Dr. Rosinha: “Fui vítima de intolerantes e mentirosos; um me ‘excomungou'”
Tempo de leitura: 3 minA intolerância e a “excomunhão”
por Dr. Rosinha, especial para o Viomundo
Cristo, em sua breve passagem pela terra, nos ensinou muita coisa e uma delas foi a tolerância. Parece que boa parte dos que atualmente se dizem “cristãos” não aprendeu essa lição. Outro ensinamento de Cristo é o compromisso com a verdade: nunca mentir. Esse ensinamento também é ignorado por grande parte dos cristãos.
Há uma brincadeira feita por muita gente que é a seguinte: quando perguntado sobre determinado tema e não se sabe a resposta, a pessoa, em tom de chacota, responde “eu faltei nessa aula”.
Parece que muitos cristãos e muitas cristãs faltaram na catequese no dia em que foi ensinado a importância da tolerância e de ter compromisso com a verdade, ou seja, não mentir.
Na semana passada, fui vítima dos intolerantes e dos mentirosos.
Explico: a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados organizou o “Seminário de Parlamentares da América Latina e Caribe para debater a Saúde Reprodutiva, Materna, Neonatal e Infantil e os Objetivos da Meta do Milênio”. O requerimento que gerou o Seminário foi aprovado por unanimidade dos membros presentes na Sessão em que foi votado. Portanto nenhum deputado ou deputada, pela importância do tema, se opôs.
A Organização das Nações Unidas (ONU) firmou em 2000 um compromisso com muitos países, os chamados Objetivos do Milênio. Um deles era o de reduzir em 75%, até 2015, as mortalidades infantil e materna.
A mentira e a intolerância está no fato de que muitos cristãos esparramaram na internet mensagens caluniosas do tipo que eu “sou contra a vida”, que estou “promovendo o aborto” no Brasil, que “sou mau presidente”, que “desenvolvo a cultura da morte” e alguns outros xingamentos que sequer quero reproduzir. Antes de qualquer coisa, repudio a todos esses adjetivos e, ao contrário de Cristo, não dou a outra face.
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Algumas mensagens, para a minha tristeza e decepção, eram assinadas por padres, professores, diáconos, bibliotecários, alunos, etc., gente que sempre pensei que fossem inteligentes. Sempre vi num professor, se não um pensador, pelo menos alguém que ajude ou ensine a pensar. Sempre vi num padre, num diácono, num pastor, um tolerante, alguém que não mente.
Minha decepção é com todos os homens e mulheres, cristãos ou não, que não conseguem ser tolerantes, que não conseguem respeitar os demais, que têm na sua verdade a verdade única e absoluta.
Minha tristeza é com aqueles que leem e não conseguem interpretar.
Meu repúdio é àqueles e àquelas que leem e agem de má fé nas redes sociais. Usam-nas para disseminar a sua interpretação ou mesmo se aproveitam dos que não leram e disseminam a mentira. Eu poderia fazer como Cristo: “Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem”. Mas, não posso agir assim, porque eles sabem o que fazem e por que fazem. Posso perdoar os inocentes úteis, como, por exemplo, um menino de cerca de 20 anos de idade que, no dia do Seminário, dirigiu-se a mim dizendo:
— O senhor está excomungado.
De início, fiquei estupefato com essa “excomunhão”. Em seguida, tive dúvidas se ria ou se perguntava a ele com que autoridade e em nome de quem me excomungava. Por fim, preferi o silêncio, a pena e a compaixão. Compaixão e pena pela inocência do rapaz. O mundo é diferente do que estão lhe ensinando.
Na Conferência de abertura do “Seminário”, a senhora Carmen Barroso, diretora Regional da Federação Internacional de Planejamento Paternal para o Hemisfério Ocidental, alertou sobre o aumento da maternidade na adolescência e o impacto disso no resto da vida da mulher.
