Pimenta: Ao pedir desculpas a Lula, procuradora confirma autenticidade da Vazajato; há muitas perguntas a responder; vídeo

Da Redação

As frases que a procuradora Jerusa Viecili disse sobre a morte de parentes do ex-presidente Lula foram: ao ser anunciado o falecimento da ex-primeira dama Marisa Letícia, ela perguntou com ironia “querem que eu fique pro enterro?”; quando morreu o neto Arthur, soltou a frase “preparem para a nova novela ida ao velório”, já que anteriormente Lula não tinha sido autorizado a velar e enterrar o irmão Vavá.

Mais de cinco horas depois do pedido de desculpas, quando eram 22:21, a procuradora voltou ao twitter, para acrescentar, talvez sobre pressão de colegas:

Lembrar de uma mensagem não autentica todo o conjunto. A existência de mensagens verdadeiras não afasta o fato de que as mensagens são fruto de crime e têm sido descontextualizadas ou deturpadas para fazer falsas acusações.

Os procuradores da Lava Jato nunca negaram que há mensagens verdadeiras, exatamente porque foram efetivamente hackeados. Contudo, não é possível saber exatamente o quanto está correto, porque é impossível recordar de detalhes de 1 milhão de mensagens em 5 anos intensos.

Porém, quando interessava, o próprio ministro Sérgio Moro lembrou-se de ter chamado integrantes do MBL de “tontos” em mensagem que trocou com o procurador Deltan Dallagnol quando ainda era juiz e houve manifestação diante da casa do ministro Teori Zavascki, então relator da Lava Jato no STF, em Porto Alegre.

Zavascki deu ao menos dois pitos públicos em Moro, um deles depois de considerar ilegal o vazamento de conversa telefônica entre a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, que o juiz deveria ter remetido ao STF por questão de foro:

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Repórteres da Folha de S. Paulo confirmaram o conteúdo de conversas que travaram com procuradores.

O El Pais, também parceiro do Intercept Brasil, fez um teste: “Com o auxílio de uma fonte externa ao The Intercept, que prefere preservar sua identidade, tivemos acesso a parte de um arquivo de mensagens de um dos chats mencionados nas reportagens e comparamos seu conteúdo com o material disponibilizado pelo site. O conteúdo é idêntico”.

Um procurador que participou das conversas confirmou em parte o conteúdo vazado, em entrevista ao Correio Braziliense.

A Lava Jato confirmou a decisão de que os procuradores sairam do Telegram depois de suposto ataque de hacker.

Mas, ficaram muitas perguntas a responder numa eventual CPI da Vazato: quem decidiu que os procuradores deveriam sair do Telegram? foi uma decisão coletiva ou de um chefe? o juiz Moro participou ou foi comunicado? há registros formais sobre o processo de decisão? Troca de e-mails?

São apenas algumas das dúvidas, uma vez que estamos falando aqui em destruição de provas e possível obstrução de Justiça, se houver comprovação de ação criminosa na troca de mensagens, para além de questões de ética.