Morador: “Contra o coronavírus, aqui na Cracolândia, é bomba, muito bomba!”; vídeo

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por Conceição Lemes

Quinta-feira, 23/04, Cracolândia, região central da cidade de São Paulo, próximo à hora do almoço.

A van branca que distribui o marmitex já estava estacionada.

Moradores já formam fila para pegar a comida.

De repente, a Polícia Militar (PM) começa a soltar bombas em direção a eles e à van.

A fila se desfaz e o almoço já era, como narra um homem no vídeo acima.

“Nos últimos tempos, isso tem acontecido todos os dias na hora do almoço”, denuncia o padre Julio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua.

No dia 8 de abril, o prefeito Bruno Covas  fechou o último serviço que havia na área, o Atende 2.

Ao mesmo tempo, forçou a transferência dos moradores da Cracolândia para a Baixada do Glicério.

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Muitos não foram. Resistem.

— O que aconteceu para a Polícia Militar agir com violência nessa quinta-feira? 

Segundo Padre Julio, a polícia sempre alega um destes motivos.

Houve um roubo na região e disseram que a pessoa correu para o meio dos moradores da Cracolândia.

Alguém ligou, fazendo uma denúncia.

Algum provocou provocou a polícia, se envolveu em briga.

“Na verdade, ao soltar bombas sistematicamente, a polícia quer dissuadir os moradores, que resistem, a sair da Cracolândia”,  observa padre Julio.

“Só que, apenas na base da violência, não vão conseguir”, avisa.

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