Por exemplo, a falta de trabalho, a instabilidade no casamento e o aumento das taxas de suicídio de adolescentes e mulheres adultas. Lembrou ainda que a penalização do aborto não diminui a prática e tampouco a mortalidade. Na América Latina, segundo ela “são 4,2 milhões de abortos inseguros por ano. Noventa e três por cento deles em condições extremamente precárias”.
As consequências são complicações à saúde e o aumento de mortes de mulheres. Apesar da oposição de todos os fundamentalistas religiosos, temos que debater esse tema. Em nome da vida de milhões de mulheres de “nuestra América”, esse tema é relevante: é saúde pública, direitos humanos e defesa da vida.
Por tudo que me enviaram, por tudo que ouvi, sinceramente ainda estou estupefato com o comportamento desses cristãos. Em que igreja aprende ou aprenderam? Que Evangelho lê ou leram? Com certeza não é o mesmo que leio e tampouco é o mesmo que lê o Papa Francisco, que já demonstrou preocupação com o tema.
Dr. Rosinha, médico pediatra, é deputado federal (PT-PR) e presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. No twitter: @DrRosinha.
Comentários
Tomudjin
O fundamentalismo sempre tentou se sobrepor ao próprio Deus do livre arbítrio.
Ninguém tem o direito de criar leis que questionem a liberdade do indivíduo, se não o próprio Deus – que já as criou.
O que pode, sim, é esses indivíduos serem convocados a um diálogo franco e aberto, sem necessariamente serem conduzidos à “guilhotina” da ética.
franklin
Aí ele falou que tá zangado pela crítica que fizeram a ele. MAIS JURO QUE NÃO VI DEFESA NO TEXTO. O que será que aconteceu comigo? Serei eu, um ANALFABETO? Vou pedir ajuda aos UNIVERSITÁRIIIIIIIIIOS. HE HEI.
Vlad
Quer servir a dois senhores e agora vem de chororô.
Escolha o lado e páre de se fazer de vítima.
Mas tanto tempo na casa de “tolerância” da base aliada, causa esse muralismo inviesado mesmo.
angelo
‘Fé’ ‘cristã’ embasada num livro fraudado, portanto, não sagrado.
Império Romano matou Cristo e depois, na maior cara de pau, impôs, na base da carnificina, o ‘cristianismo 2.0’.
Não querer ver, negar fatos, é uma forma de mentir. Anti-Cristo usam e abusam do mentir, letrados enganadores ou incautos úteis à imbecilidade capetalista.
Outra hipótese, pior, incautos não seriam na verdade tão incautos: no fundo sabem estar participando da maldade, maioria procura igrejas em busca primeiramente do ‘tudo o mais’ e não do reino dos céus….e em busca do tudo o mai$, vale tudo pros falsos cristãos.
Valmont
Para combater a ignorância desse imenso contingente de brasileiros, a educação é o único caminho. Mas não apenas a educação escolar, formal. O texto do Dr. Rosinha é uma belíssima lição de maturidade e discernimento. Uma lição de moral para os falsos pregadores da moral cristã, esses hipócritas, lobos em pele de cordeiro, que mostraram suas garras nas eleições de 2010.
Espero que jamais se repitam aqueles lamentáveis episódios medievais.
Edgar Rocha
Bom lembrar aos anti-aborto: “Tudo posso, mas nem tudo me é conveniente.” É o que dizia Paulo. Enfim, se o que o mundo oferece se constitui uma tentação aos que o recusam, então é uma questão de fé (ou falta de), não de lei. Até o Cristo se deixou testar no deserto. Àqueles que negam algo, a oração mais forte se constitui numa única palavra: Não!
