Antônio David aos alunos da USP em greve: Cobrem desde já a fatura!

Tempo de leitura: 12 min

Comentários a uma nota assinada por 117 docentes da Faculdade de Filosfia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP), na qual apresentam uma posição sobre o mérito e, em particular, os métodos da greve dos estudantes da USP

por Antônio David, especial para o Viomundo

Parte dos estudantes da USP está em greve há quase um mês. Nesse artigo, não tratarei do mérito das reivindicações, ligadas à democratização da universidade. Inclusive porque o movimento estudantil tem produzido inúmeros materiais explicativos sobre a estrutura de poder da USP, muitos dos quais disponíveis na internet a quem tiver interesse.

Quero me ater a uma nota, recém-divulgada, na qual 117 docentes da FFLCH tomam parte no mérito e no método da greve. A nota segue ao final deste artigo, na íntegra.

A nota pode ser dividida em quatro partes: crítica, reconhecimento, autocrítica e proposição/compromisso.

a) Crítica

Por um lado, a nota critica o movimento estudantil por conta dos “métodos de coerção inaceitáveis e inapropriados ao convívio universitário” (notadamente, piquetes e cadeiraços). Afirma ser “excepcionalmente grave” que a “interrupção forçada” das atividades acadêmicas tenha se tornado “tão banal”, o que ao cabo estaria “esvaziando toda possibilidade de concerto e tolhendo as liberdades de cada um”. Ao mesmo tempo, os métodos criticados estariam impondo “efeitos deletérios” às atividades de ensino e pesquisa.

b) Reconhecimento

Por outro lado, a nota reconhece que a greve ora em curso seria “decorrência de um movimento político legítimo do corpo discente”. Os signatários da nota afirma não desconhecer que “as atuais estruturas de poder da USP sejam pouco permeáveis às aspirações coletivas”, e reafirmam seu “respeito ao direito dos alunos de mobilizarem-se em torno das suas reivindicações”.

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c) Autocrítica

Na nota, os 117 docentes fazem uma autocrítica:

“Diante desse quadro, temos optado automaticamente por uma adesão ilimitada ao movimento estudantil em nome da solidariedade. Temos abdicado de apontar e condenar as derivas autoritárias e truculentas de uma parcela nem sempre representativa dos alunos. Temos, sobretudo, cultivado a irresponsabilidade de comportamento ao sinalizar que, seja qual for a duração da paralisação, o conjunto dos alunos não será prejudicado. Essa postura tem promovido um aviltamento da importância das atividades de ensino e pesquisa que são ciclicamente interrompidas, tem alimentado a escalada de agressividade e conflito entre os membros da comunidade, tem, por fim, esvaziado o próprio potencial político das lutas por uma melhor universidade. Acreditamos que é mais do que hora de mudar vigorosamente de atitude”.

Ao final, lê-se: “Não podemos mais aceitar passivamente essa insana espiral”. Assim, os signatários da nota reconhecem a necessidade de “mudar vigorosamente de atitude”, bem como deixar de lado a postura da “aceitação passiva” do que chamam de “insana espiral”.

d) Proposição/compromisso

Por fim, a nota apresenta uma proposição, que na prática só pode ser entendido como um compromisso: “É necessário recuperar a capacidade de mobilização por meio do diálogo e do convencimento, características que definem a própria natureza da Universidade”. Converge com a ideia de que estamos aqui diante de um compromisso político, quando lemos que os métodos coercitivos”, que a nota critica, estariam “esvaziado o próprio potencial político das lutas por uma melhor universidade”. Afinal, tal crítica só faz sentido se quem a faz tem compromisso com o “potencial político das lutas por uma melhor universidade”.

Feita a apresentação da nota, convém dizer algumas palavras:

1) Parte das críticas contidas na nota são justas. Sobretudo quando afirma ser “necessário recuperar a capacidade de mobilização por meio do diálogo e do convencimento”.

