Altamiro Borges: Mandela e os racistas da Veja

Tempo de leitura: 3 min

Mandela e os racistas da Veja

Por Altamiro Borges, em seu blog

Durante décadas, a mídia imperial tratou Nelson Mandela como “terrorista”. Até 2008, o líder africano ainda figurava na lista dos “comunistas” da central de espionagem dos EUA e a imprensa colonizada o rotulava de “subversivo”.

Com sua morte, porém, a mídia simplesmente evita fazer qualquer autocrítica desta trajetória e passa a endeusar Nelson Mandela, tratando seus leitores como imbecis.

A revista Veja, sucursal rastaquera dos EUA, é uma das mais cínicas nesta manipulação. Na edição desta semana, ela estampou na capa: “O guerreiro da paz”. Nojento!

Basta lembrar que o semanário da famiglia Civita teve como um dos seus principais acionistas o grupo de mídia sul-africano Naspers.

Num artigo na revista Caros Amigos, intitulado “A Abril e o apartheid”, o escritor Renato Pompeu revelou que esta corporação foi um dos esteios do regime racista.

A Naspers tem sua origem em 1915 com o nome de Nasionale Pers. Durante décadas, ela esteve estreitamente ligada ao Partido Nacional, a organização das elites africâneres que legalizou o detestável e criminoso regime do apartheid no pós-Segunda Guerra Mundial.

Dos quadros da Naspers saíram os três primeiros-ministros do apartheid. O primeiro foi D.F. Malan, que comandou o governo da África do Sul de 1948 a 1954 e lançou as bases legais da segregação racial.

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Já os líderes do Partido Nacional H.F. Verwoerd e P.W. Botha participaram do Conselho de Administração da Naspers. Verwoerd, que quando estudante na Alemanha teve ligações com os nazistas, consolidou o regime do apartheid, a que deu feição definitiva em seu governo, iniciado em 1958. Durante sua gestão ocorreram o massacre de Sharpeville, a proibição do Congresso Nacional Africano (que hoje governa o país) e a prolongada condenação de Nelson Mandela.

Já P. W. Botha sustentou o apartheid como primeiro-ministro, de 1978 a 1984, e depois como presidente, até 1989.

“Ele argumentava, junto ao governo dos Estados Unidos, que o apartheid era necessário para conter o comunismo em Angola e Moçambique, países vizinhos. Reforçou militarmente a África do Sul e pediu a colaboração de Israel para desenvolver a bomba atômica. Ordenou a intervenção de forças especiais sul-africanas na Namíbia e em Angola”.

Durante seu longo governo, a resistência negra na África do Sul, que cresceu, adquiriu maior radicalidade e conquistou a solidariedade internacional, foi cruelmente reprimida – como tão bem retrata o filme “Um grito de liberdade”, do diretor inglês Richard Attenborough (1987).

Renato Pompeu não perdoa a papel nefasto da Naspers. “Com a ajuda dos governos do apartheid, dos quais suas publicação foram porta-vozes oficiosos, ela evoluiu para se tornar o maior conglomerado da mídia imprensa e eletrônica da África, onde atua em dezenas de países, tendo estendido também as suas atividades para nações como Hungria, Grécia, Índia, China e, agora, para o Brasil. Em setembro de 1997, um total de 127 jornalistas da Naspers pediu desculpas em público pela sua atuação durante o apartheid, em documento dirigido à Comissão da Verdade e da Reconciliação, encabeçada pelo arcebispo Desmond Tutu. Mas se tratava de empregados, embora alguns tivessem cargos de direção de jornais e revistas. A própria Naspers, entretanto, jamais pediu perdão por suas ligações com o apartheid”.

Segundo documentos divulgados pela própria Naspers, em dezembro de 2005, a Editora Abril tinha uma dívida liquida de aproximadamente US$ 500 milhões, com a família Civita detendo 86,2% das ações e o grupo estadunidense Capital International, 13,8%.

