Datafolha oculta que 60% dos eleitores poderiam votar em quem Lula indicar
Tempo de leitura: 4 minLula não precisa ser candidato
A Folha reteve por 24 horas o dado capaz de relativizar esmagadoramente a queda de seis pontos nas intenções de votos na presidenta Dilma.
por Saul Leblon, em Carta Maior
Por que o Datafolha não inclui em suas enquetes algumas perguntas destinadas a decifrar o modelo de desenvolvimento intrínseco à aspiração mudancista majoritária na sociedade brasileira, segundo o próprio Instituo?
Por que o Datafolha não pergunta claramente a esse clamor se ele inclui em seu escopo de mudanças um retorno às prioridades e políticas vigentes quando o país era governado pelo PSDB, com a agenda que o dispositivo midiático tenta restaurar com o lubrificante do alarmismo noticioso?
Não se trata de introduzir proselitismo nos questionários de sondagem. É mais transparente do que parece. E de pertinência jornalística tão óbvia que até espanta que ainda não tenha sido feito.
Por exemplo, por que o Datafolha não promove uma simulação que incluiria Fernando Henrique Cardoso e Lula como candidatos teóricos e assim avalia as preferências entre os modelos e ênfases de desenvolvimento que eles historicamente encarnam?
Por que o Datafolha não pergunta claramente ao leitor se prefere a Petrobras — e o pré-sal, que é disso que se trata, sejamos honestos — em mãos brasileiras ou fatiada e privatizada?
Por que o Datafolha não investiga quais políticas e decisões estão associadas à preferência pelo petista que há 12 anos está sob bombardeio ininterrupto da mídia e, ainda assim, conserva 52% das intenções de voto num país seviciado pelo monopólio midiático?
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Por que o jornal que é dono da pesquisa – em mais de um sentido — não explicita em suas análises as relações (ostensivas) entre a resistência heroica do recall desfrutado por Lula; o desejo majoritário de mudança na sociedade e o vexaminoso arrastar dos pés-de-chumbo do conservadorismo, Aécio e Campos?
Por que a Folha reteve por 24 horas o dado capaz de relativizar esmagadoramente o impacto da queda de seis pontos que teria marcado as intenções de votos na presidenta Dilma – mas que ainda assim vence com folga (38%) seus dois principais oponentes juntos (26% de Aécio e Campos)?
O dado em questão não é singelo.
Só divulgado nesta noite de domingo – sem espaço na manchete e sequer registro na primeira página do diário dos Frias! — ele tem calibre para dissolver em partículas quânticas tudo o que foi dito no final de semana sobre a derrocada do governo na eleição para 2014.
Qual seja, a opinião de Lula — colheu o Datafolha — é uma referência positiva de impacto avassalador sobre as urnas de outubro: seu peso ordena e hierarquiza a definição de voto de nada menos que 60% do eleitorado brasileiro.
Seis em cada dez eleitores tem em Lula uma baliza do que farão na cabine eleitoral.
Segundo o Datafolha, 37% deles votariam com certeza em um candidato indicado pelo petista; e 23% talvez referendassem essa mesma indicação.
Note-se que os estragos que isso deixa pelo caminho não são triviais e de registro adiável.
Se divulgados junto com a pesquisa das intenções de voto, esmagariam, repita-se, o esforço do tipo ‘vamos lá, pessoal’, que os comodoros do conservadorismo tentaram injetar na esquadra de velas esfarrapadas de Campos e Neves.
Vejamos: ao contrário do que acontece com o cabo eleitoral de Dilma, 41% dos eleitores rejeitariam esfericamente um nome apoiado por Marina Silva – Eduardo Campos encontra-se nessa alça de mira contagiosa, ou não?
Já a rejeição a um candidato apoiado por FHC é de magníficos 57%.
Colosso. Sim, quase 2/3 do eleitorado, proporção só três pontos inferior à influência exercida por Lula, foge como o diabo da cruz da benção dada pelo ex-presidente tucano a um candidato; apenas 23% cogitariam sufragar um nome apoiado por ele.
Esse, o empolgante futuro reservado ao presidenciável Aécio Neves, ou será que a partir de agora ele imitará seus antecessores de dificuldades e esconderá o personagem que o imaginário brasileiro identifica ao saldo deixado pelo PSDB na economia e na política do país?