Se na greve em curso faltou “convencimento”, trata-se de um erro político grave. Uma greve tem de ser expressão da vontade da maioria. Pode até não começar assim, mas a adesão da maioria, ativa ou passiva, é uma exigência. Até porque, se a força da Reitoria está no dinheiro, nas trocas de favores, na mídia e na polícia, a força do movimento está no número.

Quanto a essa crítica, especificamente, penso que uma parte dos estudantes mobilizados tem essa mesma percepção, qual seja, faltou convencimento. Cabe ao movimento fazer a autocrítica para, de agora em diante, acertar ao invés de errar.

2) A nota faz uma autocrítica focada sobretudo numa suposta passividade diante dos “métodos coercitivos” do movimento estudantil, mas não faz a principal autocrítica que deveria ser feita, a saber, a própria passividade diante de tudo o que é autoritário vindo da administração universitária.

Se a passividade não é total, é quase total. Beira a indiferença. Gostaria de perguntar aos 117 docentes que assinaram a nota: se o movimento estudantil tem cometido erros, alguns dos quais graves, como a nota pretende mostrar, de que maneira eles, signatários da nota, têm contribuído para ajudar o movimento a não mais errar, mas acertar? de que maneira têm contribuído para organizar o “potencial político das lutas por uma melhor universidade”?

Manter-se indiferente à luta, não lutar, ainda que com suas próprias armas, merece muito mais a autocrítica do que manter-se passivo diante da luta alheia, por mais equivocada que seja.

3) Nesse sentido, e considerando a postura dos signatários da nota nos contextos de mobilização, não há como não dizer: a nota em questão parece ser um grande remendo.

Isso porque assinam a nota tanto professores que, de uma forma ou de outra, reconhecidamente dialogam e contribuem com o movimento estudantil – inclusive agora – como professores que não só não dialogam, como fazem questão de hostilizar, ridicularizar e depreciar o movimento estudantil, desde sempre, sistematicamente, em toda e qualquer circunstância. Docentes cujo compromisso com “potencial político das lutas por uma melhor universidade” é zero. Aliás, docentes que devem até sentir arrepio só de ouvir a palavra “luta”.

Não deixa de ser decepcionante ver professores que de fato têm compromisso com “o potencial político das lutas”, que, não abrindo mão de criticar, dialogam e solidarizam-se com o movimento estudantil, assinarem uma nota ao lado de outros para quem as coisas na USP vão muito bem, obrigado, para quem o melhor dos mundos seria se nada acontecesse.

4) A nota afirma haver um “esgotamento das soluções que afetam irrecuperavelmente nosso cotidiano de trabalho e estudo”.

Imagino que o instrumento greve não faça parte das “soluções”, pois os signatários fazem questão de dizer textualmente que não se manifestam contra a greve estudantil. Presume-se que as “soluções” em questão sejam as ocupações, piquetes e cadeiraços.

Se assim for, deve-se relativizar o diagnóstico do “esgotamento”. Pois uma coisa é a minoria fazer cadeiraço para constranger a maioria. Outra coisa é a maioria fazer cadeiraço para impedir que uma minoria autoritária sabote a greve – sabotagem essa, vale dizer, que também é violenta.

Nas greves que lograram êxito, nas mobilizações em que se obtiveram conquistas, piquetes e cadeiraços foram feitos para fazer valer a vontade da maioria.

Foi o que ocorreu, por exemplo, na greve da FFLCH em 2002. (Aliás, alguns dos signatários da nota só se tornaram professores da USP porque o movimento estudantil, fazendo uso dos piquetes e cadeiraços, conquistou as vagas).

Foi o que ocorreu em outras greves que tiveram a adesão da maioria e que lograram êxito. Portanto, a afirmação de que “desde que os piquetes começam, a vontade da minoria militante impera, dificultando ouvir as vozes dissonantes, mesmo majoritárias” pode ser verdade para alguns casos, mas não é para todos.

