Inimigo número um de Evo, acusado de conspirar para assassiná-lo, agora depende da assinatura de Moro para voltar à Bolívia
Tempo de leitura: 4 minDa Redação
O inimigo número um do presidente da Bolívia, Evo Morales, está aguardando uma assinatura do ministro da Justiça Sergio Moro para retornar a seu país de origem.
A informação foi publicada pela revista Veja.
De acordo com a publicação, o magnata Branko Marinkovic “pediu ao governo brasileiro autorização para retornar a seu país de origem”.
“Asilado no Brasil desde 2010 e refugiado político desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Marinkovic só pode deixar o Brasil com autorização do Estado brasileiro. O pedido foi encaminhado ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), subordinado ao ministro Sergio Moro”, disse a publicação.
Notem o timing: Branko obteve o status de refugiado no Brasil depois do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.
Assim, pode tramar desde São Paulo, sob a proteção do Estado brasileiro, a derrubada de Evo Morales, em parceria com Luis Fernando “Macho” Camacho, que o sucedeu na liderança do Comitê Cívico de Santa Cruz de la Sierra.
Branko liderou a campanha para derrubar Evo Morales depois que o presidente indígena assumiu o poder, em 2006.
A crise recrudesceu em 2008, tendo como epicentro Santa Cruz de la Sierra, depois que medidas de Evo contrariaram a elite econômica do país.
Santa Cruz de la Sierra, a maior cidade da Bolívia, na planície, representa o interesse dos mestiços e imigrantes brancos, que se contrapõem aos indígenas andinos com forte tintura racista.
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O chanceler Celso Amorim, com os colegas diplomatas do grupo de amigos da Bolívia, mediou o acordo que manteve Evo Morales no poder então.
Em 2009, Branko Marinkovic foi formalmente acusado de dar 200 mil dólares a um grupo que planejava matar Evo Morales.
Uma unidade de elite da polícia boliviana invadiu o hotel onde eles se reuniam em Santa Cruz e matou três. Dois sicários conseguiram fugir.
De acordo com o site Grayzone, o governo da Bolívia divulgou a foto acima, do jornalista Eduardo Rosza-Flores, da Opus Dei, e do irlandês Michael Dwyer, também ligado à extrema-direita, ambos envolvidos no complô.
Rosza-Flores, o chefe do grupo, foi morto no hotel de luxo, fortemente armado, apesar de não ter fonte de renda.
Ele teria sido trazido à Bolívia pelo líder de uma ONG utilizada como fachada pelos Estados Unidos para promover mudança de regime, a Human Rights Foundation: Hugo Achá Melgar.
Quatro dos cinco envolvidos no complô, segundo o governo da Bolívia, tinham ligações com milicianos de extrema direita do Leste europeu, da Hungria e da Croácia — país de origem de Branko.
Desde o colapso da União Soviética, a bandolagem do Leste Europeu presta serviços variados: mercenários se envolvem em disputas políticas, tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro, dentre outras.
Mensagens trocadas entre Rosza-Flores e um agente duplo da CIA, Istvan Belovai, ex-agente de inteligência militar da Hungria, reforçaram a suspeita de envolvimento dos Estados Unidos no complô.
Branko Marinkovic negou sua participação, mas fugiu para os Estados Unidos e em 2010 veio para o Brasil.
Foi alvo de expropriação.
Um perfil do magnata publicado pelo New York Times o descreveu como interessado, acima de tudo, em defender seus interesses econômicos.
Filho de imigrantes croatas, com dupla cidadania, Branko é latifundiário também na Croácia e era sócio do Banco Economico, com filiais em toda a Bolívia.
Foi acusado de ter ligações com o grupo Falange Socialista da Bolívia, de inspiração franquista, e de ter organizado um grupo paramilitar com mercenários de Montenegro, terra de origem de sua mãe.
Ele nega todas as acusações, diz que foi alvo de assassinato de caráter e, por sua vez, diz que Evo Morales fez da Bolívia um narcoestado.
