Amigo de Bolsonaro, Trump proíbe exportação de máscaras, apesar de alerta sobre “crise humanitária” na América Latina
Tempo de leitura: 3 minDa Redação
O presidente Donald Trump anunciou hoje que assinará um decreto proibindo a exportação, por empresas dos Estados Unidos, de equipamento médico utilizado no combate à pandemia de coronavírus.
Isso apesar de a empresa 3M, especificamente acusada de lucrar com a emergência médica, ter dito que a decisão de Trump teria “implicações humanitárias significativas” para o Canadá e a América Latina, “onde somos um fornecedor crítico de máscaras” para profissionais de saúde.
O gerente de emergências da Flórida, Jared Moskowitz, foi ao programa de Tucker Carlson na Fox News denunciar que os distribuidores autorizados da 3M nos Estados Unidos estavam passando as encomendas do estado americano para trás porque “países estrangeiros estão aparecendo com dinheiro” para pagar pelas máscaras.
O presidente Donald Trump é um ávido consumidor da Fox News.
O governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, vinha adotando uma posição relaxada em relação à pandemia de coronavírus até recentemente, repetindo o que havia feito Trump semanas antes.
A guinada do governador só veio esta semana, depois que imagens de praias lotadas na Flórida desgastaram o governo nas redes sociais.
Foi da Flórida que integrantes da comitiva do presidente Jair Bolsonaro trouxeram o vírus para o Brasil, contaminando mais de 20 pessoas associadas à delegação do líder brasileiro, que se encontrou com Trump em março.
Recentemente, o presidente Trump invocou o Defense Production Act, uma lei dos Estados Unidos que permite ao chefe do Executivo intervir na produção industrial doméstica.
Jared Kushner, o genro de Donald Trump, está liderando uma força-tarefa com empresas médicas para caçar em todo o mundo o equipamento de saúde do qual os Estados Unidos vão precisar para enfrentar a pandemia.
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É ele quem organiza os vôos que estão pousando no aeroporto John Kennedy, em Nova York, vindos especialmente da China.
A Rússia mandou um avião com respiradores e material médico — os EUA pagaram pela metade da remessa e a outra foi bancada pelo fundo soberano russo.
Andreas Geisel, o secretário do Interior do estado de Berlim, acusou os Estados Unidos de “pirataria moderna” depois que autoridades norte-americanas conseguiram interceptar 200 mil máscaras fabricadas pela 3M no aeroporto de Bangkok, na Tailândia.
As máscaras, fabricadas pela 3M na China, foram compradas, pagas e deveriam ser entregues a policiais de Berlim, mas foram desviadas para os Estados Unidos.
Abaixo, a nota que a 3M publicou depois de ser mencionada numa entrevista coletiva de Trump, antes da decisão de hoje:
Resposta da 3M à ordem do Ato de Produção de Defesa
Nas últimas semanas e meses, a 3M e seus funcionários se esforçaram para fabricar o maior número possível de máscaras N95 para o mercado dos EUA.
Ontem, o governo invocou formalmente a Lei de Produção de Defesa (DPA) para exigir que a 3M priorizasse os pedidos da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA) para nossas máscaras N95.
Trabalhamos em estreita colaboração com o governo para fazer exatamente isso, e agradecemos às autoridades da DPA, que forneceram estrutura para expandirmos ainda mais o trabalho que estamos realizando em resposta à crise global.
Esperamos trabalhar com a FEMA para implementar o pedido de ontem.
No curso de nossa colaboração com o governo no fim de semana passado, a foi solicitado que a 3M aumentasse a quantidade de máscaras que importamos atualmente — de nossas operações no Exterior para os EUA.
Agradecemos a assistência do governo para fazer exatamente isso.
Por exemplo, no início desta semana garantimos a aprovação da China para exportar 10 milhões de máscaras N95 fabricadas pela 3M na China para os EUA.
O governo também solicitou que a 3M deixasse de exportar máscaras que atualmente fabricamos nos Estados Unidos para os mercados canadense e latino-americano.
Há, no entanto, implicações humanitárias significativas de cessar o fornecimento de máscaras para os profissionais de saúde do Canadá e na América Latina, onde somos um fornecedor crítico de máscaras.
Além disso, interromper toda a exportação de máscaras produzidas nos Estados Unidos provavelmente levaria outros países a retaliar e fazer o mesmo, como alguns já fizeram.
Se isso acontecesse, o número líquido de máscaras disponibilizadas para os Estados Unidos realmente diminuiria.
É o contrário do que nós e o governo, em nome do povo americano, ambos buscamos.
Também continuamos a atuar em investigações sobre a variação de preços e revenda não autorizada, relacionadas às máscaras da 3M.
Esta atividade é antiética e ilegal.
Estamos trabalhando com o procurador-geral dos EUA e os procuradores-gerais de todos os estados, deixando claro que a 3M não aumentou e não aumentará os preços das máscaras.
Esperamos trabalhar em estreita colaboração com o governo para implementar o pedido da DPA feito ontem.
Continuaremos a maximizar a quantidade de máscaras que podemos produzir, em nome dos profissionais de saúde dos EUA, como fazemos todos os dias, desde o início da crise.
Comentários
Zé Maria
Tá na hora de quebrar as patentes
desses norte-americanos assassinos.
Zé Maria
Não é à toa que o Donaldo Trumpi é o Mito do Genocida de Brasília.
Hildermes José Medeiros
Nada de errado. Está de acordo seu programa de governo: “America First”. Está cumprindo à risca. Nada a reclamar.
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