Delegado combatente da corrupção usava informação privilegiada da PF para extorquir, diz acusação

Tempo de leitura: 3 min

Da Redação

Ele não era de escrever muito nas redes sociais. Mas, em setembro de 2016, deixou claro suas escolhas políticas: ao lado de uma charge em que apareciam a presidenta Dilma Rousseff, Aécio Neves e outros, sentados numa mesa, com o povo disputando as migalhas de um banquete, o delegado escreveu: “Assim é o Brasil, onde o povo é o palhaço por sua própria escolha”.

E, no entanto, o delegado da Polícia Federal Mário Menin fez campanha nas redes sociais pelo candidato a vereador paulistano Chiquinho Scarpa, o “conde”, que teve pouco mais de 5 mil votos e não se elegeu em 2016.

Menin já chefiou a Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos, tornou-se assessor direto do superintendente da PF em São Paulo e ocupou cargo na corregedoria, ou seja, foi encarregado de investigar colegas.

Agora, responde por formação de organização criminosa, extorsão, usurpação de função e concussão (recebeimento de vantagens indevidas).

A juíza do caso decretou a prisão preventiva do delegado e de três comparsas alegando que eles podem interferir nas investigações.

Segundo o G1,  “o grupo tinha informações privilegiadas de operações da Polícia Federal e se aproveitava da Lava Jato para ameaçar prefeitos e secretários. A alegação era de que essas vítimas poderiam ser alvo de futuras operações”.

Segundo a Folha, os valores extorquidos estariam em torno dos R$ 5 milhões.

Dentre as vítimas está o prefeito de Paulínia, Dixon Carvalho, do PP.

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O jornal descreveu o delegado como “extremamente católico”.

Nas redes sociais, ele celebrou o 31 de março de 1964 como “o dia em que o Brasil disse não ao comunismo”.

Sua postagem mais recente, replicando conteúdo de um blog conservador, denunciava a TV Globo por abrir campanha “contra conservadores e religiosos”.

“Tem que ser extraditado mesmo”, escreveu ao compartilhar a notícia da prisão do italiano Cesare Battisti.

Postagens contra Che Guevara, o MST e Lula aparecem em sua página no Facebook.

O delegado reproduziu posts do MBL contra o evento do Museu de Arte Moderna de São Paulo em que um artista se apresentou nu.

Apesar da contradição intrínseca, Mário Menin parecia defender ao mesmo tempo uma intervenção militar e o voto em Jair Bolsonaro.

“O STJ é a vergonha do Brasil”, diz um post que ele compartilhou sobre a condenação do deputado federal carioca, candidato ao Planalto, no caso em que ele ofendeu a colega petista Maria do Rosário.

O trecho de um discurso do general Antonio Mourão, que falou na possibilidade de intervenção do Exército, mereceu atenção do delegado: no vídeo, Mourão diz que a economia brasileira entrará em colapso em 2022. A culpa seria dos direitos previstos na Constituição de 1988.

O delegado viajou um bocado. Esteve na Riviera francesa, foi estudar em Taiwan e publicou fotos de vários lugares dos Estados Unidos.

Ele se disse saudoso de um curso feito na base do FBI em Quantico, na Virgínia.

No álbum de fotos, o registro de uma condecoração recebida da Marinha em São Paulo.

Outra foto indica que o delegado esteve em uma manifestação pelo impeachment de Dilma Rousseff na avenida Paulista.

O delegado Menin reproduziu um post do MBL comparando o “antes e o depois” do impeachment de Dilma — com o que teriam sido conquistas de Michel Temer.

“Combatente da corrupção”, ele agora responderá por tentar explorá-la para enriquecer.

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Comentários

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Jardel

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Olimpio

Provável carta testamento de Lula após a Lava Jato

11 de Outubro de 2017

No Brasil 247

Para meu filho Fábio deixo um Triplex no Guarujá, que apesar da escritura em nome da Caixa Econômica Federal, o Ministério Público e o juiz Sérgio Moro dizem ter convicção de que o apartamento é propriedade minha.

Por isso me condenou, sem nenhuma prova, com base apenas na vontade pessoal.

Para Sandro deixo um imóvel de propriedade da DAG Construtora, conforme escritura comprobatória, que, se comprado, teria sido destinado à construção da sede do Instituto Lula,

Mas que o Ministério Público diz ter convicção de que o terreno é meu.

Para Luís Cláudio deixo um apartamento alugado no prédio vizinho ao meu, cujo proprietário é Glaucos da Costa Marques, conforme escritura e comprovantes de pagamento de aluguel entregues ao juiz da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, mas que o Ministério Público e o juiz tentam convencer a opinião pública de que o imóvel me pertence.