A Naspers adquiriu em maio último todas as ações da empresa ianque, por US$ 177 milhões, mais US$ 86 milhões em ações da família Civita e outros US$ 159 milhões em papéis lançados pela Abril. “Com isso, a Naspers ficou com 30% do capital. O dinheiro injetado, segundo ela, serviria para pagar a maior parte das dividas da editora”.

A revista Veja, que estampa na capa a manchete “O guerreiro da paz”, nunca pediu perdão por suas ligações com os racistas da África do Sul. É muito cinismo!

Leia também:

Como a luta contra o apartheid foi perdida nos bastidores

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Comentários

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Francisco

O punho erguido de Genuino, no PIG, é “deboche”, em Mandela é… um punho.

Genuino abandonou o stalinismo e a luta armada, pela democracia partidária e a luta politica.

Um pacifista, portanto. Um Mandela.

Meteram Mandela na Papuda. E sem provas: formais ou forjadas.

Simplesmente meteram Mandela na Papuda porque queriam e porque podiam.

O CNA (daqui) esta calado. Por enquanto?

Clodoaldo Massardi

A mídia como sempre quer tirar proveito de qualquer coisa para vender suas noticias da forma que, lhe convém no caso da veja é muita cara pau, canalhice pura tirar proveito dessa forma se passando como admiradora da liberdade, igualdade e sem nenhum constrangimento tentando enganar seus leitores. Lamentável.

Vinicius Garcia

Para eles o ato mais ‘heróico’ de Mandela, foi falecer em uma semana aonde repercutia o trensalão, ajudando a esconder os seus preferidos.

cassio

Esses blogueiros são f! Atiram no alvo.. rs!

Luís Carlos

A parceria entre Veja e os racistas sulafricanos. Não,poderia ser diferente. Mas, para negar que são racistas, um do time da grande mídia escreve livrompara negar o fato. Vergonha de se assumirem como realmente são. Deram capas,para Mandela quando morreu. Deram as costas para Mandela quando estava vivo e preso pelos parceiros deles, racistas sulfricanos e de todo mundo. O racismo com o qual a Veja/Abril se associa, por fator identitário, é essencial, como o machismo, para a exploração econômica e necessária para manutenção da propriedade privada como “cláusula pétrea” do capitalismo.

Julio Silveira

Esses caras adoram surfar nas modas que a cidadania impõem, mesmo que tenham lutado contra ela de diversas maneiras e mesmo que possam ser, em seu interior, contra. Adoram navegar nas oportunidades. Mas esse é um mal dos tempos modernos, do capitalismo corrupto, sem vergonha, onde para chegar lá “aonde o povo está” fazem auto lavagem cerebral, esquecem tudo do próprio passado, desconsiderando premeditadamente a moral, que é acessório para momentos oportunos, a dignidade e a ética, que deveriam ser observadas, tudo pelo mercado.

Edno Lima

Petista têm uma lógica curiosa! “A revista Veja, que estampa na capa a manchete “O guerreiro da paz”, nunca pediu perdão por suas ligações com os racistas da África do Sul” O PT já pediu perdão por suas ligações com Paulo Malu? com José Sarney?Com Waldez Goes? Com Eduardo Paes (aquele dos U$S 8.000.000 e cujo vice é petista? Com Renan Calheiros? Com Fernando Collor ? É engraçado que petistas achem que não se deva recusar apoio, independente da origem,mas acham que os outros(os adversários) devem recusar dinheiro, dependendo da origem. Lógica curiosa, né!

    Bonifa

    Argumento tão primitivo que nem como sofisma pode ser considerado. Sua existência deve ser um perigo constante. Desce do metrô pelo lado dos trilhos, e coisas assim .

    Fernando José

    Desmonta o sofisma dele então, sabichão. Estou aguardado suas argumentações demolidoras. Caso você não o faça, será só mais um esqauerdista alienado expressando sua psicose.

    Edno Lima

    Por que petista, quando não tem o que dizer, apela para o mimimi?

    Mário SF Alves

    Bravo, Bonifa. De fato, nem como sofisma tal “argumento” merece ser qualificado.

