CartaCapital revela o roteiro do acordo que enterraria a Lava Jato: anistia e dinheiro em troca de silêncio
Tempo de leitura: 4 minDa Redação
Na edição da revista CartaCapital que está nas bancas o repórter André Barrocal descreve o roteiro de um acordão que pode, se não enterrar, pelo menos limitar o alcance da Operação Lava Jato, preservando personagens importantes da política brasileira — Michel Temer, José Serra, Aécio Neves, Renan Calheiros, José Sarney e muitos outros.
O roteiro se encaixa na conversa gravada clandestinamente pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, com o hoje presidente do PMDB, Romero Jucá.
Aqui, é importante relembrar:
MACHADO – Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de segunda instância], vai todo mundo delatar.
JUCÁ – Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a Odebrecht vão fazer.
MACHADO – Odebrecht vai fazer.
JUCÁ – Seletiva, mas vai fazer.
MACHADO – Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que… O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.
[…]
JUCÁ – Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. […] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra… Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
[…]
MACHADO – Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ – Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. ‘Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha’. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ – Com o Supremo, com tudo.
MACHADO – Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ – É. Delimitava onde está, pronto.
[…]
MACHADO – O Renan [Calheiros] é totalmente ‘voador’. Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não.
JUCÁ – Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.
O boi de piranha para “chegar do outro lado da margem” pode ter sido Eduardo Cunha. O ex-presidente da Câmara, depois de cassado, não voltou a falar em fazer delação premiada.
Estaria à espera dos desdobramentos das ações contra ele, a mulher e a filha? Ou, quem sabe, do “acordão” mencionado por Romero Jucá na gravação?
De acordo com Barrocal, o acerto se daria em duas frentes: na Câmara, o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), aliado de José Sarney, costura uma anistia para os casos de recebimento de contribuições no caixa 2; no BNDES, haveria alívio financeiro às empreiteiras, de forma a modular as delações de seus executivos.
Um dos maiores beneficiários do acerto seria o atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, que na delação premiada de Marcelo Odebrecht pode ser acusado de receber R$ 23 milhões em contribuições na campanha de 2010 — parte no Brasil, parte em contas no Exterior.
Também tem interesse em “chegar à outra margem” o senador Aécio Neves, sob investigação por causa do esquema de propinas em Furnas e suspeito de interferir nas investigações do mensalão petista com o objetivo de poupar aliados.
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Aécio pode ser delatado por executivos da OAS por receber, através de Oswaldo Borges da Costa Filho, propina de 3% na parte da Cidade Administrativa que coube à empreiteira construir.
Curiosamente, a delação de Léo Pinheiro, da OAS, está travada. Ele faria denúncias contra o ex-presidente Lula, Aécio Neves e José Serra.
O acordão em Brasília beneficiaria especialmente o PMDB: executivos da Odebrechet podem delatar repasse de R$ 10 milhões a pedido de Michel Temer na campanha de 2014. Uma acusação formal contra ele pode por abaixo todo o governo golpista.
Ao menos uma denúncia de acordão já foi feita por um ex-integrante do governo Temer, Fábio Medina Osório, defenestrado da Advocacia Geral da União (AGU).
Quando ainda estava sendo fritado por boatos sobre sua demissão, ele resumiu: “É uma série de ataques que estamos sofrendo. Coincidentemente, logo agora, após havermos ajuizado ações bilionárias contra uma série de empreiteiras, no montante de R$ 12 bilhões para recuperar ativos dos cofres públicos. E no momento em que estamos reforçando a equipe da AGU para combater a corrupção, na Operação Lava Jato”.
Não é de estranhar, neste contexto, o discurso feito pelo ministro do STF Dias Toffoli — que é muito próximo de Gilmar Mendes, devedor do grão tucanato — num evento em Belo Horizonte.
Depois da denúncia do MPF contra Lula, Toffoli disparou em direção à Lava Jato:
“Megaoperações levam ao totalitarismo do Poder Judiciário”, diz Dias Toffoli
16 de setembro de 2016, 21h27
Por Sérgio Rodas, no Consultor Jurídico
Reprodução parcial
O Judiciário exerce hoje o poder moderador das crises brasileiras que, antigamente, cabia às Forças Armadas, afirmou o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli nesta sexta-feira (16/9). No entanto, ele advertiu que os magistrados não podem extrapolar suas funções, sob risco de acabarem no ostracismo, como aconteceu com os militares após a ditadura.
