Petroleiros em greve explicam oposição ao leilão de Libra

Tempo de leitura: 4 min

Charge Vitor Teixeira

Maior campo de petróleo já descoberto, Libra vai a leilão e FUP explica porque é contra

18/10/2013

Para federação, governo brasileiro erra ao não considerar petróleo estratégico para as próximas décadas

por Luiz Carvalho, no site da CUT, à qual a FUP é filiada

Na próxima segunda-feira (21), o governo brasileiro promove o leilão do campo de Libra, no Rio de Janeiro, o primeiro após a descoberta do pré-sal.

A área que fica a 183 km da costa carioca será disputada por empresas de 10 nacionalidades: as chinesas CNOOC International Limited e China National Petroleum Corporation-CNPC, a colombiana Ecopetrol, a japonesa Mitsui & CO, a indiana ONBC Videsh, a portuguesa Petroga, a malasiana Petronas, a híspano-chinesa Respsol/Sinopec, a anglo-holandesa Shell, além da própria Petrobrás*.

Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o campo tem capacidade de produção entre 12 e 15 bilhões de barris de petróleo, o equivalente a toda a reserva nacional – em torno de 14 bilhões – e renderia mais de dois trilhões de dólares ao país.

Diante de tamanho potencial, a FUP comanda uma mobilização para suspender a licitação e cobrar que a riqueza fique em território nacional.

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Como parte da mobilização, iniciou uma greve por tempo indeterminado no último dia 16, que atinge 90% de todo o sistema Petrobrás.

“A realização deste leilão é descabida e o governo deveria ter utilizado o artigo 12 da Lei da Partilha nº 12.351, de 2010, aprovada pelo presidente Lula, que deixa claro: todas as vezes em que houver risco ao interesse da nação e à política energética, o governo poderá contratar a Petrobrás sem necessidade de leilão”, afirma o presidente da FUP, João Antônio Moraes, em vídeo gravado para o portal da entidade.

O dirigente refere-se a uma lei aprovada durante o governo do ex-presidente Lula e que vale exclusivamente para a exploração do pré-sal.

A legislação altera o antigo modelo de concessão, de Fernando Henrique Cardoso (FHC), em que as empresas vencedoras tinham a propriedade do petróleo e do gás natural extraídos, para um sistema de partilha em que a União é a dona do petróleo e recebe da empresa vencedora parte da produção, já sem os custos.

A Petrobrás terá participação mínima de 30% no consórcio vencedor.

O ganhador do leilão ainda terá de pagar R$ 15 bilhões de bônus por um contrato de exploração da área de 35 anos, que podem ser prorrogados.

Moraes destaca também que a experiência de quebra do monopólio por parte do governo tucano de FHC e a entrada de empresas estrangeiras no país trouxe prejuízos para a economia.

“Trinta empresas estrangeiras operam nos campos graças às 11 rodadas de leilões anteriores. Esses grupos, ao contrário da Petrobrás, não fazem compras de material no país e não investem na cadeia produtiva do petróleo como um todo para gerar emprego e renda, tanto na aquisição de navios e plataformas, quanto de petroquímicos e derivados plásticos. Apenas se apropriam da nossa riqueza. Se foi assim até aqui, por que mais uma rodada?”, questiona.

Para o diretor da secretaria de Seguridade Social e Políticas Sociais da FUP, Paulo César Martin, nem mesmo uma possível justificativa de falta de capacidade financeira para exploração é justificável.

“A partir do momento em que a Petrobrás se torna a única empresa a operar o pré-sal, as ações sobem e aumentam o capital. Além de abrir linha de crédito para o Brasil em qualquer lugar do mundo. E se a Petrobrás detém a tecnologia de extração, sem depender de qualquer outra empresa, não precisa fazer leilão”, defende.

Para o dirigente, o governo brasileiro adota uma visão equivocada de que este recurso não será estratégico nas próximas décadas.

“O governo acredita que o petróleo não terá papel central nos próximos anos, como tem agora, então, avalia que, quanto mais cedo tirar da terra e explorar, melhor. Porém, ao menos nos próximos 50 anos, será fundamental para as áreas de energia e petroquímica. Por exemplo, se hoje a indústria automobilística deixasse de produzir um motor de combustão interna, levaria 15 anos para ser substituído por outro que não utilizasse derivado de petróleo”, aponta.

Batalha jurídica – Em paralelo à greve, a FUP e seus sindicatos ingressaram com ações populares na Justiça Federal para suspender o leilão por conta do ataque aos interesses nacionais.

O professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP e ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, e o jurista Fábio Konder Comparato, além da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) também protocolaram ações populares contra o leilão.

