Lula, agora indígenas têm que bloquear estradas para serem visíveis!; veja fotos
Tempo de leitura: 3 minCuritiba, 11 de julho de 2019.
Lula
Hoje, imagino, que você tenha tido um dia de bom papo e alguma alegria, afinal recebeu (vi a programação da vigília) o (mano) Frei Chico e a (mana) Maria Baixinha, a Dilma e a escritora espanhola e presidenta da Fundação José Saramago, Pilar Del Rio.
Ao tomar conhecimento dessa visita, passou pela minha ideia e estou sugerindo que leias o livro-conto do Saramago, “O conto da Ilha Desconhecida”. É um desses livros que se lê numa só sentada.
Ontem te falei do Batista de Pilar, mas não te enviei nenhum poema dele. Aqui vai uma amostra:
O mundo mudou muito /
desde ontem às seis horas da tarde. /
[…] / Aumentaram várias tarifas usuais diárias /
o rádio transmite futebol /
ainda se fala de política. / […].
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Sim, ainda se fala de política e o mundo mudou muito “desde ontem às seis horas da tarde”, principalmente para os brasileiros e as brasileiras.
Com a aprovação da “reforma” da previdência mudou para pior.
Numa “canetada” só, desculpe o linguajar vulgar, f..u com o futuro de muita gente.
Não vou ficar numa longa explanação de como cada um e cada uma vai perder, então peço para o Juremir Machado me deixar usar a explicação que ele deu, envolvendo o João e o Dr. Gumercindo:
João trabalha para o Dr. Gumercindo.
João dormiu faltando cinco anos para a sua aposentadoria. Ganharia R$ 1.800.
Acordou faltando dez anos para se aposentar. Ganhará R$ 1.200.
Dr. Gumercindo dormiu devendo milhões ao Funrural. Acordou anistiado.
João e Dr. Gumercindo encontraram-se.
Dr. Gumercindo explicou a reforma da Previdência ao peão:
– É para combater privilégios.
É, como vê Lula, muitas coisas mudaram “desde ontem às seis horas da tarde”, e continuam mudando, e para pior.
Há pouquinho o Bolsonaro avisou que vai indicar o seu filho Eduardo Bolsonaro para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Parece que ele fala bem inglês.
Vamos esperar para ver se não é chacota.
Abraço de um inconformado.
Jorge Sanches
Jorge Sanches: Nesta semana, o britânico Guardian publicou matéria sobre a geração de exilados políticos brasileiros do governo Bolsonaro. Conta como vivem Jean Wyllys, Márcia Tiburi e Débora Diniz. Que vergonha, Lula!
Curitiba, 12 de julho de 2019.
Lula
Queria muito te contar coisas boas, mas só tenho contado fatos desagradáveis e te incomodado com perguntas do tipo o que comes? Será estás passando frio? E, outras bobagens.
Imaginei, quando comecei a te escrever, que poderia te contar coisas bonitas e agradáveis.
Queria te dar algumas alegrias. Mas como fazer isso com governos, como o do Bolsonaro, do governador Ratinho e do prefeito Greca, de Curitiba, que não têm olhos e nem política para os pobres?
Realmente, é impossível, concorda?
Você preso por decisão injusta do Moro, que agora é ministro, e que parece muito incompetente, pois não consegue encontrar o Queiroz.
Lembra-se do Queiroz? Ou, por não ouvir mais falar nele, até você esqueceu?
O Moro não sabe onde o Queiroz anda, pode?!
E, hoje, nós também não sabemos onde o Moro anda!
Não sei se em algum período da nossa história os fatos ocorridos no Brasil ocuparam tantas manchetes de jornais lá fora como agora…
Todo santo dia em algum jornal no mundo sai uma manchete sobre o Brasil — e sempre negativa.
Nesta semana, o britânico Guardian manchetou: “Geração de exilados políticos do Brasil de Bolsonaro” e descreve como vivem Jean Wyllys, Márcia Tiburi e Débora Diniz.
Ele esqueceu de colocar o Chico Buarque, que também nos deixou “com o olhar cada dia mais longe”.
Já os exilados sociais dão uma lista enorme.
São milhares de trabalhadores e trabalhadoras que fogem do Brasil, e muitos são barrados em aeroportos pelo mundo e na fronteira do México com os Estados Unidos.
Milhões de desprezados e abandonados sociais continuam no Brasil. São os desempregados, os que já perderam as esperanças e os indígenas que, para serem visíveis, têm que obstruir estradas como fizeram hoje na BR-277, aqui no Paraná.
Sei que te conto as coisas miúdas. As graúdas, os que te visitam contam. Por exemplo, a direita volta a governar a Grécia.
Até breve.
Jorge Sanches
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