Aliás, em muitas ocasiões, os piquetes ocorreram para impedir que uma minoria violenta furasse mobilizações com ampla adesão. Nessas ocasiões, o “potencial político das lutas por uma melhor universidade” só foi garantido porque houve piquete. Triste é constatar que, nessas ocasiões, uma parte dos signatários da nota fazia parte da minoria violenta que, contra a mobilização, esforçou-se por sabotar a greve – inclusive em 2002.

Dito isso, concluo que teria sido mais construtivo se a nota fizesse a crítica dessa greve, ou dessa e dessa greves, ao invés de criticar os “métodos coercitivos”, em abstrato. Operar com abstrações em nada contribui para “o diálogo e o convencimento”.

5) Se as “soluções” em questão estão ligadas ao fato de “invasões e ocupações” serem a “primeira estratégia”, a tese do “esgotamento” igualmente deve ser relativizada.

Sem dúvida, há momentos em que o movimento estudantil erra ao adotar a ocupação como primeira estratégia. Essa é uma crítica que deve ser feita.

Ocorre que, em outras ocasiões, as ocupações “como primeira estratégia” foram fundamentais para a defesa da universidade, como em 2007, quando os estudantes impediram um grande ataque do então governador José Serra (PSDB) à universidade.

Quem poderia, de antemão, garantir que nesse momento a ocupação “como primeira estratégia” não seria a via mais adequada? A nota ignora esse fato. Importante: A nota foi infeliz ao usar o termo “invasão”, pois “invasão” é um conceito jurídico; trata-se de um crime, tipificado pelo direito penal.

6) A nota afirma haver “canais de comunicação com a administração” (da USP), que seriam “rarefeitos”, bem como que “as atuais estruturas de poder da USP sejam pouco permeáveis às aspirações coletivas”.

Penso estarmos aqui diante de eufemismos. Para os estudantes, a percepção é de que não há nenhum canal de comunicação com a administração da USP, bem como nenhuma permeabilidade na estrutura de poder da USP para as aspirações coletivas. E eles têm boas razões para perceber as coisas dessa forma. Não só os estudantes, como até mesmo boa parte dos signatários da nota, o que não deixa de ser irônico.

Portanto, ao operar com eufemismos, a nota igualmente não contribui para o que ela própria se propõe – o diálogo e o convencimento.

Cabe ao movimento estudantil avaliar seus métodos de luta. Cabe aos professores criticar. E vice-versa. Certas críticas são construtivas. Enriquecem. Fazem avançar “as lutas por uma melhor universidade”. Fomentam “o diálogo e o convencimento”. Outras concorrem para o exato oposto.

Com todos os erros, penso que essa greve já tem um mérito: terá mais uma vez colocado a democratização da universidade em pauta. Acumulou. Melhor fazê-lo, cometendo erros, do que se nada tivesse acontecido. Cabe ao movimento estudantil fazer as devidas autocríticas, agora e quando a greve terminar, pois disso depende sua capacidade em levar essa luta adiante nos próximos anos.

Nesse sentido, gostaria de encerrar esse artigo fazendo uma sugestão ao movimento estudantil da USP. Guardem com carinho essas frases contida na nota dos 117 professores:

/…/ um movimento político legítimo do corpo discente /…/

Manifestamo-nos, não contra a greve estudantil /…/.

Reafirmamos o nosso respeito ao direito dos alunos de mobilizarem-se em torno das suas reivindicações.

É necessário recuperar a capacidade de mobilização por meio do diálogo e do convencimento, características que definem a própria natureza da Universidade.

/…/ o próprio potencial político das lutas por uma melhor universidade.

Cobrem a fatura! Mas não esperem a próxima greve. Cobrem todos os dias. Cobrem a prometida “mudança vigorosa de atitude”, de modo que a atuação, não só desses 117, mas de todos os docentes, convirja para fortalecer e organizar o “potencial político das lutas por uma melhor universidade”.

