Eduardo Guimarães: Novo Plano Nacional de Educação, um retrocesso
Tempo de leitura: 10 minPor todas as Victorias do Brasil
por Eduardo Guimarães, Blog da Cidadania
Pretendo que este texto seja lido, além de pelos meus leitores habituais, também por quase todos, ou seja, por aqueles que não me conhecem. E por que tal pretensão? Porque, apesar do que pode parecer, não escrevo por uma criança doente, mas por todas aquelas que portam um mal que as torna o grupo social mais frágil de nossa sociedade. E, paradoxalmente, o mais abandonado por ela e pelo Estado.
Por conta de ser um ilustre desconhecido, hesitei em pôr neste texto o título que o encima, que alude à história que contarei adiante, da qual a primeira pergunta se faz inevitável: quem é Victoria?
Antes de dizer quem é, explico que sou – ou estou – blogueiro político. No site – ou “blog” – que criei há quase oito anos, de 2009 para cá, entre um post político e outro, passei a postar, a períodos esparsos, desabafos sobre o drama que enfrenta minha quarta filha, Victoria, que hoje tem 13 anos. Todavia, sem jamais ter pedido nada a ninguém, o que tampouco ocorrerá agora apesar de este não ser um desabafo, mas um trabalho social que presto.
Segue o relato sobre Victoria.
Após três filhos (meninas que hoje têm 29 e 26 anos e menino que tem 24), minha esposa deu à luz essa garota feita de pura magia. O olhar de Victoria alterna o limbo e o dia de sol mais radiante, conforme está absorta ou consciente. E, apesar de tudo que relatarei sobre ela em busca de entendimento e envolvimento do leitor com causa nobre e de interesse público que lhe apresentarei, minha filha é feliz. Tenho certeza disso. E ao fim deste texto explicarei por quê.
Victoria tem síndrome de Rett, mutação genética que se produz durante a gestação e que só se manifesta após quase dois anos de vida, em geral, quando desencadeia uma doença neurológica que afeta principalmente o sexo feminino (aproximadamente 1 em cada 10.000 a 15.000 meninas nascidas vivas) em todos os grupos étnicos.
Clinicamente, a síndrome gera no paciente perda progressiva das funções neurológicas e motoras após desenvolvimento normal até por volta de 18 meses de idade, em média. Após esse período, as habilidades adquiridas (como fala, capacidade de andar e uso intencional dos membros) são perdidas gradativamente e surgem as estereotipias manuais (movimentos repetitivos e involuntários das mãos), característica marcante da doença.
Eis alguns sintomas:
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Perímetro cefálico (circunferência da cabeça) normal ao nascimento;
Desaceleração do perímetro cefálico após 6 meses de idade;
Perda do uso propositado das mãos;
Movimentos manuais estereotipados (torcer, apertar, agitar, esfregar, bater palmas, “lavar as mãos” ou levá-las à boca);
Afastamento do convívio social, perda de palavras aprendidas, prejuízos na compreensão, raciocínio e comunicação.
Distúrbios respiratórios em vigília (hiperventilação, apneia, expulsão forçada de ar e saliva, aerofagia);
Bruxismo (ranger os dentes);
Distúrbios do sono;
Tônus muscular anormal;
Distúrbios vasomotores periféricos (pés e mãos frios ou cianóticos);
Cifose/escoliose progressiva;
Retardo moderado no crescimento;
Pés e mãos pouco menores do que o normal
Presença de doença metabólica ou outra doença neurológica progressiva;
De acordo com a evolução e sintomas, a síndrome de Rett é classificada em duas formas: clássica e atípica. Na forma clássica, que é o caso de Victoria, o quadro clínico evolui em quatro estágios definidos:
Estágio 1 – de 6 a 18 meses de idade.
Ocorre desaceleração do perímetro cefálico (reflexo do prejuízo no desenvolvimento do sistema nervoso central);
Alteração do tônus muscular (às vezes parece “molinha”);
A criança interage pouco (muitas são descritas como crianças “calmas”) e perde o interesse por brinquedos.
Neste estágio, os primeiros sintomas da doença estão surgindo, mas muitas vezes nem são percebidos pelos pais (especialmente se são “marinheiros de primeira viagem”) ou pelos médicos (muitos deles desconhecem a síndrome de Rett).
Estágio 2 – de 2 a 4 anos de idade.
Ocorre regressão do desenvolvimento;
Inicia-se a perda da fala e do uso intencional das mãos, que é substituído pelas estereotipias manuais;
Ocorrem também distúrbios respiratórios, distúrbios do sono (acordam à noite com ataques de risos ou gritos);
Manifestações de comportamento autístico.
Estágio 3 – de 4 a 10 anos de idade.
A regressão é severa neste estágio e os problemas motores, crises convulsivas e escoliose são sintomas marcantes.
Há melhora no que diz respeito à interação social e comunicação (o contato visual melhora), elas se tornam mais tranquilas e as características autísticas diminuem.
Estágio 4 – a partir dos 10 anos de idade.
Caracterizado pela redução da mobilidade, neste estágio muitas pacientes perdem completamente a capacidade de andar (estágio 4-A), embora algumas nunca tenham adquirido esta habilidade (caso de Victoria);
Escoliose, rigidez muscular e distúrbios vasomotores periféricos são sintomas marcantes;
Os movimentos manuais involuntários diminuem em frequência e intensidade;
Apesar disso tudo, a puberdade ocorre na época esperada na maioria das meninas. Como aconteceu com Victoria.
Demorou um ano e oito meses após o nascimento para que o mal de minha filha fosse diagnosticado. Percebi o que estava acontecendo bem antes. Ou melhor, intuí. Contudo, ninguém da família me deu bola. Pelo contrário, irritaram-se comigo… Até que o mal da menina fosse diagnosticado.
A partir de setembro de 2009, a doença de Victoria, então com 11 anos, agravou-se. Naquele mês, naquele ano, ela deu entrada na UTI com pneumonia dupla e derrame em uma das pleuras. E ali permaneceu internada por mais de 90 dias.