    Douglas da Mata

    Bonifa, sei que dispensas auxílio, e sei que andas sem paciência para lidar com esta corja…

    Eu entendo, mas se me permite:

    Bem, um erro grave e comum nos hipossuficientes demotucanalhas e outros espécimes conservadores é misturar tudo…

    Vejam, eles colocam alianças políticas junto a decisões empresariais, e querem nos fazer crer que “sendo tudo a mesma coisa”, as repercussões sejam as mesmas, logo, se a revista “óia” se associou aos racistas da África do Sul, isto deve ser a mesma coisa que a construção de alianças para manter a base de apoio de um governo…

    Engraçado que eles reclamam que o PT e o governo lulodilmista faz aqui, justamente o que eles queriam, por exemplo, que os chavistas fizessem na Venezuela, ou seja: que a oposição tivesse mais espaço, e que o país se equilibrasse sobre uma coalizão governista mais ampla e menos “esquerdista”…

    Claro que nenhum de nós imagina estar confortável ao lado de Maluf em SP, Sarney no Congresso ou Renan, ou ainda Collor, mas cabe então fechar o Congresso e governar por decreto, ou desconhecer e ignorar os eleitores de Maluf, por qual motivo mesmo? Devem ser mandados a campos de concentração?

    Com que setor “mais a esquerda” o PT poderia ter apoio e SUSTENTAÇÃO para governar????

    Bem, voltando ao tema principal:

    Corporações privadas fazem escolhas (privadas) sobre suas estratégias de atuação, sempre visando ampliar sua capacidade de lucro, e não raro incorporam métodos e alianças que desprezam qualquer outra ética, senão aquela do ganho financeiro…

    Ok, tudo bem…está nos manuais do capitalismo…

    Mas o problema das empresas de comunicação é justamente a sua matéria prima, ou seja, a informação…

    Neste campo, se a empresa de comunicação apoiou o regime racista, e agora quer celebrar seu principal mártir, caberia um amplo esclarecimento a seus leitores e ao público em geral…

    Porque a informação é um direito social que não pode ser alvo de distorções e manipulações ideológicas, ainda mais com duplo objetivo: político e financeiro!!!

    Ainda mais quando estes grupos de comunicação se dão ao direito de cagar regras morais a todos…e quando atuam como partidos políticos…

    Políticos quando fazem alianças, se submetem ao crivo sufragista dos eleitores, ou seja, são julgados, e apenas aos ELEITORES, em um regime representativo no Estado de Direito, poderão dizer o que acham destas “alianças”…

    O povo-eleitor viu, reviu, viu de novo, todas as fotos de Lula, Haddad e Maluf, viu, ouviu, reviu e viu de novo Collor na defesa do governo, ou a aliança com Sarney, e parece ter dado o seu veredicto sobre a estratégia petista, mas e sobre a revista “óia”?

    Será que seus compradores e apoiadores sabem que a revista defendia o regime que queria matar o seu mais novo personagem da capa da semana?

    Partidos, pessoas, empresas podem mudar de opinião, emiti-las quando melhor lhes convier, unirem-se a quem julgarem mais adequado…

    Todos têm direito a ter lado, só não têm direito à hipocrisia…

    É só isto.

    abolicionista

    Velha estratégia reacionária de, quando sem argumentos, partir para a agressão “ad hominem”. O racismo é um crime grave contra a humanidade que, infelizmente, não foi erradicado. Pessoas como você não me deixam mentir. A propósito, não sou petista há muito tempo. Recomendo tratamento psicológico e, provavelmente, psiquiátrico.

    Joseff Estalinn

    Não sou do PT, mas sou de esquerda,……….mas acho a sua argumentação interessante!!!! Ou será que sou do PIG? Acho que não,………Mas essas ligações expostas por você me incomodam muito,…..com a palavra o neo-PT.
    P.S.: admiro o PT-original/histórico.(???????) Quanta confusão, vou pirar………

Marco Aurélio

Esse é o modus operandi dessa turma. Ontem, hoje e sempre!

renato

Em meio ao animo de espirito por Mandela, surgiu uma questão.
Não só daquela do herói….
Mas, aquela que diz que os Negros na Africa do Sul, continuam
na mesma ” PENDURA”, daí isto passou na minha cabeça como um
GOLPE, deixo você livre para lavar as mãos aqui, beber água ali,
mora lá,até torcer pelo mesmo time,ir na mesma igreja, rezar para
o mesmo DEUS,mas não vai por a mão nas riquezas daqui!!!
Fiquem com MANDELA…É o cara.
MAS…me fez pensar, em muitas
coisas, uma delas é, O BRANCO de lá é de confiança…
Desculpem usar cores para definir pessoas, não achei outro meio!

