Milly Lacombe: Argentina manteve filosofia, Brasil trocou a alma pelo lucro

Tempo de leitura: 3 min

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Esperança

por Milly Lacombe, em seu blog, sugerido pelo Maurício Machado (reprodução parcial, vá aqui para ler tudo)

Amigos me perguntam por que gosto tanto da Argentina, e digo que gosto porque eles me oferecem doses de verdades. Os Argentinos jogam em nome de uma cultura que valoriza o drama, a intensidade, a paixão, a raça. Nunca foram conhecidos por jogarem com arte, mas por jogarem com intesidade e entrega. E apesar de terem “apenas” dois mundiais e de não ganharem um há quase 30 anos, não abriram mão de jogar por uma filosofia na qual acreditam, e que os representa. Não torço por uma nação, mas por valores e crenças e princípios. Em campo, os argentinos ainda dançam o tango e nós já não sambamos mais. Então, como acho que patriotismo é sempre a resposta mais imbecil que pode ser dada a qualquer pergunta, sei que não é porque nasci no Brasil e amo minha terra que preciso torcer pelo time que deixou de representar alguns dos valores que considero mais sólidos.

Enquanto a Argentina me oferece autenticidade, o Brasil me dá produtos. Neymar é um produto e nada nele soa autêntico. Do cabelo à cueca, passando pelas simulações e pelas caras e bocas, absolutamente nada ali me seduz. O novo rei da raça, David Luiz, também não. São, obviamente, jogadores muito acima da média, mas até a raça que David Luiz vomitou em todos os jogos me soa levemente exagerada e fabricada. Porque o ambiente da CBF, uma corporação que preza o dinheiro e o luxo e a arrogância, contamina absolutamente tudo que nela encosta, de jogadores a assessores de imprensa, passando por treinadores e entrevistas coletivas.

Movidos por essa empáfia, o título era dado como certo. Pintaram o ônibus da seleção com a estúpida frase, “Preparem-se, o hexa vem aí”. Parreira, que ontem antes do jogo parecia o tio-véio babão de calça de moletom e máquina fotográfca tirando foto dos jogadores em campo, dizia que a taça já era nossa. Era tão nossa que treinos podiam ser interrompidos para que a Globo gravasse o que bem entendesse. Vamos criar ídolos, porque ídolos vendem produtos, e esses produtos apoiam financeiramente tanto a CBF quanto emissoras de TV. Treino não rende grana, mas entradas ao vivo sim. Então, para aí o treino, ô Felipão, que a gente quer filmar.

Felipão, aliás, foi justamente escolhido para comandar o maior fiasco da história dos fiascos. Quem melhor do que ele para representar toda a decadência do nosso futebol?

Em 30 anos a CBF, com amplo apoio da mídia de massa, conseguiu montar uma seleção com a alma e a cara da nossa elite: violenta, covarde, dissimulada, abrutalhada, cafona. E enquanto o projeto “futebol pobre, seleção campeã, CBF milionária” se fortalecia, o futebol brasileiro agonizava. Estádios velhos, gramados que mais lembravam pastos, estrutura zero.

Tudo parecia que ia mudar em 2002, quando Lula ganhou a eleição e assinou imediatamente o Estatuto do Torcedor, coisa que seu antecessor nunca fez. Mas, depois da empolgação inicial, quando as coisas se encaminhavam para melhorar, Teixeira se aproximou de Lula e nada de fato mudou.

Essa é a história do fiasco como eu a vejo.

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Comentários

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Elias

Hoje a Argentina ficará com cinco prêmios Nobel e três Copas Mundiais. O Brasil ficará com cinco Copas Mundiais e com dez gols tomados em duas derrotas seguidas (em casa, com 300 mil torcedores nos sete jogos). Dá-lhe, Argentina!

PS : Excelente o artigo de Milly Lacombe. Parabéns.

PS 2: Cabalisticamente perdemos a Copa do Mundo de 2014 com 14 gols em nossas redes.