Ao fim, Victoria saiu do hospital com uma gastrostomia, procedimento cirúrgico para a fixação (por perfuração) no abdome de uma sonda alimentar na altura do estômago. Esse orifício cria uma ligação direta do meio externo com o meio interno do paciente. É por ali que ela se alimenta e ingere medicamentos.
A cirurgia é realizada em pacientes que perderam, temporária ou definitivamente, a capacidade de deglutir os alimentos, tanto em conseqüência de lesões cerebrais graves como de transtornos do trato gastrointestinal superior.
O procedimento cirúrgico só é recomendado quando há a necessidade de alimentação por longo prazo. Como no caso de Victoria, que terá que usar a gastrostomia por prazo indefinido.
Mas não é só. Ainda naquele estertor de 2009, a menina estava se afogando na própria salivação, pois se tornara incapaz de deglutir. Foi preciso, então, interromper o sintoma. Tentaram lhe extirpar algumas glândulas salivares fazendo pequenos cortes sob os maxilares, mas não foi suficiente.
Restou, apenas, o botox salivar, procedimento que interrompe a salivação com aplicação da substância no interior da boca. Todavia, o plano de saúde (um bom plano, de renome e caro) se negou a pagar pelo procedimento. Entrei, então, na Justiça e obriguei a empresa em questão a honrar o contrato e as leis deste país. Sou um felizardo por poder fazer isso. Ou Victoria é.
Desde 2009, graças a ação na Justiça, ela passou a ter Home Care, ou seja, montou-se uma UTI em minha casa. Há empresas especializadas nisso. Fornecem equipamentos de monitoramento de sinais vitais, respiradores, uma pequena farmácia com todo tipo de droga, inclusive neurológicas, enfermagem full time e seis sessões diárias de terapias, entre fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.
Victoria, porém, sofreu ainda mais. Ficou, a partir de 2009, com o pulmão esquerdo comprometido. Assim, a cada espaço de alguns meses contrai novas pneumonias, que, a cada vez que se manifestam, levam-na de volta ao hospital para semanas e até meses de internação na UTI.
Essa é a situação de minha filha. Muito melhor do que a da quase totalidade dos milhões de jovens com necessidades especiais neste país que para uma tomografia que minha filha consegue em questão de horas, precisam esperar meses. Isso sem falar de procedimentos infinitamente mais complexos.
Agora, o leitor passa a entender por que este texto não é para a minha filha, mas para todas as Victorias deste país.
Em 2010, como blogueiro, tive reunião com políticos no âmbito de uma campanha eleitoral quente na qual, como cidadão, publiquei muitas matérias tomando partido do grupo político que julgava que melhor governaria o país. Em uma dessas reuniões – um almoço –, um desses políticos, sabendo do drama de minha filha através do meu blog, ofereceu-me ajuda para colocá-la no serviço público que até hoje lhe falta: o da educação escolar.
Sim, educação escolar normal, como para qualquer criança.
Mas para Victoria?, dirá você. Como uma criança – ou adolescente, hoje – tão frágil poderia ir à escola? Por estranho que pareça, se o Brasil fosse um país de todos, como diz a propaganda, ela deveria estar na escola e o Estado, na falta de condições financeiras de seus pais, deveria arcar com o custo de treinar um professor e de pagar um cuidador para que a assistissem em aulas que deveria estar frequentando com crianças – ou adolescentes – como ela junto aos “normais”.
Esse é o conceito mais respeitado entre os especialistas, de que não é por a criança ser “deficiente”, ou seja, por ter necessidades especiais que ela deve ser segregada a instituições específicas. O contato com outras crianças e adolescentes é vital para o desenvolvimento desse grupo social que é o mais frágil desta nação, o das crianças com necessidades especiais.
Mas o que resultou da oferta daquele político, feita há cerca de dois anos? A resposta que lhe dei foi a de que, se ele tivesse que fazer alguma coisa por alguém, que fizesse por todos que a minha filha, em algum momento, também seria beneficiada. Não havia resposta mais digna, por mais que a minha esposa até hoje não a aceite.
A intenção daquele político não foi ruim. Sou um João Ninguém. Não sou dono de um grande meio de comunicação. Tenho, sim, alguns milhares de leitores, mas não importo a ponto de quererem me subornar. Foi apenas solidariedade, o que recebi. Desde que fundei uma página na internet para tratar de política, porém, assumi compromisso comigo mesmo de não usá-la em benefício próprio.
E, neste momento, não é diferente. Escrevo em prol de todas as Victorias deste país, as quais, em maioria e à diferença de minha filha, não têm planos de saúde caros e meios de entrar na Justiça, como fiz, para obrigá-los a garantirem os melhores tratamentos, home care, terapeutas, medicamentos etc. Por isso não aceitei a oferta daquele político.
Agora, porém, surgiu a oportunidade de tratar do assunto de forma macro. Venho escrever por aquilo que nem a minha Victoria e nem boa parte de todas as outras Victorias (leiam-se tanto meninas quanto meninos “especiais”) têm, que é Educação Escolar normal junto a outros jovens, o que, ao não terem, faz com que se desenvolvam muito menos do que poderiam.
Apesar disso, a situação no Brasil vinha melhorando muito. E começou a melhorar porque minha escolha política, em 2002, foi acertada. A partir do advento do governo Lula, em 2003, houve uma inversão do problema de crianças especiais não estarem incluídas nas escolas públicas convencionais, com atendimento adequado.
As políticas para jovens estudantes com necessidades especiais inserem-se no Plano Nacional de Educação (PNE), que é decenal. No de 2000, figuraram intenções de incluir crianças e adolescentes com necessidades especiais nas escolas públicas. Após a chegada de Lula ao poder, as medidas, que até 2002 eram tímidas, passaram a ser largamente implantadas.
Em 2003, apenas 30% das crianças com necessidades especiais estavam incluídas nas escolas públicas com atendimento condizente. Em 2010, esse percentual subiu para 70%. Foi uma revolução. Ainda assim, um terço dos jovens, terço entre o qual se inclui minha filha, ficou de fora.