Gustavo Sousa

No Jornal Nacional usaram o termo “costume” para explicar o porque do nome NELSON. Segundo eles, era um costume dar nomes de personalidades inglesas para sul africanos. COSTUME? esta mais para opressão, ditadura… PIG sempre se fazendo de tolo.

Nelson

Na década de 1980, a ascensão de Ronald Reagan à presidência dos EUA elevou a hipocrisia e o cinismo às alturas. Acreditava-se que não haveria como atingir níveis mais altos. Ledo engano.
Passadas mais de duas décadas, a era hipócrita de Reagan foi ultrapassada, de longe. Tivemos, entre outras pérolas, a R2P e seus “bombardeios humanitários” e, agora, a veneração a Mandela por parte de quem sempre o detestou e nunca compactuou com seus ideais.

abolicionista

Veja é a coisa mais porca que já surgiu na imprensa tupiniquim. Se dependesse deles, a abolição seria revogada.

    renato

    Se dependesse dela, a esquerda seria Cega!!

wendel

Altamiro Borges como sempre, irretocável!!!!
Obrigado parceiro por nos clarear a memória, e principalmene fazer a diferença neste meio jornalístico que anda tão desacreditado!!!
Seus artigos publicados no OI, foram sempre oportunos, e eu, os comentava sempre. Em dado momento, e em virtude de observações pouco éticas do moderador daquele site, me ví obrigado a declinar em comentar!
Mas, independente deste lamentável ocorrido, vejo que você continua nos brindando com seus artigos e nós, só temos a agradecer!

Tiao

Desculpe,corrigindo meu comentário.” São cínicos,nojentos,hipócritas,escrotos e bandidos.” Obrigado.

Tiao

São cínicos,nojentos,hipócrats,escrotos,etc…

Véio zuza

É, tudo isso é verdade… é muita hipocrisia… mas dissem que além de EUA, Israel etc. também a CHINA COMUNISTA vendia armas para a Africa do Sul racista…será verdade?!

Marat

Dá vontade de pegar esta matéria e esfregá-la no focinho dos defensores da veja e do PIG em geral, mas, falando em PIG, tentar fazer essa escumalha entender seria como dar pérolas aos porcos!

FrancoAtirador

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sex, 06/12/2013 – 13:39 – Atualizado em 06/12/2013 – 13:53

JORNALISTAS DA NASPERS, QUE É ACIONISTA DA EDITORA ABRIL,
LAMENTAM TER APOIADO O REGIME DO APARTHEID NA ÁFRICA DO SUL

JORNALISTAS DIVULGARAM PEDIDO PÚBLICO DE DESCULPAS COMO INDIVÍDUOS,
E NÃO EM NOME DO GRUPO EMPRESARIAL OU DE QUALQUER DE SUAS PUBLICAÇÕES

Jornal GGN – Cento e vinte e sete jornalistas do grupo de mídia sul-africano Nasionale Pers [NASPERS], que também é acionista da Editora Abril, divulgaram um pedido público de desculpas pelo apoio do bloco, que comanda jornais e revista no país, ao regime do Apartheid.

O pedido, feito um dia depois da morte do ex-presidente Nelson Mandela, símbolo de luta contra a segregação racial no país, foi feito à Comissão da Verdade e Reconciliação, que tenta curar as feridas do período.

O presidente da Comissão, o arcebispo Desmond Tutu, descreveu o documento como uma “declaração extraordinariamente poderosa” e congratulou-se com o fato em nome da comissão e das vítimas do apartheid.

