Ildo Sauer: China e EUA “usam” Libra para enfrentar OPEP

Tempo de leitura: 4 min

Ex-diretor da Petrobras diz que licitação do Campo de Libra é contra o interesse nacional

da Agência Brasil, sugerido pelo senador Roberto Requião

10/10/2013 – 16h54

por Alana Gandra


Rio de Janeiro – O diretor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP), Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobras, espera que o Poder Judiciário ainda possa se manifestar para inviabilizar a  licitação do Campo de Libra, primeira na área do pré-sal,  programada para o próximo dia 21, no Rio de Janeiro.  Para Sauer, esse é um ato “contra o interesse nacional”.

“Sou totalmente contrário”, disse o diretor do IEE-USP à Agência Brasil. “Quem disse que vai ser bom para o país é porque ou deve estar equivocado ou não sabe fazer contas”. Sauer sublinhou que nenhum país do mundo que conseguiu identificar uma nova província petrolífera, ainda mais da importância de Libra, coloca em produção e efetua leilões sem primeiro pesquisar  a fundo qual é o tamanho da reserva.

“Se é para mudar o país, você tem que saber quanto petróleo tem. Nenhum fazendeiro  vende uma fazenda sem saber quantos  bois tem”, argumentou para sinalizar  a necessidade que haja um controle estratégico sobre o ritmo de produção.
Sauer afiançou que o edital de Libra é um equívoco estratégico e contraria o interesse público.

Ele salientou que todos os países exportadores controlam o ritmo de produção a partir de interesses de Estado “e não de contratos microeconomicamente outorgados”.

Para ele, o melhor regime para países que têm grandes recursos de petróleo é contratar uma empresa 100% estatal, como ocorre,  por exemplo, com a Petróleos da Venezuela (PDVSA).

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O diretor da IEE-USP não tem dúvidas que existem outras formas, que não o leilão, que permitem o controle do Estado nacional sobre o ritmo de produção.

Ele sugeriu  a contratação direta da Petrobras e avaliou que isso geraria mais benefícios para o Tesouro Nacional do que a partilha convencional no leilão.

No caso da contratação da estatal, o contrato de partilha  se assemelharia mais  a um contrato de prestação de serviços, negociado diretamente com a Petrobras que, por sua vez, é controlada pelo  governo.

Sauer considerou “assustadora” a opção do governo federal pelo leilão de Libra e atribuiu  a pressa em licitar a primeira área do pré-sal ao acordo firmado pelo governo brasileiro com os Estados Unidos, em março de 2011, durante a visita do presidente Barack Obama ao Brasil. O acordo  visava a acelerar a produção  dos recursos do pré-sal, “que é o que está sendo feito com  Libra”, para benefício mútuo dos dois países.

“Aos Estados Unidos interessa produzir mais petróleo o quanto antes e reduzir o preço. Para um país que pretende ser exportador, como é o caso do Brasil, interessa controlar o ritmo de produção e  manter o preço elevado”, insistiu.

Por isso, Sauer reiterou que é  “assustadora a euforia ingênua” que vê em diversas áreas em relação à licitação de Libra, “principalmente na Presidência da República e na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis [ANP], como se fossem agentes subalternos do interesse americano”.

A espionagem praticada por órgãos dos Estados Unidos em documentos estratégicos do Brasil está vinculada a isso, acredita.

Ildo Sauer sustentou que, atualmente, no mundo, todas as grandes reservas de petróleo  estão nas mãos de empresas 100% estatais ou de Estados nacionais. “Somente uma fração está na mão das grandes multinacionais do passado, como a Exxon, a Shell, a EPP, a British Petroleum”.

O petróleo está no centro de um embate estratégico e geopolítico, disse. De um lado, se encontram os Estados Unidos e a China, buscando acelerar a produção de petróleo de todos os tipos, inclusive o não convencional.

Os Estados Unidos já ocupam a terceira posição no ranking dos maiores produtores globais, prestes a ultrapassar a Rússia e aproximando-se da Arábia Saudita.