O Decreto nº. 6.571/2008 determinou o apoio da União aos sistemas de ensino para oferta de atendimento educacional especializado, estabelecendo o duplo financiamento para o público alvo da educação especial matriculado na educação regular pública e no atendimento educacional especializado complementar.
Desse modo, em 2010, além dos recursos de R$ 909.855.443,92 destinados aos alunos da educação especial matriculados em classe comum, foram acrescentados R$ 167.137.201,11 para a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE), totalizando R$ 1.076.992.645,00. Uma revolução.
No governo Dilma, porém, tudo está ficando mais difícil. Até porque, estamos em 2012 e ainda não temos um novo Plano Nacional de Educação, o qual deveria ter saído em 2010 por ser um plano decenal, já que o último é de 2000. E um fato explica essa situação: está em curso, no Brasil, uma aliança tácita entre um setor do PT e outro do PSDB que parecem querer dividir um curral eleitoral que era só tucano.
Na redação do novo Plano Nacional de Educação, que tramita no Congresso, a Meta 4 (sobre AEE), cujo relator é o deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR), foi apresentada para agradar pessoas e para atender aos interesses de ONGs que recebem (muito) dinheiro público para manterem educação especial em classes especializadas em vez de inclusão nas escolas regulares.
O texto apresentado por Vanhoni aos parlamentares que votarão a proposta do PNE no dia 12 de junho, abre possibilidades diferentes. Define, na meta 4, que será objetivo do país atender a esses alunos especiais, “de preferência”, na rede regular de ensino. Porém, “garantindo o atendimento educacional especializado em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns”.
Entenderam? Não? Bem, é para isso mesmo que o texto foi feito: para ninguém entender. O relator (do PT) propõe um retrocesso na política de colocar crianças especiais junto das “normais”, segregando-as em classes especiais nas instituições não-governamentais beneficiadas por dinheiro público para prestarem tal atendimento, como são os casos das Associações de Pais e Amigos do Excepcional (APAES) ou Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD).
Sobre essas instituições, tenho uma história particular para contar. Antes de a doença de Victoria piorar, em 2009, minha família tentava incluí-la em uma escola regular, provida pelo Estado, podendo ser municipal ou Estadual (somos de São Paulo, capital). Todavia, além de só encontrarmos desculpas nas escolas públicas, tanto APAE quanto AACD fizeram um jogo de empurra justamente porque preferem os casos fáceis e o de minha filha dizem ser muito grave para o atendimento que fornecem.
Na APAE, minha filha não foi aceita por também ser deficiente física. Na AACD, porque também é deficiente mental. O curral eleitoral, como o nome diz, não é para todos. Depende do que aquela criança ou adolescente têm. Se a doença tiver o grau “certo” de gravidade, tudo bem. Do contrário, rua. E sem direito a instituição pública.
Nesse aspecto, devo reconhecer que o problema é pior para a classe média – o que acho justo, pois esta pode arcar com mais do que as classes sociais mais “baixas”, que não têm planos de saúde de qualidade, inclusive. Mas há, também, contingentes de classes mais baixas que não estão incluídos. E devem até ser mais numerosos.
O problema da utilização política desse setor tão vulnerável da sociedade é tão grave, aliás, que acabou gerando uma investigação na qual está incluído outro membro da comissão do Congresso Nacional que prepara o novo Plano Nacional de Educação. Trata-se do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que faz parte do movimento das APAEs há 30 anos.
De acordo com relatório de fiscalização da Secretaria geral da Presidência da República, há irregularidades no repasse de R$ 1 milhão à APAE de Minas Gerais. O repasse foi feito por meio de emendas do deputado tucano, que tem significativa participação no texto da Meta 4 do Plano Nacional de Educação.
O documento que aponta as irregularidades está na página da Secretaria Geral da Presidência da República (divulgado por meio da lei de acesso à informação). É um documento público gerado a partir de denúncia.
Segundo o relatório, existe falha na documentação comprobatória das subcontratações de serviços, pois foram apresentadas declarações no lugar de notas fiscais, com “conteúdo insatisfatório”, que, em sua maioria, não comprovam o uso das verbas.
Também foram assinalados indícios de conflito de interesses entre o deputado Eduardo Barbosa e uma empresa contratada para realizar serviços financiados com recursos do convênio (a empresa fez doação à sua campanha eleitoral).
O relatório pede, ainda, investigação da Polícia Federal, do Ministério Público Eleitoral (devido à suspeita de uso da verba para realizar eventos para promover eleitoralmente Eduardo Barbosa em período proibido) e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, órgão responsável pelo convênio.
Enquanto isso, política de manutenção da doação de muito dinheiro público às tais ONGs supracitadas, entre outras, mantendo o curral eleitoral de políticos como o supracitado, ora investigado por se valer desse curral em benefício próprio, vai sendo consolidada através da atuação do deputado Ângelo Vanhonhi, que se espera que, diante destes fatos, reveja sua atuação na comissão que elabora o PNE.
Lá em cima, quando tratei da minha Victoria, disse que, ao fim deste texto, revelaria por que ela é feliz. É porque, ao contrário da quase totalidade das pessoas ditas “normais”, não só a minha mas as Victorias de todo o país não precisam de tudo que move e promove nesta sociedade. Elas só precisam de amor e cuidados mínimos. E isso a MINHA Victoria tem muito. Mas e as outras?
Por elas, por todos os meninos e meninas infantes ou adolescentes deste país que têm necessidades especiais, por esses mais frágeis entre os mais frágeis, peço a você, leitor, que passe este texto adiante, que o discuta, que cobre dos políticos que estão elaborando o novo PNE que procurem outra forma de se locupletarem. Que não sejam tão canalhas, tão desalmados a ponto de explorarem assim esses seres de luz.
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Comentários
Renato Mineiro
Gostaria de saber onde está o tal relatório que aponta irregularidades de repasse de verba à APAE de MG. Sou de Pará de Minas, cidade do deputado Eduardo Barbosa.
