Stedile: O fantasma da inflação “atrás da porta de cada família brasileira”

Tempo de leitura: 5 min

Em 06/06/2013

Paranoia da inflação e hipocrisia da burguesia

POR JOÃO PEDRO STEDILE, em seu blog

A imprensa burguesa tem propagandeado que a inflação está fora do controle com a divulgação de noticias, artigos e comentários de políticos de oposição ao governo federal.

Com isso, colocam o tema dos preços como um fantasma atrás da porta de cada família brasileira, prestes a assaltá-la e tomar o seu dinheiro.

A construção dessa paranoia começou com a divulgação de matérias sensacionalistas sobre o aumento do preço do tomate, como se a valorização desse alimento tivesse de forma isolada incidência real na inflação dos gastos da maioria da população.

Qualquer estudante do primeiro ano de economia já sabe que os estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Fundação Getúlio Vargas têm diversos itens do orçamento doméstico médio dos brasileiros, sobre o qual se calcula o aumento da inflação real para as famílias.

Depois da criação da “crise do tomate”, a mídia burguesa tem apelado a cada dia para outros produtos, tentando criar novos factoides.

Essa manipulação grosseira se baseia em duas táticas complementares.

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A primeira delas é criar na população paranoias e preocupações desnecessárias que resultem em ações de massa que desgastem o governo.

Essa tática deu resultado, por exemplo, com o boato de que a Bolsa Família iria acabar.

Com isso, 900 mil representantes das famílias mais pobres, desinformados ou mal informadas, correram para as agências da Caixa, provocando um verdadeiro tumulto, sobretudo nas cidades do Nordeste.

Hipocrisia descarada

A segunda tática da burguesia é jogar uma cortina de fumaça sobre os verdadeiros problemas do país, lançando mão da hipocrisia descarada.

Em primeiro lugar, a burguesia e seus meios de comunicação sabem que existe uma tendência geral de aumento dos preços de todas as mercadorias que estão na sociedade, independente do preço de um único produto.

Ora, se há uma tendência de aumento de preços em todas as mercadorias, quem são os atores econômicos que aumentam os preços?

São exatamente os capitalistas proprietários das fábricas, supermercados ou lojas do comércio.

Portanto, é a base social tucana que opera o aumento dos preços, beneficiando-se com o aumento dos seus lucros.

Assim, o discurso por trás da inflação esconde interesses de classes.

Em segundo lugar, ao mesmo tempo em que exageram nas notícias sobre um “descontrole inflacionário”, fazem pressão pelo aumento das taxas de juros.

Nós, brasileiros, já pagamos os juros mais altos do mundo.

A taxa média de juros paga na economia pelos comerciantes e pelos consumidores é de 58% ao ano.

Os bancos que financiam esses empréstimos ganham 52% de lucro líquido, com a inflação em torno de 6% ao ano.

Não existe paralelo no mundo para a lucratividade dos bancos com  crédito no Brasil.

Com isso, os brasileiros ficam endividados no cartão de crédito ou no cheque especial, que têm taxas que ultrapassam em média 100% ao ano…

Ou seja, é um verdadeiro assalto.

Para efeito de comparação, a taxa média de lucro nas economias centrais é de 13% ao ano. Essa taxa já faz brilhar os olhos dos capitalistas nesses países…

Nenhum porta-voz da burguesia brasileira protesta nos jornais, revistas e nas TVs contra esse assalto aos brasileiros que o capital financeiro pratica todos os dias.

Ao contrário.

Esses ideólogos defendem aumentos das taxas de juros como uma pretensa medida para controlar o consumo das massas e impedir o tal descontrole da inflação.

A terceira hipocrisia da burguesia é omitir que a taxa de câmbio da nossa moeda em relação ao dólar é irreal.

A comparação dos preços das mercadorias em dólar nos Estados Unidos e em real no Brasil indica uma taxa de câmbio necessária ao redor de U$S1,00 por R$3,00.

Essa posição é defendida por diversos especialistas da área.

A atual taxa de câmbio próxima a U$S 1,00 por R$2,00 está provocando um processo de desindustrialização da economia brasileira e reprimarização das exportações.

A produção das manufaturas, que geram emprego e valor agregado, não consegue mais competir no mercado internacional.

