por Ivan Seixas, via e-mail
Nesta segunda feira, dia 27 de janeiro, será definido o processo de tombamento do prédio onde funcionava o DOI-CODI do II Exército, maior e mais violento centro de tortura e extermínio de militantes da Resistência contra a ditadura militar.
O processo foi aberto por uma solicitação minha, com o apoio de várias entidades de defesa dos Direitos Humanos e de sobreviventes da ditadura militar.
Esse julgamento será histórico, pois ocorre no começo do ano em que se marca os 50 anos do Golpe de Estado que derrubou o Presidente Constitucional João Goulart e a destruição da Democracia brasileira.
Além disso, ocorre também dentro dos trabalhos da Comissão da Verdade, que exigiu o tombamento e a transformação do local em um Memorial às Vítimas da ditadura militar.
Convido tod@s para a sessão de decisão do processo no CONDEPHAT, que fica no prédio da Secretaria de Cultura do Estado, na rua Mauá, 51 (mesmo prédio da Sala São Paulo), com início às 9:30 horas.
PS do Viomundo: No episódio abaixo, de uma série do Jornal da Record, Ivan Seixas volta ao prédio do DOI-CODI, onde o pai dele (foto no topo) morreu e ele, Ivan, foi barbaramente torturado.
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De volta ao DOI-CODI from Luiz Carlos Azenha on Vimeo.
Comentários
Bernardino
Aqui no Brasil se preserva o lixo do passado. COM Apoio do STF de parte da classe media e da Maioria da Populaçao DESPOLITIZADA e semi analfabeta,incluindo aí a MIDIA BANDIDA!!!!!!
Romualdo Pessoa
Em minha opinião, o termo Ditadura Cívil-Militar, como deseja alguns historiadores reformistas, presta-se ao sentido semelhante ao que tentou dar o jornal Folha de São Paulo, no editorial já citado, de considerar a ditadura militar, como uma “ditabranda”, diferenciando-a das demais ditaduras que ocorreram na América Latina. Penso que falta a alguns desses reformadores uma leitura nas obras de alguns dos mais destacados geopolíticos, da Escola Superior de Guerra, a começar por Golbery do Couto e Silva, que desde 1962 já elaborava as estratégias de poder, baseada na ideologia da segurança nacional. Embora majoritários, nem todos eram militares, como por exemplo a professora Therezinha de Castro. Em suas obras podem-se encontrar tanto os sentimentos que os nortearam, como os objetivos que seriam alcançados de acordo com o que estabelecia essa doutrina. E ela era inegavelmente militarista, tinham nas preocupações estratégias geoeconômicas e geopolíticas os elementos basilares que lhes davam as razões ideológicas para controlarem, com todas as forças, as estruturas do poder do estado brasileiro.
http://www.gramaticadomundo.blogspot.com.br/2013/04/ditadura-civil-militar-quem-dominava-o.html
FrancoAtirador
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Concordo, Romualdo.
A Ditadura no Brasil foi exclusivamente Militar e aplicada de forma tão ou mais Cruel do que qualquer outra.
A Doutrina da Segurança Nacional foi elaborada para enquadrar todos os civis no Regime Militar, inclusive nos códigos e procedimentos militares, como se toda a população brasileira e as próprias instituições estatais e particulares formassem um grande esquadrão anticomunista, em defesa dos valores cívicos e morais tradicionais das Forças Armadas.
Algo que atualmente se assemelha muito ao Estado Policial Penal que vem sendo imposto aos países ocidentais pelos United States of America.
E há no País um odor venenoso do ar do passado se disseminando pela Sociedade BraZileira, sob o lema ‘Ordem e Progresso’, que deveria manter todos os democratas em alerta. Só o uso de máscaras anti-gás talvez não seja suficientemente eficaz.
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José Rosa
Caro Romualdo.
Sua argumentação é muito justa. Entretanto, ousaria lembrar que os militares agiram a soldo das grandes oligarquias nacionais e de grupos financeiro-industriais internacionais. Sem o apoio econômico e logístico destes (ou seja, se o golpe fosse exclusivamente militar), não só no momento do golpe, mas durante toda a ditadura, acho que seria improvável que os militares que lideraram o golpe tivessem tido êxito.
Romualdo Pessoa
José Rosa, o golpe não foi exclusivamente militar, não digo isso. Mas muitos civis que o apoiaram, visando a tomada de poder, perceberam depois que os militares não abririam mão de terem o controle do Estado. Carlos Lacerda é o maior e exemplo, tendo sido um dos maiores propagandista da necessidade de se retirar Janio pela força e sendo posteriormente cassado pelos militares. Não foi o único, aliás. É só um exemplo.
Além do mais, não há nenhuma ditadura militar que não tenha apoio civil. Pode-se ver todas que vigoraram na América Latina. Inclusive as mais violentas, a chilena e a argentina. Em todas elas houve apoio da burguesia nacional e internacional. Mas “civis” é um termo muito genérico e é incorreto aplicá-lo dessa forma. Foram todas ditadura militares, apoiadas por SETORES da sociedade civil, aqueles vinculados à classe dominante e uma parcela da classe média. Embora desta tivessem saído muitos revolucionários. Mas quem dominava o Estado eram os militares, por meio do CISNI. Toda a estrutura de poder estavam nas mãos dos generais.
Romualdo Pessoa
Pelo jeito “democraticamente” vcs rejeitaram a crítica à expressão inventada: civil-militar. É a dita-branda.
Dida
Destapar todas essas atrocidades, e reescrever a historia para as novas geraçoes, é importante dar visibilidade a esse passado triste para que sejamos de verdade uma democracia plena!
Brasil eu acredito em vc e estamos no caminho de consolidar a nossa jovem democracia!!!!
Bonifa
Na Argentina, todos os lugares relacionados com crimes da ditadura estão tombados e se tornaram locais de visitação turística.
Relidio
Aqui no Brasil se preserva o lixo do passado
tiao
” Meu pai contou pra mim;
eu vou contar para meu filho.
Quando ele morrer?
Ele conta para o filho dele.
É assim: ninguém esquece.
Kelé Maxacali (um índio)
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