Após cinco leilões, multinacionais já são donas de 75% das reservas do Pré-Sal
da Federação Única dos Petroleiros
Como já era previsto, as petrolíferas estrangeiras fizeram a festa durante a 5ª Rodada de Licitação do Pré-Sal, onde arremataram mais de 90% dos 17,39 bilhões de barris de petróleo que foram leiloados.
Fazendo a equivalência entre os R$ 6,82 bilhões que o governo arrecadou em bônus de assinatura e o valor atual do barril de petróleo, chegaremos a bagatela de R$ 0,34 o preço médio pago por cada barril do Pré-Sal leiloado.
Para protestar contra mais esse crime de lesa pátria, a FUP e seus sindicatos realizaram manifestações em frente às sedes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Rio de Janeiro, e da Petrobrás, na Avenida Paulista (SP), além de atos e mobilizações nas bases da petrolífera brasileira.
Na terça-feira (25), a FUP também ingressou com uma Ação Civil Pública, cobrando a suspensão da 5ª Rodada.
Todos os quatro blocos ofertados pela ANP no leilão desta sexta-feira, 28, foram arrematados em questão de minutos.
A britânica Shell e a norte-americana Chevron levaram sozinhas o bloco de Saturno, na Bacia de Santos, o mais valioso, com reservas estimadas em 8,3 bilhões de barris de petróleo.
A ExxonMobil (EUA), a BP (Reino Unido), a CNOOC (China), a QPI (Catar) e a Ecopetrol (Colômbia) dividiram os outros dois blocos da Bacia de Santos (Titã e Pau Brasil), enquanto a Petrobrás se contentou com o bloco de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos, o menos disputado.
Apoie o VIOMUNDO
Esse foi o quarto leilão de campos do Pré-Sal, no Regime de Partilha de Produção, que o governo Temer, sem a legitimidade das urnas, realizou em dois anos de golpe.
Neste curto espaço de tempo, as petrolíferas estrangeiras abocanharam a maior parte das reservas do Pré-Sal brasileiro que foram licitadas.
Ao todo, 13 multinacionais já se apropriaram de reservas equivalentes a 38,8 bilhões de barris de petróleo, de um total de 51,83 bilhões de barris que foram leiloados.
Juntas, essas empresas concentram 75% das reservas, onde são operadoras em seis dos 14 blocos licitados.
As britânicas Shell e BP já acumulam 13,5 bilhões de barris de petróleo em reservas do Pré-Sal. Mais do que a própria Petrobrás, que detém 13,03 bilhões de barris em campos leiloados nas cinco rodadas da ANP.
“É o pagamento do golpe. Ou alguém ainda tem alguma dúvida?”, indaga o coordenador em exercício da FUP, Simão Zanardi Filho, lembrando que, assim que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi aprovado no Senado, o Congresso aprovou imediatamente o projeto do senador José Serra (PSDB/SP), que, atendendo à promessa feita às petrolíferas estrangeiras, tirou da Petrobrás a exclusividade na operação do Pré-Sal e acabou com a obrigatoriedade da estatal ter participação mínima de 30% nos leilões.
“Essa foi a primeira de várias outras contas do golpe que foram pagas pelo povo brasileiro. Por isso, é fundamental elegermos um governo e um Congresso comprometidos com os interesses nacionais . Só assim, conseguiremos deter a entrega do Pré-Sal”, afirma Simão.
Leia também:
Comentários
Nelson
O petróleo do Pré-Sal poderia se tornar um passaporte para que nosso país viesse a atingir um estágio superior de desenvolvimento, garantindo assim a vida digna a que cada brasileira e cada brasileiro tem direito.
–
Mas, assim como já ocorreu com outras riquezas abundantes de que dispúnhamos, como o manganês da Serra do Navio, ou que está acontecendo com o minério de ferro de Carajás e outros minérios, o Pré-Sal acabará fazendo a farra de lucros de grandes corporações e de alguns milhares de acionistas.
–
O grande capital seguirá lucrando à tripa forra. A grande maioria dos brasileiros continuará alijada do acesso à educação, à saúde, à moradia, ao saneamento básico e a outros direitos que deveria estar desfrutando se a nossa Constituição estivesse sendo respeitada.
Nelson
E ainda há inocentes, para não dizer outra coisa, acreditando firmemente que é só o Temer sair, em janeiro, para ser preso. Eu fico me perguntando: como é que podem ser tão indigentes assim em termos de compreensão do mundo em que vivemos?
–
Para não entregarem seus pescoços, Temer, Padilha, o “Gato Angorá”, e a base de apoio desse governo corrupto, golpista e vende-pátria no Congresso Nacional, preferem hipotecar o futuro de 200 milhões de brasileiros.
–
Começaram com a guerra econômica contra o segundo governo de Dilma. Seguiram em frente com o impedimento da presidente, sob um motivo não existente na Constituição.
–
E, depois que aplicaram o golpe e assumiram o poder, passaram a entregar, a grandes corporações, notadamente estrangeiras, o patrimônio e as riquezas pertencentes ao povo brasileiro.
–
Mas, não pararam por aí. Não satisfeita em oferecer tantas benesses ao grande capital, a camarilha podre passou a cassar os direitos dos trabalhadores e do povo brasileiros para que este possa ampliar ainda mais seus lucros às custas do desespero da grande maioria.
Muchacho
Azenha, muito triste essa notícia !! Esses valores são auditáveis ? Pq não uma denúncia internacional ?
Deixe seu comentário