Carlindo Fausto: É preciso enfrentar os privilégios da branquitude
Tempo de leitura: 2 minA branquitude, o espaço e a consciência negra
“Talvez isso colabore na compreensão de como ACM Neto conseguiu ser reeleito com 74% dos votos na mais negra das capitais (80% da população se auto declara negra).” Em “Túlio Muniz e Geddel: um terço dos moradores de Salvador vive em favela”
Por Carlindo Fausto, escritor, professor da UNILAB
A branquitude
O voto negro é apenas o efeito; a causa da vitória de ACM Neto é o racismo à brasileira e a perspectiva totalitária da branquitude.
No Brasil, brancos (as) não são sujeitos étnicos, eles/elas são apresentados cotidianamente como sujeitos universais.
Basta olhar o sistema televisivo brasileiro e igualmente o baiano.
Os demais sistemas de poder estão na mesma rota.
O espaço
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O espaço permite, e Milton Santos é o senhor desse caminho.
Ir além da representação nos permite chegar à apresentação de Salvador.
A sociedade racista está inscrita no espaço da cidade.
A branquitude se materializa no poder, no espaço, na estrutura da sociedade.
O espaço, como as demais estruturas sociais, não é neutro. O poder branco não é neutro.
Faço referência aos sistemas financeiro, econômico, parlamentar, jurídico, educacional, policial/militar e de comunicação, que dão sustentação para a branquitude e/ou ao racismo à brasileira.
Chamo também para o debate a materialidade das desigualdades ocupacionais, locacionais, educacionais e institucionais cristalizadas pela perversa exclusão de negros(as) e pela naturalização da branquitude como valor universal.
Sendo assim, o espaço é branco, racista; os brancos (as), que comandam a sociedade, estão nos espaços “organizados” e negros(as), que são comandados, estão nos espaços desorganizados socialmente; as favelas e outros destituídos de cidadania.
Os negros (as) estão fora; o conteúdo, ser plenamente negro/a, ser cidadão/cidadã, não pode vicejar sem base material, sem a espacialidade cidadã e sem ingresso efetivo nos sistemas de poder.
É preciso enfrentar o debate e mais ainda enfrentar efetivamente e superar os privilégios da branquitude.
Os raros negros (as) cooptados e os ações “musicais”/”artísticos” do 20 de novembro são eventos limitados/limitantes.
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Comentários
FrancoAtirador
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http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/sueli-gutierrez-o-alto-custo-de-manter-o-automovel.html
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