PS 3: E o admirador de Pinochet, apesar do chocante fracasso, dá entrevista coletiva com a mesma arrogância do carrasco chileno.

Álvares de Souza

O título certo deveria concluir assim: …. vendeu a alma ao diabo,

Isidoro Guedes

Excelente artigo de Milly Lacombe. Fecho com o pensamento dele em quase tudo.
A começar pelo goleirinho genérico (Júlio César, que na disputa do 3º lugar quase repetiu a mesma falha de quatro anos atrás) até o último jogador… essa seleção foi mesmo um fiasco, um fiasco treinado sob medida pelo ultrapassado Felipão que deixou o consórcio Globo – CBF sambar (e ganhar dinheiro – muito dinheiro – $$$) sobre os escombros de nosso futebol.

Ricardo JC

Apesar de há muito ter grande simpatia pela seleção argentina (mais precisamente com a vontade e a garra com que defendem as cores de seu país), tenho que discordar do texto. A filosofia do futebol argentino sempre foi parecida com a do futebol brasileiro…jogadores técnicos, com futebol vistoso e ofensivo. Aliado a isto, a determinação daqueles que estão lutando pelas cores de seu país. Da seleção argentina de outrora sobrou somente a última parte. A alma do futebol argentino não está presente nesta Copa. Jogam um futebol truncado, defensivo e excessivamente tático. Eu diria um futebol até…feio, porém eficiente. Predominam os jogos com resultados apertados (1×0 e 0x0), que provam que esta seleção argentina não tem o mesmo futebol de antes.

Fabio Passos

É demais.
Estava achando graça na defesa de marin-ladrão-de-medalha feita com paixão pelos PiG-boys… mas não encontrava razão para tamanha estupidez.

Agora a verdade vem a tona… aécio neve é comparsa de marin-ladrão-de-medalha!!!

aécio neve até homenageou o pilantra. rsrs

Está bombando em toda toda a rede.

Confiram só… lá no Nassif:

“Aécio Neves é amigo de José Maria Marin e o homenageou, escondido, no Mineirão. Deu-se mal porque o que escondeu em sua página na internet, Marin mandou publicar na da CBF. Aécio também é velho amigo de baladas de Ricardo Teixeira… ” 

http://jornalggn.com.br/noticia/as-ligacoes-de-aecio-e-marin

Marat

Quem perdeu de 7 x 1 não foi o Brasil. Foi o Brazil.

    Lukas

    Fugindo da derrota como um covarde.

lulipe

Espero que o Brasil se mantenha o mais longe possível dessa “filosofia” Argentina. 24 anos sem chegar a uma final, campeã em 78, copa comprada pelos militares, campeã em 86, após passar de fase com um gol irregular. Só o Pelé ganhou mais que eles juntos…Quero crer que o autor tenha escrito um texto com viés humorístico, só assim para levar a sério!!!

    Fabio Passos

    Tenha respeito, PiG-boy. A Argentina chegou com mérito até a final.
    Enquanto isso a “filosofia” de seu compatriota marin-ladrão-de-medalha envergonhou a toda a nação.

Fabio Passos

“…a CBF, com amplo apoio da mídia de massa, conseguiu montar uma seleção com a alma e a cara da nossa elite: violenta, covarde, dissimulada, abrutalhada, cafona.”

Não sei se a seleção era assim… mas assim descrição da “elite” branca e rica é perfeita. rsrs

Temos de nos livrar dos proxenetas do nosso futebol: cbf e globo!

anac

O Felipão e Parreira foram escolhido a dedo para dirigir uma seleção brasileira fadada ao fracasso. Em que o fiasco já era previsto e dado como certo.

Campeões do mundo como técnicos em 1994 e 2002 eram os únicos que poderiam segurar a onda negativa no caso de perda do titulo.

Obsoletos e incompetentes contribuíram para a derrota humilhante perante a Alemanha, o inesquecível 7 x 1.

Amanhã Van Gaal vai lhe dar outra lição, um nó tático, outra derrota talvez tão humilhante quanto a do 7 x 1.