Edgar Rocha
Cristãos ou não, todos têm o direito de se posicionar e proferir um discurso contra o aborto. É um princípio religioso para muitas denominações, o conceito de que a vida humana começa a partir da concepção. Disto, ninguém precisa discordar ou se posicionar. Trata-se de uma doutrina, que pode ser abraçada conscientemente por quem a profere. Se isto dá um norte à conduta moral de alguém no tocante a gestão de sua própria vida, muito que bem. O que não se pode fazer, em hipótese alguma, seja na questão do aborto, da homossexualidade ou o que quer que seja, é tentar impor ao Estado ou à sociedade um princípio que nem de longe pode ser considerado unânime. Vai contra aquilo que entendemos como Estado laico. Cabe à religião trabalhar, fielmente, coerentemente, em defesa de seus valores e posturas, a fim de estender à sociedade a consciência sobre algo que lhes pareça tão óbvio, mas que não o é para muitas pessoas. E cabe, em caso de discordância, no mínimo, abrir o diálogo e, na melhor das hipóteses, aceitar a diversidade. Deve-se lembrar que, acima de qualquer coisa, é dever do Estado zelar pela vida, mas também pelo direito a escolha, reprimindo qualquer autoritarismo que pretenda nortear a interferência do Estadeo na vida privada, na integridade física e moral de todos os cidadãos. O Estado não está obrigando ninguém a cometer aborto, muito menos interferindo nas questões de credo de ninguém. Se é tão errado o aborto, parece que não foi muito bem explicado por quem assim pensa. Ou será que os religiosos estão inseguros quanto a qualidade de seu trabalho, ou a fidelidade de seu rebanho? Tudo indica que o problema seja deles, não da sociedade.
Maria Thereza
O texto colabora para clarear a questão da descriminalização do aborto. Não será obrigatório. Essa “defesa da vida” é uma das coisas mais hipócritas, entre tantas com que convivemos. Se o tema não for debatido às claras, mulheres continuarão morrendo. O caso de Mônica Serra é emblemático do que acontece na vida real. Quem pode, paga o aboro, em uma boa clínica (não precisa ser no Chile) e resolve sua questão. Quem não tem dinheiro, aborta de qq jeito, em qq lugar, se sujeitando à doenças, infertilidade e morte. Se é isso que as igrejas chamam de defesa da vida…
FrancoAtirador
MAS AINDA TEM MUITO O QUE PERDER…
Sagarana
Putz, parece gráfico da Petrobrás…
Marat
Gráfico devidamente manipulado e forjado pelos financiadores do PIG.
Sagarana
Não fio, gráfico do valor de mercado. Poderia ser da produção também.
Marat
Valor de mercado devidamente manipulado pela mão invisível (carcomida) do Tio Sam…
FrancoAtirador
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Ao término do Governo de FHC (PSDB/PFL), em 2002,
a Petrobras valia 15,5 bilhões de dólares.
Em 2012, no final do Governo Lula (PT)
o valor subiu para 126 bilhões de dólares.
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Em 2002, o lucro da Petrobras foi de R$ 8,1 bilhões.
Em 2012, o lucro da hoje semi-estatal foi R$ 21,2 bilhões.
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Em 2002, o Brasil produzia 1,5 milhão de barris por dia.
Em 2012, a produção foi de 2 milhões de barris por dia.
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Quer mesmo que eu trace um gráfico, Tucana Sacana?
(http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/um-comparativo-entre-a-petrobras-em-2001-e-em-2012)
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Na verdade, a linha descendente no gráfico de audiência
do Jornal Nacional e de outros programas da Rede Globo
se iguala ao de assinaturas das Revistas da Editora Abril.
(http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/circulacao_das_revistas_em_queda)
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FrancoAtirador
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O gráfico da audiência da Globo e de leitores da Editora Abril
também pode ser comparado aos índices de desemprego no País:
valdecir
Sou cristão. Não compartilho, pelo menos não acho correto, o moralismo de alguns irmãos. Sou agradecido a todos aqueles que, a exemplo do Dr. Rosinha, buscam a solução para o drama das mulheres que precisam recorrer à prática do aborto. Deixo aqui um texto de um Padre, também sou padre, que ajuda a entender qual deveria ser a atitude da Igreja frente ao tema.