Para Marcos e Lurian, meus netos e bisnetos, deixo o sítio de Atibaia, de propriedade do meu amigo Fernando Bittar, com escritura registrada em cartório, mas que o juiz Sergio Moro também insiste em convencer o mundo de que é propriedade minha.

Só porque fui algumas vezes ao sítio para descansar, jogar baralho, dominó, e deixei por lá sunga, sabonete, shampoo, camisetas, bermudas e chinelos, nos aposentos da casa, a Polícia Federal encontrou, levou, e o Ministério Público deve achar que é prova.

Deixo também para eles 2 pedalinhos, um barquinho de alumínio que Mariza comprou, para passearem no lago, e minha camionete F-1000, ano 1984, uma relíquia, para transportar esses preciosos equipamentos aquáticos.

E, para todos os meus filhos, deixo o apartamento que sempre morei com Marisa e meus filhos, em São Bernardo do Campo, desde quando comprei em 1991. É o único que tenho convicção e provas de que é meu.

Depois de refletir bastante, cheguei à conclusão de que meu testamento não deveria ficar restrito aos membros da minha família.

Deixo para o senhor juiz Sérgio Moro todos os documentos que provam minha inocência e o livro “Comentários a uma sentença anunciada: O Caso Lula”, um conjunto de 103 artigos assinados por 123 juristas militantes do direito e acadêmicos, que apontam os erros, as anomalias do processo e a minha condenação.

(*) Em tempo: gostaria de lembrar ao juiz Moro que corrupto rouba para ostentar carrões, iates, aviões, mansões, para manter contas milionárias em paraísos fiscais, como certos políticos que deram o golpe de Estado têm, muitos deles mandando no país, e para comprar até amor verdadeiro, como dizia o dramaturgo Nelson Rodrigues.

Não é meu caso. Eu não preciso disso. Se precisar de alguma coisa, tenho absoluta certeza que basta eu me manifestar que imediatamente surgirão pessoas de todos os cantos do Brasil para me doar, me ajudar de alguma forma.

Sou daqueles que precisa de muito pouco para viver. O senhor sabe de onde venho, que eu não sou de ostentar, e sabe que o que eu mais gosto na vida é de lutar ao lado do povo.

Jardel

“É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”
(Geraldo Vandré)

a.ali

mais um arauto dos bons costumes… além de otário é safado, igualzinho ao bando de desmiolados da mesma curriola!!!

Devarte Tonini

e os outros?

Abdula Al Aziz

Muito bem, bonito. Essa gente arrogante se veste em pele de cordeiro. É isso ai, mais um otário coxinha desmascarado. Logo, logo é a trupe mambembe de Curitiba.

leonardo-pe

um delegado”combatente da corrupção”pego com a boca na botija. cade o lulipe pra falar disso? cade o canuto? só tem babaca imbecilizado pela imprensa. como são de são Paulo,acham que está”tudo bem no tucanistão”.

Wagner Pinheiro

Mais um moralista sem MORAL….

Joao Lourenço

Estão vendo que exemplo ?Até mesmo dentro da PF encontramos pessoas deste gabarito.Por que vcs ainda não acreditão que dentro do PT também não aconteça o mesmo???Despertem por favor!!!!!

    Nelson

    “Até mesmo dentro da PF encontramos pessoas deste gabarito”.

    E por que a PF estaria inteiramente livre, senhor Lourenço? É uma instituição formada por pessoas e pessoas cometem erros , são falhas.

    “Por que vcs ainda não acreditão que dentro do PT também não aconteça o mesmo???”

    Ninguém aqui está afirmar que no PT esteja tudo zeradinho, às mil maravilhas, que o partido é perfeito. Não existe perfeição, meu caro, pelo mesmo motivo que aleguei para a PF.

    O que eu já afirmei, várias vezes, é que não é a corrupção de alguns petistas e nem os erros dos governos do partido as causas geradoras do golpe. Já afirmei também que os petistas envolvidos em corrupção têm que ser investigados e punidos, exemplarmente.

    Afirmei ainda que a condenação tem que ser baseada em provas e que diz que disse e “convicções” de um certo procurador não podem ser aceitas em um Estado Democrático de Direito.

    Nelson

    “ACREDITÃO”, Lourenço? É de doer nos ouvidos e nos olhos. Coitado do nosso português.

    Jardel

    Gente sem gabarito pode-se encontrar em qualquer lugar, Sr. Lourenço. A pergunta é: Por que só procurá-las no PT?
    Assim não vai resolver merda nenhuma!

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