Acredito que não será necessário cobrar de todos os 117 docentes que assinaram a nota aqui discutida. Já em relação àqueles cuja conduta é, em toda e qualquer circunstância, diametralmente oposta ao que postulam tais frases, será um interessante exercício.

***

Carta de professores da FFLCH-USP sobre a greve dos estudantes:

“Uma vez mais, vivemos na FFLCH a paralisação de grande parte de nossas atividades acadêmicas. Embora decorrência de um movimento político legítimo do corpo discente, não se pode deixar de notar que a imposição forçada da greve ao conjunto da Faculdade se dá por métodos de coerção inaceitáveis e inapropriados ao convívio universitário. Também não se pode deixar de alertar para os efeitos deletérios que tal situação impõe ao processo educacional e à pesquisa.

Diante desse quadro, temos optado automaticamente por uma adesão ilimitada ao movimento estudantil em nome da solidariedade. Temos abdicado de apontar e condenar as derivas autoritárias e truculentas de uma parcela nem sempre representativa dos alunos. Temos, sobretudo, cultivado a irresponsabilidade de comportamento ao sinalizar que, seja qual for a duração da paralisação, o conjunto dos alunos não será prejudicado. Essa postura tem promovido um aviltamento da importância das atividades de ensino e pesquisa que são ciclicamente interrompidas, tem alimentado a escalada de agressividade e conflito entre os membros da comunidade, tem, por fim, esvaziado o próprio potencial político das lutas por uma melhor universidade.

Acreditamos que é mais do que hora de mudar vigorosamente de atitude.

Não desconhecemos que as atuais estruturas de poder da USP sejam pouco permeáveis às aspirações coletivas, mas reconhecemos, igualmente, o esgotamento das soluções que afetam irrecuperavelmente nosso cotidiano de trabalho e estudo. Manifestamo-nos, não contra a greve estudantil, e sim contra métodos de ação como “cadeiraços”, barricadas e piquetes, que impedem o livre acesso às salas de aula e o diálogo entre professores e estudantes.

É excepcionalmente grave que se tenha tornado tão banal a interrupção forçada de um trabalho universitário sério e precioso, que nutre nossas esperanças de um futuro mais digno e socialmente justo. Não podemos mais aceitar passivamente essa insana espiral.

Desde que as barricadas se levantam para impedir aulas, a obstrução física se impõe, esvaziando toda possibilidade de concerto e tolhendo as liberdades de cada um. Desde que os piquetes começam, a vontade da minoria militante impera, dificultando ouvir as vozes dissonantes, mesmo majoritárias, sepultando o diálogo entre os próprios estudantes e destes com os docentes.

Desde que invasões e ocupações são apresentadas como primeira estratégia, os canais de comunicação com a administração, já rarefeitos, afunilam-se ainda mais e minguam, abrindo caminho para o pior.

Reafirmamos o nosso respeito ao direito dos alunos de mobilizarem-se em torno das suas reivindicações. Ao mesmo tempo, condenamos firmemente a ação política que faz uso de métodos coercitivos e autoritários, afastando mais do que mobilizando a maioria dos que frequentam e trabalham em nossos prédios. É necessário recuperar a capacidade de mobilização por meio do diálogo e do convencimento, características que definem a própria natureza da Universidade. Ao abrirmos mão dessas qualidades, igualamo-nos a um regime qualquer, no qual as vontades se impõem pela força, esvaindo-se não muito tempo depois, sem deixar conquistas, apenas traços de intolerância e isolamento.

