Antônio David: ‘Rolezinhos’ expõem a chaga nunca fechada da escravidão
Tempo de leitura: 6 minpor Antônio David, especial para o Viomundo
O surgimento dos “rolezinhos” tem sido motivo de acalorado debate, sobretudo nos órgãos de imprensa. Infelizmente, muito do que tem sido veiculado apenas reproduz o senso comum e só concorre para reforçar preconceitos e estereótipos.
Não quero me dar ao trabalho de defender o direito aos “rolezinhos”. Não se trata apenas de uma causa justa; trata-se de um direito civil elementar: o direito de ir e vir. Ao se proibir os “rolezinhos” e recriminar quem deles participa através de ações coercitivas, vê-se o quão atrasados estamos em matéria de direito.
Porém, nesse artigo, mais do que defender (ou condenar) a nova prática, meu objetivo é apresentar certas questões de fundo, ligadas à formação da sociedade brasileira, e que os “rolezinhos” e a reação a eles evidenciam.
Gostaria de propor sete ideias, para reflexão e discussão, e que penso serem importantes para a intervenção política da esquerda:
1) Como se sabe, o governo Lula iniciou um processo de ascensão social da classe trabalhadora, através do emprego com carteira assinada e do consumo de massas, para o qual o governo Dilma bem ou mal vem dando continuidade.
Mais do que acesso a educação, bens etc., esse processo criou expectativas, sobretudo entre os mais jovens. Expectativa de fazer parte do mundo deles, do mundo de lá, ou seja, da classe média, com tudo o que ela tem direito: consumo, prestígio, lazer, perspectiva de futuro, trabalho digno. Os “rolezinhos” não são um mero passeio no Shopping, Representam muito mais do que isso. No fundo, são um recado: “nós também queremos participar!”. Evidenciam a existência de expectativas no seio da juventude proletarizada, alimentadas pelo lulismo;
2) A reação aos “rolezinhos”, tendo encontrado amparo e eco na classe média tradicional, evidencia a restrição que essa classe social tem à integração dos pobres ao seu mundo.
Falando em português claro: do ponto de vista da classe média tradicional e da burguesia (aquela que faz compras no Brasil, não em Paris), se os “rolezinhos” não forem coibidos, os abastados membros dessas classes pretéritas deixarão de frequentar os shoppings centers, por uma razão muito simples: porque eles odeiam pobre e negro. Os “playboys” e “madames” deixarão de ter seu espaço privè de lazer (leia-se, sem pobre e negro à vista), e, consequentemente, os lojistas não terão o lucro que auferem.
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Nesse sentido, a não aceitação aos “rolezinhos” tem paralelo com a não aceitação das cotas nas universidades públicas, ou com o desconforto sentido pelos indivíduos de classe média quando entram no saguão do aeroporto e dão de cara com pessoas de baixa renda viajando de avião;
3) O curioso é não haver entre os porta-vozes da classe média quem tenha a coragem de vocalizar seu verdadeiro sentimento, que poderia ser dito nos seguintes termos: “não queremos compartilhar o mesmo espaço com pobres e negros”.
A classe média é racista, mas sente pudor em expor seu racismo, pois se considera democrática. Ela aceita os de baixo, desde que eles saibam ocupar o “seu lugar”.
O racismo, assim, permanece mascarado, no campo do não-dito. Daí porque, ao reagirem, vocalizam todo tipo de subterfúgios. O festival de idiotices que temos lido na imprensa, sobretudo na sessão “Painel dos Leitores”, evidencia a incapacidade que a classe média tem de expor seus mais profundos sentimentos, seus verdadeiros sentimentos. Esses sempre são substituídos por pretextos. Uma bobagem atrás da outra. A reação aos “rolezinhos” é o reino dos pretextos.
Há pouco tempo, tivemos um ótimo exemplo desse curioso traço da nossa classe média. Ao ser questionada sobre a abertura de uma estação do metrô na região, uma senhora de classe média moradora do bairro de Higienópolis, em São Paulo, declarou que a estação atrairia “gente diferenciada”. Ora, será que ninguém se perguntou o motivo de tanto pudor? Por que, afinal, usar a expressão “gente diferenciada”? Sejamos francos: se essa senhora tivesse ido direto ao ponto, sem pretextos nem subterfúgios, o que ela teria dito? Ao invés de “gente diferenciada”, se tivesse sido sincera, ela teria dito: “pobres e negros”.
Portanto, o surgimento dos “rolezinhos evidencia a existência, na sociedade brasileira, de um apartheid latente, e a de um traço característico das classes abastadas brasileiras, que vivem sob o mito da democracia racial.
4) Por que tantos jovens de origem proletária, muitos dos quais trabalhadores precarizados, procuram os shoppings centers? O que exatamente nesses lugares os atrai? Mais do que o baluarte do consumo, o shopping center representa a possibilidade da diferenciação social, um lugar para poucos. Mas, afinal, de quem esses jovens querem diferenciar-se? Finalmente, quais são as alternativas que o poder público oferece para esses jovens, em termos de organização da cultura política — sobretudo os governos tendo à frente o PT?
Uma das hipóteses que tenho ouvido sobre a nova classe trabalhadora é de que, formada no bojo de um processo desmobilizador, ela tende a adquirir a consciência da classe para onde ela pretende ir ou pensa estar indo. Aí parece estar a chave. Como recriminar esses jovens, se eles são chamados de “nova classe média” a torto e a direito? Nesse sentido, e paradoxalmente, os “rolezinhos” evidenciam um perigoso quadro de hegemonia cultural da burguesia e, talvez, da direita.
5) Contraditório, o lulismo aparece como uma estratégia de acomodação e amortecimento dos conflitos. Ao viabilizar a ascensão social dos trabalhadores sem confronto com o capital, mas garantindo-lhes o ambiente favorável de negócios e o respeito aos contratos, o lulismo apresenta-se como conciliador.
Contudo, trata-se aqui de um paradoxo: a realidade concreta engendrada pelo processo conduzido pelo lulismo é o exato oposto do que o lulismo aparenta ser. Na medida em que a ascensão social via emprego e consumo vai progredindo, ainda que lentamente, o lulismo vai empurrando a classe trabalhadora para o conflito com o capital — e com a classe média tradicional. É o que verificamos quando olhamos para os dados sobre greves no Brasil. Penso que, ao lado das greves e de um sem número de outros fenômenos — dos quais junho provavelmente faz parte — os “rolezinhos” evidenciam o norte para o qual caminhamos e do qual, graças ao lulismo, cada vez mais nos aproximamos: o conflito.
6) Os “rolezinhos” surgiram espontaneamente. O que não significa inexistência de organização. Certamente foram organizados. Cabe pesquisar e entender esse novo tipo de organização. Não obstante, tem algo que já de antemão sabemos: trata-se de uma forma que escapa do modelo tradicional de organização, no qual o partido é o polo aglutinador e organizador.
O partido não organiza, não organizou e provavelmente não organizará. É o fim dos partidos? Não. Mas talvez seja o fim, ou pelo menos o descenso do modelo tradicional de organização da classe. Cabe aos partidos e às organizações de esquerda entender as novas formas de organização da juventude pobre, em ascensão social, e procurar adaptar-se a elas.
7) O fenômeno dos “rolezinhos” e a reação reacionária e sem mediações, através da violência policial, evidenciam a natureza do processo político em curso no país.
Afinal, o que é no fundo o lulismo? O lulismo é uma estratégia de combate à pobreza e à desigualdade sem confronto com o capital. Essa explicação, contudo, esconde o essencial. Pois não se trata de um mero combate à pobreza e à desigualdade, como dados brutos, pois a pobreza e a desigualdade subsistem sobre uma estrutura econômica e social herdada de nosso passado; no fundo, o processo político em curso está enfrentando o peso e a persistência de nosso passado colonial, em particular a herança da escravidão.
