Lava Jato questiona de novo credibilidade de mensagens, mas testemunhas reforçam veracidade do vazamento
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
O material não permite constatar o contexto e a veracidade do conteúdo. Os integrantes da força-tarefa pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela legalidade. A investigação, o pedido, a decisão e a execução de buscas e apreensões demandam semanas ou meses o que torna indigna de credibilidade a suposta mensagem.
A resposta acima foi dada pela Força Tarefa da Lava Jato em Curitiba sobre as revelações de que Deltan Dallagnol teria pedido que ações contra o então senador eleito Jaques Wagner fossem aceleradas, entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2018.
Um dos cálculos políticos do procurador para fazer o pedido pode ter sido o de que, em caso de vitória de Fernando Haddad, Wagner teria cargo fundamental num governo petista.
Por sua experiência política, o ex-governador baiano seria para Haddad o que Lula no governo representaria para Dilma.
O ex-presidente, como se sabe, foi impedido por Gilmar Mendes de assumir o cargo de chefe da Casa Civil de Dilma, um fato chave para selar o impeachment da petista.
A Lava Jato insiste em questionar os vazamentos, mas reportagem da revista Veja que está nas bancas, com material do Intercept Brasil, vai em sentido contrário.
A revista direitista de São Paulo encontrou duas testemunhas citadas em diálogo-chave entre o então juiz federal Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.
Em seu afã para condenar o ex-presidente Lula no caso do tríplex de Guarujá, Moro chegou a sugerir uma testemunha contra o ex-presidente ao MPF.
Pediu a Dallagnol, por escrito, que procurasse um homem que teria informações bomba sobre os negócios de um dos filhos de Lula.
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De acordo com a Veja, este homem é o técnico em contabilidade Nilton Aparecido Alves.
“Não sei por que meu nome está nessa história. Alguém deve ter falado alguma coisa errada”, disse Nilton à revista, sem confirmar se deu ou não depoimento formal ou informal ao Ministério Público.
De acordo com o que Dallagnol relatou a Moro, em resposta, Nilton teria voltado atrás na decisão de contar tudo.
O procurador chegou a sugerir ao juiz que poderia, “criando” uma notícia anônima, convocar Nilton a depor forçosamente — com o que, incrivelmente, Moro concordou.
A segunda testemunha localizada pela Veja é o empresário Mário César Neves, que reforçou a tese de que o MPF foi atrás da testemunha sugerida por Moro.
Neves confirmou ter sido o intermediário através do qual o MPF chegou ao técnico em contabilidade:
“O pessoal do Ministério Público me ligou, não sei mais o nome da pessoa, mas ela queria saber quem era o Nilton, que serviços ele prestava e como poderia encontrá-lo. Eu soube que o Nilton foi chamado para prestar depoimento logo depois dessa ligação para mim”, afirmou o empresário à revista.
Comentários
Gláucio
Se fosse para fazer adulterações nas conversas vazadas, o The Intercept teria utlizado termos mais claros para “inflar” as conversas, de modo a torná-las mais pesadas do que já são. O que se pode notar é que tais conversas foram feitas com os fatos ilegais sendo tratados pelos interlocutores de forma mais sutil, de quem tinha consciência de que estava fazendo coisa errada, mas não poderia ser dita de forma muito clara. A maioria dos bolsomínions não têm inteligência suficiente para compreender a gravidade da situação. Já a parte que consegue compreender isso, utilizam-se de dissimulações e má fé para interpretarem o caso.
JOSELITO
A ética que eles falam é a ética da mentira. Das acusações sem provas. São uns meliantes vestidos de procuradores.
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