Meire Cavalcante
O Plano Nacional de Educação (PNE), assim como toda e qualquer lei ordinária, deve obedecer aos preceitos CONSTITUCIONAIS. O decreto 6949/09 faz com que a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD) tenha efeito de emenda constitucional, ou seja, é a lei suprema do país. Se fizermos uma leitura atenta do Artigo 24 da CDPD, veremos que em hipótese alguma existe escola especial SUBSTITUTIVA. Ao contrário, a lei reza que os estados parte deverão garantir “sistemas educacionais inclusivos”. Era isso o que vínhamos fazendo e é pela continuidade disso que estamos lutando. O Plano Viver sem Limites trouxe “escondido” um decreto novo, muito mal redigido sob influência dessas entidades que querem continuar segregando pessoas para continuar recebendo repasses públicos (destaque para a figura de Eduardo Barbosa nesse processo). O referido decreto é o 7611/11, que revogou o 6571/09 (que previa dupla matrícula aos alunos INCLUÍDOS no âmbito do Fundeb). Esse novo decreto, o 7611/11, veio para confundir, para tentar, por meio de redação equivocada e dúbia, fazer com que classes e escolas especiais fossem entendidas como escolas comuns (sob essa perspectiva absurda, uma Apae que tem escola substitutiva poderia receber duas vezes, porque, teoricamente, seria considerada escola e AEE). Uma salada de fruta textual. O tiro saiu pela culatra porque, apesar de o decreto ter sido fruto de reuniões por debaixo do pano entre essas entidades, a ministra Gleisi Hoffman e a ministra Maria do Rosário (Casa Civil e Direitos Humanos, respectivamente), o MEC lançou uma nota técnica pouco tempo depois ANULANDO o efeito esperado pelas entidades, dizendo que nada mudava porque todo e qualquer dispositivo legal deve ser interpretado à luz da CF/88. Mesmo assim, desde novembro de 2011, quando esse decreto 7611/11 foi assinado, temos notícias de que diversos municípios começaram a reabrir salas especiais e alunos voltaram para as Apaes. É importante lembrar que essas leis ordinárias, mesmo sendo inconstitucionais (o PNE, se assim for assinado, terá um efeito mais devastador ainda), acabam levando tempo para serem neutralizadas. E acabam sendo desculpas perfeitas para gestores públicos que NÃO QUEREM FAZER A INCLUSÃO… Ou seja, geram um efeito negativo imediato e os estragos são difíceis de serem corrigidos adiante, mesmo que a lei seja, no futuro, considerada inconstitucional e venha a perder seu efeito. Por isso, o texto deve ser corrigido já. Estamos falando de vidas, do futuro de seres humanos! Cinco anos de atraso é praticamente metade da vida escolar de uma criança!!!
Aqui, textos que esclarecem mais o assunto:
Este é o texto de quando soubemos, por VAZAMENTO, da existência do Decreto 7611/11, feito na surdina, sem a participação da sociedade civil, para atender aos pleitos de Eduardo Barbosa, das Apaes, e companhia:
http://inclusaoja.com.br/2011/11/12/carta-aberta-em-repudio-a-mudancas-na-politica-de-educacao-inclusiva/
Aqui, post que fizemos comprovando (tem até foto) que o decreto 7611/11 foi operado pelas ministras Gleisi e Maria do Rosário e atendia aos interesses dessas entidades. TODAS AS SOLICITAÇÕES DE AUDIÊNCIA QUE FIZEMOS A AMBAS MINISTRAS FORAM IGNORADAS!
http://inclusaoja.com.br/2011/11/22/ministras-gleisi-e-maria-do-rosario-em-defesa-da-exclusao/
Depois da sanção do Decreto 7611/11, a procuradora da República Eugênia Gonzaga emitiu nota pública dizendo porque o decreto deveria ser CORRIGIDO. Esse decreto já era o EMBRIÃO DO QUE ACONTECERIA no Plano Nacional de Educação:
http://inclusaoja.com.br/2011/11/24/alunos-com-deficiencia-e-o-recente-decreto-presidencial-7-611-um-retrocesso-a-ser-corrigido/
Pouco tempo depois, o MEC lançou uma nota técnica em que esclarecia que NADA MUDARIA na política de inclusão escolar, reforçando que a escola comum é o lugar dessas pessoas e que o decreto deveria ser interpretado à luz da CF/88 – CDPD:
http://inclusaoja.com.br/2011/12/09/orientacoes-aos-sistemas-de-ensino-sobre-o-decreto-no-7-6112011-nota-tecnica-no-62-2011-mec-secadi-dpee/
Tão logo o deputado Vanhoni anunciou seu primeiro substitutivo, lançamos nota de repúdio. Ali já vimos para onde o PNE estava caminhando, sob influência única e exclusiva dessas entidades. TODAS AS NOSSAS SOLICITAÇÕES DE AUDIÊNCIA AO RELATOR VANHONI TAMBÉM FORAM NEGADAS! Pergunto: isso é um processo republicano???