1. Adone Agnolin (Departamento de História)
2. Adriane Duarte (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
3. Adriano Aprigliano (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
4. Adriano Scatolin (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
5. Alberto Ribeiro G. de Barros (Departamento de Filosofia)
6. Alexandre Pinheiro Hasegawa (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
7. Alfredo Queiroz (Departamento de Geografia)
8. Álvaro de Vita (Departamento de Ciência Política)
9. Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer (Departamento de Antropologia)
10. Ana Paula Torres Megiani (Departamento de História)
11. André Malta (Grego – Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
12. Angela Alonso (Departamento de Sociologia)
13. Arlete Cavaliere (Departamento de Letras Orientais)
14. Brasílio João Sallum Júnior (Departamento de Sociologia)
15. Breno Battistin Sebastiani (Grego – Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
16. Caetano Ernesto Plastino (Departamento de Filosofia)
17. Carlos Alberto Ribeiro de Moura (Departamento de Filosofia)
18. Carlos Bacellar (Departamento de História)
19. Christian Werner (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
20. Claudia Amigo Pino (Departamento de Letras Modernas)
21. Cicero Araújo (Departamento de Ciência Política)
22. Davi Arriguci Jr. (Professor Emérito da FFLCH)
23. Eduardo Marques (Departamento de Ciência Política)
24. Elena Vássina (Departamento de Letras Orientais)
25. Eliana Fischer (Departamanto de Letras Modernas)
26. Elias Saliba (Departamento de História)
27. Elis Cardoso (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
28. Elizabeth Balbachevsky (Departamento de Ciência Política)
29. Elizabeth Cancelli (Departamento de História)
30. Emerson Galvani (Departamento de Geografia)
31. Eunice Ostrensky (Departamento de Ciência Política)
32. Eva Maria Ferreira Glenk (Departamento de Letras Modernas)
33. Fábio de Souza Andrade (Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada)
34. Fernanda Arêas Peixoto (Departamento de Antropologia)
35. Fernando Limongi (Departamento de Ciência Política)
36. Flavia Maria Corradin (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
37. Flávio Wolf de Aguiar (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
38. Francisco Maciel Silveira (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
39. Francisco Martinho (Departamento de História)
40. Fraya Frehse (Departamento de Sociologia)
41. Gabriela Pellegrino Soares (Departamento de História)
42. Glauco Peres da Silva (Departamento de Sociologia)
43. Heitor Frúgoli (Departamento de Antropologia)
44. Helmut Galle (Departamento de Letras Modernas)
45. Ieda Maria Alves (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
46. João Angelo Oliva Neto (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
47. João Paulo Candia (Departamento de Ciência Política)
48. João Paulo Garrido Pimenta (Departamento de História)
49. João Vergílio Gallerani Cuter (Departamento de Filosofia)
50. Jorge de Almeida (Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada)
51. Jorge Schwartz (Departamento de Letras Modernas)
52. José Álvaro Moisés (Departamento de Ciência Política)
53. José Antonio Alves Torrano ((Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
54. José Carlos Estevão (Departamento de Filosofia)
55. José Guilherme C. Magnani (Departamento de Antropologia)
56. José Jobson de Arruda (Departamento de História)
57. José Nicolau Gregorin Filho (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
58. Juliana P. Perez (Departamento de Letras Modernas)
59. Jurandyr Ross (Departamento de Geografia)
60. Júlio Assis Simões (Departamento de Antropologia)
61. Laura de Mello e Souza (Departamento de História)
62. Laura Hosiasson (Departamento de Letras Modernas)
63. Laura Izarra (Departamento de Letras Modernas)
64. Leopoldo Waizbort (Departamento de Sociologia)
65. Ligia Vizeu Barrozo (Departamento de Geografia)
66. Lilia Katri Moritz Schwarcz (Departamento de Antropologia)
67. Lorena Barberia (Departamento de Ciência Política)
68. Lorenzo Mammì (Departamento de Filosofia)
69. Luis Antonio Bittar Venturi (Departamento de Geografia)
70. Luiz Antônio da Silva (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
71. Luiz Sérgio Repa (Departamento de Filosofia)
72. Marcelo Cândido da Silva (Departamento de História)
73. Marcelo Rede (Departamento de História)
74. Márcia Lima (Departamento de Sociologia)
75. Márcia Oliveira (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
76. Márcia Regina Barros da Silva (Departamento de História)
77. Márcio Suzuki (Departamento de Filosofia)
78. Marco Aurélio Werle (Departamento de Filosofia)
79. Marco Zingano (Departamento de Filosofia)
80. Marcos César Alvarez (Departamento de Sociologia)
81. Margarida Maria Taddoni Petter (Departamento de Linguística)
82. Maria Aparecida Torres Morais (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
83. Maria Elisa Siqueira Silva (Departamento de Geografia)
84. Maria Helena P. T. Machado (Departamento de História)
85. Maria Helena Voorsluys Battaglia (Departamento de Letras Modernas)
86. Maria Inês Batista Campos (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
87. Maria Lúcia da Cunha Victório de Oliveira Andrade (Departamento de Letras Clássicas e
Vernáculas)
88. Marina de Mello e Souza (Departamento de História)
89. Mário E. Viaro (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
90. Mario Miranda Filho (Departamento de Filosofia)
91. Marli Quadros Leite (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
92. Marta Arretche (Departamento de Ciência Política)
93. Marta Amoroso (Departamento de Antropologia)
94. Mary Anne Junqueira (Departamento de História)
95. Mary de Camargo Neves Lafer (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
96. Maurício Cardoso Keinert (Departamento de Filosofia)
97. Moacyr Novaes (Departamento de Filosofia)
98. Modesto Florenzano (Departamento de História)
99. Noé Silva (Departamento de Letras Orientais)
100. Paolo Ricci (Departamento de Ciência Política)
101. Paula Correa (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
102. Rafael Marquese (Departamento de História)
103. Ricardo Terra (Departamento de Filosofia)
104. Roberto Bolzani (Departamento de Filosofia)
105. Rogério Arantes (Departamento de Ciência Política)
106. Ronald Beline Mendes (Departamento de Linguistica)
107. Rose Hikiji (Departamento de Antropologia)
108. Safa Abou Chahla Jubran (Departamento de Letras Orientais)
109. Samuel de Vasconcelos Titan (Departamento de Teoria Literária e Literatura
Comparada)
110. Sandra Guardini T. Vasconcelos (Departamento de Letras Modernas)
111. Selma M. Meireles (Departamento de Letras Modernas)
112. Sergio Miceli (Departamento de Sociologia)
113. Sílvio de Almeida Toledo Neto (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
114. Telê Ancona Lopez (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas)
115. Vera Lucia Amaral Ferlini (Departamento de História)
116. Verónica Galíndez Jorge (Departamento de Letras Modernas)
117. Viviana Bosi (Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada)”

