Por Marco Aurélio Mello
por Marco Aurélio Mello
Vejo uma mulher rica chamar os brasileiros de burros e ignorantes num vídeo disseminado pelas redes sociais.
Vejo que depois de tudo ela ainda esnoba: “porque eu tenho dinheiro, vou morar em Miami.”
Vejo um médico do serviço público chorar a morte de pacientes que não têm leitos para serem internados.
Vejo um jovem defendendo o boicote aos produtos do grupo JBS/Friboi.
Vejo que são 200 mil empregados que serão penalizados contra 200 milhões de brasileiros lesados.
Vejo frase de sentido profético atribuída a um dos generais da ditadura.
Vejo um jornalista defender outro jornalista, não pelo o que pensa o segundo, mas pelo livre direito de pensar.
Vejo que há diferença entre o jornalismo com escrúpulos e o jornalismo “de serviços”.
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Vejo homens de bem de mal entre si.
Vejo homens do mal fazendo mal uns aos outros.
Vejo a dor no grito.
Vejo a dor no silêncio.
Vejo um país a caminho do precipício.
Vejo tudo e não sei o que fazer.
Vejo saída com sensatez, diálogo e boa intenção, ou princípios.
Vejo que tudo o que a humanidade destrói é pelo ódio.
Vejo que defender paz e amor em tempos de cólera soa ingênuo.
Vejo que prefiro a ingenuidade à lei de Talião, ou retaliação.
Vejo que a barbárie é o fim e que o fim é o começo.
Vejo, contemplo e espero.
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Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.
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