“Carta a um amigo teólogo sobre o aborto nas eleições de 2010
José Comblin
Caríssimo Arnaldo,
Você se lembra do golpe eleitoral que estourou na véspera do primeiro turno das eleições de 2010 quando apareceu todo um alvoroço sobre a questão do aborto. Esse alvoroço permaneceu durante todo o mês de outubro até o segundo turno. Nas igrejas e fora das igrejas foram distribuídos milhões de panfletos assinados pelos bispos da diretoria do regional Sul 1 para intimar os católicos a votar no candidato José Serra. O motivo era que os candidatos do PT, principalmente a candidata à presidência da república, queriam legalizar o aborto no Brasil e, por conseguinte, queriam implantar uma cultura de morte.
Esse incidente me levou a refletir um pouco sobre esse fato bastante estranho e o seu significado eclesial. Quero comunicar-lhe aqui alguma coisa dessas reflexões.
Os bispos denunciadores se diziam os defensores da vida, isto é, pessoas que lutam contra o aborto e lutam contra todos os políticos que defendem o aborto descriminalizado no Brasil. O seu linguajar foi o que usam os movimentos que se dizem defensores da vida porque condenam o aborto. Era um linguajar violento, condenatório. Somente por distração os autores esqueceram-se de comunicar que a descriminalização do aborto estava no programa do PV, e que o candidato Serra já tinha autorizado o aborto em certos casos quando era ministro da saúde, o que lhe valeu os protestos da CNBB. Com certeza foi um esquecimento por distração. Por discrição os bispos omitiram o que aconteceu um dia na vida do casal Serra, o que foi bom porque a vida privada não deve interferir com a vida pública
Sucede que a Igreja condena desde sempre o aborto, e estabeleceu uma pena de excomunhão para todos os que têm participação ativa. Conseguiu que houvesse no Brasil uma lei que criminaliza o aborto. Mas o Brasil é um dos países onde há mais abortos. Alguns dizem 70.000 por ano, outros estudos chegam a dizer que uma de cada 5 mulheres no Brasil já praticou um aborto. Sempre é um aborto clandestino e naturalmente é feito nas piores condições para os pobres. Pois para quem tem condições há clínicas particulares bem equipadas, conhecidas, porém jamais denunciadas pela Igreja. Sobre essas clínicas para os ricos o poder judicial fecha pudicamente os olhos. Afinal, trata-se de pessoas importantes As condenações da Igreja não têm nenhum efeito. A lei da república não tem nenhum efeito. Os defensores da vida não conseguem defender nada. Falam, falam, mas sem resultado. Condenam, condenam, mas o crime se comete com a maior indiferença pelas condenações verbais ou legais. Falam, condenam e nada acontece. Eles se dão boa consciência achando que defendem a vida, mas não defendem nada. Há um lugar no evangelho em que Jesus fala das pessoas que falam e não fazem nada. Impedem a descriminalização, mas defendem a situação atual, ou seja, são defensores do aborto clandestino, que é a situação atual.
O seu argumento poderia ser que a descriminalização aumentaria o número de abortos. No entanto, a experiência de outros países mostra que, pelo contrário, diminui o número de abortos. Isto se explica facilmente. Pois uma vez que uma mulher pode falar abertamente em aborto, as autoridades podem com a ajuda de psicólogas, de assistentes sociais, de assistentes religiosos dialogar com ela e buscar com ela outra solução, o que de fato acontece. Muitas mulheres não teriam feito o aborto se tivessem recebido ajuda moral ou material, quando estavam desamparadas.
Já que o documento era assinado por bispos, eu pensava que os bispos fossem explicar o que estão fazendo na pastoral da sua diocese para lutar contra o aborto clandestino, e fizessem propostas aos candidatos nas eleições na base das suas experiências pastorais. Mas não havia nada disso no panfleto. Teria sido interessante saber como fazia a pastoral diocesana para evitar que houvesse abortos. Mas não havia nada. Os bispos gritavam, assustavam, condenavam, mas não diziam o que faziam. Alguns leitores pensaram: já que não falam da sua pastoral para evitar o aborto, deve ser porque não existe essa pastoral. Falam contra o aborto, mas não fazem nada para evitá-lo. Condenam, e mais nada.