“O Judiciário não pode exagerar no seu ativismo, senão vai ter o mesmo desgaste dos militares. Se criminalizarem a política, passarem a achar que o sistema judicial vai moralizar a sociedade brasileira, batendo palmas para doidos dançarem, vamos cometer o mesmo erro que os militares cometeram em 1964 ao assumir o poder”, alertou o ministro no último dia do XX Congresso Internacional de Direito Tributário, ocorrido em Belo Horizonte. O evento foi organizado pela Associação Brasileira de Direito Tributário (Abradt).
Além disso, Dias Toffoli criticou a espetacularização das megaoperações investigativas, como a “lava jato”. “Se quisermos ser os protagonistas da sociedade, temos que refletir se desejamos fazer operações que têm 150 mandados de busca e apreensão em único dia, que têm sentenças aditivas. Isso leva a um totalitarismo do Judiciário. Isso é democracia? Isso é Estado Democrático de Direito?”, questionou.
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Comentários
Luiz Carlos P. Oliveira
Pode livrar golpistas? Mas ainda resta alguma dúvida de que a Lava Jato só quer o PT e o Lula? Qualquer criança sabe disso. E o nosso judiciário (sic) e a imprensa (sic) já nem fazem mais questão de disfarçar. Ca… e andam para a lei. Dane-se a Constituição Federal. O wue vale hoje é a (des) constituição da Repúbluca Curitibana das Bananeiras. Lá, juizinho de 1a. Instância manda mais do que o STF e MPF, os “acovardados”, segundo o Lula. Ou os “golpistas”, para mim. É a minha convicção, mas não tenho provas. Dizendo assim, não corro o risco de ser processado, pois o próprio judiciário (sic) já criou jurisprudência.
FrancoAtirador
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Por falar em Corrupto e Mão-Leve, o Chanceler* do Meme Permanente
está tão Desnorteado, que indicou o Panamá à Presidência do MERCOSUL.
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FrancoAtirador
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Aliás, na realidade, o Serra ficou mesmo Desesperado
que ligou pro D’Ávila na GloboNews pra limpar a Barra.
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FrancoAtirador
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https://pbs.twimg.com/media/CsmHaCeWIAAFwJl.jpg
https://twitter.com/michelaaquino/status/777301599635042304
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FrancoAtirador
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https://pbs.twimg.com/media/Csl6IA8WcAAD1WY.jpg
https://twitter.com/NaldoValenca/status/777286693196034048
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José Fernandes
Este e o nosso ,aliás nosso não, porque eu não votei neste inseto,ele usurpou o cargo,junto com outro golpista,mas este e o chanceler que o nosso querido Brasil tem.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/cerra-inclui-argentina-nos-brics-sao-os-bracs
Luis Carlos Saldanha
O tempo vai dizer se essa teoria publicada na CC é verdade ou mentira…
Aguardemos!
Serjão
Sofre de algum problema neurológico?
Um bom profissional do ramo pode ajudar muito.
FrancoAtirador
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Abriram o Precedente do Domínio do Phato no Mentirão 1 Contra o Dirceu
Agora, o Procurador-Geral e os Procuradores Provincianos da Ré-Pública
obviamente estão seguindo Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).
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FrancoAtira..dor
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Se o Judiciário hoje é o Poder Moderador
o Ministério Público é o Poder Inquisidor.
E Ambos com o Auxílio do Cartel de Mídia
que é, de fato, o Supremo Poder Julgador,
cuja Sentença é Absolutamente Irrecorrível.
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Game Over, Democracy! The Dream is Over.
https://youtu.be/rq6ulGCounc
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FrancoAtira..dor
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Agora é Tarde Demais Para Perceber que “Manchete de Jornal Não é Sentença”
“Jornalista Não é Policial” Nem Promotor e “Comentarista de Política Não É Juiz”.
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FrancoAtira..dor
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Esperemos Sentados que o PGR ou o Juiz Moro vazem para a Mídia
as Gravações das Conversas de Eduardo Cunha com Ministros do STF.
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José Fernandes
Faço minhas as palavras do Mestre.”É mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que ..” esse judiciário,vazar algo do Aécio,do Cunha,do golpista, dos tucanos em geral.
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