Ele afirmou que a apresentação havia sido endossada por jornalistas de várias publicações que fazem parte do grupo de mídia e até por ex-jornalistas que passaram pelo conglomerado.

“Embora eu entenda que eles não estejam agindo sob a ameaça de perder o emprego, eu quero elogiar os jornalistas calorosamente por seguir suas consciências diante de oposição muito considerável”, disse Tutu.
“É uma contribuição muito significativa para a reconciliação e o processo de cura de nossa terra”.
Os jornalistas afirmaram que estavam fazendo a apresentação como indivíduos, e não em nome da Naspers ou qualquer de suas publicações.
(http://jornalggn.com.br/noticia/jornalistas-de-grupo-acionista-de-abril-lamentam-ter-apoiado-apartheid)

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Grupo Abril
Governança Corporativa

O Grupo Abril mantém estruturas de governança adequadas às empresas, o que garante o controle das operações.

A Abrilpar, holding da família Civita, controla a Abril S.A. e detém o controle do capital da Abril Educação S.A, além de uma série de outros empreendimentos.

A Abril S.A. tem um Conselho de Administração formado pelos membros da família Civita e do grupo de mídia sul-africano Naspers. [!!!]

O Presidente Executivo da Abril S.A. se reporta a esse conselho e dirige os negócios de Mídia, Gráfica, Logística e Serviços do Grupo.

A Abril Educação S.A., no início de 2010, passou a atuar separadamente da Abril S.A. por meio de uma reorganização societária.

É uma empresa de capital aberto dirigida por um Conselho de Administração, um presidente executivo e quatro diretorias que o apoiam na gestão das Editoras, Sistemas de Ensino, Colégios, Cursos Preparatórios e Ensino de Idiomas.

A Fundação Victor Civita tem um Conselho Curador formado por sócios da família Civita e outros membros independentes, além de uma diretoria executiva que coordena todas as suas atividades.

(http://grupoabril.com.br/pt/quem-somos/governanca-corporativa)


PRAIA DA ÁFRICA DO SUL: SÓ PARA BRANCOS

O Massacre de Sharpeville

No dia 21 de Março de 1960, ocorreu na cidade de Sharpeville, na província de Gauteng, na África do Sul, um protesto realizado pelo Congresso Pan-Africano (PAC).

O protesto pregava contra a Lei do Passe que obrigava os negros da África do Sul a usarem uma caderneta na qual estava escrito aonde eles poderiam ir.

Cerca de cinco mil manifestantes reuniram-se em Sharpeville, uma cidade negra nos arredores de Johannesburg, e marcharam calmamente, num protesto pacífico.

A polícia sul-africana conteve o protesto com rajadas de metralhadora.
Morreram 69 pessoas, e cerca de 180 ficaram feridas.

Após esse dia, a opinião pública mundial focou sua atenção pela primeira vez na questão do apartheid.

No dia 21 de Novembro de 1969, a ONU implementou o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que passou a ser comemorado todo dia 21 de Março, a partir do ano seguinte.

    FrancoAtirador

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    Publicado por Diário Oficial do Estado de São Paulo
    (extraído pelo JusBrasil)