http://inclusaoja.com.br/2012/04/12/nota-publica-repudio-ao-substitutivo-da-meta-4-do-pne/
Em seguida, o Fórum Nacional de Educação lançou nota pública ao relator, pedindo que voltasse ao texto ORIGINAL DA META 4. Veja, não é qualquer Fórum. o FNE é formado por inúmeras entidades. Inúmeras! Mas o relator só ouviu 3 ou 4 entidades (que se beneficiam da EXCLUSÃO) pra formular sua redação da Meta 4. Veja a composição do FNE: http://fne.mec.gov.br/images/pdf/composicao.pdf
Veja a nota em que o FNE pediu o retorno à redação original da Meta 4:
http://inclusaoja.com.br/2012/05/09/forum-nacional-de-educacao-apoia-texto-original-da-meta-4-do-pne/
Logo em seguida, soubemos que o relator, além da CF/88, a CDPD e o Fórum Nacional de Educação, também ignorou um parecer que o MEC havia feito especificamente para ele sobre a Meta 4:
http://inclusaoja.com.br/2012/05/30/relator-do-pne-ignorou-parecer-do-mec-sobre-meta-4/
Em resposta à redação equivocada (pra dizer o mínimo) de Vanhoni, até o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, deu entrevista coletiva dizendo que 100% dos casos deveriam estar na escola comum:
http://inclusaoja.com.br/2012/05/31/ministro-da-educacao-defende-inclusao-para-100-dos-casos/
AGORA EU PERGUNTO: TODAS AS PESSOAS DESSAS ENTIDADES QUE COMPÕEM O FÓRUM NACIONAL DE EDUCAÇÃO, OS MAIS DE 2000 DELEGADOS DA CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO (QUE ELABORARAM O TEXTO ORIGINAL DO PNE) E AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL SÃO INSANOS??? Só Vanhoni e 3 ou 4 entidades que segregam estão com a razão (defendendo que é legítimo excluir). Todo o resto está errado (incluindo a Convenção da ONU, que é documento mundial do qual o Brasil é signatário)??? Acho que não.
Isso tudo aqui precisa ser divulgado, porque é no mínimo uma afronta ao nosso estado de direito. Parlamentares não podem inventar leis à revelia de seu povo e a seu bel prazer, para atender quem quer que seja. Reiteramos, mais uma vez, em nome do Fórum Nacional de Educação INCLUSIVA, da Rede Inclusiva Direitos Humanos – Brasil e do Portal Inclusão Já! o pedido de audiência a Vanhoni.
Lucyana
Concordo plenamente com o comentário do Francisco. O assunto é bastante amplo e envolve muitas nuances. Sou professora e sei que simplesmente inserir alunos com variadas necessidades especiais nas escolas gerou frustrações para muitos dos envolvidos. Posso afirmar que a esmagadora maioria dos professores da rede pública não se sente preparada para lidar com todas essas diferenças. Tendo acompanhado pesquisadores que trabalharam com a comunidade surda, sei que o comentário dele é verdadeiro, pois muitos alunos, de fato, pediam para voltar para sua antiga escola. Vi vários colegas sem qualquer preparo, ou conhecimento de libras e braile, ficarem sem saber como realmente “incluir” esses alunos.
José Neto
Não temos médicos, engenheiros, quimicos,professores sufucientes para dar conta da demanda de crescimento do país e o relator do PNE diz que não é preciso aplicar 10% do PIB. Abdicar de ser Estado e delegar funções às ONGs é temeridade. O processo de inclusão escolar no Brasil ainda está engatinhando.
Mas não se trata de rapidez ou lentidão e sim de avanços e retrocessos. A Educação não poderia ser rifada em zoneamento eleitoral.
Eduardo Guimarães
É preciso esclarecer algo devido ao que postaram aqui pessoas sem conhecimento de causa e que, por puro partidarismo político (neste caso, pró PT) falam sobre o que desconhecem.
A política de inclusão de jovens com necessidades especiais em escolas regulares imperou durante o governo Lula, levando o contingente incluído de 30% em 2003 para 70% em 2010.
Não se trata de experimento coisa alguma, é uma política que vem sendo implantada à larga no Brasil e que está funcionando.
Não vou responder aos que fizeram alusões à minha pessoa, ao que penso ou ao que sinto para desqualificar meu ponto de vista. Essa é uma estratégia de politiqueiros de quinta categoria.
A política inclusiva é uma realidade em muitos países desenvolvidos. A escola é o grande ponto aglutinador da juventude e de solução de seus problemas mais distintos.
A mentalidade que transparece do discurso eminentemente político é a de que já que é difícil implantar a medida, deixemo-la para lá. Deixemos como está para ver como é que fica. Assim, passaram-se décadas de inação.
O Brasil precisa avançar e a política inclusiva do governo Lula, magistral e intensamente implantada por OITO ANOS, deve continuar. É muito cômodo dizer que não funciona para não ter trabalho.
Meiacana
Chega de experimentalismo. Tem mais gente fazendo meio de vida com o experimentalismo e ganhando muito mais dinheiro do que com a educação pr. Chega de imposição de regras como se o Brasil fosse do tamanho da Suíssa! Vamos dar liberdade para cada escola fazer como quiser, dentro de normas bem gerais, de avaliação de resultados, por exemplo! Ninguém aguenta mais experimentalismos! Em alguns lugares até o puxão de orelha pode ser válido. Vamos trabalhar pela educação, salários dignos e bom material e boa merenda!
Mardones Ferreira
Pois é: um atraso de 2 anos para apresentar um novo plano educacional para o Brasil. É esse o país que tem como prioridade a educação? Não.
Infelizmente, o PT deixou o eleitor numa sinuca de bico: Escolher entre uma direita antinacionalista e um centro-esquerda muito debilitada com seus apoiadores de direita.
O relato do Eduardo mostra o quanto a busca pela governabilidade tem custado ao Brasil. Pior ainda: vamos ver muito retrocesso ainda em nome dessa repartição do Brasil entre neo-PT e PSDB.
A educação, a saúde, o trânsito, a justiça, a questão fiscal e tributária, enfim a governabilidade congelou o Brasil nos tempos neoliberais do Collor-FHC e o neo-PT (de centro-esquerda) não está disposto a mudar isso.
No poder, o neo-PT tem mostrado uma característica muito destacada: deixa a situação chegar ao limite para mover-se. O país enfrenta greves em muitos setores e o governo finge que está tudo dentro do planejado.
Médicos, professores, policiais com salários e condições de trabalho inadequados e tudo o que importa agora é a Rio + 20. Depois volta à tona a Copa e as Olimpíadas (com suas obras superfaturadas!!!). O resto, bem, o resto que se dane. Ou melhor que grite, faça greve, vá para as filas, compre no crediário, espere, espere, espere… Ou faça como os jovens do Egito.
Desiderius
Senti no senhor Eduardo um pouco de Diogo Mainard, que também tem um filho deficiente (por outros motivos, é claro). Cidadão que despeja seu amargor contra o governo do PT. Espero que não seja somente essa a intenção do texto do senhor Eduardo.