Mesmo assim Felipão vai manter o mesmo discurso, arranjar desculpas para a surra e bradar o titulo de 2002. Quem vive do passado é museu.

Melhor o Brasileiro adotar outro esporte para torcer. Os jogadores brasileiros como o texto diz são produtos para serem vendidos para todos faturem, técnicos, dirigentes e jogadores, enriquecendo cada vez mais, enquanto a seleção brasileira empobrece em todos os sentidos até imageticamente.

Eudes Hermano Travassos

Em suma, o que Pelé construiu com os pés, destruiu com a caneta.

Lukas

A Argentina não chega a uma final desde 1990. Aliás, não passava das quartas de final desde 1990.

De lá pra cá o Brasil foi duas vezes campeão mundial, uma vez vice e chegou este ano às semi-finais.

A autora estava guardando este texto há 24 anos? Cadê o texto dela sobre os 24 anos de fiascos argentinos? Escrever um texto esculhambando o Brasil quando ele foi derrotado por 7×1 é fácil! Mais fácil ainda é exaltar o futebol argentino quando ele chega a final. Quando o Brasil vencia e a Argentina perdia já não era assim? Ou não? Por que não escreveu este texto antes?

PS. “Nunca foram conhecidos por jogarem com arte” – três palavras para Milly (Maradona, Messi e Di Stefano). Deixemos Ardiles, Redondo, Riquelme e outros que ela não faz ideia quem são de fora.

    Luiz Clete

    Mas que “filosofia” a Argentina mantém? Eles vendem seus jogadores ainda na maternidade, veja o Messi, NUNCA jogou profissionalmente na Argentina. A unica diferença hoje da AFA para a CBF é que a Argetina está na final e o Brasil disputando o terceiro lugar, de resto as duas se movimentam pelo grana dos patrocinadores.

edir

Ajudem a divulgar o vídeo explicativo sobre a lei de média.
Há vários memes, textos e vídeo chamando a lei de mídia de lei da ditadura. È nosso dever ajudar a levar o conhecimento o máximo que puder.

http://www.youtube.com/watch?v=DtKIGlW-QDE#t=163

edir

Vou torcer para a Argentina, apesar de ser casada com um alemäo e viver na ALemanha.

Lucas

A DERROTA do Brasil é a derrota do neoliberalismo… foi esse modelo que matou nosso futebol e tem como único e exclusivo fim, o dinheiro… que não tem princípio algum… a derrota não foi do povo brasileiro…

Carlos Fuentes

Como argentino que mora a 12 anos no Brasil, sempre no Rio, com tudo respeito, discordo da grande maioria do que escreve a autora do texto.

Por problemas familiares fui e voltei como 6 este ano a Buenos Aires e comprovei que enxurrada de propagandas da pátria em chuteira, Messi como produto até dentro de geladeira da minha casa, a tanto um produto lá como Neymar aqui.

Sem contar com relatores-chauvinistas que hoje fazem parecer os de Brasil o exemplo a isenção jornalística.

A autora esqueceu de citar o quê a AFA, o quê Grondona, como destruiu o futebol argentino, os negociados, clubes falidos, barras-bravas, o silêncio da imprensa durante 30 anos, que só investigou a malezas do futebol nacional quando Grondona se associou ao Estado, que Argentina e a seleção com maior meia de idade e que não revela um crack sério desde Di Maria em 2007-2008.

Se não ganhar domingo, Argentina vai passar muitos, muitíssimos anos mais na fila.

Abs

Leo V

Esse texto dela é muito bom, vale ler inteiro. Gosto especialmente da parte que ela retrata como a TV tem que criar esses “Fenômenos” fabricados, como Neymar, por uma questão de interesse comercial.

Alexandre Tambelli

A comparação Tango X Samba da Milly para com o Futebol do Brasil e da Argentina é dentro de campo! Ela não falou da estrutura fora de campo na Argentina.