    Página 37 • Empresarial • 26/11/2013 • DOSP

    Abril S.A.
    CNPJ/MF nº 03.788.716/0001-93 – NIRE 35.300.192.923
    Ata de Assembleia Geral Ordinária Realizada em 30 de Abril de 2013 Data, Hora e Local: Em 30 de abril de 2013, às 07:30 horas, na sede da Abril S.A., localizada na Capital do Estado de São Paulo, na Av. das Nações Unidas, 7.221, 25º andar, Setor A (“Sociedade”).
    Presença: Presentes os seguintes Acionistas da Sociedade:
    Ativic S.A.,
    MIH Brazil Holdings BV,
    Giancarlo Francesco Civita,
    Victor Civita,
    Roberta Anamaria Civita,
    Esmaré Weideman (P.p. Floris Heinrich Johan Brand), e
    Floris Heinrich Johan Brand.
    Ausente o acionista Sr. Roberto Civita, por motivo justificado.
    Presentes também os administradores da Sociedade, bem como o representante dos auditores independentes, Sr. Marcelo Ricardo de Quadros Cioffi da PricewaterhouseCoopers.
    Mesa: Presidente – Giancarlo Francesco Civita; Secretário – Manoel Bizarria Guilherme Neto.
    Lavratura da Ata: Autorizada a lavratura da ata na forma de sumário, nos termos do Art. 130, § 1º, da Lei nº 6.404/76. Ordem do Dia:
    (i) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31.12.2012;
    (ii) deliberar sobre a proposta de destinação do lucro líquido do exercício social encerrado e de distribuição de dividendos;
    (iii) fixar a remuneração global anual dos administradores para o exercício social do ano de 2013; e
    (iv) eleger os membros do Conselho de Administração. Não há parecer do Conselho Fiscal, tendo em vista que o mesmo não se encontra instalado. Os demais documentos que suportam as deliberações sobre a ordem do dia foram disponibilizados na forma da legislação societária vigente e do estatuto social da Sociedade.
    Deliberações Tomadas pela Unanimidade de Votos dos Acionistas Presentes: (i) foram aprovados o relatório e as contas da administração, bem como as demonstrações financeiras, relativos ao exercício social encerrado em 31.12.2012, publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal O Estado de São Paulo em 30 de abril de 2013, acompanhados do parecer emitido pelos auditores independentes;
    (ii) foi aprovada a destinação do lucro líquido relativo ao exercício social encerrado nos seguintes termos:
    (a) a distribuição de dividendos no montante total de R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de Reais), sendo:
    (i) R$ 16.013.238,81 (dezesseis milhões, treze mil, duzentos e trinta e oito reais e oitenta e um centavos) correspondente ao dividendo mínimo obrigatório e
    (ii) R$43.986.761,19 (quarenta e três milhões, novecentos e oitenta e seis mil, setecentos e sessenta e um reais e dezenove centavos) a título de dividendo adicional proposto, ambos pagos na proporção das respectivas participações dos sócios no capital social da sociedade, conforme deliberado na Assembleia Geral Extraordinária de 31 de janeiro de 2013; e
    (b) aprovar a manutenção do montante de R$ 4.052.955,25 (quatro milhões, cinquenta e dois mil, novecentos e cinquenta e cinco Reais e vinte e cinco centavos) na conta de reserva de retenção de lucros para posteriores destinações.
    Em decorrência da deliberação conforme mencionado no item (a) acima, foi ratificada a distribuição de dividendos com base no balanço intermediário da Sociedade levantado em 31 de dezembro de 2012, no montante de R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de Reais), aprovada em Assembleia Geral Extraordinária de 31/01/2013;
    (iii) foi aprovada a não fixação de remuneração global anual dos administradores da Sociedade para o exercício social do ano de 2013, incluindo os benefícios de qualquer natureza e verbas de representação;
    (iv) Os acionistas aprovaram a reeleição dos Srs.
    (i) Roberto Civita , brasileiro, casado, editor, portador da cédula de identidade RG nº 1.666.785 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 006.890.178-04, com domicílio comercial na Capital do Estado de São Paulo, na Avenida das Nações Unidas, nº 7.221, 24º andar, Pinheiros para ocupar o cargo de Presidente do Conselho de Administração;
    (ii) Giancarlo Francesco Civita , brasileiro, casado, bacharel em comunicação social, portador da cédula de identidade RG nº 6.167.806-5 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 040.666.108-11, com domicílio comercial na Capital do Estado de São Paulo, na Avenida das Nações Unidas, nº 7.221, 24º andar, Setor A, Pinheiros para ocupar o cargo de Vice-Presidente do Conselho de Administração;
    (iii) Victor Civita , brasileiro, divorciado, cientista político, portador da cédula de identidade RG nº 6.166.935-0 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 040.666.138-37, com domicílio comercial na Capital do Estado de São Paulo, na Avenida das Nações Unidas, nº 7.221, 22º andar, Pinheiros para ocupar o cargo de Conselheiro;
    (iv) Floris Heinrich Johan Brand , sul africano, casado, administrador, portador do RNE nº V556778-0 CIMCRE/CGPMAF, inscrito no CPF/MF nº 233.327.578-22, residente e domiciliado na África do Sul, com domicílio comercial na Capital do Estado de São Paulo, na Rua Alexandre Dumas, nº 1.711, Ed. Birmann 12, 2º andar para ocupar o cargo de Conselheiro;
    (v) Esmaré Weideman , sul africana, com domicílio comercial no 21º andar da Naspers Centre, 40 Heerengracht, Cape Town. SA. 8001 para ocupar o cargo de Conselheira, conforme termos de posse assinados e arquivados na sede da Sociedade.
    Todos os membros do Conselho de Administração terão mandato unificado de 01 (um) ano.
    (iv) Em razão das deliberações aprovadas no item (iii) acima, fica consolidada a atual composição do Conselho de Administração da Sociedade conforme abaixo: Conselho de Administração: Presidente: Roberto Civita; Vice-Presidente: Giancarlo Francesco Civita; Conselheiro: Victor Civita; Conselheiro: Floris Heinrich Johan Brand; Conselheiro: Esmaré Weideman; Conselheiro: vago; Conselheiro: vago; Conselheiro: vago; Conselheiro: vago; Conselheiro: vago; Conselheiro: vago; Mandato: até 30 de abril de 2014.