Colocar uma criança com necessidades especiais numa turma “normal”, não é tão simples. Já foi citado que as salas de aula no Brasil tem, em média, 40 alunos. Nunca um professor vai conseguir dar assistência a todos da mesma forma, pois nem todos estão no mesmo nível de aprendizagem. Imaginem acrescentar a tarefa de se reciclar para atender alunos com necessidades especiais…
Outra coisa, fala-se tanto no governo federal e esquece-se que a educação básica é gerenciada pelos governos municipais e estaduais. Recursos federais são enviados, porém como estão sendo aplicados pelas gestões locais????
Não simplifiquemos a questão…
Luana
Concordo com você em gênero, número e grau!
Pimon
“O texto apresentado por Vanhoni aos parlamentares que votarão a proposta do PNE no dia 12 de junho, abre possibilidades diferentes. Define, na meta 4, que será objetivo do país atender a esses alunos especiais, “de preferência”, na rede regular de ensino. Porém, “garantindo o atendimento educacional especializado em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns”.
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Entenderam? Não? Bem, é para isso mesmo que o texto foi feito: para ninguém entender. O relator (do PT) propõe um retrocesso na política de colocar crianças especiais junto das “normais”, segregando-as em classes especiais nas instituições não-governamentais beneficiadas por dinheiro público para prestarem tal atendimento, como são os casos das Associações de Pais e Amigos do Excepcional (APAES) ou Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD).”
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Edu, entendo teu drama, tive os meus.
A gente sofre muito, sofre, sim!
Alguns, a maioria, ignora…. nasceu assim, sua cruz… e etc.
Mas…. cara, vivi do Direito, apesar de economista.
O texto do deputado é cristalino e não busca afirmar NADA do que, preocupadamente, entendestes.
“garantindo o atendimento educacional especializado em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns”.
Em função das CONDIÇÕES ESPECIFICAS…. garante o atendimento educacional ESPECIALIZADO.. ou seja, em LOCAIS especiais!
Se não for possível a integração, que é o melhor caminho para outros 80/85%!
Mas não para Victória e ela está contemplada no texto como…. exceção que É!
Sim, a vida não foi fácil para você e nem para mim…. nem pai, mãe, esposa, nem irmãos sobreviveram….
Mas o sofrimento não me tornou parcial, jamais! E nem tendencioso… e nem uma pessoa com ódio!
Como também não uso meu sofrimento como ponte para lugar algum!
Sahione me foi um péssimo advogado, mas é um excelente advogado! Minha parte na causa… 20 milhões de dólares…..
Meu pai foi assassinado pela esposa, mandei descrever enfarte na certidão de óbito! Legítima defesa, poupei-a de “julgamentos” exógenos.
06 médicos não diagnosticaram o câncer em minha esposa, o último disse .. que demorei demais!
Achas que sofri o bastante?
Sou especial?
Não, a dor não me tornou especial.
Você não é especial, Eduardo.
Victória, sim!
Será humilhada numa classe onde seja obrigada a conviver com alunos “normais”, A criança MUITO especial, como Victória, carece de uma classe MUTO especial, por mais que você não queira admitir!
Dela, eu teria pena, sim!
O texto do deputado é cristalino, você não quis ver!
Eduardo Guimarães
A educação inclusiva é quase um consenso, o que se discute é a implantação do sistema. Contudo, se ficarmos discutindo se vai ou não vai já, se pode ser depois, passar-se-á mais uma década e continuaremos onde sempre estivemos. Inclusão já – e que os problemas sejam resolvidos.
Almeida Bispo
Morro de medo do PT almofadinha, ou tucanos de estrelinha, se assim o preferirem.
marcio gaúcho
Sei o que essa família passa de dificuldades e compreensão. Tive um filho sindrômico e que faleceu aos 4 aninhos de idade. Realmente, só tivemos apoio dos familiares. Do poder público, nada. E assim permanece.
Boa sorte Eduardo!
giovani montagner
devo estar ficando louco, mas ando com a impressão que o governo, que votei, anda preparando o terreno, utilizando medidas sutis ou maquiadas, para mais tarde privatizar o que ainda não foi.
Mauro Alves da Silva
Novo Plano Nacional de Educação garante vida longa para alguns “currais” eleitorias na educação especial.
http://movimentocoep.ning.com/forum/topics/novo-plano-nacional-de-educacao-garante-vida-longa-para-alguns-cu
Eduardo Guimarães
Parabéns ao Viomundo por dar voz a este setor tão fragilizado da sociedade, em prol de Todas as Victorias do Brasil
Giovani
Então Eduardo
Fazia tempo eu que não escrevia, mas também sinto na pele esse descaso.
Tenho um menino adotado desde os vinte dias de vida o Lucas, prematuro, com histórico de consumo de álcool pela mãe e oriundo do Vale do Jequitinhonha, Rio Pardo de Minas – MG divisa com a Bahia. Essa “jóia” pra nós, também só foi descoberta pelo trabalho de pessoas que mantém as próprias custas (como você e o cidadania) sites de apoio a adoção, ou seja, numa primeira impressão tratam as crianças como produtos, descobrindo onde se encontram, suas características, situação legal e fazem o que o estado não faz, que é otimizar um possível contato e evitar que crianças fiquem mofando nos orfanatos por falta de “exposição” no bom sentido. Entre estes cito planosdedeus.com.br e http://www.devoltapracasa.org.br e por aí vai.
Um belo dia nossa documentação foi aceita por uma juíza de Montes Claros-MG e cinco vôos e um ônibus depois apareceu a ferinha aqui em Blumenau-SC escolhido e aceito pela minha esposa Carla.
