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Foto de arquivo pessoal
Camelô morto por PM planejava voltar para o PI e assumir vaga em concurso
Emocionado, pai de vítima contou que o filho estava feliz pela convocação. Carlos Augusto Muniz foi enterrado neste domingo (21), em Simplício Mendes.
Catarina Costa
Muita comoção e revolta marcaram o enterro do vendedor ambulante Carlos Augusto Muniz Braga, 30 anos, neste domingo (21) na cidade de Simplício Mendes, Sul do Piauí. Ele foi morto por policial militar durante confronto na Zona Oeste de São Paulo na quinta-feira (20). Muito emocionado, o pai Raimundo Araújo Braga revelou ao G1 que o filho recentemente tinha sido convocado no concurso da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e por este motivo ele pretendia voltar a cidade natal até o final deste mês para assumir a vaga.
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“Na nossa última conversa ele me falou que estava feliz e tinha muitos sonhos aqui. Só era alegria, meu filho dava muitas risadas, era alegre e cheio de vida. Carlos Augusto disse que só iria trabalhar até o final deste mês em São Paulo e voltaria para o Piauí, onde assumiria o cargo no qual ele foi aprovado”, contou.
Ainda segundo o pai, Carlos Augusto Muniz Braga completou 30 anos na segunda-feria (15), três dias antes da sua morte e que sua mulher, Acelina Braga, está tendo acompanhamento médico 24 horas, desde quando soube da notícia. “Ela permanece em estado de choque, não consegue falar com ninguém pois vai logo chorando. Meu filho nunca nos deu trabalho e a sua morte foi um ato covarde”, declarou Raimundo.
Centenas de moradores compareceram a casa do casal no bairro Alto da Matriz, onde acontecia o velório desde às 21h30 desse sábado (20), horário em que o corpo da vítima chegou na cidade. Ainda durante a noite, a avó do camelô passou mal e foi levada para o hospital.
Acompanhado pelos familiares, amigos e pessoas sensibilizadas com a tragédia, o enterro de Carlos Augusto aconteceu já no final da tarde no cemitério local. Novamente a família informou que pretendem acionar a Justiça e pedir indenização ao estado de São Paulo pela morte de Carlos Augusto.
Entenda o caso
Carlos Augusto Muniz Braga morreu após levar um tiro na cabeça, disparado por um policial militar, que participava de uma operação na Rua Doze de Outubro, Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, na quinta-feira (20). A polícia fazia uma operação de combate à venda de produtos piratas na região. Segundo a PM, os camelôs se revoltaram e passaram a atacar os fiscais da prefeitura e os policiais militares.
Na ocasião, três policiais faziam a prisão de outro ambulante quando Carlos tentou tirar uma lata de spray de pimenta da mão do policial Henrique Bueno de Araújo. O PM reagiu e atingiu o vendedor com um tiro na cabeça. Ele morreu em seguida.
Abaixo, reportagem do Jornal da Record sobre o caso mostra o momento do assassinato:
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Comentários
abolicionista
País de coronéis…
Gerson Carneiro
Esse monstro já havia matado um morador de rua há seis meses.
Brancaleone
Infelizmente no momento em que ele tentou tirar o spray das mãos do policial, não teve tempo de apresentar seu curriculum, sua biografia e suas expectativas de futuro e o policial, temendo ser desarmado e agredido, reagiu como qualquer humano numa situação similar ( sim, o policial é humano e tambem tem medo, família…)
Lamentável mas se analisarmos o momento, ambos erraram. Ele e o Policial.
Mas eu adoraria saber a opinião de alguns aqui se isso tivesse acontecido sob administração do PT…
Rodrigo
A diferença é que um PM recebe um treinamento pago por nós e dveria lidar com situações conflituosas. Essa é a diferença. Ele não poderia agir como “qualquer humano”.
Vitorio Guilhermo Sorenzi
Sacanagem Rodrigo. Você leu meu pensamento! Isso mesmo. Policiais – civis, militares ou do exercito – são treinados, ou deveriam, para lidar com situações como essas. Sem sentimento de vira-latas, mas por exemplo, quantos moradores de rua ou ambulantes, sim, eles mesmo, são mortos pela polícia em países como Franca ou Inglaterra? Temos essa estatística?
Vitorio Guilhermo Sorenzi
Respondendo sua pergunta. Se fosse sob a administração do PT, ia faltar papel e tempo de TV para veicular a notícia.
Maria
Abutre!
Uma pena. Um menino tão bom, tão lutador, de alma sadia. Ocupou a talvez melhor oportunidade que lhe apareceu, para não cair no crime.Pois nessa idade e ainda estudante e necessitando de trabalhar, não tinha muitas escolhas. Vender seus produtos dignamente.
Mas os comerciantes “regulares” – muitas vezes sonegadores – sempre chamam a proteção estatal.
Tonho
Até quando?
Marat
Até quando o PSDB perder uma eleição… até lá, incompetência, corrupção, truculência e burrice vão imperar em nosso triste e destruído Estado de São Paulo
Vitorio Guilhermo Sorenzi
Marat, esqueceu do árido, porque já, já a água seca das torneiras.
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