De outro lado, está a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) que, em 2004/2005, conseguiu elevar os preços do petróleo, sustentando-os a partir daí em torno de US$ 100 o barril.

Sauer informou que o custo de produzir direto, ou seja, a relação capital e trabalho, está em US$ 1 na Arábia Saudita e em cerca de  US$ 15, no Brasil.

Com o acréscimo de transferências obrigatórias, entre as quais impostos e royalties, o preço do produto chega a US$ 40 o barril.

“E tudo que o governo americano, em conjunto com a China  e outros, está fazendo  é buscar quebrar a coordenação da Opep que, junto com a Rússia, vem mantendo o preço elevado. Eles querem que o preço do petróleo volte a cair para algo como US$ 40 a US$ 50, próximo dos custos de produção”.

Essa estratégia, disse Sauer, objetiva fazer com que os benefícios do uso e produção do petróleo vão para quem o consome e não para quem o produz.

O diretor do IEE-USP  disse que é preciso primeiro saber para que  o Brasil quer o dinheiro do pré-sal.

Se é para saúde pública, educação, entre outras áreas, para impedir a repetição de ciclos que se esgotaram, como o do ouro, do café e da borracha, e não deixaram mudanças concretas de qualidade de vida para a população.

Sauer assegurou que nenhum país  do mundo, que está vinculado ao debate geopolítico e estratégico, renuncia ao controle sobre o ritmo de produção. Isso, apontou, é o  que ocorrerá no contrato de partilha, que vai vigorar nos leilões do pré-sal.

Segundo Sauer, esse regime “outorga um contrato que vai sendo resolvido de acordo com o ritmo de produção. Os investimentos serão feitos e o objetivo é o quanto antes converter petróleo em moeda”. Na opinião do ex-diretor da Petrobras, o leilão de Libra é “a maior privatização da história brasileira”.

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, disse que o leilão do Campo de Libra,  “será um sucesso”, não só pelo tamanho das reservas, estimadas entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo, mas também pela absorção de investimentos pela indústria local.

Magda garantiu que a mudança do regime de concessão para o sistema de partilha não trará prejuízo para o país. A dirigente salientou que o regime de partilha já faz parte do portfólio de todas as grandes petroleiras globais.

Edição: Fábio Massalli

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Comentários

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Eduardo

O ex Diretor da Petrobras e como marido traidor da mulher. A mulher conhece um cara mais bacana, honesto, que a respeita. Então ela abandona o insano e se casa com o novo, iniciando relação e um futuro feliz. O traidor incrédulo e surpreso começa a atirar para todos os lados com o objetivo de atingir o novo e feliz casal. É o que mais me parece!

Luís CPPrudente

Estou com dúvidas sobre a conveniência ou não do Leilão de Libra, se de um lado os petroleiros e seus sindicatos (muitos deles ligados à CUT) são contra o leilão, por outro lado tem pessoas como Haroldo Lima (ex-diretor da ANP, nacionalista e militante do PCdoB) e Fernando Brito (do Tijolaço) que estão a favor do leilão.

Se é necessário bilhões de reais em investimento e a Petrobras não tem os mesmos, pode ser que o Leilão de Libra seja a solução (inconveniente, mas necessária) para a Petrobras conseguir dinheiro para investir (o vencedor do Leilão também terá que entrar com uma parcela considerável de reais para investir).

Eu quero que o Campo de Libra esteja sob controle do Brasil e de uma estatal nacional brasileira, mas este ideal pode esbarrar na realidade. Se ficar nas mãos somente da Petrobras, ela não terá dinheiro para investir na produção. Temos o petróleo, mas não temos o acesso imediato à ele. E se não temos esse acesso imediato, não teremos o investimento na Educação, na Saúde e na criação de tecnologias onde o Brasil tenha controle.

Estou inclinado a concluir que é melhor o mal menor, Leilão de Libras, do que não haver investimentos imediatos na Educação, Saúde e Tecnologias com controle do Brasil (o que gerará mais empregos qualificados para brasileiros e desenvolvimento científico do país).