Embora ninguém queira, o tempo passou e algumas dificuldades vieram à tona pelos motivos citados: Nosso filho passou a presentar dificuldades de fala, cognição, e coordenação motora fina, devido a sequela de uma paralisia cerebral, leve, devido a um parto complicado e falta de oxigenação, e perímetro encefálico na curva mínima de um gráfico que até hoje não sei onde foi concebido. Fui em alguns médicos e fiquei surpreso com a achismo de alguns, e me chocou como engenheiro eletricista, onde 2 + 2 sempre é quatro. Comecei uma peregrinação e vários diagnósticos imbecis depois, só coube a nós acompanhar seu desempenho na escola, e veja só, é uma escola particular, uma das melhores da cidade, que trabalha com apostilas padronizadas de um grupo de ensino renomado. De diagnósticos sinistros a “desculpas” pela incapacidade de gerenciar as necessidades de me filho fiz o que todos fazem: Fonoaudiólogo, psicopedagogo por outro lado a escola no final das contas “segregando”, não tenho outra palavra pra descrever, a criança. pois se não acompanhava os colegas também não tinham uma agenda adequada, muito menos um projeto para essa situação, mais comum era a desconfortável figura da coordenadora sempre aconselhando procurar médicos de sua preferência antes de ir as farmácias com suas receitas e proporcionar uma suposta paz de espírito para estes “profissionais do ensino”.
Agora com sete anos, este é o momento crucial do meu menino, e notícia boa, depois de vagar por várias tentativas e erros hoje meu filhote leu seu primeiro livro no único lugar que compraram a briga e o aceitaram (embora pague mensalidade), onde acelerou seu raciocínio exponencialmente em função de haver atividades específicas para suas necessidades, no caso o método Kumon. Ele saiu de uma quase letargia para um horizonte promissor: Seu instrutor falou com base no seu desempenho que a matemática está no papo, põe ele em fase com a turma da escola antes do final do ano, e português,a leitura de um livro após um mês e meio de atividades respondem a questão. Não preciso dizer como Lucas ficou : Um misto de sentir-se capaz e felicidade, ligou até para as avós hoje a noite par se “promover”.
Não quero fazer propaganda aqui, não é minha intenção, mas a lição que eu tiro é que nós da classe média, mesmo mais difícil para alguns que outros podemos reverter ou minimizar esses transtornos, mas a grande massa da população precisa de uma política e recursos que tratem da estimulação adequada dessas crianças, assim como direcionei meu filho. Será que o aparelho público não tem uma sistemática parecida com a do Kumon como alternativa ao ensino convencional como reforço? Não acho concebível que uma escola pública se omita dessa empreitada, as particulares e sua lógica de lucro querem distância das dificuldades. devemos cobrar fortemente nossos representantes para reconduzir essa política, tanto para a escola pública como privada ao seu leito original que é a filosofia de integração das crianças que precisam destes cuidados. Isso é bom para essas crianças, mas é melhor ainda para as demais perceberem que seus semelhantes tem limitações assim como elas em menor grau em alguma área.
Na prática todos ganham com a inclusão, todos se tornam seres humanos melhores.
Abraços
Giovani Blumenau SC
Gustavo Pamplona
Eu ia falar um dia desses aqui quem em sã consciência é que tem real interesse nas notícias da recuperação do cantor Pedro Leonardo, filho do cantor Leonardo, analisando que cada vez que falam disto no PORCO eu só penso que estão desviando a atenção de assuntos relevantes como a CPMI em curso, mas isto convenhamos é pedir demais.
O mais interessante em ver as notícias do Pedro Leonardo é ver a disparidade de tratamento médico e também a famosa desigualdade social brasileira inclusive comentada pelo ex-presidente Lula no programa do Ratinho onde ele disse que todos no Brasil deveriam ter o mesmo tratamento médico que ele teve no Sírio Libanês.
Mas o mais interessante é o seguinte: De repente, do nada o Sírio Libanês se tornou ponto de referência de tratamento médico de excelência no Brasil.
Se você é celebridade, artista e político você com toda certeza estará bem servido no Sírio Libanês e seus médicos hoje se consideram celebridades. Vejam as entrevistas que eles dão.
—-
Há 5 anos vendo disparidades em tratamentos médicos no “Vi o Mundo”! ;-)
PORCO = Partido de Oligarcas Representantes de Capitalistas Opressores (PIG)
edson
Todo mundo que acompanhou ou acompanha os “recursos brindados” às APAEs sabem que por detrás estão os políticos corruptos. Basta verificar os nomes das pessoas que estão nas diretorias, principalmente na presidência, tesouraria e conselho fiscal. São todos ligados aos “políticos padrinhos” ou seus parentes.
João Paulo Ferreira de Assis
O problema maior é que as autoridades mandam os professores lidarem com esses casos, sem que estejam preparados. Eu tive um aluno que sempre se dirigia a mim com uma voz esganiçada e alta, e usava aparelho de ouvido. Eu não conseguia entender o que ele estava me falando.
Olha, para certos casos, professor que sofrer de problema auditivo, ouvir um som e não distingui-lo, ou seja, tomar o que foi dito por algo parecido, não pode ser professor de aluno especial com problemas auditivos.
Eles querem impor essa situação aos professores, que numa turma de 40 pessoas não conseguem dar atenção suficiente a todos.
Messias Franca de Macedo
[DATA VENIA]
‘O PT DA GOVERNANÇA’, SINONÍMIAS: ‘O PT TUDO PELO PODER’; ‘O PT CONTEMPORÂNEO [TRAI A SI MESMO]! ENTENDA
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João da Costa abandona reunião do PT sobre Recife
O prefeito do Recife, João da Costa (PT), abandonou nesta terça-feira reunião do PT em que o partido discute a corrida eleitoral na cidade.
Segundo ele, a decisão pela candidatura do senador Humberto Costa (PT-PE) à prefeitura já está tomada, o que acaba com a possibilidade de o prefeito concorrer à reeleição.
“Eu fui chamado antes de a reunião começar na sala do presidente e ele me comunicou que a decisão a ser tomada seria pela intervenção, pela Executiva, [em favor] da candidatura de Humberto [Costa]”, disse o prefeito ao deixar a sede do partido, no centro de São Paulo.
(…)
“Não disse que estou acatando [a decisão]. Mas também posso não acatar e sair do partido”, disse João da Costa.
