior por eventuais informações injuriosas, difamantes, mentirosas e em relação a eventuais danos materiais e morais.
O entendimento do STF, expressado por Gilmar Mendes, é o de que há uma tentativa de insuflar a opinião pública em tentativa de desmoralização dos ministros que revertem decisões judiciais ilegais tomadas no âmbito da “lava jato”.
Apesar do desmentido, contudo, ministros do Supremo e do Superior Tribunal de Justiça acreditam serem perfeitamente possíveis depoimentos desconectados da realidade, como esse — já que se tornou prática comum extorquir delações, ou seja, forçar réus condenados a longas penas a fazer falsas acusações.
https://www.conjur.com.br/2019-abr-16/documento-mencionando-toffoli-vazou-antes-enviado-pgr
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Dodge compra a briga do Diogo Mainardi/Empiricus & Lava-Jato contra o STF,
tentando somar uns pontinhos com o Mitomano para a recondução ao cargo de PGR
http://www.mpf.mp.br/pgr/documentos/INQ4781.pdf
http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/raquel-dodge-arquiva-inquerito-aberto-de-oficio-pelo-supremo-tribunal-federal
Zé Maria
O que está por trás da guerra Antagonista x STF
“Em política cabe muita coisa, menos ser ingênuo”
Por Renato Rovai, em Blog na Revista Fórum
“Se algo tem rabo de jacaré, couro de jacaré, boca de jacaré, pé de jacaré, olho de jacaré, corpo de jacaré e cabeça de jacaré, como é que não é jacaré?”, perguntou o velho Leonel Brizola na histórica eleição de 1989 que consolidou a redemocratização do Brasil.
Em política cabe muita coisa, menos ser ingênuo.
O episódio de censura (não encontrei ainda outra palavra pra definir) protagonizado pelos ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli ao site O Antagonista não é apenas um capítulo de uma novela rocambolesca que se iniciou logo após a reeleição de Dilma e que levou o país a uma crise sem precedentes.
O Antagonista não é um veículo de comunicação, mas um projeto de especulação.
Sua principal acionista, a Empiricus, foi multada recentemente num dos casos mais emblemáticos de propaganda enganosa, o da Betina.
O critério de verdade de O Antagonista é muito semelhante ao desta propaganda.
Não são poucas as vezes que o site posta notas sem qualquer base factual com o único objetivo de impulsionar ou desacreditar grupos ou pessoas.
Há algum tempo O Antagonista vem mirando em Toffoli. E a rede de apoio de Bolsonaro no Supremo como um todo.
A campanha realizada por esses grupos hoje não tem apenas o PT como alvo principal, o STF e seus ministros são tratados no mesmo nível que Zé Dirceu e Lula.
Como Toffoli é o presidente do Supremo, ao desgastá-lo O Antagonista sabe que atinge a Casa como um todo.
E permite com isso que se avance um ataque a um poder que poderia ser uma barreira a um projeto mais autoritário.
Por isso soou bastante estranha a declaração do general Mourão em defesa de O Antagonista ainda na noite de ontem.
Logo um general que defende o legado da ditadura militar está preocupado com a censura?
A guerra entre os ministros Tofolli e Moraes x O Antagonista não se reduz a eles. Por isso, mesmo sabendo que a proibição da veiculação da reportagem aponta para um precedente perigoso, talvez seja importante sem se descuidar de olhar a árvore tentar verificar o que acontece na floresta.
Que interesses estão por trás do site da turma da Betina? Quem ganha ou perde com isso?
Há uma batalha em curso de interesses nada republicanos que hoje divide o PIB, o governo, as Forças Armadas, o Lavajatismo e ainda conta com interferências externas.
O campo progressista virou plateia.
E nesta disputa o STF é hoje o alvo principal.
Ou seja, o movimento de O Antagonista de ataque ao presidente do STF é jacaré.
Cabe defender a liberdade de imprensa, mas sem deixar de dizer que há um ataque maior sendo construído contra um dos alicerces fundamentais da democracia pactuada na Constituição de 88.
Os antagonistas sabem disso. Mourão também.
https://www.revistaforum.com.br/o-que-esta-por-tras-da-guerra-antagonista-x-stf/
David
Bem feito pra essa galera do STF.
Enquanto as Fakenews e sucedâneos trituravam o PT, tudo era liberdade de expressão.
Agora que os FDP estão brigando entre si, eu torço pela briga.
Eles que se entendam.
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