Pois, poderiam fazer muita coisa. Muitas mulheres que querem fazer o aborto, são mulheres angustiadas, perdidas, desesperadas que se sentem numa situação sem saída. Muitas querem o aborto porque os seus pais não aceitam que tenham uma criança. Outras são obrigadas a fazer o aborto pelo homem que as estuprou, e que pode ser o próprio pai, um irmão, um tio, um padrasto. Outras estão desesperadas porque a empresa em que trabalham, não permite que tenham criança. Outras são empregadas domésticas e a patroa não aceita que tenham que cuidar de uma criança. Então essas meninas ou moças ficam angustiadas e não sabem o que fazer. Não recebem atendimento, não recebem conselho, não recebem apoio nem moral nem material, porque tudo é clandestino e nem sequer se atrevem a falar com outras pessoas a não ser algumas amigas muito próximas. Não achando alternativa, a contra-gosto e com muito sofrimento recorrem ao aborto. A Igreja não as ajudou quando precisavam de ajuda.
A Igreja poderia ter uma pastoral para olhar o que acontece na rua, no bairro, quais são as meninas ou moças que podem estar em estado de perigo porque estão numa dessas categorias de risco. Poderia acolher ou dar assistência moral e material, dialogar, buscar outras soluções. A experiência mostra que às vezes um simples abraço faz com que desistam de fazer o aborto. O aborto é o resultado da indiferença da comunidade cristã. Somos todos culpados, todos cúmplices por omissão e, em primeiro lugar, teríamos que pedir perdão pelo nosso descuido em lugar de acusar essas mulheres. Era o que se esperava de um documento assinado por bispos, que, afinal, representam o evangelho e a maneira como Jesus tratava os pecadores.
Jesus não condenou os pecadores e o que se espera da Igreja é que tenha muita misericórdia, muita compreensão e que ajude efetivamente essas pessoas que estão numa situação tão difícil. Poderíamos fazer sugestões ao poder legislativo no sentido de criar instituições para responder e tantos casos em que a vida humana está em perigo, e este é um deles.
Não faz sentido dizer que sou contra o aborto e estou defendendo a vida se não faço nada. Não estou defendendo vida nenhuma e o aborto está aí e não faço nada. O governo tem uma lei que criminaliza o aborto e essa lei não se aplica. Só serve para que o aborto seja clandestino, isto é, feito nas piores condições morais e físicas, salvo para as pessoas de boa condição. Essa lei é inaplicável e a Igreja nem se atreve a pedir que ela se aplique. Seria preciso construir milhares de penitenciarias e colocar nas prisões talvez um milhão de mulheres. A Igreja não pede isso e se conforma com o aborto clandestino. Na prática nada faz contra o aborto clandestino.
Existe a alternativa da descriminalização, que é para os nossos defensores da vida a proposta de Satanás. A chantagem dos chamados defensores da vida fez com que todos condenem a descriminalização, como faz a Igreja. Quem sou eu para julgar? Os bispos do Regional Sul 1 acham melhor o aborto clandestino. Quem sou eu para discutir? Porém, teria o direito de pedir mais discrição e mais humildade, porque afinal somos todos cúmplices por omissão se não fazemos nada para prevenir os abortos tão numerosos no Brasil. A condenação é inoperante. Mas uma pastoral da família ou uma pastoral específica para esse problema poderia evitar que muitas mulheres angustiadas e desesperadas tenham quer recorrer ao aborto que nenhuma mulher pede sem chorar. Porque esperar antes de desenvolver essa pastoral?
Então, qual foi o testemunho de amor que a Igreja deu com esse panfleto eleitoral?
José Comblin, grande pecador e cúmplice por omissão”.
Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=52341
alexandre de melo martins
mostre a origem desta carta, para náo paraecer falsa
valdecir
Prezado alexandre de melo martins, a fonte foi indicada no rodapé do comentário. Caso não lhe seja suficiente acessar o website da Agência Frei Tito para conferir o texto, terei imenso prazer em lhe dar o endereço da Agência para que possas conversar com os Editores, dato que o autor do texto já é falecido.
Abraço
FrancoAtirador
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Caríssimo Valdecir.
Você deve se regojizar diante da forma
com que foi argüído no comentário de a.m.m.,
pois, há cerca de dois mil anos, era assim
que os fariseus questionavam Jesus Cristo.
Um abraço camarada e libertário.
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Valmont
Parabéns pelo belíssimo post, Valdecir!
Uma lição emocionante para todos, religiosos ou não.
edir
Muitos que gritam ser contra a lei do aborto, näo consegue estender a mäo à uma crianca abandonada ,presa pelo crack nas ruas dos grandes centros.
O nosso povo está demasiadamente hipócrita. Gritam contra o aborto, mas prega nas redes sociais a diminuicäo da maioridade, chamam as criancas ababdonadas que vagueiam pelas ruas de pivetes, gritam pela pena de morte dessas criancas, guando desejam à elas torturas e cassete no lombo. Isso estou cansada de ler no face. Me dá um desanimo deste Brasil.
Under_Siege@SAGGIO_2
é fácil concluir que grande parte das igrejas estão infestadas de CANALHAS HIPOCRITAS.
Estado LAICO, pelamordedeus!!!
edir
Sou contra o aborto, mas sou a favor da lei. Com lei ou sem lei a prática do aborto continuará. Na Alemanha a lei foi aprovada nos anos 60, contra os padres e pastores da igreja Lutherana. Hoje os “conservadores” nem se lembram mais da lei. Assisti uma reportagem de um hospital na Suica onde é realizado o aborto. Várias mulheres que fizeram aborto eram casadas.
Säo primeiro orientadas pela médica e pela assistente social a ter o filho, caso ela näo queira, entäo é feito o aborto. Ela procura o médico muito cedo, toma um comprimido e no dia seguinte volta ao hospital e espera pelo momento. Sente uma pequena dor, como se fosse uma cólica, recebe uma cuba. Minutos depois está indo para casa. Acho isso bem melhor que uma mulher esperar várias semanas por causa da proibicäo, medo, inseguranca e acaba praticando o aborto já com feto formado.
Igitur
Articulou o que eu penso sobre várias coisas. Aborto, maconha, jogos de azar — a gente tem uma mania de achar que consegue mudar a realidade na canetada, assinando lei, mas alguns fenômenos sociais são incrivelmente persistentes. Eu não acreditava que existisse ainda em 2013, mas me mostraram e acabei notando um apontador do bicho por onde eu passo todos os dias para o trabalho, discretamente em um corredor de galeria.
E os efeitos colaterais? Crime, violência, e no caso do aborto, mortes completamente evitáveis. Quem é católico não aborta, quem vai abortar merece um apoio médico mínimo que não é complicado nem caro. Bobeira é não viver a realidade, dizia a Cássia Eller.
Maria Thereza
Igitur, acho que não é só mania de querer resolver na canetada. É uma verdadeira obsessão por tutelar o que os “iluminados” chamam de povo que, para eles, é incapaz de ter autonomia para pensar, agir, enfim, tomar decisões. É só ver nosso histórico de “vale gás”, “vale leite” e outros. Sempre se pensou que ao dar $, o povo ia beber cachaça. Está aí o bolsa família, provando justamente o oposto. Então, os “puros e bons” dizem que querem proteger os “ignorantes”, quando só desejam mesmo impor sua visão de mundo.
Recomendo o livro “Vozes do Bolsa Família”, onde os pesquisadores acompanharam por 6 ou 7 anos cerca de 150 mulheres beneficárias do programa. É bom de ler e extremamente elucidativo da questão da autonomia.
