Arthur Virgílio fala em 28 mortos por asfixia num só hospital de Manaus, onde pacientes ficaram ao lado de cadáver; Venezuela se dispõe a ajudar; vídeos
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
O ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgilio, disse que 28 pessoas morreram por asfixia em um hospital da cidade, o 28 de Agosto.
Ele culpou o governador do estado, Wilson Lima (PSC), e pediu o impeachment do mandatário.
A falta de oxigênio atingiu vários outros hospitais da capital, levando o governo federal a montar um esquema de emergência para transportar pacientes para hospitais federais de outros estados.
Autoridades trocam acusações sobre a responsabilidade pelas mortes.
O governo Bolsonaro tentou forçar médicos locais a receitar cloroquina e ivermectina, remédios para malária e piolho/pulgas, para enfrentar a segunda onda no estado, que inclui uma nova cepa do coronavírus.
Os dois remédios não tem comprovação científica para o combate à covid. No caso da cloroquina, há indícios de que cause problemas cardíacos repentinos que podem levar à morte.
O ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acionou o STF para exigir que o governo federal abasteça Manaus de oxigênio em 24 horas.
No twitter, ele escreveu: “Existem ações a serem feitas: 1. Acelerar o envio de oxigênio, inclusive facilitando a importação dos insumos vindos da Venezuela pela White Martins; 2. Reabertura do Hospital de Campanha Municipal Gilberto Novaes que foi fechado. 3. Decretação de Lockdown”.
O governo da Venezuela se dispôs a abastecer Manaus na emergência.
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“Solidariedade latinoamericana”, escreveu o chanceler Jorge Arreaza.
Não há, ainda, um balanço oficial sobre pacientes que morreram por falta de oxigênio. Enfermeiras e auxiliares de enfermagem fizeram ventilação manual em alguns casos.
Por causa do negacionismo de autoridades federais, lideradas pelo presidente Jair Bolsonaro, o Brasil é um dos poucos países do mundo onde não existe uma coordenação nacional para combater a pandemia.
Bolsonaro se escudou em uma decisão do STF para empurrar a responsabilidade a governadores e prefeitos.
No hospital 28 de Agosto, citado pelo ex-prefeito Arthur Virgílio, os pacientes da ala de covid “conviveram” pelo menos algum tempo ao lado de um cadáver, como mostra vídeo divulgado pelo site D24am.
Diante do desespero testemunhado, o site pediu intervenção federal imediata no Amazonas.
Nesta quinta-feira, Manaus registrou 87 sepultamentos de mortos pela covid.
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