Não se trata aqui de retórica. O sentido da frase é literal. Mais de um século transcorreu, o Brasil é outro, as representações são outras, mas é ingenuidade achar que quatrocentos anos de escravidão não deixaram marcas profundas na estrutura econômica e social de nosso país. Marcas que insistem em perseverar e que, não obstante sejam camufladas por todo tipo de ideologia, não cessam de expor, como uma chaga nunca fechada. É isso o que está em jogo no processo político em curso atualmente no Brasil, e é isso o que está em jogo para qualquer estratégia coerente e viável que a esquerda venha a formular e implementar: como enfrentar o legado da escravidão?
A estratégia do lulismo, com seus erros e acertos, méritos e deméritos, possibilidades e limites, é uma forma de enfrentar nada mais nada menos do que o legado da escravidão. Apenas isso. Simplesmente isso. Daí sua força. Penso que o fenômeno dos “rolezinhos” evidencia a natureza do legado com o qual o lulismo está tendo de lidar. Resta saber até onde ele é capaz de ir, tendo à frente um inimigo tão forte.
Antônio David é pós-graduando em filosofia pela FFLCH/USP.
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Comentários
Baluarte
Acredito piamente na mobilidade social. Sou filho de pais da classe C (operário e empregada para-doméstica). Mas por acreditar no estudo como meio de progredir socialmente, cursei 3 universidades e alcancei um razoável status patrimonial, de classe média, ao longo da minha existência. Trabalhei muito, e desde cedo, obviamente. Agora vamos aos fatos que chocam as pessoas de bem. Por que será que as pessoas da classe média rejeitam as atitudes ostensivamente agressivas de pessoas de classes inferiores que se acham com o direito de agredir, depredar e bagunçar ambientes como praias e shopings? Isso é discriminação? Que culpas têm os brancos de hoje pelo fato de que afrodescendentes oriundos de escravos capturados por negros de outras tribos, e vendidos para traficantes europeus, não lograram mobilidade social, aquí? Existem negros (e brancos na mesma classe)que, graças aos seus esforços, galgaram posições de relevo em nossa sociedade, como é o caso clássico do Ministro Joaquim Barbosa, hoje na presidência da mais alta Corte de Justiça do nosso país. Porquê ninguém lembra disso. Quem prestou serviço militar sabe como é importante a disciplina e o respeito à hierarquia. O que falta para estes jovens rebeldes é exatamente isso: disciplina e respeito à hierarquia, coisas que os que fazem parte de grupos criminosos conhecem muito bem!
Vinicius Garcia
Educação é tudo. A quem leia este artigo e saia vociferando aos cantos que se trata de “tese marxista”. Mas para esses mesmos que dizem que o assunto é velho após a queda do muro de Berlim. Para eles deixo esta frase:
Enquanto houver um homem explorado, segregado, cativo ou manipulado, homem algum será verdadeiramente livre!
Ronald Sanson Stresser Junior
A luta pela liberdade nunca envelhece, ele pode se reciclar ou até mesmo por vezes retornar mas nunca morre, está sempre dentro de nós, incomodada com qualquer injustiça cometida.
Hildermes José Medeiros
Monte de sandices. Solta patacoadas e quer desqualificar quem discorda. Essa de de direito de ir vir dentro em centros de compras é curioso. Mais esdrúxulo ainda essa de tentar distorcer o problema confundindo as ações com preconceitos. Quem frequenta esses lugares, verifica que de uns anos para cá tem sido comum a presença de frequentadores negros, famílias e suas crianças, namorados, jovens. As pessoas que desejam frequentar os centros na hora que desejam, como qualquer pessoa, só que esses frequentadores não chegam às centenas, gritando palavras de ordem, correndo escalando o que desejar. Está não é uma maneira de as pessoas irem às compras (ou é ?), ou ao cinema ou as áreas de lazer e recreação existentes. O que o autor precisa saber é não somos um monte de beócios, vemos perfeitamente o uso político, como foram os movimentos acontecidos em 2013, que o máximo obtido foi reduzir a popularidade da Presidenta, mas não ao ponto de inviabilizá-la como candidata em 2014. Exatamente em São Paulo, onde está iniciando o movimento. Há intelectuais por razões políticas dando respaldo,baseados em argumentos furados, fajutos. O mesmo que aconteceu em junho de 2013. Desse jeito é mais uma eleição perdida, a quarta queda. É uma lástima, não se emendam, nem se renovam, querem girar a roda para trás, com as mão vazias, sem discurso e propostas. Na Democracia os dirigentes e os partidos no poder são afastados no voto. Com tudo indo de mal a pior só na boca da oposição, que a mídia desonestamente analisa e amplia, precisa ou dar tudo errado, e ninguém prevê que dará (os interesses do oposição também perdem), ou tudo que se espera der errado, em menos de seis meses. Não está fácil, não. Quem sabe uma reza braba não resolve?
FrancoAtirador
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A BURGUEzIA BRAzILEIRA FEDE A COCÔ DE BURRO
Ou: PRECONCEITO FAZ CRESCER ORELHAS DE ASNO
Capitalismo Anticapitalista
Por Renato Barreiros*, no blog Farofafá – Carta Capital
Uma rápida busca na internet mostra que os shoppings centers são hoje o lugar preferido, o principal “espaço publico” do filhos da nova classe C: manifestação das fãs de Justin Bieber pedindo show do cantor em um shopping de Fortaleza, manifestação dos fãs do MC assassinado Daleste em frente ao Shopping Penha no mês de julho, um vídeo do YouTube que mostra que os famosos “rolezinhos” já são um tanto velhos – pois em 2012, em um encontro de fãs do MC Gui (o vídeo chama “MC Gui -Rolê no Shopping Metrô Tatuapé”), já havia tumulto de jovens dentro do shopping por causa da presença do cantor.
Nada é mais lógico para um geração que escolheu o funk-ostentação como trilha sonora que marcar seus encontros nos templos de consumo, sejam eles para beijar, conversar, consumir, comer ou até mesmo protestar.
O que chama a atenção é a visão míope dos donos dos shoppings, que tratam seus consumidores de agora, e de muitos anos mais adiante, com polícia e repressão pura.
Mas essa visão dos capitalistas de, por puro preconceito, negarem seus consumidores e perderem oportunidades de aumentar suas vendas e lucros já é algo que ocorre no funk-ostentação há algum tempo.
Três histórias são emblemáticas. Em uma delas, uma dupla de MCs de funk popularizou uma marca de óculos entre os milhares de jovens da periferia do Brasil.
Quando, por um amigo em comum, tentamos falar com o representante da marca para os artistas ganharem algum patrocínio, a resposta, de modo irônico, foi:
“Pergunte quanto eles querem para não cantarem mais o nosso nome”.
Em outra história bizarra, uma marca de roupa conhecida por vestir os jovens endinherados do Rio e de São Paulo fazia com que o YouTube retirasse os funks cujas letras citassem sua marca e notificava os donos dos canais onde estavam os vídeos que eles poderiam ser processados caso colocasse de novo as músicas.
Na última delas, um dos videoclipes mais vistos de funk, com milhões de visualizações, foi retirado do YouTube por uma famosa marca de bebida, porque o cantor, maior de idade, segurava uma garrafa de destilado. Talvez o primeiro comercial gratuito da história tirado do ar pela marca beneficiada!
Apesar dos milhões de acessos, com audiência maior que de muitos canais de TV, pouquíssimos clipes de funk-ostentação conseguiram patrocínio de alguma marca, mesmo com os MCs escancarando e fazendo verdadeiras odes para algumas delas.
Nosso capitalismo tupiniquim poderia se espelhar em como as marcas se comportam nos Estados Unidos, onde diversos rappers tem o patrocínio de diversas empresas.
Como são referência para a juventude, alavancam as vendas de diversos produtos.
Alguns desses rappers recebem ações das empresas para que exista um envolvimento real.
Quem sabe ao invés de receber os jovens com polícia e gás lacrimogêneo os shoppings poderiam se organizar para reforçar sua estrutura e recebê-los com promoções de marcas que eles gostam, atrações musicais, oportunidades gastronômicas etc.?