Essa taxa de cambio é provocada pela emissão descontrolada do papel dólar pelo governo dos Estados Unidos e pela avalanche de capital financeiro especulativo em nosso país, que vem para cá se proteger da crise.

Nenhuma palavra dos porta-vozes da burguesia sobre o “descontrole” da taxa de câmbio.

Ou seja, a mídia da classe dominante sequer protege sua fração industrial.

Controle dos alimentos

A quarta hipocrisia é esconder que grande parte dos produtos agrícolas que se transformam em alimentos no mercado interno é controlado por um oligopólio formado por empresas transnacionais.

Depois da crise de 2008, houve uma corrida do capital financeiro internacional e das empresas transnacionais sobre as chamadas commodities para se proteger da perda de dinheiro.

Assim, fizeram um brusco movimento especulativo, que fez com que os preços das commodities aumentassem em três anos, em todo mundo, nada menos do que 200%.

Esse aumento de preço foi repassado para os consumidores de alimentos.

Portanto, o aumento de certos produtos alimentícios tem como responsáveis os que multiplicaram os seus ganhos: as grandes empresas do agronegócio, como Bunge, Monsanto, Unilever, Cargill, Nestlé, Danone, entre outras.

A quinta hipocrisia da mídia burguesa é ignorar que o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de milho, enquanto a falta de alimentos dizima 18 milhões de cabeças de bois, vacas, porcos e bodes no Nordeste.

Foram colhidas 60 milhões de toneladas de milho na última safra.

No entanto, diante da pior seca no Nordeste, morrem os animais criados por camponeses da região.

A morte desses animais será uma perda irreparável para a população nordestina, que pode demorar uma geração para repor o rebanho dizimado.

As famílias se salvaram da fome graças a saques, aos benefícios do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) e ao programa Bolsa Família, que garantiram renda para fazer a feira e se alimentar.

Diante dessa situação, a presidenta Dilma Rousseff mandou seus ministérios tomarem providências.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário resolveu doar tratores produzidos no Sul para as prefeituras do Nordeste. Foi só um negócio que não alterou questões estruturais.

Independente da situação, o Ministério da Integração Nacional continuou com a distribuição de lotes de perímetros irrigados para empresários do Sul, em vez de beneficiar os camponeses da região que padecem com a falta de água.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi autorizada a comprar milho para levar para o Nordeste e salvar o rebanho.

No entanto, a companhia fez vários editais e não encontrou quem vendesse milho suficiente para a demanda. Por quê?

A safra de milho é controlada por empresas transnacionais.

A Cargill e a Bunge exportaram nada menos que 18 milhões de toneladas de milho para os Estados Unidos no último ano.

Esse milho voltou ao país como etanol, importado por esses mesmas empresas.

Com isso, o preço do etanol se mantém bem acima do seu valor real.

Se o governo quisesse resolver o problema, poderia requisitar a produção de milho, proibir as exportações e salvar o rebanho no Nordeste, enfrentando o problema das mortes dos animais causado pela seca.

Nenhuma palavra na imprensa burguesa sobre a falta de milho no país campeão de produção agrícola.

Na verdade, foram escondidas as raízes da perda do rebanho no Nordeste.

Dessa forma, a mídia burguesa demonstra seu compromisso com o interesses do grande capital financeiro internacional.

Os meios de comunicação da classe dominante, “preocupados” com a inflação, omitem questões centrais relacionadas à formação dos preços no país.

Assim, os verdadeiros problemas que a sociedade brasileira enfrenta ficam submersos diante da manipulação e da hipocrisia dos donos de jornais, revistas e redes de televisão.

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Comentários

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FrancoAtirador

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Semeadura
Vitor Ramil/Fogaça

Nós vamos prosseguir, companheiro
Medo não há
No rumo certo da estrada
Unidos vamos crescer e andar
Nós vamos repartir, companheiro
O campo e o mar
O pão da vida, meu braço, meu peito
Feito pra amar.