Jose Mario HRP

Dilma entregando nosso povo!
Sou filho de petroleiro desde 1952!
A Dilma , via P.Bernardo, Gleisi e Gerdau, vão dar mole, nosso petroleo!!!!!!!!!!!!!!!!!!~
`PORRAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! DILMA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

J Souza

O Serra deve estar rindo muito dos eleitores otários que acreditaram que a Dilma não ia privatizar o pré-sal… Rsrs

Matheus

Os comentários dos governistas me dão ânsia de vômito. Bando de fanáticos fascistas seguindo feito cachorrinhos qualquer coisa feita pela Pinochet de Saias.

    rios

    Menos Mateus… vá ler sobre Pinochet primeiro.

    francisco.latorre

    ‘pinochet de saias’.

    ..

    eh. eheh.

    angry boy. bravinho.

    diz aí..

    você existe mesmo?..

    ..

    ah..

    vai um kinder ovo?..

    ..

    Luís CPPrudente

    Com certeza a Margaret Thatcher está mais para Pinochet de saia do que a presidenta Dilma Rousseff.

Gerson Oliveira

Sauer assegurou que nenhum país do mundo, que está vinculado ao debate geopolítico e estratégico, renuncia ao controle sobre o ritmo de produção. Isso, apontou, é o que ocorrerá no contrato de partilha, que vai vigorar nos leilões do pré-sal.

Caramba, já li aqui que quem vai controlar o ritmo da produção será a empresa 100% publica, a Pré-Sal. Qual é a verdade então?

Julio Silveira

Apesar de seríssimo para mim esse assunto já tá morto, por que o governo já resolveu entre as quatro paredes com os parceiros institucionais.

Filipe

Essa discussão é ridícula, a presidenta Dilma cometeu e vai continuar cometendo algo muito mais grave que é a concessão dos aeroportos, a militância não toca nesse assunto, será por que?

O problema aéreo brasileiro não tem nada haver com aeroporto, mas as nossas péssimas companhias aéreas.

Enquanto o leilão de Libra é no sistema da partilha, não o da concessão, estatais de países que adotam a partilha ganham a grande maioria dos blocos de exploração.

marco

Sr.Sauer.Se os seus amigos do PSDB_PRIVATISTAS,voltarem ao governo e o sr. voltar ao que era antes,tente anular os pregões,e venda a Petrobras pra Chevron!O resto é tentativa hoje,pseudo anarquista que o senhor utiliza,mas não é,e sim privatista,e não passa de arrazoados com o intuito de confundir.Talvez consiga,com alguns nescios,espero que com os demais,não.

silveira

Há algo que não fecha neste comentário do Ildo.Libra deve produzir em 2022 i milhão de barris diario e a Opep junto com a Russia produz hoje 38 milhoes de barris diário,portanto não é possivel que a produção de libra altere os preços do petroleo chegando a 40/50 dolares.Por outro lado a produção de óleo de xisto já atinge 2 milhões de barris diários nos USA e deve chegar a 5/6 milhoes por dia em 2022. Dai vem a pergunta:Qual é a vantagem para os americanos com a queda de preços. Se os preços cairem o óleo de xisto não é viavel. As companhias americanas estão investindo no Texas, North Dakota e Oklahoma.

    Bonifa

    É justamente por incoerências como esta que estes esforços para anular o leilão dão muito o que pensar. É de se crer que o querem mesmo, e muita gente inocente serve a este propósito, é adiar o leilão. Realizar o leilão só depois das eleições presidenciais, quando talvez um governo mais favorável conceda aquilo que é desejado por determinadas companhias que, nas atuais condições, ficarão de fora da exploração do Pré-sal. Neste caso, a eleição de 2014 seria mais acirrada ainda, com um grande acréscimo de interesses internacionais ao jogo.

    francisco.latorre

    bingo!..

    ..

J Souza

No Brasil do PT, tudo indo para as mãos de estrangeiros:

Faculdades (Laureate-Anhembi-Morumbi);
Planos de saúde (United Health-Amil);
Supermercados (Casino – Pão-de-açúcar);
Pré-sal (estatais chinesas, Total, Shell, Repsol).