Antônio David é estudante de pós-graduação pelo Departamento de Filosofia da FFLCH/USP

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Comentários

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sulita

Fim de semestre, interação, provas finais (inclusive a oportunidade de melhorar as notas e tal) mas o que nos deparamos: paralisação. A reivindicação principal o direito dos discentes em votar para reitor. Me pergunto: se foi o governador de SP quem escolheu o reitor, então quem votou no governador na eleição passada e mais: elegendo essa pessoa em 1ºturno? Eu é que não votei… Mais: sim, realmente existem muitos policiais que abusam do seu poder, batendo em gente que nada fez de errado mas lembremos que a PM foi colocada lá no campus da USP devido à melhoria na segurança do campus… parece que não lembram mais do assassinato do aluno lá num dos estacionamentos do Campus sem falar na aluna baleada próximo a POLI. Quem é a favor da greve que faça a greve mas o que acho esquisito é que pessoas que não queiram a greve acabem por ter de não poder frequentar as aulas pois as salas estão interditadas por cadeiras. Já ouvi vários relatos em que outras vezes as pessoas eram impedidas de entrar nas poucas salas que estavam em aula e até retiradas a força mesmo…se estão clamando por democracia por que atitudes desse tipo?

    sulita

    Sim, falei da policia no Campus porque foi o reitor Rodas que solicitou apoio de segurança lá na USP. O que tem haver? Uma das principais rixas com Rodas é o fato da PM lá no Campus e isso quase não é lembrado.