A lanchonete McDonald poderia fazer o dia do Mac-rolezinho, com descontos nos seus hambúrgueres.
Lojas de tênis fariam liquidação dos cobiçados tênis Mizuno.
Lojas de roupa preparariam uma outlet de camisetas da Hollister e da Abercrombie.
Lá fora, promoveriam um supershow com MC Guime, MC Dede, Rodolfinho e outros.
Qualquer produtora de eventos de porte médio saberia organizar tal evento sem que houvessem confusões e tumultos.
É horrível ver que nossos capitalistas brasileiros ainda têm uma visão tão míope e preconceituosa, que faz com que neguem seus próprios consumidores por conta da cor da pele ou da classe social.
Por outro lado, a atual geração dos rolezinhos e do funk-ostentação pode mudar de ideia e começar a cantar e se mobilizar contra as marcas e os centros comerciais que os tratam com tanta hostilidade.
Quem sabe quando começar a doer no bolso dos nossos capitalistas eles aprendam.
*Produtor cultural e diretor do documentário ‘Funk Ostentação’.
Desde 2008 atua em projetos ligados à cultura criada na periferia,
como o Festival de Funk de Cidade Tiradentes e o Programa Reis da Rua da TV Cultura.
(http://farofafa.cartacapital.com.br/2014/01/15/capitalismo-anticapitalista)
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Associação Brasileira de Shopping Centers – ABRASCE
consegue censurar páginas de rolezinhos no Facebook
https://lh3.googleusercontent.com/-d7LbEdtHQaU/UtfGlPojCDI/AAAAAAAAUWo/Sl7j6MJtz9U/s800/veiga%25202.jpg
Por Gilberto Maringoni, via Maria Frô
Os jovens estão indo ao lugar onde pode se realizar a propalada “inclusão social” da Era lulista (por favor, não estou atacando o governo, não venham com briga de torcida).
O que se alardeou na última década não foi o fato de a chamada “classe C” estar comprando seu laptop, seu tablet, sua TV de tela plana, seus eletrodomésticos e seu Corsa em prestações a perder de vista? O substrato do pleno emprego e do aumento real dos salários não é, ao fim e ao cabo, poder comprar mais e mais?
A garotada quer isso. Quer mais tênis, quer mais grifes e quer poder mostrar isso. Algo como o funk ostentação. Pode não estar comprando, mas está indo aos templos do consumo para dizer que existem, que estão aí e que querem se divertir.
Se consumo é alardeado como direito de cidadania, onde exercê-lo plenamente?
Em que lugar exercitar meu hedonismo a pleno vapor?
A garotada está se comportando como Lula falou, como a marquetagem propagou, como a mídia repetiu e como a publicidade os pautou. Vamos comprar! Vamos consumir.
Que mal há nisso, na sociedade em que tudo é mercadoria?
Não pode. A sociedade da mercadoria não é para todos.
Por isso, o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers, Luís Fernando Veiga, chama a polícia. Lembra que shopping-center não é espaço público coisa nenhuma. Que vai pedir documentos aos suspeitos de sempre e restringir entrada e circulação.
E, num rasgo ditatorial, pressiona e obtém do Facebook a censura das páginas que convocam as zoadas da garotada. Coisa de fazer inveja ao nefando Dr. Armando Falcão, ministro da Censura da ditadura
Ao tratar uma questão social profunda como caso de porta de cadeia, o dr. Veiga periga estar atuando como agente provocador. Afinal, em junho passado, o aumento da repressão propagou as movimentações de forma inesperada.
Tudo bem que não seja fácil entender o que está acontecendo.
Mas o pior caminho é achar que não é nada, nada mesmo…
E começar a conversa pela língua do cassetete.
Íntegra em:
(http://mariafro.com/2014/01/16/associacao-brasileira-de-shopping-centers-consegue-censurar-paginas-de-rolezinhos-no-facebook)
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Mário SF Alves
Uma ajudinha no entendimento do “nosso” capitalismo tupiniquim.
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Prezado Franco,
Sabe me dizer se capitalismo tupiniquim rima com capitalismo subdesenvolvimentista naZional?
Segue o link. Tem a chancela da BBC de Londres.
http://www.youtube.com/watch?v=-IZpAUEgKYc
Saudações democrático-desenvolvimentistas.
Roderick
Imaginem 3 ou 4 centenas de headbangers entrando em um shopping, vestidos a carater, berrando alguma musica do Sepultura, bebendo e eventualmente um ou outro mal intencionado furtando uma camisa do Judas Priest ou um DVD do iron Maiden.
RicardãoCarioca
Fiquem espertos: Políticos e PiG estão criticando esses rolezinhos de forma até ofensiva tão somente para provocar nesses jovens uma vontade de sair para protestar. Estão usando esses jovens para incutir nova onda de revoltas e protestos. Acordem!
Marcela
Discordo. A região tem predominância de pessoas com fenótipo afrodescendente, mas muitos dos donos e gerentes das lojas também são negros ou mestiços e foram eles que pediram a liminar, que é contra o evento em si e não contra as pessoas. O que é reprimido então é a prática do ato de reunir centenas para tumultuar um centro de vendas e lazer que é frequentado por gente de todas as classes e cores: muitos dos demais frequentadores acham correta a medida. Elas também têm direito a circular no local sem serem estorvadas ou molestadas por outros jovens que aproveitam a ocasião para extravasar qualquer sentimento que queiram, mas nem sempre de modo cidadão. O discurso fácil de apoio é também hipócrita, em geral.
Joca de Ipanema
Quem lhe disse que isso vem da, como você diz, esquerda. Só se for a esquerda burra…
Leo F.
Um agrupamento súbito de até milhares de jovens, em determinado espaço, para “zoarem” ao correr de um lado para outro e etc., é algo que causa tumulto e gera muita confusão. Além de prejuízos financeiros para lojistas que vêem sua clientela se afugentar, com receio de que algo pior, possa surgir dessas reuniões com correrias súbitas.
O que, por outro lado, não justifica a repreensão através do uso de força desproporcional por parte da polícia, muitas vezes desferindo golpes nos menores, como se vândalos de grande porte fosse.
Assim como, não há justificativa na criação de uma Liminar de Justiça, que simplesmente impede a entrada de “adolescentes desacompanhados” nesses estabelecimentos (que são ao fim e ao cabo, espaços públicos voltados para a comércio), tendo na prática, seguranças e policiais, critérios sem objetividade na escolha de quais os q poderão entrar, e quais ficarão de fora.
Aí, além de descambar para muitas manifestações visíveis de preconceito pela aparência como o jovem está trajado, acaba ferindo o ECA bem como a Constituição, no que tange o direito de ir e vir. Aí sim, pois não pode haver a presunção sobre o que os menores vão fazer, se nem mesmo entraram no shopping.
Que se controle, de maneira civilizada, as brincadeiras desses adolescentes que como qualquer outro, não tem maturidade suficiente. Através da dispersão e condução dos que estão à frente da brincadeira.
Mas que jamais, se tire o direito de acesso, bem como de associação.
Vicente
Esse pode continuar se pós-graduando que não vai dar em nada…
Jorge Pereira – QUE TAL CARNAVAL FORA DE ÉPOCA NA COPA?
Qual nosso maior know how? FESTA/CARNAVAL! Vamos fazer um CARNAVAL FORA DE ÉPOCA EM CADA SEDE DA COPA! Investimos muito! Agora vamos ganhar dinheiro no curto, médio e longo prazo! Conquistando turistas e os fazer voltar! E, ainda, trazendo amigos!!! A Hora de começar a organizar é agora!
Mauro Assis
Dá-se ao Lulismo uma importância muito maior do que ele tem.
O Lulismo não chegou nem perto de combater a pobreza e a desigualdade. O que ele fez foi botar uns trocados na mão dos cavalgados de sempre (e bilhões no bolso dos Cavalcantis, e algum no próprio bolso que ninguém é de ferro.