* A CUT grafa Petrobrás, com acento, em repúdio à tentativa de mudança de nome da estatal pelas mãos do ex-presidente FHC, em 2000. Ele queria transformar a empresa em Petrobrax para tornar o nome mais palatável e vender ao capital estrangeiro um dos maiores patrimônios brasileiros. Graças à mobilização da classe trabalhadora e ao fim do governo tucano, felizmente, só perdermos o acento.

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Comentários

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Petroleiros em greve explicam oposição ao leilão de Libra

[…] Fonte: Viomundo […]

rui

A FUP usa como argumento exatamente o oposto do que está sendo proposto, os leilões anteriores não tem nenhuma semelhança com o atual, a não ser para os tucanos, que vivem repetindo a idiotice da paternidade do Menem brasileiro para tudo, quando não teve nem a do filho reconhecida. O investimento via empréstimo é muito mais caro do que uma parceria, além disso, no modelo atual, existe a obrigatoriedade da Petrobras ser a operadora e de ter índices mínimos de nacionalização de equipamentos, por tanto reduzindo a reportagem a nada, só barulho sem que haja nada de novo. Citar petróleo estratégico para os próximos 15 anos é muito pouco, o pré-sal pode sinalizar um novo marco exploratório, que aumentara as reservas existentes, além disso diversas formas de energia hoje estão sendo aprimoradas e barateadas. As empresas de tecnologia hoje valem mais do que as petroleiras, e são elas que detém o poder, como vimos no caso das espionagens. O Brasil precisa urgentemente de recursos para a educação hoje, que será o diferencial para o futuro, se tivermos tecnologia. Por tudo isso a exploração de Libra deve se dar o mais rápido possível. Leiam também matéria no Página 12, jornal argentino, http://www.pagina12.com.ar/diario/elmundo/4-231680-2013-10-20.html, que fala nas entrelinhas, além das reservas, a segurança destas jazidas estariam melhor protegidas com uma parceria com a China, parece que eles conseguiram enxergar muito mais longe do que os jornalistas brasileiros, comprometidos com a Fundações Ford’s (CIA), e esses petroleiros que nem sabem o que estão pedindo.

Jose Mario HRP

Voce paga por isso?

Jayme Vasconcellos Soares

O leilão adotado pelo governo Dilma é uma traição ao povo brasileiro; este acontecimento ficará na história do nosso País como uma atitude de assalto aos direitos de nossa Nação, e um entreguismo e neoliberalismo sem precedentes, em comparação com posições de qualquer governo independente do mundo.

FrancoAtirador

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Não foi só o acento no ‘a’ que a Petrobrás, ou seja, o Povo Brasileiro

perdeu com o Governo Tucanalha de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP):

Com a quebra do Monopólio Estatal do Petróleo, através do Plano de Privatização,

promovido na década de 90 por FHC e os asseclas convidados da Rede Globo,

47% das ações da Petrobrás foram entregues de bandeja ao Setor Privado,

sendo que, hoje, 30% estão nas mãos de Acionistas Estrangeiros (Apátridas).

Vem daí, inclusive, da especulação em Bolsa, a tal perda do Valor de Mercado

tão propalada pela Mídia Bandida, que sempre fez campanha contra o Brasil,

em favor do lucro abusivo das Corporações Econômicas Transnacionais.

Além disso, pelo Regime de Concessão, presentearam as empresas anglo-saxãs

com até 100% do óleo bruto produzido nos Campos de Petróleo do Pós-Sal,

sob a coordenação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), também criada por eles.

Atualmente, se as decisões de Governo dependessem dessa Corja Emplumada,

nem os 30% do Pré-Sal seriam destinados à Estatal de Petróleo Brasileiro.

Aliás, fosse um Aécio ou um Serra o Presidente e a Petrobrás seria uma Vale,

uma empresa rapinadora do minério brasileiro para lucro exclusivamente privado.

O que se pretende aqui, neste debate esclarecedor que se faz no momento,

é tentar salvar os 70% da Reserva de Petróleo do Pré-Sal no Campo de Libra

que estão sendo sorteados na Banca da Jogatina do Cassino Financeiro Mundial,

em troca de Esmolas, isto é, de Prêmios de Quermesse ao Povo do Brasil.
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J Souza

A CUT conseguiu fazer um documento criticando o leilão do pré-sal sem citar, uma única vez, a Dilma ou o PT…
Isso já diz tudo sobre a cumplicidade da CUT com o esquema neoliberal.
Mas, numa politicagem sindicalista, criticou FHC três vezes, e citou Lula duas vezes, sem criticá-lo.
Será que a culpa do leilão do pré-sal ainda é do PSDB???