Bertold

E ai Viomundo, vai silenciar sobre Israel esta vez?

    Nelson

    Bertold

    No livro “Piratas & Imperadores, Antigos & Modernos-O Terrorismo Internacional no Mundo Real”, o linguista e filósofo Noam Chomsky, nascido nos Estados Unidos e descendente de judeus [1], afirma, com todas as letras:

    “As duas maiores organizações terroristas do planeta são o governo dos Estados Unidos e o governo de Israel.”

    Portanto, o que as Forças Armadas israelenses estão perpetrando, uma vez mais, contra o povo palestiniano nada tem a ver com direito de defesa.

    [1] A princípio, Chomsky não pode ser acusado de nutrir ódio doentio pelos EUA e Israel.

Fernando

Engraçado como as pessoas acham pecado ter lucro.

    Valdeci Elias

    No capitalismo moderno é possivel ter lucro na desgraça. Como acionistas lucrarem milhões, enquanto sua firma quebra. Ou como uma comissão tecnica enriquecer , enquanto o time de futebol vai pro brejo .

Alessandro

Por favor, a autora mistura alhos com bugalhos.
A decrepitude de nosso futebol é a mesma da América do Sul.

Ela exagera ao mencionar o lado cafona em algumas atitudes dos jogadores brasileiros. Não é caso para tanto, tampouco para indicar que esse mesmo emocional, do lado argentino, soaria como tango, como algo verdadeiro.

O futebol é negócio. É negócio lá, aqui, em qualquer lugar. Tem até jogo no meio, mas é um negócio. O erro brasileiro é que a estrutura do negócio é feudal, diria até que é pré-feudal. No resto do mundo é uma estrutura capitalista moderna.

Quando uma gestão feudal se choca uma gestão capitalista moderna, para além dos óbvios resultados em campo, temos o rebaixamento da segunda pela primeira nas trocas comerciais e nas cláusulas obscuras, ou seja, temos os interesses capitalistas subjugando os sistemas feudais por meio das lavagens de dinheiro internacional, do canibalismo concorrencial.

É isso. O resto é pelo em ovo.

    Mauricio Bernardi

    Faço minhas as suas palavras.

Mário Malerba

Gosto dos textos da da Milly, mas faça-me o favor, querer usar o exemplo argentino pro futebol brasileiro não dá né.

Os clubes argentinos estão tão ou mais quebrados que o nosso, assim como o nós todos os craques jogam no exterior, o Messi saiu de lá com 12 anos, Milly, assim como nós, não conseguem, manter seus jogadores por lá.

O futebol deles está tão quebrad0, que perdem jogadores até para o decadente futebol brasileiro, que conta com Dalessandro, Conca, Barcos, entre outros bons jogadores que poderiam jogar no seu país, recentemente perderam um técnico de destaque do Velez pro combalido Palmeiras.

E a AFA? Qual a diferença dela pra CBF, o Grondona está lá há quase 40 anos, um sujeito no mínimo da mesma laia do Teixeira, do Marin e do Del Nero, entendo a bronca da Milly com a CBF e por extensão a seleção brasileira, ainda que não tenha deixado de ser corintiana por causa do Dualib, do Kia e de tanta coisa errada que aconteceu no seu clube de coração, mas usar o futebol argentino como exemplo não dá, existem modelos aos montes para isso.

Assalariado

E na argentina é tudo lindo né?

É igual dizer que torce mais pelo seu clube porque a CBF é corrupta. E a diretoria do seu clube não é né? Não estoura nenhum escândalo por lá.

Enfim, é muita desinformação sendo veiculada, neste texto por exemplo o que tem de ponta solta.

Mulher e futebol não vira..

    assalariado.

    Eae, fake! Você vai continuar a opinar coisas que eu não concordo. É estas querendo confundir a galera e o viomundo.

    Saudações Socialistas.

    Fabio Passos

    Bem vindo!
    Este “assalariado do PiG” está queimando o filme dos trabalhadores brasileiros. rsrs

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