Prova disso é que a educação destepaiz vai se tornando um lixo cada vez pior, agora produzindo mais analfabetos e cada vez mais caindo nas avaliações internacionais.
Cumé que se combate a pobreza sem melhorar a educação????
HELBERT FAGUNDES
Boa tarde,
sua colocação é relevante quando se fala do Lulismo e da bolsas empregadas aos pobres. Mas não podemos esquecer que a bolsa aqui depositada aos farrapos é um vintém por exemplo da aposentadoria do demostenes torres ou tão pouco um valor alto como alguns países da Europa como Alemanha paga 3 mil euros. A verdade é que não queremos pobre ao lado, preto ou tão pouco outra pessoa que não se enquadre nos nossos requisitos. Não é?
Mauro Assis
Helbert,
Onde vc escreveu “nós”, me inclua fora dessa: eu não tenho nada contra a companhia de ninguém.
Também não entendo o que a aposentadoria do Demóstenes tem com as minhas considerações sobre o lulismo.
Luís Carlos
Não vai ter shopping!
Luana
A quem pensam que enganam com este discurso mais do que manjado? Marxismo cheirando a bolor. Tudo é traduzido como luta de classes, tudo o que estes militantes sabem fazer é instigar pobres contra ricos, negros contra brancos, gays contra héteros e vice versa. Promover a divisão, a rivalidade, facilita o domínio que querem exercer e muda o foco das falcatruas e desgoverno que exercem.
Jovens pobres sempre frequentaram os shoppings, nunca foram impedidos de faze-lo, o que determina o tratamento que recebem não é a sua cor ou padrão social, é o seu comportamento, a educação ou a falta dela. Podem conferir em grandes shopping centers nos finais de semana a quantidade de visitantes adolescentes e jovens da periferia, circulando tranquilamente, com respeito ao espaço e aos demais, sem serem importunados, abordados ou expulsos.
Todo espaço físico possui limite de pessoas para a sua funcionalidade ou para manter a segurança, ao proibir a entrada simultânea de 6000 pessoas os shoppings estão exercendo o direito a este limite, é oportunista mudar o foco da questão para preconceito e discriminação.
A questão não é a classe social ou a cor de pele, mas sim a quantidade exagerada de pessoas em um único lugar, fossem elas evangélicos, estudantes de colégio particulares caros, sacerdotes, esportistas, brancos, negros, índios ou jovens pobres, ou qualquer outro grupo que se arvorasse em um espaço projetado para um x número de pessoas em número de seis mil ao mesmo tempo, provocaria, pânico, tumulto, insegurança e levaria os responsáveis pela segurança do local a tomarem medidas no sentido de se precaverem de possíveis danos aos usuários ou aos bens materiais, isto é tão lógico para as pessoas de raciocínios normais, só foge à lógica quando tratado pelos fanáticos que apelam para a luta de classes, pelos oportunistas que querem dividir o país e provocar revoltas, os que querem se aproveitar da situação criada e permanecer no poder sob a alegação de defensores dos oprimidos.
Se estes jovens tivessem cabeça, se lhes fosse permitido aprender e pensar, se lhes fosse facultado o conhecimento ao invés da revolta, estariam fazendo “rolezinhos” nos hospitais, nas escolas públicas, estes sim, espaços que deveriam atender a toda demanda e necessidade e que lhes é negado pelos seus possíveis defensores.
Os caros militantes da luta de classes não estão encabeçando protestos e posts sobre a privação de atendimento digno aos pobres nos organismos públicos, por que? Se proibir a entrada de seis mil pessoas ao mesmo tempo em um shopping é resquício de 400 anos de escravidão, poderia se dizer que oferecer a eles o tipo de (des)educação que é oferecido nas escolas públicas e tratar os pobres na fila dos postos de saúde e hospitais como tratam é resquício de 400 anos de escravidão.
Mauro Bento
Não existe luta de classes.
Não existem minorias discriminadas.
A vida é bela em Alfa-Centauro.
Anauê.
Luana
Existe sim, caro Mauro Bento
Para assistir de perto à minorias sendo discriminadas e maltratadas sugiro uma visita às filas dos postos de saúde
e hospitais, lá você verá como são tratados os pobres
e os descendentes de escravos.
ricardo
Nas moscas, Luana,
O articulista pre-dotô da usp e a maioria que aqui comenta não se inibem em estimular a garotada da perifa a se amontoar em espaços poucos apropriados para aglomerações de massa. Eventualmente, dão uma chegadinha lá para tirar uma foto bem posadinha, “provando” que os jovens são majoritariamente negros e que posicionar-se contra os rolezinhos é manifestação de racismo. Vê lá se estão preocupados com a segurança de quem quer que seja. Se alguma tragédia ocorrer em alguma dessas aglomerações, tanto melhor para esses subliteratos. É mais matéria para seus artiguetes de terceira.
Luana
Prezado Ricardo
Abutres se alimentam de carniças
quanto mais cadáveres melhor
Luiz
Faço minhas as suas palavras! O marxismo brasileiro é de uma estupidez sem limites. Nele, até arrastões podem ser manifestações políticas!!!
Luís Carlos
Claro. A culpa é do “marxismo brasileiro” e não do capital que está em todo lugar a todo momento (talvez por isso o mercado seja elevado a divindade?). Preto é bom enquanto está sendo assassinado, chacinado pela polícia alckmista(que não é marxista, portanto não é estúpido, não?) em silêncio absoluto e sem capa da Veja, porque não repercute e não incomoda. Porém quando preto vai pro shopping (templo da divindade mercado) aí não pode. Borracha no lombo pra se lembrar que é preto e pobre. Mas a culpa é do marxismo brasileiro, mesmo porque, luta de classe é “fantasmagoria” apenas. E marxismo brasileiro é que é estúpido.
Luana
Prezado Luiz
desde um ano de idade que aprendi que se anda para frente, para trás só caranguejo.
As oligarquias internacionais vibram em verem o Brasil promissor de pouco tempo atrás, retroceder em um debate ultrapassado, de doutrina falida e comprovadamente ineficiente pós queda do muro.
Acho inacreditável o debate marxista/capitalista nos dias de hoje. É de espantar até os caranguejos.
Luana
Obrigada, Sr Adolpho!
Mário SF Alves
Fragmentai, irmãos, fragmentai.
Fragmenta aí, irmão.
Fragmenta aí, irmã.
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Totalidade? Que bicho é esse?
Fragmentai irmãos, fragmentai.
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Integralidade? Visão de conjunto? Correlação de forças? Passado? Presente? Futuro? História?
Como? Como totalidade; como integralidade; como visão de conjunto se a coisa é mais fácil de ser digerida e palatável numa perspectiva unicamente integralista/pliniosalgadista?
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Anauê! Anauê, irmãos!
Ana o quê???
Luana
Para que opinião própria? Para que visão além da doutrina se pode-se receber a cartilha pronta?
O dia que a maioria dos brasileiros conhecerem verdadeiramente a sua história, galinhas verdes e comunas serão só galinhas verdes e comunas.
Galinha o que?
Repetir chavões ideológicos não é conhecer a nossa história, é repetição, coisa que qualquer papagaio faz.
Quero ver é visão além da doutrina, aquilo a que chamamos opinião própria, seja ela qual for, é melhor do que cartilha, ou cangalha para boi puxar de cabeça baixa e peito estufado.
César
Proponho aos pretos e pobres NÃO realizar qualquer tipo de despesa nos Centros de Compras(shopping). Nos Estados Unidos o racismo começou a cair, quando os negros boicotaram os transportes públicos, passando a se locomover a pé e, com isso, causando prejuízo aos empresários dos transportes.
Luís Carlos
Agora fiquei tranquilo. As lutas de classe são apenas “fantasmagóricas”. Não existem de verdade. Alívio. Pensei que um “grande especulador”, quando foi preso, estava certo ao dizer que havia uma luta de classes, e a dele estava ganhando, estivesse certo. Tudo é bobagem de gente de esquerda e a miséria e exploração, a fome e violência, guerra psicológica não têm nenhuma relação com luta de classe.
