Cebes e Abrasco: Ministério rompe percurso histórico de respeito e compromisso com a Política de Saúde Mental

Tempo de leitura: 2 min

Marcelo Castro e Valencius

Marcelo Castro, ministro da Saúde, Marcelo Castro, e Valencius Wurth Duarte Filho, escolhido como novo coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas

Nota do Cesbes e Abrasco em defesa da Reforma Psiquiátrica e  de apoio ao Movimento de Luta Anti-Manicomial

O Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) pelo compromisso histórico que têm com o processo da Reforma Psiquiátrica Brasileira, tornam pública  a preocupação quanto aos rumos da Política de Saúde Mental do SUS. Esta Política, ao longo dos anos, em diferentes contextos políticos, avançou concretamente na desinstitucionalização e no cuidado de pacientes, por meio da implementação de redes de CAPS e demais estratégias adotadas para consolidar as conquistas contidas  na Lei 10.216/2001.

Apesar da oposição ferrenha de setores interessados na internação de pacientes psiquiátricos, o Ministério da Saúde vem mantendo o compromisso com a Lei e com os avanços que o Brasil se propôs realizar para garantir os direitos humanos, a socialização e o respeito a estas pessoas com sofrimento psíquico.

Nesse momento, o Ministério rompe o percurso histórico de respeito e compromisso com a Política de Saúde Mental ao convidar para conduzi-la um profissional, cujas origens e biografia em nada o aproxima, às ideias e propósitos desta Politica e da Reforma Psiquiátrica.

Advertimos que, mantida esta situação, sobrarão dúvidas quanto à concretização do  compromisso verbal assumido pelo Ministro Marcelo em audiência no dia 15/12/2015, perante mais de vinte entidades dos movimentos sociais, de que na sua gestão não ocorrerão retrocessos nos princípios e rumos da Politica de Saúde Mental no Brasil.

Como manifestamos durante a referida audiência, Cebes e Abrasco lamentam a decisão e recomendam que o Ministério da Saúde indique para coordenação de Saúde Mental do SUS um profissional com experiência e que tenha identidade com todas as mudanças positivas implementadas no atendimento às pessoas com transtornos mentais.

Nos aliamos ao Movimento em defesa da Saúde Mental exigindo atendimento às demandas que constituem o motivo da mobilização nacional e da ocupação das dependências da Coordenação de Saúde Mental: pelo não retrocesso e pela condução confiável da Politica de Saúde Mental do SUS.

Nunca mais Manicômios, nunca mais torturas: pelos direitos humanos das pessoas com sofrimento mental!

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Comentários

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FrancoAtirador

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TEMPOS ESTRANHOS
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Por Luiz Carlos Azenha, no Viomundo, via Blog do Luiz Müller
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Os taoistas dizem que toda pessoa é parte, mas também carrega nela o universo. Ou seja, os orientais subordinam o indivíduo ao bem comum.
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No Vietnã, foi super bacana descobrir que o “comunismo” local, utilizado pela propaganda americana para demonizar o inimigo, tinha origem na necessidade do uso comum da água nas plantações de arroz (impossível separar a água num lote em que várias famílias cultivam).
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Os camponeses que lutaram contra a invasão dos EUA eram todos budistas e, sim, nacionalistas de intensa vida comunitária.
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Japão, China, Índia… o capitalismo é historicamente novinho por lá e mal arranhou essa ideia do todo ao qual se subordinam as partes.
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Como ocidentais-subordinados, nós brasileiros vivemos no pior do capitalismo: exportadores de capital, importadores de tecnologia e cultura. Já temos Halloween e não resistimos a um gadget.
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É estranho ver as pessoas fazendo selfies diários em seus iphones como se confundissem narcisismo com auto-conhecimento. Viver numa vitrine permanente deve explicar o consumo recorde de ansiolíticos. Já pensou, ter de agradar ao “freguês” 24 horas por dia?
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E o que dizer daqueles símbolos e tags que acompanham as fotos e lentamente degradam a linguagem escrita? Outro dia brinquei que em breve será comum usar ‪#‎partiucremacao‬.
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Acho até que essa linguagem extremamente utilitária tem o seu papel, mas traz consequências quando é expressão de um ultraindividualismo superficial.
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Em risco, a capacidade de abstração, essencial para desenvolver a empatia, ou seja, se colocar no papel do outro, sentir pelo outro, lutar pelo outro.
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É uma capacidade que o ser humano desenvolve lendo, refletindo, tecendo uma rede social em torno de interesses comuns, como fizeram durante séculos os plantadores de arroz vietnamitas.
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Tenho comigo que o que descrevi acima ajuda a explicar a ascensão na cena política ocidental de aberrações como os Revoltados Online e Donald Trump, para ficar em apenas dois exemplos.
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De um lado, uma linguagem degradada, sem matizes, sem nuances, disseminada com tal rapidez pelas redes que impede reflexão: estimula preconceitos e emoções, turva a razão.
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De outro receptores incapazes de empatia, de aceitar subordinação a uma esfera pública onde estejam em minoria.
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Quando escreveu sobre o homem/mulher-mercadoria e alienação, acho que o Marx nunca imaginou que a coisa ia ser literal assim…
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(https://luizmullerpt.wordpress.com/2015/12/21/tempos-estranhos)
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Urbano

De fazer inveja a hitler e lombroso…

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