O governo do PT está vendendo tudo para pagar juros e amortizações da dívida.
Quem vai pagar a conta, como sempre, será o povo brasileiro.
E o lucro dessas empresas vai todo para o exterior! Por isso o autor do texto diz que o pré-sal não passa de um novo ciclo como o do ouro e o da borracha…

    Bonifa

    Os capitalistas via de regra não se furtam a algum bom negócio em nome de nacionalismos. O PT não tem culpa se um capitalista brasileiro quis vender seu supermercado a um francês. Isto não pode ser confundido com o marco do Pré-sal, onde a soberania nacional está assegurada, as vantagens são muito grandes e o controle da exploração será brasileiro. Não vale tentar confundir. Confundir para quê? Para tentar quebrar a Petrobras? Para endividar de modo suicida, como dizem, a Petrobras, se ela tentar uma impossível exploração solitária? Ou confundir para deixar tudo em banho-maria por enquanto e futuramente entregar tudo em condições desvantajosas e sem soberania, a empresas anglo-americanas ou francesas? Pelo menos que se debata honestamente o assunto, sem procurar confundir.

    J Souza

    Você sabe do que estou falando…
    Além de vender (“conceder”) o pré-sal, o governo está vendendo (“concedendo”) rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
    A desnacionalização das companhias privadas brasileiras é só mais um sintoma da má gestão do governo, que não conseguiu dar condições de competição às empresas nacionais.

J Souza

No Brasil do PT, tudo indo para as mãos de estrangeiros:
Faculdades (Laureate-Anhembi-Morumbi);
Planos de saúde (United Health-Amil);
Supermercados (Casino – Pão-de-açúcar);
Pré-sal (estatais chinesas, Total, Shell, Repsol).

O governo do PT está vendendo tudo para pagar juros e amortizações da dívida.
Quem vai pagar a conta, como sempre, será o povo brasileiro.
E o lucro dessas empresas vai todo para o exterior! Por isso o autor do texto diz que o pré-sal não passa de um novo ciclo como o do ouro e o da borracha…

Paulo Expedito

Não sou conhecedor do assunto, tenho acompanhado atentamente as opiniões e debates, a argumentação do Fernando Brito é mais convicente, o radicalismo e o entreguismo são contra a realização do leilão, cada um com seus motivos.
O engo. Ildo sabe que no mundo real precisamos de parcerias, captando recursos financeiros ou associando-se, neste caso o Brasil isolado em águas não reconhecidas pelos EUA como sob sua juridição, é temeroso.
O Brasil não é potência bélica, nem tem vocação para isto, então precisa de parceiros.
O engo. Ildo tambem pede uma mensuração exata das reservas, e se estas passarem do limite das 200 milhas, sem falar no tempo e recursos financeiros despendidos nesta mensuração.
Como tambem sou engenheiro e talvez burro como um entreguista referiu-se a um senhor que acompanhou as argumentações do Fernando Brito, sou favorável a realização do Leilão.

Francisco

Não vou falar sobre pré sal, vou falar sobre a minha casa.

Para reformar minha casa, vou precisar alugar a minha garagem.

É isso.

Só isso.

Quem não tem capital tem que comer pelas beiradas, fazer concessões e ter jogo de cintura.

Daqui há dois anos minha casa (e minha garagem) estarão bem melhores…

E minhas.

    Leandro

    Só que sua garagem não é um poço que a medida que o inquilino explora vai acabar. Você vai ter sua casa, se isso funcionar porque historicamente não é assim, e um buraco vazio no quintal.

    Carlos de Sá

    É só o governo pegar a grada do BNDES (que é nosso) e emprestar pra PETROBRAS, como fez com o EIKE. Ou não pode??
    Só pode emprestar se tiver um gringo pra ganhar muito dinheiro depois?
    Como foi feito com as teles!!!???? Privatização financiada com dinheiro público.
    Chega de abaixar as calças pros interesses imperialistas.
    No final não vai sobrar é nada pra investir na saúde, educação, etc.
    Ou melhor, vai sobrar migalhas.
    Tudo que éramos contra no governo FHC está sendo retomado com mais força agora no governo de Dilma.
    Essa conversa de que não tem dinheiro pra investir é conversa fiada.
    Deixa de ser dissimulado Chico!!
    Aqui quem fala é um petista que esteve no ato contra o leilão de Libra, inclusive.