Partidários de Evo Morales dizem que a fortuna da família Marinkovic começou com a invasão de terras que pertenciam à etnia Guarayo na região de Santa Cruz.
Esta seria a explicação para a rejeição de Branko às políticas de Evo Morales que favorecem os povos originários, majoritários na Bolívia, com destaque para aimarás e quéchuas.
No Brasil, Branko militou junto às hostes bolsonaristas pela derrubada de Evo Morales, tendo participado inclusive da Cúpula Conservadora das Américas, promovida com dinheiro público do PSL, pelo clã Bolsonaro, por inspiração do guru da extrema direita mundial Steve Bannon, mentor de Donald Trump.
CIA, Mossad, quem mais? Ainda não sabemos.
O timing de fato impressiona: refugiado político oficialmente depois da derrubada de Dilma Rousseff (governo Temer), base política em São Paulo conectada com Santa Cruz de la Sierra, ligação umbilical com o bolsonarismo e retorno à Bolívia agora na mesa de Sérgio Moro.
Além de Jair Bolsonaro, Branko é fã do venezuelano Leopoldo López, que fracassou na tentativa de assumir o poder à força na Venezuela.
Em sua conta no twitter, ele já avisou que não pretende concorrer nas eleições vindouras na Bolívia e disse que seu retorno ao país é questão de dias.
Adversários dizem que o empresário atua nos bastidores, numa espécie de internacional de extrema direita.
Ela vem se aglutinando em torno de lideranças neo fascistas para derrubar governos e impor políticas ultraneoliberais, atuando à margem das instituições para cooptá-las ou assaltá-las, utilizando milícias físicas e digitais.
Comentários
Zé Maria
CONDORTEL
As Empresas de Comunicação do braZil, como de resto toda a Imprensa
da América, de Norte a Sul, são partícipes dos Golpes de Estado praticados
pelas Força Armadas contra os Presidentes Eleitos, assim como é Cúmplice
dos Assassinatos cometidos pela Polícia nos Países Latino-Americanos.
“A Regra de Sangue da Operação Condor,
a Aliança Mortífera das Ditaduras do Cone Sul”
Aliança das ditaduras de Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia,
permitiu a troca de informações e livre trânsito para perseguir, torturar e matar
opositores no Continente Americano
“Os Estados Unidos também forneceram, através da CIA,
um avançado sistema de comunicação que era utilizado
entre todos os países chamado Condortel”
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/29/politica/1553895462_193096.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/27/internacional/1464377638_258435.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/02/internacional/1388691938_749198.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/10/internacional/1441836066_190161.html
https://www.viomundo.com.br/politica/luiz-claudio-cunha-as-garras-do-brasil-na-operacao-condor.html
https://www.viomundo.com.br/politica/ex-agentes-da-operacao-condor-condenados-na-argentina.html
https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/marcelo-zero-executada-pelos-sistemas-judiciais-sob-ordens-dos-eua-operacao-condor-ii-arruina-america-do-sul.html
https://jornalggn.com.br/artigos/o-cone-sul-e-a-operacao-condor-2-0-por-cesar-calejon/
https://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/michael-roberts-o-mundo-esta-endividado-a-recessao-vem-ai-com-bolsonaro-moro-e-a-operacao-condor-do-seculo-21.html
Zé Maria
Estamos revivendo uma Operação Condor,
inclusive com uma CondorTel mais sofisticada.
A ALESP vai homenagear o Ditador Pinochet,
a requerimento do PSL da Janaína Paschoal.
Uns dias mais e vai ser o Stroessner, depois
o Videla e o Galtieri, mais adiante o Barrientos,
e o Banzero, e o Médici, e o Geisel, e por fim
vão erguer uma estátua do General Fulgencio …
Renata
Não está fácil. Eles usam artimanhas e formas de organização difíceis da esquerda combater, especialmente porque contam com apoio e grana dos EUA, think tank, ongs, etc.
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