AzMina: Estudante ameaçada com fuzil explica o episódio em Guarulhos; vídeo
Tempo de leitura: 3 minUm policial encosta uma arma no peito de uma estudante dentro de uma escola em SP entre empurrões e ameaças. Uma arma no peito de uma estudante dentro de uma escola. Apontada por um agente do Estado. A PM é o gosto amargo que a ditadura militar deixou na nossa “democracia”. Dani Monteiro, no twitter
“Quero um futuro, mas com escola assim está difícil”, diz estudante ameaçada com fuzil por policial
Eduarda Soria participava de protesto contra diretor da escola em que estuda quando teve um fuzil apontado para seu peito
Aos 17 anos, Eduarda Sória quer condições melhores para estudar e até o início dessa semana não imaginava que isso envolveria a polícia.
Ela é aluna do terceiro ano do ensino médio na Escola Estadual Frederico de Barros Brotero, em Guarulhos, e conta dos problemas na escola.
“O diretor não age como diretor. Tem goteira nas salas, a gente já reclamou. E tem o problema da tolerância, às vezes você chega um minuto atrasado e já perde a aula”, conta a aluna, que estuda a noite e trabalha durante o dia.
Ela contou à Revista AzMina que foi isso que aconteceu com ela e outros colegas na última quarta-feira, 03 de abril.
Após sair do trabalho em uma financeira, foi para a aula e quando chegou disse que o diretor mandou fechar o portão.
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Ela e amigos que também ficaram para fora reclamaram e conta que a polícia foi chamada.
“Eles colocaram as meninas de um lado e os meninos de outro. E foram super brutos com os alunos, que só queriam entrar na escola, e começaram a empurrar e insultar os meninos. Eu nunca tinha visto isso”, conta.
Como resposta, os estudantes do Brotero organizaram uma manifestação para o dia seguinte, para pedir a saída do diretor.
“Não sabia se era bala de borracha ou não”
Na noite seguinte, quinta-feira, os alunos ocuparam o pátio da escola e pediam a saída do diretor quando a polícia foi chamada.
Eduarda conta que os policiais fizeram um cordão, que dificultava a saída das pessoas. “Alguns meninos estavam jogando biribinhas (estalinhos comuns nas festas de São João) e tinha fumaça. Comecei a passar mal ali dentro e fui tentar sair”, diz.
Em vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver os policiais fechando a saída e apontando um fuzil para os estudantes.
Nesse momento, Eduarda se aproxima, fala algo para o diretor e é empurrada pelo policial, primeiro com a mão, e depois com o fuzil apontado para seu peito.
“Quando tentei sair, o diretor me empurrou e, sem pensar muito na hora, eu revidei. Aí o policial veio para cima de mim, com o fuzil. Eu fiquei com muito medo, não sabia se era bala de borracha ou não”, lembra.
Um professor, então, entrou na frente de Eduarda e afastou o policial, para em seguida tentar amenizar os ânimos. “Ele foi um anjo, mesmo tendo crise de pânico, se colocou na frente para ajudar”, diz ela.
“Se ele não sair, vamos protestar de novo”
Apesar do medo que passou, Eduarda diz que vai seguir protestando caso o diretor não saia do cargo. “Eu espero que depois desse vídeo, tirem o diretor. Mas se ele não sair, vamos protestar de novo e eu vou participar. Mas espero que não aconteça o que aconteceu ontem”.
Ela acredita que exigir melhores condições é essencial para sua educação.
“Eu pretendo trabalhar, quero fazer faculdade de gestão financeira, quero ter um futuro, mas com a escola assim fica difícil”, diz.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo disse que “vai apurar o episódio da Escola Estadual Frederico de Barros Brotero, em Guarulhos e colaborar com Polícia para esclarecer o fato”.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que a Polícia Militar apreendeu dois adolescentes no protesto por “ameaça, dano e vias de fato” e que eles serão encaminhados à Vara da Infância e da Juventude do município.
Sobre a ameaça do policial a Eduarda, a secretaria informou que: “a polícia Militar tomou ciência do vídeo da ação e instaurou investigação para analisar a conduta dos policiais envolvidos e todas as circunstâncias da ocorrência”.
Comentários
Joao Soares
É uma vergonha, tanto a policia brasileira quanto a maioria do povo brasileiro não gostam de professores. Infelizmente entre um traficante e um professor, o povo vai votar no traficante. É a realidade brasileira que ocupa o 1º lugar em desvalorizar o professor.
Zé Maria
A PM vai investigar os PMs?
Faz-me rir, pra não chorar…
RICARDO DE FARIA GODINHO
Quem sabe se o meganha não estava tomado por um medo descontrolado de aquela pirralha matar ele com uma palavra. Se a Lei Moro de Extermínio já estivesse em vigor ele poderia ter se defendido daquela perigosa magrela dando uns tirinhos de fuzil no peito da periculosa terrorista…
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