maconhero vagabundo insolente

É de vomitar saber que os professores que fizeram concurso público GRAÇAS AOS ALUNOS AUTORITÁRIOS E GREVISTAS DE ANOS ANTERIORES QUE EXIGIRAM A CONTRATAÇÃO DE DOCENTES agora assinam o manifesto contra o autoritarismo dos mesmos estudantes. Que professores antigos que viram suas salas de aula serem reformadas e agora tem a possibilidade de dar as aulas que gostariam GRAÇAS às greves dos alunos agora declarem a ilegalidade da greve. São os mesmos professores que punem os alunos grevistas com provas e aulas obrigatórias agoram se consideram vítimas da “truculência” e “autoritarismo” dos métodos usados pelos grevistas.
Graças a Deus ainda tem professores da USP que tem vergonha na cara.

Professores apoiam irrestritamente alunos da USP em greve – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Antônio David aos alunos da USP em greve: Cobrem desde já a fatura! […]

Adrián Fanjul

Antonio, na FFLCH há um fórum virtual de professores onde 90% dos que assinaram o manifesto que você comenta têm acesso. Ontem, um grupo de colegas postou uma carta convidando-os para organizarmos ua reuni~çao conjunta tendente a restabelecer o diálogo com os estudantes e entre nós mesmos. Até agora, apenas um dos 180 respondeu positivamente. Por parte dos outros, o mais estrondoso silêncio. Copio a seguir a proposta:

A aparição de um manifesto assinado por mais de cem colegas da nossa Faculdade relativo à greve dos estudantes e seus métodos estabelece uma possibilidade de debate que cremos que pode ser muito produtiva para a vida política na instituição. Em certo modo, ao elencar as atitudes assumidas por nós, docentes, o texto dialoga polemicamente com um manifesto que circulou semanas atrás, denominado “Frente à greve dos estudantes” e que vários de nós assinamos. Consideramos muito positiva essa explicitação pública de diferenças, bem como o diálogo ao qual pode dar lugar, e as coincidências que, graças a essa explicitação, também percebemos.
Há, sem dúvida, aspectos que nos distanciam, principalmente no modo de perceber a coerção e o autoritarismo. Sentimos falta de uma ponderação, no documento, da coerção que temos sofrido na Universidade com a militarização e judicialização dos conflitos políticos, com a perseguição e intimidação da dissidência, e, atualmente, com a conivência e o descaso diante de um grave crime ambiental com claros indícios de corrupção. Sentimos falta, sobretudo, e dado que o texto trata das atitudes do movimento estudantil, da percepção de terem sido esses movimentos, nos últimos anos, os que principalmente enfrentaram essas expressões de autoritarismo, com escassa ou nula manifestação por parte de nós, professores.
No entanto, constatamos importantes coincidências em torno das quais gostaríamos de construir uma interlocução coletiva que tenda a, como afirma o documento dos colegas, “recuperar a capacidade de mobilização por meio do diálogo e do convencimento”. Esse pode ser nosso principal ponto de convergência, como o é também o reconhecimento de um “movimento político legítimo do corpo discente”.
Em consequência, propomos a todos os colegas docentes, e muito especialmente aos signatários do documento, a realização de uma reunião geral na semana quem vem à qual convoquemos estudantes e funcionários, para que todos tenhamos a possibilidade de expressar o que reconhecemos, o que aceitamos e o que rejeitamos no que concerne à ação política na instituição, como primeiro passo para a construção de um diálogo que some forças para uma universidade melhor e mais democrática.
Para alcançarmos resultados efetivos, pedimos que os que concordarem em realizar uma reunião desse tipo se manifestem para que comecemos a organizá-la em conjunto.