    Bonifa

    Neste caso, além do BNDES passar a existir só para financiar a exploração do Pré-sal, ainda estaria em grande risco e não teria dinheiro suficiente para tal. E de qualquer modo a Petrobras mesmo assim não poderia explorar sozinha o Pré-sal, ou o país passaria a viver só para se entregar a esta tarefa gigantesca, deixando tudo o mais por fazer, quando o bom senso aponta para o contrário, já que o país precisa dos recursos do Pré-sal o quanto antes para sanar suas enormes e inadiáveis deficiências. É necessário ter a exata noção da dimensão daquilo sobre o qual se está falando. Depois, quando a produção de Libra estiver normalizada, a Petrobrás será uma empresa muito mais forte e isso também assusta muita gente. Ela até poderá pensar em explorar sozinha outro campo que for encontrado, na costa brasileira, mesmo que tenha o tamanho de Libra.

    Carlos de Sá

    Bonifa,
    Eu citei o BNDES apenas como exemplo de fonte de recursos que pode financiar a Petrobras nesta empreitada.
    Podemos citar outras fontes de recursos, que tal do Orçamento Geral da União (OGU) de onde os banqueiros todos os anos drenam centenas de bilhões de dólares para a especulação financeira enchendo suas burras.
    Infelizmente, o governo Dilma dá sinais de que aprofundará a política de submissão com a recente alta dos juros. Neste caminho, haja recursos de hoyalties para fechar a conta. Destina-se os recursos dos hoyalties para a educação e saúde, por outro lado retira recursos da educação e saúde para fazer superávit para garantir o pão de cada dia dos rentistas.
    Na verdade dinheiro tem e muito. No entanto, é mais fácil fingir que não tem e liberar geral: conceder, partilhar, ou seja, privatizar.
    Para muitos, lutar contra o capital em decomposição é mais difícil.
    A questão é complexa, mas não podemos fugir da realidade. Mais cedo ou mais tarde, por bem ou por mal, teremos que enfrentar os rentistas que na verdade são os maiores beneficiados com a política imperialista de pilhagem das nações, política da qual o Brasil não se libertou.

Petronildo Libriliano

Fica muito difícil para nós, leigos, ficarmos devidamente informados sobre essa questão, a ponto de tomarmos uma posição.
Em todas as análises, prós e contras, percebem-se argumentos muito mais opinativos do que fundamentados.
Como é inerente, a ideologia se faz presente.
Uma coisa fica bastante clara: há muitos interesses, internos e externos, em todas as posições.
Outra evidência bastante clara: todo especialista se supõe dono da verdade.
Ser entendido em determinado assunto não significa capacidade nem competência estratégica.
Por fim, administrar um país (uma cidade, um estado, uma grande empresa)envolve muito mais responsabilidades do que palpitar…

Filipe

Avisem para o Ildo que as empresas americanas estão fora do leilão e bastante interessadas no adiamento do leilão.

    Victor Quesada Rodrigues

    No fundo eles tem esperanças que a tucanada retorne ao poder …

    sarau

    Sim, mas tem as empresas europeias que sao do mesmo dono das americanas- o clube bildeberg

    Filipe

    90% das empresas que participam do leilão são estatais como a Petrobrás…

Carlos Db

Um governo curto, demagogo, sem visão de futuro, sem um projeto de pais. Que vá logo embora, seu ciclo já se esgotou. Que venha 2014!

    Fernando Fidelis Vasconcelos

    O problema é que deve continuar governando depois de ter entregue NOSSA riqueza ao capital internacional. Cumprirei minha promessa de nunca mais votar no PT depois de 30 anos fazendo-o. Não poderão me culpar.

    abrantes

    Conta outra meu, pelo seu comentário você nunca votou no PT.