JOÃO WOLMAR MELO
Não se preocupe tanto, companheiro! Nem Cristo foi compreendido, e ainda o mataram! Cadê o nosso espírito preparado? O problema é que és/somos petistas…No fundo, no fundo, bem lá no fundinho, eles sabem que és um baita médico e que não falas apenas por você e pelo seu modo de avaliar as situações. E olha que cada caso é um caso…Falas pelas milhares de infelizes que perdem a vida nas mãos de “carniceiros” por esse mundo afora, sem o mesmo DIREITO QUE AS MADAMES TÊM, POR QUE PODEM PAGAR. Portanto, sem hipocrisias! Aliás, aqui mesmo tem um interrogando (e sem tergiversações!) se és a favor do aborto. Respondo por mim e por você: somos, antes de tudo, favoráveis à vida. Cada qual é RESPONSÁVEL PELA SUA CONSCIÊNCIA! Não queira jogar a culpa sobre os outros. Por isso, minha opinião pessoal não exime o ESTADO de POLÍTICAS PÚBLICAS que atendam a TODOS, sejam cristãos ou não. É preciso mais tolerância (com as diferenças) e Jesus, O Cristo, saberia dar uma resposta a algumas dessas questões que vivemos colocando “em baixo do tapete” e que são “requentadas”(e já passei de meio século ouvindo isso) em períodos pré-eleitorais. Aí está o “xís” da questão! O resto é tergiversação pura…
Mário SF Alves
“A mentira e a intolerância está no fato de que muitos cristãos esparramaram na internet mensagens caluniosas do tipo que eu “sou contra a vida”, que estou “promovendo o aborto” no Brasil, que “sou mau presidente”, que “desenvolvo a cultura da morte” e alguns outros xingamentos que sequer quero reproduzir. Antes de qualquer coisa, repudio a todos esses adjetivos e, ao contrário de Cristo, não dou a outra face.”
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Com a outra face ou sem a outra face, mais uma vez solidarizo-me com o deputado Dr. Rosinha.
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No mais, não se preocupe não, prezado doutor Rosinha. Não se preocupe não, pois, está cada vez mais claro que a ideologia que os embala cumpre apenas uma função, qual seja, a de proteger a fecundação apenas enquanto ela existir no útero, após isso, uma vez vindo à luz um novo ser humano, prevalece o de sempre, o salve-se se puder. Depois disso, após o parto, o melhor e mais cristão que admitem é a redução da maioridade penal; alguns, inclusive, preconizam abertamente a pena de morte.
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E haja Jesus Cristo pra dar conta de tanta contradição. Não à toa, ficou-nos de herança o insofismável “perdoa-lhes, Pai, pois, não sabem o que fazem.” Enfim, nós humanidade, ainda estamos lá na pré-história, ainda não superamos nossa própria inconsequência perante o mundo.
ricardo
Responda sem tergiversar, Rosinha: você é favor do aborto?
Seu Zé
Responda sem tergiversar, Ricardo: você entendeu o texto?
Mário SF Alves
Tá. E se for? Qual é o problema?
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E afinal, o que se pode entender como aborto?
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Ainda que admitindo o conceito em sua forma mais extremista, mais absoluta, será que não existiria no seio da sociedade o consentimento de uma outra forma de aborto ainda mais deplorável e causa real de milhares ou milhões de abortos, estes, sim, na acepção real do termo?
Não seria igualmente aborto o deixar pessoas morrerem por falta de atenção básica? Seja ela a saúde, a educação, a moradia, a segurança e/ou outras?
Não seria igualmente aborto deixar pessoas passarem a vida inteira sem chances reais de se consolidar plenamente como sujeitos de sua própria existência?
Não seria igualmente aborto condenar, torturar, assassinar e/ou encarcerar pessoas ao arrepio da lei tendo como única finalidade desprestigiar escandalosamente um partido político ou simplesmente afastar seus líderes do convívio social?