Lafaiete de Souza Spínola
Dilma e os jovens
VOTEI DUAS VEZES NO LULA, UMA VEZ NA DILMA. NÃO ESTOU SATISFEITO!
O BOLSA FAMÍLIA RECEBI COMO UMA NECESSIDADE EMERGENCIAL! FIQUEI AGUARDANDO QUE SE INVESTISSE NA EDUCAÇÃO COMO PRIORIDADE NACIONAL. CONTINUO ESPERANDO!
Vejamos: O FHC deixou o governo com um mísero investimento de 3.8%, na educação básica. Hoje, depois desses 12 anos, o investimento chegou a um pífio patamar de 5%.
Quanto estaríamos investindo, em 2014, caso, após 2002, esse investimento fosse incrementado 1% ao ano? Diante disso, passo a considerar o bolsa família como uma esmola. O nosso povo, a nossa juventude pobre, necessita muito mais. Necessita de educação!
A carta ao povo brasileiro está sendo cumprida! Estamos gastando cerca de 50% do orçamento com a dívida pública!
O PT É O RETRATO DESSA SOCIEDADE CONFUSA E SEM RUMO. TODOS DISCUTEM AS MAZELAS, MAS NÃO APRESENTAM UM PROJETO DE PAÍS. E QUALQUER PALPITE QUE NÃO PASSE PELA EDUCAÇÃO SERÁ APENAS MAIS UM! ENTRE MUITOS DOS MANIFESTANTES DE JUNHO E OS ATUAIS “ROLEZINHOS”, TEMOS MUITAS COISAS EM COMUM: AQUELES QUE NÃO PRATICAVAM VANDALISMO, MUITOS PORTAVAM FAIXAS EXIGINDO EDUCAÇÃO. ESSA NECESSIDADE SERÁ SENTIDA MAIS TARDE POR ESSA GERAÇÃO DE ADOLESCENTES. SÓ A EDUCAÇÃO NÃO VAI RESOLVER AS NOSSAS MAZELAS, MAS É A BASE PARA O NOSSO FUTURO! SEM ELA, NÃO TEREMOS FUTURO ECONÔMICO E SOCIAL!
Às potências do NORTE, é preferível que o Brasil cresça o suficiente para garantir um fornecimento de matérias primas, aqui exploradas, e um mercado razoável para escoar seus produtos industrializados. Não interessa que nossa educação chegue a um patamar tão elevado, que permita o desenvolvimento de tecnologia própria e, em consequência, passarmos de importadores a competidores.
Temos como exemplos: No passado, a luta pelo PETRÓLEO e, muito recentemente, as sabotagens verificadas na base de ALCÂNTARA que explodiu, matando mais de 20 cientistas e engenheiros de ponta, impossibilitando o envio de satélites de telecomunicações com foguetes nacionais. A própria Embratel que já engatinhava nos projetos de satélites foi vendida. Por que toda essa desnacionalização?
UMA MODESTA SUGESTÃO PARA A PRESIDENTA DILMA:
UM PROJETO PARA A EDUCAÇÃO NO BRASIL.
Vamos dar andamento ao legado que o Darcy Ribeiro nos deixou!
A verdade mostra que a nossa educação é, faz décadas, pífia! O Brasil necessita de uma escola pública, em tempo integral, de qualidade que permita fornecer o básico às nossas crianças, para que elas se encaixem nesse mundo que se descortina.
O caminho para resolver os problemas estruturais e amenizar as injustiças sociais do Brasil está, basicamente, atrelado à EDUCAÇÃO. Precisamos, com urgência, investir, pelo menos 15% do PIB no orçamento da educação. Deve ser disponibilizada escola com tempo integral às nossas crianças, oferecendo, com qualidade: o café da manhã, o almoço, a janta, esporte e transporte, nas cidades e no campo. Como é uma medida prioritária, inicialmente, faz-se necessária uma mobilização nacional. Podemos, por certo tempo, solicitar o engajamento laico das Igrejas, das associações, dos sindicatos e das nossas Forças Armadas (guerra contra o analfabetismo e o atraso) para essa grande empreitada inicial.
A construção civil deve ser acionada para a construção de escolas de alta qualidade, com quadras esportivas, espaços culturais, áreas de refeição e cozinhas bem equipadas etc. Tudo isso exigindo qualidade, porém sem luxo.
Durante o período de mobilização, concomitantemente, o governo deve investir na preparação de professores para atender à grande demanda. Como esse projeto é de prioridade nacional, os recursos deverão vir, entre outros: de uma nova redistribuição da nossa arrecadação; de uma auditoria da dívida pública; da inclusão do bolsa família; de uma CPMF exclusiva para a educação etc.
Para o início dessa grande mobilização, sugiro que se invista cerca de 40% das nossas reservas na construção desses centros educacionais e no preparo dos professores. Alerto: sem a federalização da educação pública esse projeto não terá sucesso!
Não temos tempo para ficar aguardando a época do pré-sal
Observações e consequências previsíveis:
1. O tráfico perderá sua grande fonte de recrutamento, pois todas as crianças estarão, obrigatoriamente, em tempo integral, das 07 às 19 horas, na escola. Passam a ser desnecessários tantos investimentos em presídios e no efetivo policial. É uma fonte de recursos que migrará para a educação.
2. Para aqueles adolescentes que já participam de contravenções graves, podem ser planejadas escolas albergues, dando mais ênfase ao esporte e à cultura.
3. A saúde pública será, também, uma grande beneficiária, pois teremos crianças bem alimentadas, sinônimo de saúde para elas e seus pais. Toda escola deverá ter um posto de saúde.
4. O setor financeiro deve entender que isso levará o país, em médio prazo, a outro nível de bem estar. Não podemos continuar incrementando a dívida publica em detrimento da educação.
5. A federalização da educação é uma necessidade. A educação deve ter o mesmo nível em todo país. A edição de livros em escala, por exemplo, proporcionará a diminuição de custos.
6. Fiscalização rigorosa, prevista em lei, controlada pela sociedade; com a participação de: pais, professores e sindicatos, com poderes e recursos para denunciar erros, desvios de verba e de rumo etc.
7. Recursos adicionais: os pais pagarão 5% do salário / entradas pela mensalidade de cada filho matriculado. Isso é muito menos do que arcam, hoje, nas escolas particulares que, na sua maioria, não adotam o tempo integral.
8. O pequeno agricultor terá prioridade no fornecimento dos produtos alimentícios dessas escolas.
Surgirá, então, um mercado pujante, nesse vasto Brasil, aumentando nosso mercado interno. Tornando-se, também, numa importante política para manter o homem no campo. A formação de pequenas cooperativas agrícolas deve ser incentivada para permitir a aquisição de maquinário destinado ao cultivo da terra, armazenagem da colheita e entrega dos produtos nas escolas.
9. A EMBRAPA deverá receber recursos adicionais para dar todo apoio a essa gente do campo, aproveitando para ensinar como praticar uma agricultura sustentável e como cuidar das matas ciliares. As escolas estabelecidas no campo devem ter no currículo aulas teóricas e práticas de como recuperar as áreas degradadas.
O governo, por intermédio da Embrapa, fornecerá mudas e orientação de como proceder. As escolas localizadas dentro do perímetro urbano adotariam a sistemática de, periodicamente, participar, em conjunto com suas irmãs do campo, de mutirões para recuperar áreas degradadas. Isso proporcionaria uma maior integração da cidade com o campo. As crianças da cidade não ficariam tão alienadas, quanto à vida do interior.
10. O Brasil deixará de ser, apenas, um país exportador de “produtos primários”. No campo da agricultura, teremos uma maior diversidade e qualidade.
11. Nossa indústria crescerá, em função do mercado interno e da exportação de produtos com melhor qualidade.
12. O futuro da energia: Pequenas usinas de energia solar, eólicas e hidroelétricas devem proliferar para atender às novas exigências dessas escolas e dos pequenos agricultores. A sobra dessa energia será integrada à rede nacional, evitando apagões.