    (http://www.jusbrasil.com.br/diarios/62168765/dosp-empresarial-26-11-2013-pg-37)
    (http://www.naspers.com/company-history.php)
    (http://www.cade.gov.br/plenario/Sessao_379/Relat/Relatorio-AC-2006-08012-005694-MIH-Abril-Azevedo1.pdf)
    (http://www.cade.gov.br/temp/t1112201321412188.pdf)
    (http://migre.me/gYCTF)
    (http://www.bcb.gov.br/rex/registrosCE/2010/rce-042010.pdf)
    (http://www.econoinfo.com.br/comunicados/ABRIL-EDUCA/Principais-eventos-societarios/1548722425453?p=1)

    FrancoAtirador

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    Não é só a Globo que tem empresas nas Ilhas Virgens Britânicas:

    INSTRUMENTO PARTICULAR DE TERCEIRO ADITAMENTO À ESCRITURA DE PRIMEIRA EMISSÃO DE DEBÊNTURES DA EDITORA ABRIL S.A.

    São partes neste “Instrumento Particular de Terceiro Aditamento à Escritura de Primeira Emissão de Debêntures da Editora Abril S.A (“Instrumento”):

    I. como representante da comunhão dos Debenturistas (“Agente Fiduciário”):

    APORTE DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS LTDA., com sede na Cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, na Rua Getúlio Vargas 1300, 18º andar, cj. 1801, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º 62.090.873/0001-90, neste ato representado nos termos de seu estatuto social, como agente fiduciário;

    II. como emissora (“Emissora”):

    EDITORA ABRIL S.A., companhia aberta, com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Otaviano Alves de Lima 4400, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º 02.183.757/0001-93, neste ato representada nos termos de seu estatuto social;

    III. como garantidores (“Garantidor(es)”):

    ABRIL GRÁFICA S.A., com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Otaviano Alves de Lima 4400, 7º andar, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º 73.193.070/0001-87, neste ato representada nos termos de seu estatuto social (“Abril Gráfica”), observado o disposto no parágrafo 2º da Cláusula 7ª abaixo;

    ABRIL INVESTMENTS CORPORATION, com sede em Grand Cayman, British Virgin Islands, P.O. Box 1062, neste ato representada nos termos de seus atos constitutivos (“AICO”); [!!!]

    ABRIL JOVEM INVESTMENTS CORPORATION, com sede em Tortola, British Virgin Islands, P.O. Box 3163, Road Town, neste ato representada nos termos de seus atos constitutivos (“AJICO”); [!!!]