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Não sei, confesso, no entanto, admito, deve haver sim uma outra forma de aborto, verdadeiramente cruel, posto que injustificável; cometido às claras, aos olhos de todos, e que ao qual se poderia chamar de aborto da civilização. Quanto a esse, a maioria de nós permanece alheia. E o que é pior, alheia ao próprio destino.
Ou será que preferimos uma sociedade purificada por soluções e ideais nazistas? Sendo assim, por que tamanha polêmica a respeito da regulamentação do aborto? De mais a mais, quantos e quantos não são os abortos cometidos clandestinamente, mais por ricos que por pobres?
Marcio Wilk
Esse rapaz de 20 anos, e outros de 40, e um senhor, com mais de 65 anos que me parou na rua pedindo pra assinar uma petição “contra o aborto”, são todos hipócritas que tem muito ódio no coração. Fazer ou não fazer um aborto é decisão da mulher! mas isso, nem as feministas são capazes de dizer, com medo de serem taxadas de pecadoras.
Álvares de Souza
A imprensa corrupta, manipuladora, hipócrita, comprometida com o que há de mais solerte e perverso, é a grande responsável por esta alienação e desinformação que emburrece e impregna de preconceitos uma grande parte da população brasileira. As religiões fundamentalistas, impiedosas com os que não embarcam no fanatismo que pregam, e que aprisionam seus “fiéis” em crenças e práticas antinaturais, completam o trabalho sujo. A libertação dessas manadas é tarefa para séculos.
Luís Carlos
Não seguem quem diz ser seu líder, mas usam a fabricação humana do divino para se justificarem de seus atos. Nesse sentido, deus é a maior criação humana e “responsável” por tudo, inclusive pelos erros de cada um em sua infinita covardia histórica.
IZA
Essas agressões não tem nada haver com o tema em discussão. Qualquer tema!
Se o sr. estivesse debatendo o sexo dos anjos, receberia as mesmas agressões dos ignorantes, dos fascistas, dos que “são contra tudo que está aí”.
O ódio, a mentira, a intolerância, foi a “contribuição maior” que a mídia partido deu ao Brasil, e a “democracia” nesses últimos 12 anos.
Carlos
No Brasil se admira tanto os paises ditos desenvolvidos, mas na hara de dar um passo a frente o trogroditismo é maior do que a vontade de caminhar em direçõa ao desenvolvimento, no Canadá por exemplo se a mulher quiser aborta basta dar um telefonema para o sistema público de saúde e marcar com o medico, aqui nem o assunto pode ser discutido,particurlamente acho que determinados assuntos deveria ser discutido sem alguns setores por pior que isso possa parecer, cito o caso do estudo das celulas tronco onde foi decidida por Carlos Alberto direito que se baseou no seu fundamentalismo religioso para determinar que o estudo com as celulas tronco oriunda de embriões não poderiam continuar, o que mais me revolta é que se algum deles no futuro proximo precisasse de ser curado de uma doença em que a cura fosse derivada de celulas tronco eles aceitariam, por isso digo são religiosos hipocritas.
Isabela
O tema aborto incita as paixões mesmo. A hipocrisia reina quando se trata desse assunto: eu me apavoro…
tricolor
Ok, vamos liberar o aborto, mas se eu engravidar alguém e não quiser o filho, a mulher poderá escolher: aborta ou cria sozinha. Ora, aborto legalziado ela poderá escolher. Mas assumir o resultado da escolha. Senão ela escolhe e eu me ferro com pensões altas. Ora, parar o aborto ninguém consegue, mas prende rtrabalhador que não consegue pagar estas pensões milionárias o estado consegue. Se o argumento é liberar o que já acontece, pode-se liberar tudo: roubo, estupro, etc, pois já não acontece? este argumento que é só aceitar o que já ocorre não rola. Hipocrisia é achar que depois os homens tem que se ferrar com pensões e derivadas abstradas desta gravidez indesejada. Liberem o aborto, deixem a mulher escolher e se quiser ter o filho: BANQUE SOZINHA.
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