    Alex Back

    E quais são as opções?
    RSRSRSRS!!!!
    Serra? Aécio? Campos? Marina? Algum nome aleatório do PMDB?
    É rir pra não chorar…

    Carlos de Sá

    Alex, não rebaixe a discussão.
    Nem tente simplificá-la ou chantagear quem é contra o leilão de Libra e as concessões. Nem todos que criticam o governo querem o retorno dos tucanos.
    Sou petista, mas não necessariamente preciso embarcar e defender políticas que não concordo, como estas políticas privatizantes, mesmo que tentem vendê-las como concessão, partilha, parceria, etc., e que até pouco tempo a maioria esmagadora dos petistas eram contra, se ainda não é e estão se curvando a está covardia com o povo brasileiro.
    Só pra ter uma ideia, hoje mesmo estive em manifestação contra o Leilão de Libra. E tinha muitos petistas lá também, não era apenas eu não.
    Este tema está em debate no PED e não tem posição unânime a favor, inclusive na CNB, que está muito constrangida.
    Pra final de conversa, eu vou votar e fazer campanha para reeleger Dilma ano que vem, pois como falei não quero de volta os tucanos privatistas.
    Só quero que um governo que foi eleito contra as privatizações não se embrenhe neste pântano que já matou muita gente afogado. Quero derrotar os tucanos com políticas que vão até o fim na defesa da soberania nacional, que nesta área se expressa pela defesa das riquezas naturais para o usufruto exclusivamente dos brasileiros e não das multinacionais. No entanto, esse leilão é uma negação disso. No final, os trilhões de R$ do pre-sal corre o risco de sobrar apenas migalhas para serem investidos na educação, saúde, etc.
    Vida longa aos trabalhadores que ousam enfrentar o poder do capitalismo em decomposição, mesmo em situações adversas e contraditórias.
    Apoio total aos petroleiros em suas mobilizações contra o leilão de Libra!

    Fernando Fidelis Vasconcelos

    Não busco um partido, mas um candidato com excelente currículo público. Como Dilma não é de carreira política, votamos nela por acreditar no Lula, maior presidente de todos os tempos. Me enganei e não me enganarei novamente. Faltou opção de bom nome dentro do PT, então Lula inventou um. Quem venceu a eleição de Dilma foi o Lula, não ela.

    Agora torço e tento influenciar o Senador Requião para sua candidatura. Nele eu votarei, caso se digne a nos liderar.

    Carlos Xy

    O Brasil passando por uma revolução social e econômica, com inclusão social e diminuição da miséria, revitalizando a industria de base sucateada pelos entreguistas neoliberais, com cerca de 50 grandes obras civis em andamento, com estatais fortalecidas, grandes investimentos para reerguer as logísticas portuárias e ferroviárias, revolução na educação e na habitação etc… E tem gente que acha que o governo não tem visão nem projeto… Incrível!

    Carlos Db

    Qual o projeto de desenvolvimento posto em pratica pelo atual governo? Onde queremos chegar? Nos próximos 10, 20 anos seremos respeitados em qual setor? Agricola? Industrial? Armamentos? Tecnologico?… Veja a China, invejada, respeitada. O que era a China a 30 anos atras? Onde chegou e onde chegará… E o Brasil? Escolas pifias, industria defasada, etc…Onde queremos chegar? Onde estaremos? Só o governo pode indicar o rumo. Onde queremos chegar?

m.a.p

Prezado jornalista
O discurso deste senhor me lembra o do sindicalista venezuelano Carlos Ortega que através de um lockout da PDVSA pretendia derrubar o progressista governo Chavez em 2002.

    André Dantas

    Nada mais sem sentido. Na Venezuela o Governo lutava para manter a riqueza petrolífera sob o Poder Público (o que só foi possível de muitos anos de luta) enquanto o sindicalista fazia franca oposição a Chavez, defendendo o interesse dos privatistas. Já nesse caso que quer entregar o campo de Libra à iniciativa privada é o Governo e não o autor do texto que, por sua vez, muito ao contrário do sindicalista venezuelano, não tem nenhuma vinculação com a direita golpista existente tanto no Brasil quanto na Venezuela.