Americana Pátria, morena
Quiero tener
Guitarra y canto libre
En tu amanecer
No pampa, meu pala a voar
Esteira de vento e luar
Vento e luar

Nós vamos semear, companheiro
No coração
Manhãs e frutos e sonhos
Pr’um dia acabar com esta escuridão
Nós vamos preparar, companheiro
Sem ilusão
Um novo tempo, em que a paz e a fartura
Brotem das mãos

Americana Pátria, morena
Quiero tener
Guitarra y canto libre
En tu amanecer
No pampa, meu pala a voar
Esteira de vento e luar
Vento e luar

Minha guitarra, companheiro
Fala o idioma das águas, das pedras
Dos cárceres, do medo, do fogo, do sal
Minha guitarra
Tem os demônios da ternura e da tempestade
É como um cavalo
Que rasga o ventre da noite
Beija o relâmpago
E desafia os senhores da vida e da morte
Minha guitarra é minha terra, companheiro
É meu arado semeando na escuridão
Um tempo de claridade
Minha guitarra é meu povo, companheiro

Americana Pátria, morena
Quiero tener
Guitarra y canto libre
En tu amanecer
No pampa, meu pala a voar
Esteira de vento e luar
Vento e luar.

(http://letras.mus.br/vitor-ramil/286574)
(http://www.youtube.com/watch?v=I22DQc7QFmc)

J Souza

E por falar em mídia, em bancos e multinacionais, como as da alimentação, estaria o grupo de Bilderberg reunido esta semana?
O que será que eles programarão para nós no próximo ano?

Mário SF Alves

Decerto a ideologia do radicalismo neoliberal ainda sobrevive. Sobrevive ainda. E nada que não possamos admitir como condição inerente ao desumano capitalismo subdesenvolvimentista com o qual ainda insistem em massacrar e submeter o Brasil. Mas, não temamos, não duvidemos, a última palavra vai ser a palavra do povo do nosso País; a última palavra há de ser a palavra dos povos da América Latina. A um passado ainda mais retrógrado é que não haveremos de voltar.
Só o golpe, pior elite do mundo. Só o golpe.

Urbano

Essa inflação é pura invencionice dos seus inventores fascistas…

Malvina Cruela

a disputa politica nos moldes atuais em nada difere da luta de facções criminosas por bocas de fumo…nas reuniões dos políticos que vejo na TV mal posso esperar que Don Corleone peça a palavra e redistribua os territórios das famiglias…ahhhh…esqueci..no blogs de esquerda duas categorias de cidadãos ilibados que não se pode nem pensar em criticar são os políticos e os assaltantes a mão armada. Fazer isso é a maior prova de ignorância e direitismo, coisa que ninguém quer ser.

Jayme Vasconcellos Soares

Salários baixos e custo de vida cada vez mais alto: esta é a verdade que afeta a maioria das famílias brasileiras: esta equação é que mostra como a inflação está alta, quase insuportável para o povo brasileiro, em sua maioria; só a elite, ganhando cada vez mais, não reclama nem tem justificativa para reclamar as suas condições de vida. É o modelo capitalista, em que uns poucos ganham muito, enquanto muitos ganham muito pouco ou quase nada, e assim estão cada vez mais escravizados. E o governo da Dilma que se propusera a mudar este quadro social perverso, está é a piorá-lo.

Carlos Cruz

No início do governo dos petistas a Globo era uma empresa quebrada, endividada, arrogante e de pires na mão. O Sr. JOSÉ DIRCEU foi um dos defensores do socorro , enfiando BILHÕES de reais, nossos impostos, e a salvando da falência. Meses depois explode o MENSALAO e tudo que dele decorreu até hoje. O atual decidiu que a maioria da verba publicitária vai para…Globo, levando a dificuldades outras empresas jornalísticas de pequeno porte, e até falência. Engordar e dar munição ao inimigo parece ser o destino dos petistas. E receber o que merece. Traição aos aliados e benefícios aos inimigos. Eles se merecem!

    Julio Silveira

    É que a Globo não gosta de se sentir em divida com aqueles que consideram inferiores. No fim eles até que eles podem ter razão.

    Carlos Cruz

    A verdade é que temos um partido mediocre, com uma presidente mediocre, em um governo mediocre, cheio de ministros mediocres, que avança como um carro velho, empurrado e sem saber onde ir. E assim vão perdendo apoios, enquando enchem as burras dos inimigos de dinheiro.

jaime

“o Ministério da Integração Nacional continuou com a distribuição de lotes de perímetros irrigados para empresários do Sul, em vez de beneficiar os camponeses da região que padecem com a falta de água.”

