Fernando Brito: Moro falta com a verdade quando diz que pune quem ameaça Jean Wyllys
Tempo de leitura: 2 min
Moro pega caso de 2011/12 para dizer que pune quem ameaça Wyllys
por Fernando Brito, no Tijolaço
Em nota oficial emitida neste sábado (na íntegra, ao final), o Ministério da Justiça, chefiado por Sérgio Moro lamenta a decisão do deputado Jean Wyllys de renunciar ao mandato e deixar o país, mas diz que “não há omissão das autoridades constituídas” na identificação e punição aos que ameaçam o psolista.
Dá como exemplo solitário a prisão de Marcelo Valle Siqueira Mello, membro do grupo autointitulado ‘Homens Sanctos’, que foi preso em 2018, segundo a nota, por fazer ameaças contra Wyllys .
Não é verdade.
Marcelo foi preso em maio de 2018, em razão de um inquérito policial iniciado em 2012, muito antes de Wyllys denunciar ameaças.
Inquérito que, aliás, começara um ano antes, como se pode ler no mandado de busca, apreensão e prisão do cidadão, assinado em abril deste ano pelo Juiz Marcos Josegrei, da 14a. Vara Criminal.
O documento, em PDF, está aqui.
Aliás, o sujeito já fora condenado na Operação Intolerância (ação penal nº 5021040-33.2012.4.04.7000) pela prática de crimes via internet, através de postagens destinadas a disseminar o ódio, o racismo e a discriminação, “fatos ocorridos no período de outubro a dezembro de 2011”.
Na peça, em 36 páginas, o nome de Jean Wyllys não é citado uma única vez.
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O Ministério da Justiça “reciclou” um criminoso de ódio para “demonstrar” que está agindo contra os que ameaçam o deputado, usando um caso antigo e, aparentemente, não relacionado com as ameaças que o deputado sofre.
Aliás, não deve saber que os áudios em que o cidadão recomenda que os homens sejam “canalhas” para serem bem sucedidos com mulheres – que seriam satânicas, aliás – continuam podendo ser acessados na internet e que o canal dos tais “Homens Sanctos” continua ativo no Youtube, veiculando propaganda nazista.
Até porque Marcelo, preso desde maio, não poderia ser o autor de tentativas de intimidação recente.
O Ministério de Moro deveria caprichar mais nas respostas, limitando-se a informar a verdade e não pegando um condenado “na prateleira” para tentar apresentar serviço.
A mistificação só ajuda a dar razão ao que diz Jean Wyllys.
Nota
Leia a íntegra da nota divulgada pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública:
Nota do MJSP sobre ameaças ao deputado federal Jean Wyllys
Ao longo de 2017 e 2018, foram instaurados diversos inquéritos pela Policia Federal para apurar ofensas e ameaças contra o deputado federal Jean Wyllys.
As investigações estão em andamento, mas já foi possível identificar um dos autores, Marcelo Valle Silveira Mello, preso em 2018, membro do grupo autointitulado “Homens Sanctos”, e que se servia da identidade de Emerson Setim para fazer ameaças ao deputado.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública repudia a conduta dos que se servem do anonimato da internet para covardemente ameaçar qualquer pessoa e em especial por preconceitos odiosos.
Lamenta-se a decisão do deputado de deixar o pais, mas não corresponde à realidade a afirmação de que há omissão das autoridades constituídas.
Comentários
LUIZ HORTENCIO FERREIRA
Muito inocente o Sr. Fernando Brito! Esperava qual atitude do tal moro? Parece até que acha o tal moro heroi nacional e paladino da justiça! rsrsrsrsrsr.
Faça me o favor!!!!!!!!!!!!!!!! Muito inocente ou partidário da filosofia dos tais magistrados que viram minsitro da justiça em troca de julgamentos tendenciosos, imorais e ilegais, que só mesmo neste nosso pais para acontecer e todos deixarem passar!!!
Zé Maria
Tal como o juizéco fez com Lula,
os doutores da lei, aplicando a Torá,
condenaram Jean ao Apedrejamento,
com Sentença confirmada pelo Sinédrio.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pentateuco
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Sin%C3%A9drio
Hudson
De fato, o documento citado por Moro não menciona ameaças a Jean Wyllys, mas, segundo a Lola, o terrorista fazia, sim, essas ameaças há muitos anos:
http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2019/01/obrigada-por-tudo-e-volte-logo-jean.html
«Lembram de um site mascu/ neonazista que pregava o assassinato de mulheres, negros e LGBT, que viralizou em 2011 e que culminou na Operação Intolerância, em que dois misóginos, racistas, homofóbicos (e desde aquela época já fãs de um certo político que hoje é presidente), Marcelo e Emerson, foram presos? Seus alvos preferenciais eram Jean e eu. Quase todo dia havia ameaças de morte fresquinhas contra nós, oferta de recompensas para quem nos matasse… Parte dessas ameaças só pararam entre 2012 e 2013, enquanto os dois líderes estavam presos, e mais recentemente a partir de maio de 2018, quando Marcelo foi preso novamente (e em dezembro foi condenado a 41 anos de prisão).»
Moro tenta ocultar, no entanto, que as ações oficiais não garantem de fato segurança. Tanto é que Marielle foi assassinada pela familícia, assim como ocorre, por comparação, com inúmeros feminicídios, diariamente, cometidos sob “medidas protetivas”.
O texto do Tijolaço tem imprecisões, mas não isenta o Estado da falta de segurança (pra não dizer ameaças, como as dos bolsonazis, com o silêncio conivente −ou zombaria explícita− do ALCAponey).
https://theintercept.com/2019/01/22/bolsonaros-milicias/
Hudson
Veja-se o blog da Lola Aronovich para informações precisas; o Fernando Brito se enganou.
Conceição Lemes
Oi, Hudson. Vou olhar. Obrigadíssima. abs
Conceição Lemes
Hudson, por favor, daria pra vc colar aqui o que a Lola diz? Fiz uma busca no PDF sobre a decisão o Jean não é citado uma única vez. abs
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