13. A energia nuclear, ainda, é cara e perigosa. Devemos pesquisá-la.
14. Outras fontes de energia, como a eólica, a solar e a biomassa poderão aumentar a nossa independência.
15. A devastação da Amazônia: Precisamos desenvolver tecnologia para multiplicar as cabeças de boi por metro quadrado. Um povo educado e culto saberá combinar o desenvolvimento com a preservação ambiental.
16. Os psicopatas, sempre olham o presente; não se importam com o futuro! Estudos bem elaborados confirmam que no meio da sociedade há cerca de 3% a 5% dessa praga. Num país com uma população de 200 milhões, temos, assim, pelo menos, 6 milhões praticando todo tipo de ato daninho à sociedade; inclusive contra a educação. Quanto mais permissivo o ambiente, mais esses traficantes, corruptos e lavadores de dinheiro atuam. Com um povo educado essa gente não desaparece, porém o grau de atividade será bem menor. Eles estarão, com certeza, na linha de frente, em oposição a um plano como este!
17. Para alcançarmos tudo isso, vamos necessitar, possivelmente, de uma nova forma de fazer política: mandato único em todos os níveis, partidos sem caciques, país unitário (seria o ideal), lei única, câmara única e, consequentemente, deputados estaduais e vereadores só para a fiscalização. Os incomodados dirão: Que blasfêmia! Quem não dá a devida atenção à educação, deseja o status quo.
18. A nossa federação tem sido o berço esplêndido dos caciques, dos modernos coronéis, alojamento de mafiosos, fonte das guerras fiscais e muitas outras mazelas. Dentro desse quadro federativo a educação, praticamente, não terá guarida. Temos cerca de 2600 municípios com menos de 10000 habitantes. Quase todos sem arrecadação, vivendo do FPM para manter salários de prefeitos, vereadores e secretários. Nada sobra para a educação! Os caciques adoram essa estrutura. São verdadeiros currais eleitorais! É um coronelismo disfarçado!
19. Com um projeto como esse, as nossas Forças Armadas repensariam seus projetos de importação, voltando sua atenção para o desenvolvimento tecnológico próprio. Não temos ameaças de vizinhos.
Importar tecnologia militar de ponta é dar continuidade à nossa dependência. Um alto índice de educação será a base da nossa segurança. Daqui, sairão nossos pesquisadores, jovens que dedicarão seu tempo ao estudo, sem tempo para os desvios e vícios dessa sociedade doentia. Jovens que terão orgulho do pedaço de torrão onde nasceram e daqueles que pensaram neles. Jovens que não irão para as ruas queimar a bandeira do seu país e praticar todo tipo de vandalismo, como forma de protesto. Só assim, seremos um país forte e solidário. Isso é utopia? Para quem não pensa em tal futuro, sim.
20. Essa escola deve acolher as crianças a partir dos 04 anos de idade com o objetivo de termos um bom nivelamento. Poucos são os pais, dentro dessa vida estressante, que têm condições de educar seus filhos durante os 04 aos 07 anos. Há uma tendência de deixarem essas crianças na frente da televisão, mesmo quando sob o cuidado de algum adulto. Dentro da classe média isso acontece, também. Pense que alternativa sobra para as camadas menos favorecidas! Há estudos que comprovam ser essa faixa etária a mais importante como base para o aprendizado futuro. As atuais escolas de pequeno porte serão reformadas e usadas como creches.
21. Lendo um artigo sobre a escola na China, chamou-me à atenção o fato de 02 crianças; filhas de brasileiros, que lá estão estudando; externarem o desejo de retornar à escola brasileira, alegando que a professora, no Brasil, passava uma folha para o dever de casa e que na escola chinesa ela recebia quatro folhas, com a obrigação de entregar o trabalho de casa totalmente feito.
Para as crianças chinesas, aquele procedimento era normal. Elas não cresceram sentadas ou deitadas no sofá, só vendo desenhos animados e novelas. Já morei num condomínio, com 108 apartamentos, onde havia uma quadra de futsal que, praticamente, não era usada.
Nos fins de semana, quando encontrava um menino solitário no playground e perguntava onde estavam os coleguinhas que não desciam para brincar um pouco; a resposta não era que estavam estudando e sim que a meninada gostava mesmo era do videogame, estavam jogando, por isso não desciam. É por isso que o entrevistador obteve aquela resposta na China.
22. Há um programa internacional de avaliação de estudantes (PISA), no qual, em teste recente, entre 65 participantes, o Brasil obteve o desagradável 54° lugar. A China, representada por Xangai, foi a primeira colocada. Existe um projeto para expandir o sistema adotado na grande Xangai, com cerca de 20 milhões de habitantes, para todo país. É, apenas, um exemplo, mas precisamos saber o que acontece no mundo para facilitar imitar o lado bom e evitarmos o negativo.
Joca de Ipanema
Outubro está aí. Vote em outra alternativa. Se os que pensam como você forem maioria, mudem “o que está ai”. Mas senão, comece a se perguntar porque os demais não são de sua opinião. Comece pelos menos favorecidos, suba as favelas, vá aos subúrbios, visite os cafundós do Nordeste. Não fique lendo só a imprensa. Talvez encontre sua resposta. Mas não deixe de votar, viu. Ou serás a favor de outras modalidades” de se mudar governos?
Deixo-lhe com o seguintes dilemas: está melhor ou pior do que antes? (compare os índices); dá para fazer mais?; Será que os novos farão?; Teria sido da mesma forma se os precedentes tivessem continuado?
Saudações democráticas!
Homero Mattos Jr. (@Omnros)
“Fracassei em tudo o que tentei na vida: alfabetizar as crianças brasileiras, salvar os índios, fazer uma universidade séria e fazer o Brasil desenvolver-se de modo autônomo… Porém, minhas derrotas são minhas vitórias. Eu não gostaria de estar ao lado dos que me venceram.”
Darcy Ribeiro
http://passalidadesatuais.blogspot.com.br/2014/01/blog-post.html
Homero Mattos Jr. (@Omnros)
“Fracassei em tudo o que tentei na vida: alfabetizar as crianças brasileiras, salvar os índios, fazer uma universidade séria e fazer o Brasil desenvolver-se de modo… Porém, minhas derrotas são minhas vitórias. Eu não gostaria de estar ao lado dos que me venceram.”
Darcy Ribeiro
http://passalidadesatuais.blogspot.com.br/2014/01/blog-post.html
Gabro
O comentário é interessante… Porém, com todo respeito, esse discurso intelectual me incomoda um pouco.
Primeiro, me espanta a rapidez com a qual se traz respostas e explicações para um fenômeno tão recente. Eu me pergunto qual a validade de um pensamento que segue a exigencia de velocidade do jornalismo hard news. Em que medida o que motiva tais analises é a mera necessidade de se dizer rápido algo sobre o que está acontecendo a cada minuto ou o objetivo efetivo de nos ajudar a entender a realidade com mais clareza. Estamos analisando um fato novo ou simplesmente classificando-o, aplicando-lhe nossas molduras de pensamento pré-concebidas? (como dizia já não lembro quem, lá nos idos dos anos 50-60, nada tranquiliza mais do que uma revolta nomeada…)
Depois, é interessante ver como um assunto como esses dá a oportunidade a sociologos, antropologos e filosofos para imediatamente brilhar em seus comentários. Me pergunto ainda se o objetivo é entender a sociedade, e no caso, compreender a identidade e o comportamento do outro como meio de integração social… ou se tais análises servem só para justificar a função de intelectual acadêmico…
Enfim, dos que se amedrontam aos que analisam, parece que a atitude não é muito diferente: trata-se de julgar algo que de qq maneira está fora, é exterior, é objeto (de reação ou de estudo).
Tais análises me parecem dizer mais sobre a nossa própria classe pequeno burguesa/burguesa (seja lá o que isso queira dizer no Brasil) do que sobre os jovens dessa aparentemente nova classe emergente (seja lá o que isso queira dizer no Brasil).
E a exclusão constinua.