“Se o governo quisesse resolver o problema, poderia requisitar a produção de milho, proibir as exportações e salvar o rebanho no Nordeste, enfrentando o problema das mortes dos animais causado pela seca.”

Minha percepção é de que o Stedile está descendo o cacete também no governo, não apenas na mídia. Até porque, em várias situações o Governo está simplesmente seguindo a pauta da mídia.

Guilherme Scalzilli

A crise da crise

A eleição de Roberto Azevêdo para comandar a Organização Mundial do Comércio é o maior triunfo internacional do governo Dilma Rousseff e um dos mais importantes da história da diplomacia brasileira. Também possui um valor simbólico relevante, ao derrotar a candidatura apoiada em bloco por EUA e países europeus, e suas iniciativas no sentido de enfraquecer o multilateralismo no comércio mundial.

A imprensa corporativa silencia a respeito de ambos os aspectos. Principalmente porque os apocalípticos analistas econômicos, sempre ávidos em anunciar a catástrofe brasileira iminente (e jamais constrangidos a explicar seus reiterados equívocos nesse aspecto), precisariam admitir os desdobramentos geopolíticos da crise financeira que abala os chamados “desenvolvidos”. Em poucas palavras, o isolamento das potências mais alinhadas ao neoliberalismo predatório que norteia os projetos conservadores locais.

O caráter regional do desastre incomoda o provincianismo colonizado que procura globalizá-lo a todo custo. A bem-sucedida estratégia brasileira de resistência ao colapso, além de não seguir a cartilha especulativa do colunismo econômico, irrita-o ainda mais quando recebe o consagrador reconhecimento de um bloco outrora alinhado aos atuais protagonistas da bancarrota.

É questão de tempo e oportunidade para o fantasma da inflação voltar ao noticiário com ódio renovado.

http://guilhermescalzilli.blogspot.com.br/2011/05/crise.html

Felipe

O texto contribuiu pra minha reflexão. Principalmente no que tange ao vácuo que o governo ainda permite entre matéria prima e produto industrilizado e em tudo que isso significa. Globalização é isso, não é mesmo? As corporações podem mais que os governos nesse momento do capitalismo. Tenho fé que isso algum dia vai ser proibido, assim como o cigarro, a coca-cola e o lucro abusivo.

Ricardo Lima Vieira

Manchete do momento no sítio uol:

“Inflação em maio é a menor em 11 meses, mas fica no teto da meta”

Notícia ruim eles escancaram; notícia boa, quando não omitem, sapecam o tradicional “mas” desqualificador.

Jose Mario HRP

O Stedile só escreveu o que está entalado na garganta de qualquer sujeito com bom senso.
Aliás o bonus do direitista é um pacote de mau senso!
KKKKKKKKK……..

    Eunice

    Vamos de Stédile e Requião e Zé Maria. Mas deveríamos ter mais líderes lutando contra as máfias.

    Analisando os últimos acontecimentos da Europa vemos que vamos precisar de gentes muito fortes e resolutas. E cada um de nós terá enorme tarefa pela frente, dar o sangue contra os neoliberais. Eles estão cada vez mais descarados, safados, cafajestes,truculentos, patifes.

Bonifa

Com a notícia de que a Standard&Poor’s rebaixou a perspectiva de crescimento do Brasil, a Globo ficou tão eufórica que deu sua contribuição criminosa a uma versão própria da notícia. Nenhuma agência de notícias falou em inflação, ao dar a notícia. Absolutamente nenhuma. Quase todas falaram em três fatores: Baixo crescimento, fundamentos fiscais fracos, e falta de credibilidade na política econômica, considerada ambígua e confusa. Ninguém falou de inflação. Mas a Globo destacou no seu Bom Dia que as causas foram o baixo crescimento, falta de credibilidade e a inflação. Para coincidir com as bandeiras oposicionistas levadas ao público por Aécio Neves e pelo Agripino Maia. A Reuters, inclusive, veiculou a opinião do analista André Perfeito, segundo o qual a causa do rebaixamento não se deve a nenhum fator interno, mas sim à perspectiva do impacto que terá sobre o Brasil a futura e iminente decisão dos Estados Unidos de reduzir seus estímulos monetários. A Globo meteu a inflação onde não cabia, por sua própria conta e risco. Mais uma prova de seu ativismo político oposicionista, exercido de modo covarde e mentiroso.