O fato é que a virada antipetista, ou antigovernista, ou ainda anti-dilmista que o dispositivo midiático tenta vender – e o fez com notável sofreguidão neste final de semana, guarda constrangedoramente pouca aderência com a realidade.
Exceto se tomarmos por realidade as redações da emissão conservadora, a zona sul do Rio ou o perímetro compreendido entre os bairros de Higienópolis, Morumbi e Vila Olímpia, em São Paulo, a disputa é uma pouco mais difícil.
Não significa edulcorar os desafios e gargalos reais enfrentados pelo país.
Mas na esmagadora superfície habitada por 60% da população brasileira o jogo pesado da eleição de 2014 envolve outras referências que não apenas a crispação do noticiário anti-petista em torno desses problemas.
Por certo envolve entender quem é quem e o que propõe cada projeto em disputa na dura transição de ciclo econômico em curso – e nessa luta ideológica pela conquista e o esclarecimento de corações e mentes, o governo Dilma e o PT estão em débito com a sociedade.
Sobretudo, o que os dados mais recentes indicam é que a verdadeira disputa de projetos precisa de mais luz e mais desassombro por parte dos alvos midiáticos.
Os institutos de pesquisas, a exemplo do Datafolha, em grande medida avaliam o alcance do seu eco quase solitário.
Bombardeia-se a Petrobras para em seguida mensurar o estrago que os obuses causaram na resistência adversária. Idem, com o tomate, a Standard & Poor’s, etc., etc., etc.
Ao largo das manchete do Brasil aos cacos, porém, seis em cada dez brasileiros aguardam o que tem a dizer aqueles que se tornaram uma referência confiável pelo que fizeram para a construção da democracia social nos últimos anos.
É aí que Lula entra. E o PT deve cuidar para que entre não apenas rememorando o passado, do qual já é uma síntese histórica.
Mas que coloque essa credibilidade a serviço de uma indispensável repactuação política do futuro, contra o roteiro conservador do caos que lubrifica a rendição ao mercadismo.
Dizer que Dilma perdeu seis pontos e retardar a divulgação do que fariam 60% dos eleitores diante de um apelo de Lula, é uma evidência do temor que essa agenda e esse cabo eleitoral causam no palanque de patas moles que a mídia, sofregamente, carrega nas costas.
Leia também:
Paulo Moreira Leite: Que medidas amargas e impopulares Aécio e Eduardo pretendem tomar?
Comentários
ANDRE
como aecio trata quem discorda dele:
Estudante é retirado de palestra de Aécio depois de perguntar sobre helicóptero da cocaína
Uma confusão marcou o discurso do presidente do PSDB, Aécio Neves, na noite de abertura da 27ª edição do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, nesta segunda-feira.
Um estudante foi retirado do Salão de Atos da PUCRS pelos seguranças do evento após fazer um questionamento em voz alta ao pré-candidato tucano à Presidência.
Aécio foi convidado a falar sobre “competitividade” no Fórum da Liberdade. Após fazer críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff, Aécio estava prestes a encerrar sua participação no evento quando, do fundo do salão, um estudante gritou alguma pergunta, que pouco deu para entender. Mencionava “cocaína no helicóptero”.
O tucano deixou o palco sem responder, enquanto o público vaiava o jovem. Em seguida o estudante, que estava sozinho, foi retirado do Salão de Atos por dois seguranças. A organização do evento confiscou a credencial de identificação dele. Disse que opiniões divergentes são aceitas no fórum, mas que é preciso “educação”.
Na rua, o jovem identificou-se como Marcelo Ximenes, 25 anos, estudante de ciências sociais da PUCRS. Disse que queria questionar o senador sobre o episódio ocorrido em novembro passado, quando quase 500 quilos de cocaína foram apreendidos em um helicóptero em nome da empresa de propriedade do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), aliado de Aécio.