Particularmente, pra saber a opinião da classe média ou da burguesia intelectual sobre o assunto, eu não preciso ler nenhum artigo de pos-graduando ou professor da usp. Ja me basta pensar por mim mesmo.
O que eu gostaria de ouvir nesse momento é o que esses jovens têm a dizer… Seja qual for o discurso.
A eles a palavra!
abs
Roberta Ragi
Gabro, sua reflexão é importante. Espero, sinceramente, que o Antônio David – intelectual em formação – possa retê-la, com serenidade. Sempre leio os textos do David, com interesse sobre como a jovem reflexão acadêmica vem interpretanto os movimentos do presente. Sim, isso tb cabe a ela [à Academia]. É melhor ver um pensador arriscar-se com os dilemas do presente a reconhecê-lo indiferente, sem qualquer compromisso com o agora. Mas temo, como vc, Gabro, que a velocidade da informação digital possa comprometer uma contribuição mais significativa. Tb fiquei com a sensação de que, neste contexto específico, estamos muito mais diante de um discurso de auto-justificação.
Talvez o próprio David possa pensar um pouco nisso. Afinal, o melhor do discurso acadêmico sai à luz da polêmica, e não em condições estáveis de temperatura e pressão, em meio ao discurso único.
O importante, nesse caso, como em outros, é ampliar nossa capacidade de ouvir: ouvir mais, refletir mais, confrontar nossos inevitáveis pontos de vista e arcabouços mentais (não podemos nos despir totamente deles, claro, mas podemos ao menos flexibilizá-los) a outros, diferentes do nosso, sobre os quais, certamente, conhecemos pouco, quase nada.
E viva o esforço no sentido do diálogo! Longe dele, estamos condenados!
Abração para Gabro e para David.
Gabro
Oi
Longe de mim condenar o pensamento intelectual acadêmico. (seria cuspir no prato em que comi… rs)
O que me espanta é ver a facilidade com que certos acontecimentos são digeridos e recuperados por uma ideologia dominante difusa. Da qual muitos acadèmicos pensam ingenuamente escapar, mas não conseguem…
Não e uma critica especifica ao autor, nem à coerencia de sua tese, nem à importância da função intelectual. É uma critica ao método, à perspectiva de análise, ao lugar de onde ele pronuncia seu discurso… E por conseguinte aos estereotipos e julgamentos de valor que ele acaba produzindo (ainda que à sua revelia). (Seria uma critica ao mito da objetividade? talvez)
Os jovens, privados de voz, de expressão, se tornam objetos, controlados, instrumentalizados pelo discurso do nosso autor.
E claro, é enfim uma crítica ao comportamento das classes dominantes, às quais um acadêmico da usp inevitavelmente pertence.
abs
Roberta Ragi
Entendi o que vc quis dizer, Gabro. E concordo com sua análise. Acho que David superestima, muito rapidamente, os efeitos (ainda que indiretos) do chamado lulismo, neste caso. É preciso ouvir o que vem da meninada… isso sim!
Abração!
Bonifa
Quase todos os erros do Lula foram friamente calculados. Sem eles Lula não ficaria de pé para fazer seus acertos.
Mauro Bento
Falando nos erros:
–Quero nomear um afro-descedente para o STF.
–A Copa da FIFA 2014 será no Brasil.
E quem está pagando por estes erros é a estabilidade do processo democrático,legal né?
Luís Carlos
Ainda bem que você só citou os erros (o do Barbosa realmente foi demais). Porém, pior seria se citasse os acertos. Faltaria espaço para comentar.
Mauro Bento
Sr. Luís Carlos
Não listei todos os erros,por exemplo:
–A Carta aos Brasileiros(rentistas e banqueiros).
–A não realização das Reformas: Ágraria,Tributária,Política,nas Forças Armadas,no Judiciário.
–A compra da sucata francesa rebatizada belonave São Paulo.
–O caixa 2 de campanha eleitoral mau-feito.
–O engavetamento da CPI do Banestado.
–A não reestatização da Vale pela participação fraudulenta do Bradesco.
–A recusa em participar da Telesurtv.net
É o que consegui relembrar de cabeça…
O Sr. poderia citar alguns dos acertos além das políticas democratas-cristãs(bolsa-família,política salarial e cotas sociais) Explico melhor: os democristianos alemães durante a reunificação intituiram programas públicos de segurança alimentar e empregos e o Pres. John F. Kennedy instituiu as cotas raciais nos EUA.
Sem duvida os acertos mais importantes foram:
A política de preços controlados dos combustíveis,através da Petrobrás,que evitou a volta da inflação e o fracasso do Plano Real planejado pelos seus próprios criadores tucanos.
E o apoio aos organismos políticos-econômicos sudamericanos.
Não gastei tanto espaço com os acertos,espero ansioso por seus ACRÉSCIMOS.
Fraternas Saudações Democráticas.
Luís Carlos
Mauro
Posso citar sim:
_Dentre vários programas, destaco o Luz para Todos que levou energia elétrica para milhares de famílias em todos estados do país, de graça, tirando todas essas pessoas, de área rural ou urbana de grande atraso;
_O PROUNI, que permitiu que milhares (senão milhões) de estudantes tivèssem acesso à universidade;
_O Bolsa Família, por inúmeros motivos que podemos discorrer em outra oportunidade;
_o SAMU que foi inicativa do governo Lula e que hoje se mostra absolutamente indispensável na organização e funcionamento do SUS;
_Inúmeras iniciativas de investimentos como obras de infra-estrutura absolutamente necessárias e que há décadas eram esperadas e nunca antes feitas. Cito: duplicação da BR 101 (tenho 46 anos e desde que era criança ouvia adultos pedirem pela duplicação que somente Lula teve inicativa e compromisso de fazer) de norte a sul do país. Cito ainda estarda no interior do AC, ligando Rio Branco a Cruzeiro do Sul (obra dificílima pelas condições climáticas e inpumeras pontes a serem feitas). Ivestimentos em energia elétrica impedindo país de passar de novo pelo mesmo apagão de FHC, diversificando matriz energética brasileira, como por exemplo, com amplo avanço de energia eólica;
_Resistência à privatização da Previdência, antes, permanentemente exigida pelo “mercado” e hoje, desde muito no governo Lula não se cogita mais esse absurdo…
Para por aqui, mas logo retorno com mais pontos positivos (em minha opinião)…
Luís Carlos
Continuando:
_É nos mandatos de Lula que a Petrobrás é recuperada e surge para o mundo preparada para o Pré-sal;
_A retomada de criação de universidades públicas, o que não ocorria hà décadas;
_Criação de centenas de escolas técnicas públicas em tod regiões do país;
_A realização de centenas de conferências de políticas públicas democratizando o Estado brasileiro com participação popular. Como exemplo, cito, entre outras tantas, a realização da I Confereência Nacional LGBT;
_ O fortalecimento da Polícia Federal que estava amordaçada em período de FHC;
_Livrar o Brasil do FMI, passando de devedor a credor daquele Fundo;
_A criação de milhões de empregos (cerca de 11milhões se não estou enganado, em 8 anos);
_ A construção de parceria comercial e relações políticas e de cooperação com países da ÁFrica, resgatando dívida histórica de nosso país com aquele continente e diversificação das relações comercial brasileiras com vários novos parceiros, saindo da armadilha de quase exclusividade com EUA;
_ A não participação do Brasil na ALCA, e mais do que isso, a posição brasileira contrária à ALCA;
_ A participação e reconhecimento do governo Lula do Fórum Social Mundial, quebrando o monopólio de Davos e de subserviéncia àquele Fórum;
_o fortalecimento de bancos públicos como o Banco do Brasil e Caixa Federal que foram importantíssimos na liberação de crédito, especialmente durante anos de 2008 e 2010, além da importância daqueles bancos para diminuição do spread;
_ As condições econômicas e políticas que permitiram que a grande esmagadora maioria de categorias conseguissem durante os anos do governo Lula ter acordos e dissídios que permitissem ganho real de salários, sem perdas ou apenas reposição salarial;
_ A ampliação do poder aquisitivo da população, que democratizou acesso econômico a bens e serviços. Grande exemplo é a alimentação, e rodos lembram que durante o primeiro governo Lula as pessoas comiam mais e melhor ou ainda que desde lá avião deixou de ser coisa de rico;
_A grande ampliação do acesso a casa própria, com grande papel da Caixa Federal nesse processo, culminando com o Minha Casa Minha Vida;
O reconhecimento e registro de terras quilomobolas, com propriedade assegurada à população de dezenas, centenas de quilombos;
_ A retomada da produção da indústria naval brasileira e também da produção de plataformas pela Petrobrás, aqui no Brasil. Grande exemplo disso é a cidade de Rio Grande no RS que estava estagnada hà décadas, mas que retomou crescimento e desenvolvimento com milhares de empregos à partir da construção de plataformas marítimas.