Isidoro Guedes

Excelente esse artigo do João Pedro Stédile. Embora nosso governo seja nominalmente trabalhista e de esquerda, até por força dos acordos políticos para garantir a tal governabilidade, ele ainda mantém compromissos com a burguesia nacional e extra-nacional. Até em função disso garante inalterados alguns interesses dessa burguesia.
Interessante é como a mídia reacionária e ultra-direitista embaralha as coisas a tal ponto que até parece que a inflação e a seca do Nordeste (bem como suas causas e consequências) são culpa do governo. Mas é a mesma mídia que esconde os interesses do agronegócio a pressionar a inflação com a qual ela tenta aterrorizar a classe média desinformada ou despolitizada.

Mardones

Não precisa ser estudante universitário para saber que críticas como a do Stédile são muito frágeis, pois querem fazer crer que o problema do Brasil é a sua mídia hipócrita.

Insisto que esses apoiadores do governo ainda pensam que enganam alguém com esse tipo de manifestação.

Senhor Stédile, o governo federal é quem financia essa mídia que o senhor vem criticar com esse artigo.

O problema do Brasil está e sempre estará no governo federal, que eleito pelo povo sob a égide da Carta Magna nega diariamente o juramento do dia da posse.

O governo que o artigo do Stédille tenta rotular como indefeso diante da superpoderosa mídia soube cooptar antigos adversários para ganhar eleições, distribuindo ministérios, verbas mil, privatizações e concessões ao gosto do patrocinador das campanhas.

Essa saída tentada pelo Stédile não cola mais. O PT está no poder e distribuindo verbas a torto e a direito para manter essa estrutura esgotada que o Brasil sustenta a troncos e barrancos desde o final da ditadura de 64.

Stédile, o PT virou o cabo e já não é mais aquele partido de 1980 pelo qual o senhor e muitos outros lutaram para chegar ao poder.

Acorda!!!!

    Eunice

    Oi Mardones,
    desculpe, mas vá lá em cima e lê de novo…

    Stedile critica pontualmente o caso da inflação e a manipulação desse fato, assim como outros fatos pela midia. Ele não quer fazer a ninguém crer nada. Só analisa. Quem segue Stedile não precisa de lições, está mais acima dessa confusão de se enganar com a midia.Já não se pode dizer o mesmo dos leitores do yahoo, Estadão, Veja, Folha e quetais.

    Eunice

    Para Mardones,

    Se vc tem lido Stedile sabe que ele critica Dilma demais.
    Com razão.

    simas

    Mardones: Buenas!,,, Vc está sendo tremendamente injusto com o Stedile, pessoa da maior importância na vida política, nacional. Além do mais, o artigo – parece vc nem leu, focou a loucura da mídia, maldita e terrorista, diante dos acertos da administração Petista… Pto por pto, ele percorreu as últimas críticas, mentirosas, ditadas pela oposição, midiática, tdas sem o critério, honroso, da veracidade e, o q é grave, sem qq dever de participação, patriótica. A mídia tem sido maldita e, pelo trabalho, sistemático, já à nível terrorista – portanto, um caso jurídico/criminoso.
    Meu caro, vc está sendo injusto; pq desqualifica a análise do cidadão Stedile. Mais, ainda, assaca, contra o governo do PT, sem considerar ou ignorando a conjuntura, política, nacional, no contexto do Poder Transnacional… Sinto mto, se lhe falta alguma cultura, geral; tudo bem, eu nem leio jornais e revistas… Eu não assisto TV; contudo, procuro me informar, através de outros meios; ou, então, frequentando a experiência dos “Stediles”, pelaê… Vc não toma conhecimento da conjuntura, política, internacional; ignora História e Geografia Econômica; tem raiva de quem se perdeu dentro da evolução dos interesses, Geoeconômicos. Poxa!… Não entendo o q vc poderia estar tentando, aqui?… Exigir q a Dona Dilma fizesse uma Reforma Política? Ou, quem sabe, montar um ministério compatível com as necessidades do povo, brasileiro? Mas, a Presidenta está indo de encontro com mto, dos anseios, da Pátria; na medida, justa, do possível, ela persegue um Projeto de Estado, no tamanho de suas prerrogativas, institucionais e políticas. Ou vc pensa e quer q ela governe com quem não tem… gabarito, político e… “social”? Cara, vários já caíram, dessa cadeira, de pensando e querendo. Lembra do Pres Getúlio? E do Pres Jango? Esse, pensava e queria fazer as Reformas de Base, até hj, inconclusas. Engraçado, q mtos, iguais à vc, Mardones, cobram desse governo, aê, atitudes q nunca tiveram e jamais terão; simplesmente, pq o Poder Central não deixa… Vc já notou? A mídia, internacional, igualmente mafiosa e terrorista, está preocupada com o nosso País… Antes, estavam preocupados com a floresta, amazônica; atualmente, com o Ministro Mantega e seu desempenho… Será q o seu Ministro Mantega está provando q as políticas econômicas, neoliberais, lá na Europa, são fajutas e criminosas? Será q o homem estaria espalhando a discórdia, entre os europeus? Será q o Tio Sam vai deixar um, qq, ir de encontro aos seus propósitos? Vc, Mardones, por acaso saberia descrever quais os propósitos do Poder Central; quais suas expectativas pro Brasil? E pra Argentina? Pq, em contrapeso ao Mercosul, por exemplo, já estão juntando os bois e as vacas, no Pacífico, pra nos fazer frente. Incrível!… E vc a pensar e querer demonstração de força da Dona Dilma. Estou zangado com vc, meu caro: não tem abraço, algum, hj