Adrián Pablo Fanjul (DLM)
Ana Cecilia Olmos (DLM)
Cilaine Alves Cunha (DLCV)
Elisabetta Santoro (DLM)
Fátima A.T.Cabral Bruno (DLM)
Giliola Maggio (DLM)
Hélder Garmes (DLCV)
Homero Santiago (DF)
José Antonio Vasconcelos (DH)
Julio Cesar Magalhães de Oliveira (DH)
Leila Leite Hernámdez (DH)
Marcello Modesto (DL)
Maria Zulma M. Kulikowski (DLM)
Maria Teresa Celada (DLM)
Olga Ferreira Coelho (DL)
Pablo Schwartz Frydman (DLCV)
Paula Marcelino (DS)
Rodrigo Ricúpero (DH)
Rosângela Sarteschi (DLCV)
Ruy Braga (DS)
Tércio Redondo (DLM)
Valéria de Marcos (DG)
Vima Lia Martin (DLCV)

    Adrián Fanjul

    Em boa hora, felizmente, posso me retificar: alguns colegas que assinaram o texto começam a manifestar-se favoráveis à reunião.
    Adrián Pablo Fanjul.

    Márcia Santos Duarte de Oliveira

    Caro Adrián,
    manifesto-me favorável à reunião esperando que seja um momento de conversarmos juntos sobre este delicado e difícil momento em nossa Universidade. No entanto, gostaria de comentar aqui que, no momento, o que é muito ‘difícil’ é ouvir/ver tão de perto o desrespeito sendo tão explicitado àqueles que se colocam contra determinado posicionamento ou outro. Essa postura, principalmente na internet, precisa ser repensada. Gostaria, portanto, de lembrar a todos – professores e alunos – que nós não devemos nos tratar como ‘inimigos’ e que, antes de mais nada, é prioritário que mantenhamos o respeito e a ‘boa educação’ nos tratos ao nos relacionarmos. Por favor, vamos nos lembrar disso.

Rodrigo Leme

“Quem poderia, de antemão, garantir que nesse momento a ocupação “como primeira estratégia” não seria a via mais adequada? A nota ignora esse fato. Importante: A nota foi infeliz ao usar o termo “invasão”, pois “invasão” é um conceito jurídico; trata-se de um crime, tipificado pelo direito penal.”

Como diferenciar “invasão”.de “ocupação”? Primeiro vê se é “companheiro” ou não.

Maria Fulô

Estudo lá e posso afirmar com conhecimento de causa, é a greve mais burra e idiota que se tem notícia. Os estudantes entraram de gaiato, era uma greve dos Professores que, legitimamente, questionaram o processo de eleição dos Reitores das Universidades estaduais paulista. Mas, na hora H, saíram de fininho e deixaram os estudantes pendurados na brocha. E vamos combinar o seguinte… Querer que o Reitor de plantão mude o processo eleitoral é de uma burrice canina; ele não passa de um peão no tabuleiro político do Governador. Deveriam tentar invadir não a Reitoria mas o gabinete do Governador no Palácio dos Bandeirantes. Mas cadê os tais culhões? Resumo da ópera: os estudantes foram usados pelos Professores e perigam perder o Semestre. Bem feito para deixarem de ser eternos “cabações”…

    Talitha

    Também acho. A nota é conservadora, mas os caras têm direito a dizer o que pensam, não?
    A propósito, todo o mundo que é contra a greve, pelos mais diversos motivos deveria ter. Também é conservador impor um falso consenso segundo o qual quem está na luta sempre tem mais razão. Tem burradas sendo feitas que são bem piores do que não fazer nada.

Bene

Docentes carreirista, o representante maior deles é aquele que disse: ” …esqueçam o que escrevi” , o fhc (minúsculo). São minúsculos na política e na vida pessoal, nas amizades,, apesar de “ drs” na universidade. Acho a universidade tem que se repensar inteira….
Existe os que apenas dão “aulas” , e os que ensinam.

José Eduardo

Conheci alguns desses professores há bom tempo e eles sempre se comportaram assim, ou seja, fogem do combate, pois têm flagrante inapetência em relação a movimentos sociais, políticos e trabalhistas. Logo, são “coerentes”! Surpreendente seria se tivessem mudado de posição após anos de notório imobilismo.

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