Pela 9ª vez em dois anos, Renato é vítima da violência policial no Paraná; assista ao depoimento dele à CDHM em 2016
Tempo de leitura: 2 minpor Conceição Lemes
Na noite deste domingo, 9/9, Renato de Almeida Freitas Jr, candidato a deputado estadual pelo PT do Paraná, foi alvejado à queima-roupa pela Guarda Municipal de Curitiba com dois tiros de bala de borracha. Feriram as suas costas e mão.
Rosinha citou nominalmente Renato Freitas e Edna Dantas, também candidata a deputada estadual pelo PT/PR:
(..) mesma forma, no dia 07, durante o desfile cívico, Edna Dantas, candidata a deputada estadual pelo PT-PR, realizava manifestação em prol da libertação do presidente Lula junto a outros militantes do partido e foram agredidos e detidos pela Polícia
(…)
A única explicação que eu tenho é porque ambos são negros, do PT e dos movimentos sociais.
A violência policial deste domingo contra Renato não foi primeira.
Em 25 de agosto de 2016, por ser negro, Renato foi preso, espancado e humilhado pelas forças policiais do Paraná.
Renato é advogado criminalista e ativista de direitos humanos. Na época, era candidato a vereador de Curitiba pelo Psol.
O caso deu tanta repercussão que, em 14 de setembro de 2016, ele depôs à Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados (veja os vídeos acima).
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Ele vem de família muito pobre do Nordeste. Sua mãe, de São José da Princesa, no sertão da Paraíba, veio tentar a vida em São Paulo. Renato nasceu em Sorocaba, interior do Estado, logo depois foi para o Paraná.
Ele formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde fez mestrado também.
O depoimento dele é emocionante.
Vale a pena assisti-lo na íntegra.
O primeiro vídeo, no topo, é do depoimento propriamente dito.
O segundo contém as suas considerações finais.
Aí, ele revela que a OAB do Paraná nunca fez uma nota de desagravo à prisão dele em 2016, quando já era advogado.
Renato, portanto, é vítima do racismo sistemático da polícia de Curitiba, município que tem uma política histórica de higienização.
A Guarda Municipal não apenas feriu e prendeu arbitrariamente Renato Freitas.
A polícia do Paraná está também cerceando violentamente a liberdade de expressão e os direitos políticos de um político/advogado negro.
PS do Viomundo: A informação que eu, Conceição Lemes, tinha até ontem à noite, era que Renato Almeida já havia sido alvo de outra violência policial, a de agosto de 2016.
Ou seja, a deste domingo seria a segunda em dois anos.
Porém, numa transmissão ao vivo que fez ao meio dia desta segunda-feira, 10/9, Renato diz que foram várias.
Contatei-o para esclarecer.
Renato contou-me que já sofreu, pelo menos, seis abordagens policiais violentas, desde que a prisão em agosto de 2016.
Já violência policial com prisão e geração de inquérito foram três, desde agosto de 2016.
Ou seja, entre abordagens truculentas e prisões já são nove episódios após agosto de 2016.
Por isso, corrigimos o título. Inicialmente, era: Pela 2ª vez em dois anos, Renato é alvo de violência policial.
Alteramos para: Pela 9ª vez em dois anos, Renato é alvo de violência policial.
Comentários
Ellen Catharine
Boa noite, o terceiro vídeo está mostrando como “vídeo privado”, não dá pra assistir. O Vio Mundo pode consertar isso por favor.
É importante que todos estejamos engajados na proteção de Renato Freitas. Ele é o melhor parlamentar em toda a história de Curitiba e do Paraná.
ANTONIO
QUEM NÃO CONHECE O RAPAZ PENSA QUE ELE É UM PERSEGUIDO. TADINHO. FIGURINHA CARIMBADA. TODOS SEUS ATOS SÃO PREMEDITADOS. NÃO COMPRE GATO POR LEBRE.
Julio Silveira
E tem gente que prega relevar, perdoar, esquecer, coisas como essa, feita por esse tipo de gente, que agem assim na certeza da impunidade ou da punidade a um só lado. Coisas como essa são para guardar no peito e buscar correr para reparar de todas as formas e com todas as forças possiveis num país injusto, ilegal, irregular como o Brasil.
lando carlos
nota de desagravo da policia bandida esquece
Cláudio
No primeiro dos dois vídeos de cima, no começo da matéria, aparece, ao se acionar o ‘mouse’ para se tentar assisti-lo, aparece a mensagem “Execução do vídeo interrompida por um erro de rede”. O segundo vídeo e o terceiro (este no final, na parte de baixo do texto) consegui assistir completos.
Mas que canalhas esses da polícia do Paraná, canalhas e covardes, merecem todo o repúdio do Brasil inteiro. Nossa solidariedade aos candidatos do PT no Paraná e, em especial, a Renato de Almeida Freitas Jr, vítima constante desses bandidos fardados de racismo sistemático e que estão cerceando violentamente a liberdade de expressão e os direitos políticos de um político/advogado negro.
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