Presidente do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, é desafeto de João da Costa e pediu a Lula o veto à sua candidatura.
O impasse atrasava ainda mais as negociações para atrair os socialistas à chapa do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.
Pouco antes de João da Costa deixar a reunião, o PSB anunciou que deixa o gestão de Geraldo Alckmin no governo de São Paulo, abrindo caminho para uma aliança com os petistas.
FONTE: veículos de comunicação
República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
josaphat
Com todo o respeito à batalha do Eduardo, mas o desmazelo, em educação, vai infinitamente mais além das crianças com necessidades especiais, pois começa com o trato às com necessidades normais mesmo.
E é preciso saber exatamente onde começa o retrocesso.
Entra governo e sai governo e a enrolação é a mesma.
Mas parece que é o que o conjunto da sociedade quer.
lia vinhas
Concordo com todos os comentários que abordam a falta de estrutura e de preparo da grande maioria dos professores para lidar com crianças com necessiddes especiais. Como foi comentado aqui, nossas escolas, que,infelizmente, estão sob a alçada de governadores e prefeitos, que, em sua maioria, desviam as verbas federais, estaduais e municipais destinadas à saude e educação públicas (já que não as utilizam), não conseguem dar uma educação sequer mediana às crianças normais. Acompanho essa questão, e uma das consequencias nefastas dessa situação é milhares de crianças com problemas afetivos, familiares e outros não conseguirem se alfabetizar e serem deixadas para trás (isso seja em escolass municipais cariocas ou em escolas particulares que cobram MIL REAIS ou mais só para que os alunos aprendam a ler e escrever). A idéia da inclusão é justa, mas só terá efeito quando o Governo Federal pressionar (com o corte de verbas, por exemplo) e a sociedade em geral também (deixando de pagar impostos, como IPTU e outros). Quando o prefeito de triste memória,Cesar Maia, deixou a cidade às escuras, a elite de Leblon, Ipanema e outros bairros da Zona Sul deixou de pagar o IPTU e a cidade logo ficou iluminada à noite como se fosse dia). A causa, portanto, é de todos os alunos, especiais ou não. E nossa luta passa, sobretudo, pela valorização do magistério, com professores melhor pagos e com infraestruta decente para desenolver seu trabalho.Para chegar a qualquer profissão e cargo político, para viver, no sentido mais amplo da palvra, o cidadão tem que passar pelos bancos escolares. Nossas crianças merecem mais amor e atenção dos responsáveis pela educação.
Francisco
Há muito, muito o que discutir aqui. Durante o governo Lula foi radicalizada a proposta a tanto tempo esperada de incluir crianças especiais ao ambiente escolar comum. Toda a sociedade comemorou.
Existem muitos experimentos sócio-educacionais no Brasil que são implantados no país todo de uma vez. Não municipio por municipio, ou estado por estado, em planos pilotos. Pressa, boa intenção, oportunismo, receio de não dar tempo de implantar antes de outro se eleger e tudo dar para trás: talvez tudo junto. O importante é que raramente pressa dá certo.
A comunidade surda (não tenho procuração dela, que fique claro) viu o entusiasmo inicial ser substituido pela frustração. Educação é um processo e um processo longo. Cadê interpretes? Cadê estrutura? Solidão, exclusão (os colegas ouvintes são gente boa, na maioria dos casos, mas não são obrigados a dominar LIBRAS…) e um sofrimento talvez desnecessário. Sofrimento que não havia nas escolas especificas para surdos.
Resumo da ópera: muitos surdos hoje demandam a volta das escolas iniciais para crianças surdas. Mais taludos, os meninos se viram bem e enfrentam o mundo numa boa. A maioria da comunidade surda parece ter esse conceito hoje. Hoje.
Mas notem que é um caso especifico. Assim como os demais. Educação especial é um título genérico muuuuito amplo e que rigorosamente só serve para abreviar a conversa, mas surdo é surdo, cego é cego, cadeirante é cadeirante, etc.
O governo federal ficou um pouco (ou muito) atordoado com as reações das crianças especiais após alguns anos de inclusão. O ônus politico de uma passeata de pessoas especiais reivindicando “escolas que o governo fechou” é tremendo. Quem quer pagar esse preço politico?
Os governantes estão sem saber muito bem o que fazer. O risco politico é alto. Se mantêm escolas apartadas o opositor vocifera: “mantem práticas da idade média!”, se manda fechar essas instituições: “fechou as escolas dos ‘coitados dos mudinhos!”. É um tema explosivo emocional e politicamente.
Há um meio termo, caso a caso a ser criado. A comunidade especial precisa se expressar claramente e todo (todos!) precisamos aceitar que é preciso ter tempo e paciencia. Tempo para que o dinheiro público seja gasto de uma forma boa para a criança especial e paciencia para achar a justa medida.
Não há atalho.
Francisco Hugo
Data venia, Xará,
seu comentário posposto ao texto alerta-desabafo do Eduardo Guimarães é … uma insolência.
Arthemísia
Não é não. O que ele fala é realidade também. As demandas das pessoas com deficiência são diferentes e não podem ser tratadas da mesma forma.
Do meu ponto de vista, ambos os textos têm razão de ser. Uma coisa são compreensões diferentes sobre educação, outra coisa é corrupção em cima da educação, seja ela inclusiva ou não. A corrupção tem que ser denunciada em alto e bom e som e o governo tem que ser “acochado” para assumir de que lado está. Mas também temos que admitir que o discurso da inclusão revelou-se excludente e muitas pessoas envolvidas com a educação especial inclusiva voltou atrás na sua concepção.
Também acho que um grande problema são esses planos nacionais para tudo. Um país desse tamanho não pode ser tão centralizado, pois quanto mais centraliza, mais aumenta o valor da corrupção.
Viviane
Parabéns ao autor por expor os interesses políticos por trás dessas instituições “filantrópicas”, que insistem em amarrar a discussão sobre inclusão à década de 1960. Acordem, povo e autoridades, estamos em 2012!
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