“Quase me agrediram, foi isso o que aconteceu”, disse o estudante, reclamando dos seguranças. “Eu gritei alto (a pergunta), já que não tinha microfone. Se eu colocasse uma pergunta como essa no papel, ninguém ia ler. Esse não é um espaço democrático, como todo espaço da direita. Que democracia é essa em que não se pode fazer uma pergunta? ”, questionou Marcelo.
abolicionista
Claro que Lula é a favor da democratização da mídia. E tenho certeza de que a Dilma também, embora não possa emitir essa opinião. Precisamos aprender que um presidente não emite opinião à toa. Lula deixou bem claro que de dentro do congresso não sai reforma da mídia. Até porque muitos senadores são donos de canais, muitos deles inclusive do PMDB. Daí a importância da democracia direta, de colocar sim o povo nas ruas, pressionando o poder. Porque não é só a reforma da mídia que não sai, nenhuma reforma sai.
Meu ponto de discordância é o seguinte: Lula enfatizou a necessidade de entendermos o processo lento de transformação social, a modificação das estruturas arcaicas de nossa modernização conservadora não se dá da noite pro dia. Contudo, basta um governo tucano para colocar por água abaixo todas as conquistas do PT. É muito simples cortar o bolsa-família, privatizar o pré-sal, cortar nossos laços com os Brics e colocar-nos de volta na canga estadunidense. Isso se faz num piscar de olhos. Como garantir que as conquistas democráticas permaneçam mesmo durante um eventual governo conservador?
Professor Iso
2014 seriam para nos brasileiros um ano de avanços. Pessoas diferenciadas e preparadas nos informariam de seus planos para educação, saúde, crédito, avanços sociais, energia, moradia, trabalho, etc.
Não haveria embates em torno de CPI, instrumento já gasto e não mais convincente. O embate seria de idéias. Isto também na midias. Não seriam palavrões, racismo, preconceitos e ódios. Seriam discussões que nos levassem a escolher o que nos pareceria melhor. Quem conhece os planos para mudança do modelo adotado. Pode alguem dizer que existe. Mas quai são?
Chegou o momento. E o que se vê? Tudo de novo. CPI.
Será que não perceberam ainda que este negócio de CPI para ganhar eleição é tiro no pé. Todo o brasil joga futebol. Quem joga futebol sabe o que é fita. Não gostamos de quem faz fita. A CPI é fita. Mas qual é afinal de contas? Não querem CPI lá mas querem CPI acolá. Isto não interfere pois já sabemos como funciona.
O nosso dia a dia nos dá a clara dimensão do pró e do contra. Veja o caso recente do deputado André Vargas(PT). SE é culpado que pague exemplarmente pelo erro. Compare a estridência deste caso com, por exemplo, o de Robson Marinho, o fundador do PSDB sobre o qual chovem torrencialmente provas de recebimento de propinas no metrô de SP. Mas este episódio não comove a mídia, assim como o escândalo do helicóptero da cocaína e tantos outras histórias que não cabem no “interesse público” das companhias de mídia. Marinho – que não se perca pelo sobrenome – ainda hoje é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de SP, atividade pela qual recebe 20 000 reais por mês.
Sabemos que não só os candidatos são responsáveis por isto. Mas seriam tão incompetentes a ponto de não perceber que isto não funciona. E querem ser presidentes. Presidentes ingênuos, sem planejamento estratégico.
Logo não é uma CPI que vai mudar e provocar os nossos desejados avanços. A única chance é jogar limpo e daí ganhar com convicção. Todos ainda podem.
Mas não adianta. Eles vem de novo em cadeia nacional. Nos fazem de bobo na manchete do jornal e nos chamam de louco na coluna social.
Corremos então para a internete. queremos pesquisar sobre a opinião de brasileiros. Um fator a mais na decisão. O que nós nos deparamos: uma agressividade incrível. Definimos com certa fácilidade o tom mais agressivo pelos palavrões, racismo, preconceitos e ódios. É tiro no pé. Eu não vou votar em gente agressiva.
Se nos pedem então que nos deem o exemplo e nos prove. Pedimos aos políticos que leiam o que está aqui escrito e parem de nos enrrolar. Nós já sabemos quando é enrrolação. O tempo já passou. Queremos idéias progressitas. “A gente não quer só comida a gente quer comida, diversão e arte”.
http://www.youtube.com/watch?v=oWVL2GqkYfQ
Professor Iso.
Dimas
Veja(0ps),ou melhor, observem como a situação da direita midiática corrompida e ÚNICA oposição está,literalmente, uma b—-: Se for a Dilma, e vai ser ela, eles perdem ( mas o povo brasileiro ganha), se for o Lula, eles também perdem, ainda mais feio. Que triste!