E para não ficar extenso demais, dizer o que me aprece mais mostrando, o papel fundamental que Lula teve para deixarmos para trás o complexo de vira latas que intoxicava o Brasil e surgimento de grande orgulho de ser brasileiro e de nosso povo. Esse sentimento se expressa em uma frase que ouvi de um taxista em Manaus, ainda em 2005. Ele disseque o povo da Venezuela escolheu um bugre, como eles, os equatorianos escolheram um presidente que também parecia com eles, na Bolívia tinham escolhido um índio como eles. O povo brasileiro havia entendido que deveria votar em quem fala como ele e conhece a história desse povo. E suma, o sentimento de identidade nacional e de pertencimento, e Lula foi grande artífice disso. Uma tese de mestrado em uma frase de um taxista manaura.
Saudações solidárias
Mário SF Alves
“Afro-descendente.”
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É bom que você tenha lembrado disso.
Afinal, por que preocupar-se com essa coisa de representação étnica do STF, não é mesmo?
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Afinal, o que são 4.000.000¹ de seres humanos arrancados de suas raízes e escravizados em nome do interesse econômico de Portugal no Brasil-Colônia?
Ah, sim, documentário produzido pela BBC de Londres aponta que este número é dez vezes maior que do número de pessoas escravizadas nos EUA.
Acresça-se a isso o fato nada irrelevante que naquelas circunstâncias a administração da mão-de-obra escrava esteve totalmente a cargo de colonizadores afastados de suas mulheres, insujeitos a leis e padrões civilizatórios ocidentais e muitos dos quais degredados em razão de conflitos com a legislação portuguesa.
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É… pensando bem o Lula errou mesmo. Errou feio.
E que falta de conhecimento político desse Lula. Um principiante. Fosse ele um COMUNISTA saberia de cara que a superestrutura é isso mesmo. Saberia que o STF é parte lógica e fundamental da superestrutura. Ora… só mesmo um ingênuo não seria capaz de prever os rumos da repressão republicana em decorrência de atos desencadeados por políticos ou partidos políticos contrários à hegemonia e à tradição de nossa bem sucedida e civilizadíssima ex-Colônia portuguesa.
Que bobagem, senhor Lula. Que bobagem. E lá isso são meios de resgatar a dívida social histórica com os descendentes dequeles desterrados que às custas de suor, humilhação e sangue fizeram a fortuna de Portugal? Ora… como diria o FHC: “assim não dá, senhor, assim não pode.”
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¹Quatro milhões! E é necessário ter em conta que não se incluem aí, outros tantos milhões que morreram na travessia do Atlântico, em condições inumanas em navios negreiros. A respeito disso, ninguém melhor do que o progressita-comunista soviético Castro Alves, nascido em 14 de março de 1847 [não confundir com 1917] , para nos refrescar a memória, um tanto quanto entorpecida pela amnésia.
Além do mais , o que significava a morte de um escravo? Nada. Era apenas isso: mercadoria. Investimento que se pagava em um único ano de vida útil produtiva.
Torturas, tronco, chibatas, humilhação? Quem iria se preocupar com isso? Após o resgate do investimento, tudo o que viesse era lucro. Portanto, uma ou outra centena de mortes sob a cruel repressão dos feitores não significava absolutamente nada. E isso sem dizer que os recém nascidos, negros ou mestiços, compensavam tudo, compensavem as mortes na brutal e bárbara imposição da ordem.
Documentário: http://www.youtube.com/watch?v=-IZpAUEgKYc
“Era um sonho dantesco… o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros… Estalar de açoite…
Legião de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar.
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?…
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa…
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!…
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus…
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
.
.
.
Navio negreiro (Castro Alves)
Leandro_O
“Rolezinhos” => culto ao consumismo como forma de integração social + sucessivos governos que priorizam espaços privados a espaços públicos + desprezo generalizado a valores sociais.
Otto
Esqueceu de mencionar o péssimo gosto ‘musical” desses indivíduos, representado através de porcarias como o funk e o pagode…
Fabio Passos
“não queremos compartilhar o mesmo espaço com pobres e negros”
Exatamente.
Descreveu os eleitores do PiG-psdb.
Leo V
Partido polo aglutinador e organizador. Isso é dito como tal verdade, como se nunca dantes na história houvesse organização, dos trabalhadores ou de quem fosse, fora dos partidos.
Mauro Bento
O lulismo empurra o proletariado para o conflito ???
NÃO !!!
O terrorismo de Estado (atuação das PM’s nas periferias – tipo Soweto sob o Aparthaid) empurrou a juventude proletária para os shoppings em busca de visibilidade, para ter segurança e sobrevivência.
Na favela os “alemão” derruba tudo.
lukas
Arruaça não é ir e vir. Desafio a colocarem aqui videos de um rolezinho.
Mauro Bento
A pedidos segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=9K11V6xJmls
Luís Carlos
Alguém tem aí um vídeo do Pinheirinho? Ou da chacina em Campinas essa semana? Ou dos assassinatos de negros na periferia de SP em 2012/13 na suposta guerra contra o PCC? É que a polícia do Alckmin não é violenta e não usa força desproporcional nunca, nem quando tem rolezinho… …a Folha vai pedir intervenção em SP? Não. Só pode intervenção em estado nordestino. Em SP dos amigos tucanos não. Direitos humanos da população negra da periferia de SP também não. A Folha é ótima, pra limpar o pátio.
Mauro Assis
São Paulo é a capital MENOS violenta do país, ponto (em mortos/hab).
São Paulo tem a MAIOR população carcerária do país, o dobro da média nacional.
Salvador é a segunda capital mais violenta do país, e tem a segunda menor população carcerária.
Será que falta realmente paz & amor para cuidar da bandalha???
Luís Carlos
Se SP fosse a capital com mais mortos por habitantes, tendo população de 12 milhões teríamos uma segunda guerra mundial a cada semestre em SP, o que seria ainda mais absurdo, concentrando, o estado de SP quase metade do PIB nacional, o que resultaria em extrema riqueza, extrema concentração (que já existe) com extrema mortalidade por assassinatos. Enquanto isso, BA, estado de extrema pobreza, deveria ser a terra da paz celestial? Só se luta de classe fosse apenas “fantasmagórica”, que todos sabemos não é.
anac
Afinal, o que é no fundo o lulismo? O lulismo é uma estratégia de combate à pobreza e à desigualdade sem confronto com o capital.
O capital e a classe media alta querem o confronto com a reação reacionária e sem mediações, através da violência policia aos rolezinhos e quando são contra o bolsa família que permitiu ao brasileiro comer três vezes ao dia.
Bonifa
O lulismo é mesmo quase isso. Tem deixado boquiabertos muitos líderes “ocidentais” que jamais pensaram em dialogar com quem julga serem seus adversários. O lulismo tem uma marca, uma clara maneira de agir, como o pacifismo de Gandhi teve.
Mauro Bento
Antigamente chamava “Pacto Social” ou “Frente Popular”,independente do nome historicamente depois de algum tempo provocava a volta da Direita ao poder e o fim das conquistas sociais temporárias concedidas.A ver…
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