Sagarana

“Ora, se há uma tendência de aumento de preços em todas as mercadorias, quem são os atores econômicos que aumentam os preços?

São exatamente os capitalistas proprietários das fábricas, supermercados ou lojas do comércio.”

O “economista” se esqueceu dos capitalistas proprietários dos canteiros de tomate, das casas de farinha, das roças de feijão…

    João Paulo Ferreira de Assis

    E você se esqueceu que entre os produtores e os consumidores, existem os atravessadores, que compram por menor preço, e vendem com muito maior lucro.

Romanelli

Vivemos numa democracia de voto obrigatório pro povo e secreto pros eleitos ..uma democracia inconsequente amparada em LEIS que não funcionam, que retardam, que encarecem e imobilizam

..uma em que homens públicos sem idéias nem carisma, recheados de interesses privados ou mesquinhos, transitam livres entre partidos disformes, desprovidos de identidade, compromisso, ética, propostas e/ou norte.

Numa, quebrada em 5,5 mil municípios cheia de cargos caros reservados a imprestáveis, parentes e amigos, destes que se proporcionalizam num Parlamento absurdamente disforme, um aonde cidadãos iguais tem pesos descaradamente diferentes (vide RR e SP c/3 senadores e o contingente do eleitorado deles), e agora até dados pela CÔR.

Uma aonde não nos interessa construir esgoto, nem tão pouco de cárceres pra enjaular os deformados, talvez aqui nos dando mostras de que já nos acostumamos a conviver com tudo quanto é tipo de dejeto ao lado

.uma que hoje, mais do que nunca, ao invés de priorizar o cuidado com a oferta de peixes e rios limpos, se obrigaria mais a ensinar a pescar qo que assistir sem cobrar.

Enfim, e neste cenário triste, num mar de analfabetos e inimputáveis funcionais, um aonde a política mais simples de arroz com feijão tem dificuldade de decolar em governos remendos de mandatos efêmeros, aí vem o Stedile e passa a criticar em abundância, mas mais preocupado em tergiversar sobre SISTEMA e a complexidade angular das estrelas, do que em propor serena e claramente de como devemos caminhar, de como sairmos daqui pra chegarmos acolá.

Desculpe, é muito teoria pro meu gosto, e eu não gosto de conquistar na base do quebra quebra ..gosto sim da dialética, do entendimento, do direito e do convencimento.

Embora eu não possa discordar de suas críticas, isso quando ele fala da manipulação dos fatos (aliás, feita por TODAS as correntes políticas, inclusive a dele), sobre o emprego do juros, o descolamento criminoso do câmbio, o excesso de oligopólios estrangeiros na CADEIA de alimentos, por outro lado quando o leio sempre fico com a sensação de quero mais. MAIS pratica e menos teoria.

    abolicionista

    Que eu me lembre, pararam de “enjaular os deformados” após o fim do nazismo, não?

