Em MG, dono de fazenda chama MST para reunião e jagunços armam emboscada; 7 sem terra são baleados
Tempo de leitura: 3 minÀ esquerda, acampamento Alvimar Ribeiro após a emboscada aos seus integrantes pelos jagunços de Leonardo Andrade, o dono da fazenda. Leonardo é sócio de Ruy Muniz, ex-prefeito de Montes Claro (MG), de quem foi também Desenvolvimento Sustentável, Meio Ambiente e Agricultura. Ruy foi preso no dia seguinte à votação do impeachment da presidenta Dilma. Naquele trágico domingo, a esposa de Ruy, a deputada Raquel Muniz, dedicou o voto à integridade moral do marido afirmando que “o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós, com sua gestão. Por isso eu voto sim, sim, sim”. Além de hipócrita, pagou o mico histórico
após emboscada aos integrantes dos jagunços de Leonardo Andrade
Em MG, Leonardo Andrade arma emboscada e sete sem terra são baleados
Momentos de terror viveram cerca de 300 pessoas cruelmente alvejados por pistoleiros.
por Geanini Hackbardt, na Página do MST, em 09/04/2017
Integrantes do acampamento Alvimar Ribeiro foram recebidos a tiros por pistoleiros na sede da Fazenda Norte América, em Capitão Eneias-MG, neste domingo (09/04).
Os militantes do MST se dirigiam para uma reunião, por volta de 7h30 da manhã, chamada pelo administrador da Fazenda, quando foram surpreendidos por vários jagunços. Os feridos relataram que o próprio latifundiário estava dirigindo sua Hilux enquanto os pistoleiros atiravam continuamente de cima da carroceria.
Uma das vítimas relatou que se trata de uma emboscada e que os 300 Sem Terra presentes estavam desarmados.
“O administrador da fazenda insistiu por uma reunião e nós acabamos aceitando. Ao chegar à cancela fomos recebidos a bala por cerca de dez jagunços. Eles atiraram sem dó e nem piedade. Tinha crianças, idosos, grávidas. Nós vimos o dono da fazenda no lugar. Pedimos pra não atirar. Abaixamos pra não sermos baleados, foi uma covardia”, conta Géssica Thais Gonçalves Freitas, de 24 anos, que levou um tiro na perna.
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Entre os feridos estão Fabrício Alvins Lima, baleado na barriga, de 31 anos, e Vildomar Oliveira Gomes, também de 31 anos, baleado no pescoço. Outras pessoas foram feridas com tiros de raspão, entre elas uma criança de dez anos, ferida no rosto. A polícia militar está no local colhendo depoimentos dos envolvidos.
A ocupação
A fazenda, de 3 mil hectares, era improdutiva, foi ocupada em janeiro deste ano e pertence ao grupo Soebras, da família Andrade. Atualmente há 650 famílias acampadas no local, já produzindo.
Leonardo Andrade, sócio do ex-prefeito de Montes Claros, Rui Muniz, se identificou como proprietário e se dispôs a vender as terras ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Este deveria destiná-las à criação de um assentamento, no entanto, a morosidade do Instituto permitiu o acirramento do conflito instalado.
Para Ênio Bohnenberger, da Direção Nacional do MST, tais conflitos são causados pela falha do Estado. “A violência no campo se alastra na medida em que o Estado se omite em relação à Reforma Agrária. Mas atualmente, a situação é muito pior, pois é promovida pela aliança entre o Governo Golpista de Michel Temer e as bancadas da bala e do boi”, analisa o dirigente.
A sociedade entre Leonardo Andrade e Ruiz Muniz
A Soebrás é uma das várias entidades filantrópicas ligadas a Ruy Muniz, que estão sob investigação por desvio de recursos federais e da prefeitura de Montes Claros.
O ex-prefeito e alguns de seus sócios foram já foram detidos em 2016. Um deles é Leonardo Andrade, que ocupava o cargo de secretário de Desenvolvimento Sustentável, Meio Ambiente e Agricultura na prefeitura.
Existem indícios de que a fazenda era utilizada pelo ex-prefeito de Montes Claros (MG), Rui Muniz e seus sócios, para lavagem de dinheiro. A área possui uma dívida milionária no banco, foi arrematada pelo grupo Soebrás (Sociedade Educativa do Brasil), porém, nunca foi paga.
Ruy Muniz foi preso em 2016 no dia seguinte à votação do impeachment da Presidente Dilma Roussef. Na ocasião, sua mulher Raquel Muniz, deputada, dedicou o voto à integridade moral do marido afirmando que “o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós, com sua gestão. Por isso eu voto sim, sim, sim”.
Atualmente ele responde a processo, acusado de estelionato, falsidade ideológica, prevaricação e desvio e|ou apropriação de recursos públicos.
*Editado por Rafael Soriano
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Comentários
Mineiro
Que me niessasdesculpem, mas como o mts ainda cai nessas armadilhas? Não tem como nessa altura do campeonato tentar fazer acordos com latifundiários facista nazista ? Pelo menos já vai conversar com vermes malditos que em um local seguro e longe de assassinos. Como pode ir de mão abanando com boas intenções e achar que esses vermes desgraçados não vai fazer nada?tenha a Santa paciência, de boas intenções o inferno tá cheio ou o mts ainda não aprendeu que eles são nossos inimigos, e olha que já aconteceu isso. Tenha a Santa paciência o Brasil está em guerra e o mts ainda vai conversar com latifundiários, aí não da.
Renato
Nao so a favor dq foi feito. Mais pq nao vao trabalhar pra comprar suas terras ao inves de esta querendo se apropriar de terras aleias. Muito bonito compro um terreno e vir gente invadir.
Jader Oliver
A reportagem deixa bem claro, os criminosos não pagaram pelas terras, eu conheço bem Ruy Muniz ele é estelionatário, comprou um Colégio de um Padre, forjou dividas, não pagou e usa o alvará de instituição religiosa para não pagar impostos, em fim um político como quase todos.
Cláudio
latifundiário = bandido
a.ali
Os “de bem” expondo seu lado mais perverso… me admira o pessoal do MST sabedores que são da índole e perversidade desses “de bem” irem ao encontro… ingenuidade tb. mata, principalmente, num momento de “casa da mãe joana” que estamos “sobrevivendo”!
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