    DATALISTAS S.A., com sede na Cidade de Barueri, Estado de São Paulo, na Alameda Araguaia 933, 3º andar, sala 33, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º 00.241.164/0001-00, neste ato representada nos termos de seu estatuto social (“Datalistas”);

    DINAP S.A. – DISTRIBUIDORA NACIONAL DE PUBLICAÇÕES, com sede na Cidade de Osasco, Estado de São Paulo, na Rua Dr. Kenkiti Shimomoto 1678, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º 61.438.248/0001-23, neste ato representada nos termos de seu estatuto social (“Dinap”); (http://migre.me/gYGWO)

    ATIVIC S.A., com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. das Nações Unidas 7221, 23º andar, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º 02.291.096/0001-10, neste ato representada nos termos de seu estatuto social (“Ativic”); e

    ABRIL S.A., com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. das Nações Unidas 7221, 25º andar, Setor A, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º 03.788.716/0001-93, neste ato representada nos termos de seu estatuto social (“ASA”);

    IV. como intervenientes anuentes, assumindo algumas obrigações expressas neste Instrumento (“Intervenientes”):

    ROBERT CIVITA, brasileiro, casado, editor, portador da cédula de identidade RG n.º -.—.—, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o n.º —.—.—.–, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Av. das Nações Unidas 7221, 25º andar, Setor A;

    GIANCARLO FRANCESCO CIVITA, brasileiro, casado, bacharel em comunicação social, portador da cédula de identidade RG n.º -.—.—.-, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o n.º —.—.—.–, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Av. das Nações Unidas 7221, 25º andar, Setor A;

    VICTOR CIVITA, brasileiro, casado, produtor, portador da cédula de identidade RG n.º -.—.—.-, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o n.º —.—.—.–, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Av. das Nações Unidas 7221, 25º andar, Setor A;

    ROBERTA ANAMARIA CIVITA, brasileira, casada, psicóloga, portadora da cédula de identidade RG n.º -.—.—, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o n.º —.—.—.–, residente e domiciliada na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Av. das Nações Unidas 7221, 25º andar, Setor A;

    ABRIL COMUNICAÇÕES S.A., com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. das Nações Unidas 7221, 22º andar, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º 44.597.052/0001-62, neste ato representada nos termos de seu estatuto social (“Abril Comunicações”); e

    DIANA PARTICIPAÇÕES S.A., com sede na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. das Nações Unidas 7221, 20º andar, Setor B, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º 03.788.701/0001-25, neste ato representada nos termos de seu estatuto social (“Diana”);

    V. como agente de pagamento (“Agente de Pagamento”):

    HSBC BANK BRASIL S.A. – BANCO MÚLTIPLO, com sede na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná, por sua agência localizada na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Dr. Seidl 425, Edifício Torre, 1º andar, inscrito no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o n.º 01.701.201/0001-89, neste ato representado nos termos de seu estatuto social;

    (http://siteempresas.bovespa.com.br/DWL/FormDetalheDownload.asp?site=C&prot=57088)
    .
    .

Luiz Aldo

Cinismo é o negócio deles, e eles são bons nisso. Qual a surpresa?

Guerson

Touché!

Elias

Incrível como Altamiro Borges consegue escavar o que estava incrustado na memória de quem era jovem nos anos 1970. Lembro muito bem quando se fazia comparação da Veja com a Time. No campo internacional, quem conseguir encontrar as capas de uma e de outra verá que até as fotos eram as mesmas. Depois da saída do editor/fundador Mino Carta, a revista Veja tornou-se serviçal da ditadura militar e por consequência fez-se também o que Altamiro Borges salientou em seu artigo, uma “sucursal rastaquera dos EUA”. O descaramento desse panfleto de luxo não tem limite.

Raymond

Altamiro Borges, como sempre atento a tudo. Parabéns.

    sergio campos campos

    altamiro borges, faça tambem uma materia a respeito a opinião da veja sobre o leilão de libra e vai ironicamente perceber que a veja tem a mesma opinião a dos comunistas do brasil. C do B

Narr

A lei estabelece que grupo estrangeiro só pode ser dono até de 30% de empresa brasileira de comunicação.
Não sei o quanto o contrato de gaveta pode alterar esse limite.
Lei estranha: editoras de livros didáticas podem ser 100% propriedade de grupos estrangeiros.

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