Fernando
Sarney, Cabral, Eduardo Paes… é longa a lista de tragédias eleitas por pessoas que votaram sem pensar, apenas seguindo o mando do Lula.
Zanchetta
“Folha oculta por 24 horas…”. E daí, a Dilma ocultou por 8 anos que ela é uma das responsáveis por comprar uma refinaria superfaturada e vcs não falaram nada?!?!
Regina Braga
Eleição garantida…Fica Dilma o lugar é seu!Mas por favor pense que a Comunicação é tudo!
maria meneses
Invadiram meu face um bando de tucanos. Gastei muitos minutos, expu
lsando- os um a um.
Gerson Carneiro
Eu, por exemplo, ainda não decidi em quem vou votar. Estou esperando o Lula mandar.
Hélio Pereira
Eu faço parte dos 40% que não vão esperar o Lula indicar um candidato !
Eu já me decidi,vou votar na Dilma e não adianta o Lula vir com “conversa”…
José Ricardo Romero
Boa, Hélio. Eu também!
José Fernandes
Globo e datafalha: manipuladoras,tendenciosas mentirosas e(sonegadora.globo)
Sérgio Ricardo
Não obstante esse dado (o peso do apoio de Lula) não agradar ao jornaleco, é muito sutil como o mesmo vem inflando um fictício movimento “Volta Lula” com o único propósito de minar a candidatura Dilma.
Hell Back
Engraçado! Eu também estava pensando nisso.
Maria Amélia Martins Branco
Voto sempre em Lula, agora voto Dilma e só voto no PT.
renato
E eu tambem não arredo o pé.
paulo bueno
tá na hora do PT montar uma MILITANCIA DIGITAL
e invadir os comentários dos principais jornais do BRASIL como faz o PSDB
tá na hora do PT acordar senão daqui a pouco a DILMA vai estar com zero por cento de intenção de voto.
Gerson
E não tem pesquisa de segundo turno ??
se nao divulgaram a de segundo turno eh pq detona com a pesquisa inteira.
kkkkk
eu pelo menos nao vi a de segundo turno
demetrius
Será prazeroso ver a Dilma atropelar seus inimigos nas eleições como se fossem nada. Na verdade é o que são, nada!
Fernando
´´poderiam votar“ não quer dizer que votariam.
Fosse 100% ou 0%, é a mesma coisa que os 60%.
É a não-estatística.
Não deveriam ter ocultado por 24 horas, deveriam ter ocultado pela vida inteira. Aliás, nem deveria ter sido feita essa pergunta.
Vlad
O pessoal daqui não alcança assim tão longe.
E um ou outro que alcança tem medo de perder a teta.
J Fernando
“Segundo o Datafolha, 37% deles votariam com certeza em um candidato indicado pelo petista; e 23% talvez referendassem essa mesma indicação.”
37% votariam COM CERTEZA… e 23% TALVEZ.
Faço parte do grupo “COM CERTEZA”.
Magda Mazzer
Que beleza! Até que enfim uma boa notícia!
Urbano
Os meliantes do pig são tão imbecis e maledicentes que só informam (o que já é um espanto, pelo caráter do qual dispõem) o óbvio, uLULAnte; ainda assim por burrice, pois a ordem é pra não informar o povo sobre a verdade factual de tudo que ocorre no Brasil e do Brasil. Caso houvesse um pingo de decência nas publicações do pig, a oposição ao Brasil seria reduzida a 20% (o que já é um espanto em sendo verdade esse percentual), pois o restante estaria atrás das grandes, principalmente por assassinato, roubo, estupro, latrocínio, os crimes mais diversos de lesa-pátria, venda de decisões do mais amplo espectro, etcétera e coisa e tal…
Lukas
Uai, então a eleição está decidida no primeiro turno. Basta o Lula indicar que 60% votarão na Dilma.
Mudemos de assunto então…
Gerson Carneiro
Por que mudar de assunto assim tão rapidinho? Fica, vai ter bolo.
FrancoAtirador
Roberto Locatelli
Pois é, e o Aébrio Neves vai colocar FHC na propaganda eleitoral… Como diz o Paulo Henrique Amorim: ÔBAAA!!!
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