Jose Mario HRP

São Paulo , a cidade, aumentou sua passagem de ônibus para 3,20 reais, o que causou revolta de sindicalistas e estudantes.
Mas a passeata na Av.. Paulista tornou-se um grande ato de vandalismo , destruindo bancas de jornal e as entradas de estações de metro.
Fiz muita passeata, mas destruir o que é o “instrumento para ganhar o pão nosso de cada dia dos outros” é covardia, destruir o metro é burrice pois nós pagamos por isso.
A garotada de hoje aqui no RS, no nordeste tem que tomar consciencia e deixar de dar exemplo ruim.
A Meganha violenta de São Paulo não é desculpa para vandalismo.
É justo o protesto?
É!
Mas há que se comportar com o minimo de consideração pelo que é do povo.

paulo roberto

Some-se a isto o silêncio apático do governo e pronto: eis aí o caroço debaixo do angu…

Fabio Passos

Analise sensacional.
Stedile e direto e acerta em cheio.
Uma das mais importantes referencias para a esquerda brasileira.

As oligarquias financeiras, sua ligacao com os oligopolios transnacionais do agribusines, a hipervalorizacao do real e a manipulacao midiatica… Stedile desnuda esta burguesia inescrupulosa e irresponsavel.

Tudo o que o PiG jamais tera coragem de debater e que faz de tudo para esconder.

Ja passou da hora de implodir a casa-grande e tomar de volta tudo que a “elite” branca roubou do trabalhador.

LEANDRO

Alguém ainda leva a sério o que esse cara diz? Se não é o agronegócio o Brasil nem tinha pibinho porque a industria a China engoliu.

    Francisco

    Leia o texto de Stédile que você vai entender porque você esta falando bobagem…

    LEANDRO

    Sei. Pelo texto dele o governo é o coitadinho que está indefeso perante tudo e todos. E o apoio bilionário ao agronegócio para segurar a balança? E a falta de investimento em infraestrutura que diminuiria o custo dos produtos? Como não pode ficar culpando eternamente o passado, porque já estão há 10 anos no poder, estão arrumando outros culpados, só não podem admitir que a coisa tá ficando feia.

    Valdeci Elias

    Ele não esta, questionando o Agronegocio. Ele esta questionando a imprenssa, por não levar ao publico esses problemas. O texto questiona a Globo, a Veja, a Folha, e não a Cargil, Monsanto ou Nestle.

rodrigo

A “burguesia” não é o problema. O problema são aqueles a quem a “burguesia” imita…

marco

Sr.Stedile.Concordo inteiramente com seu diagnóstico inteligente ao respeito dos vários problemas aqui abordados pelo sr.Gostaria contudo de chamar sua atencao para o fato de que os caracteres do sistema vigente,exigem que se proponha solucoes aos nossos problemas.Tais solucoes só serão alcanaçdas,com uma revolucao e a consequente eliminacao da propriedade privada.Sem isto,á impossível querer-se mudar alguma coisa.Os governos que ai estão,não lograrão sucesso pois são governos de característica pequeno-burguesa e não tem talento,por questão de classe.Um abraço e parabéns pelo artigo.

    Rodrigo

    É impressionante que ainda hoje existam pessoas como você, que condenam a propriedade privada. Não foram suficientes as fracassadas experiências na URSS, Alemanha Oriental, Coréia do Norte…
    Quantas pessoas mais precisam morrer de fome pra sustentar sua ideologia ultrapassada?
    Lamentável!

    Guilherme

    Em questão de fome nenhum sistema matou mais do que o capitalista!! Reveja suas anotações amigo!

    grilo

    Ainda não ouvi falar de fome em Cuba, apesar de todas as adversidades causadas ao pais pelo império do norte. Alíás, na terra imperial existe fome, mas a midia esconde.

    Josélio farias

    Rodrigo, sou obrigado a concordar com você pelo simples fato de que nos EUA (eca), foi feita a “reforma Agrária”, muito hilário isso. O “pobrema” é que as nossa “zelite” é do século XVI, só isso.

    Fabio Passos

    Falou e disse!
    Este regime podre esta destruindo a humanidade e o planeta.

    Precisamos derrubar a ditadura capitalista.
    Dar cabo destes tiranetes corporativos e parasitas miliardarios que nao tem compromisso nenhum que nao seja lucro.

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