João Telésforo

O PSOL também protocolou ação popular contra os leilões.

    José X.

    Isso mata a questão…a favor do leilão. :)

Eduardo

Eu sinceramente não consigo entender como alguns setores progressistas (que são sinceros, eu afirmo) conseguem se posicionar a favor de um leilão que visivelmente é completamente equivocado e entreguista. Não consigo me convencer que será benéfico para o país tal leilão.

Matheus

É preciso uma Petrobrás 100% estatal e monopólio estatal sobre a exploração do subsolo, com no máximo parcerias diretas e localizadas entre a estatal brasileira e empresas estrangeiras. Menos que isso é puro e simples entreguismo.

lukas

A charge é legal, só acho que os sugadores deveriam ter os olhinhos puxados.

    FrancoAtirador

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    18/10/2013
    Mídia burguesa elogia exército de Dilma para garantir leilão e ataca greve

    Uma das maneiras mais eficazes de se medir a força de uma mobilização é avaliar como se dá sua repercussão na grande imprensa.

    Diante desta premissa, fica claro pra nós que a greve nacional da categoria petroleira, iniciada no último dia 17 de outubro, está incomodando muita gente.

    Foi assim na greve histórica de 1995, não teria por que ser diferente agora.

    Na noite de ontem, a abertura do Jornal da Globo foi um exemplo claro de que a imprensa burguesa – agente histórico do imperialismo e de qualquer medida que represente ataques à soberania nacional – está preocupada em garantir a realização do leilão de Libra – a maior privatização da história do país.

    O apresentador da Rede Globo, Willian Waack, começou o telejornal reivindicando a presença ostensiva da Força Nacional e do Exército de Dilma no local em que será realizado o Leilão, no Rio de Janeiro.

    Disse, de maneira contundente e em tom de exigência, que a lei precisa ser garantida – discurso usado muitas vezes por agentes da repressão nos anos de chumbo da ditadura militar.

    Ditadura e repressão que estão sendo reeditadas desde as jornadas de Junho, quando o povo foi às ruas.

    O envio de mais de mil homens das forças repressivas do Estado ao local do leilão foi um pedido do governador Sergio Cabral, atendido lamentavelmente pela presidente Dilma, uma das vítimas da ditadura e da mão de ferro do Estado.

    Mas o desfecho realmente repugnante do telejornal foi feito por um dos comentaristas mais reacionários da tevê brasileira:
    Arnaldo Jabour, que fez – em resumo – o seguinte comentário:

    “Essa greve é uma mistura de ideologia e interesses sindicais e burrices. Isso. Primeiro porque eles querem a volta da monopólio, é ignorância (…). O modelo não monopolista é ideal para o país, é mais dinâmico, é mais lucrativo (…). Dilma tem de governar o país como se guiasse uma carroça com dois cavalos: um rápido e moderno; e o outro, manco e velho. Sempre que ela tenta modernizar algo os velhos mancos sindicais ideológicos empacam. Talvez nem sejam cavalos e, sim, burros”.

    Clique aqui (http://g1.globo.com/jornal-da-globo/videos/t/edicoes/v/modelo-nao-monopolista-do-petroleo-e-ideal-para-o-brasil/2896229) e assista na íntegra o comentário de Arnaldo Jabour.

    Além de ser um claro ataque aos trabalhadores e à soberania nacional, o comentário de Jabour é uma sucessão de equívocos e informações (propositalmente) falsas para confundir o povo brasileiro.

    Claramente, foi a Petrobrás que descobriu (sozinha!) o pré-sal;
    claramente, a Petrobrás tem condições (com a construção de outro ritmo de exploração) de não apenas operar, mas controlar a exploração do pré-sal sozinha e submetida a um plano nacional de investimentos em educação, saúde e transporte.

    Jabour tenta desconstruir tudo isso, assim como fazem setores governistas que ainda insistem em defender o leilão com o argumento de que é preciso parcerias.

    Lamentável que a presidente Dilma tenha como um dos principais aliados para realizar a maior privatização da história deste país uma das figuras mais reacionárias e repudiadas da grande imprensa, um claro representante da direita brasileira que sempre foi a responsável por realizar o desmonte dos patrimônios nacionais.

    Os trabalhadores petroleiros estão vacinados contra os ataques da grande imprensa e, neste ano, ao contrário de 1995, tem a seu favor uma conjuntura em que as manifestações e greves carregam um grande apoio da população.
    O grito “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!” já está nas ruas.

    É hora de barrar o leilão de Libra e fortalecer a greve da categoria petroleira em defesa do petróleo brasileiro e por um ACT digno!

    (http://sindipetrolp.tempsite.ws/site/?p=18519)
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