Por Marco Aurélio Mello
por Marco Aurélio Mello
Alunos aguardam na sala da universidade federal a chegada da professora.
Ela demora a aparecer.
A inquietação aumenta.
Começam as críticas em relação à instituição de ensino e àquela disciplina.
Uma faxineira que ali faz a limpeza pede ajuda para compreender o que os jovens aprendem.
Pergunta sobre quais temas tratam e como tratam.
É bombardeada por afirmações estranhas, críticas e preconceituosas.
Ela aproveita para perguntar porque faxineiras são tratadas pelos alunos com indiferença, como pessoas de segunda classe.
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A conversa passa a ser sobre classes sociais, privilégios, preconceitos…
Questões de caráter, morais, éticas…
Depois de uma longa reflexão a faxineira é reconhecida por uma pessoa que entra na sala.
Aquela mulher uniformizada é na verdade a professora de filosofia daquela turma.
Muitos alunos não acreditam, acham que é trote.
Nem sempre aquilo que parece ser é.
Mais uma das questões filosóficas clássicas, que as crianças fazem com frequência, e que os adultos vão abandonando aos poucos…
Até que começam a achar que aprender filosofia na escola é desnecessário, chato.
Até que delegam à TV, ao pastor da igreja, ou ao líder político carismático (em geral de extrema direita) o papel de “compreender” o mundo.
Até que um cantor pop entoe o verso: “Vida de gado, povo marcado êeee, povo feliz.”
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Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.
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