Lafaiete de Souza Spínola

O Petróleo é nosso!

Não temos um partido, onde o povo seja o ator da história e defina, com clareza, como bem administrar, explorar, nossos recursos naturais.

Movimentos como black blocs são passageiros e pouco influem no destino do país. Talvez atrapalhem mais que a pretensiosa ajuda!

Fico pensando que benefícios proporcionariam, caso usassem tamanha disposição para, sem interesses pessoais, mobilizar e organizar, pacificamente, esse povo injustiçado e sofrido.

Organizar um partido muito diferente, com mandato único em todos os níveis, sem o financiamento privado, com um programa bem definido, propondo um investimento de pelo menos 15% do PIB na educação básica.

Tenho publicado esse projeto de partido!

Preferem o caminho mais excitante da quebradeira, afastando o povo, a maioria, que deseja um país melhor para seus filhos e que poderia estar nas ruas clamando por justiça social e protestando contra a privatização do nosso petróleo.

Sei que há segmentos políticos que protestam, mas falta o devido apoio do povo que já não aceita ser apenas uma manada liderada por alguns. Vamos, apenas, ajudar esse povo, orientá-lo a andar com as próprias pernas!

Temos que por um fim no sistema partidário atual que vem de longe. Está ultrapassado!

Mandato único em todos os níveis gera uma mudança muito grande para quem deseja mudanças, desde que nascidas dentro do status quo. O país necessita da participação organizada da maioria do nosso povo, não como rebanho, mas como ator!

Vocês que são bem informados, participem desse mutirão, organizando e esclarecendo o nosso povo. Não fiquemos esperando os salvadores da pátria! Um partido diferente,já!

Sou a favor da contratação direta da Petrobrás!

Contrato de partilha, assemelhando-se mais a um contrato de prestação de serviços, negociado diretamente com a Petrobrás que, por sua vez, deve ser controlada pelo governo.

É, inclusive, uma questão de segurança nacional!

Não se esqueçam que as guerras atuais e grandes conflitos têm sido gerados, principalmente, em função do petróleo!

    bicho papão

    demorou Lafaiete também penso da mesma forma, chega de criticar, vamos fazer a nossa parte formando um partido e esclarecendo o povo. O único partido q denunciava esse governo vendido era o PRONA e já foi extinto. Ta na hora de substitui-lo, repensar os erros e procurar acertar.

    bicho papão

    demorou Lafaiete também penso da mesma forma, chega de criticar, vamos fazer a nossa parte formando um partido e esclarecendo o povo. O único partido q denunciava esse governo vendido era o PRONA e já foi extinto. Ta na hora de substitui-lo, repensar os erros e procurar acertar.

    Alias onde você publicou o projeto, estou interessado, gostei do discurso e basicamente penso da mesma forma.

    Só para complementar gostaria de dizer ao Eudes Leal que a única forma de aceitar seu argumento da falta de caixa, é aceitar o fato de que o nosso banco central está sob controle externo, ou seja é impossível vislumbrar melhor conveniência a um financiamento público através da
    impressão de moeda para extração de petróleo. Por que o dinheiro em questão estará lastreado em riqueza real e portanto não causara inflação,desvalorização ou criação de bolhas especulativas.

Mardones

Ildo é contra.

Paulo Metri é contra.

Gabrielle é contra.

Putz. A Dilma, a Graça, o Min Lobão e a responsável pela ANP vão atropelar estes senhores desinformados?

O povo precisa ir para ruas e mostrar para o governo que não quer esse leilão.

Os bancários mostraram força nesta última greve.

Chegou a hora dos servidores da Petrobrás irem para as ruas contra esse leilão.

Chega!

    Paulo Expedito

    O povo fez a mesma coisa no governo do Joào Goulart, tinha um governo democrático e progressista, apertou o governo e trocou pelo que?

Bonifa

Acreditamos que a melhor resposta ao artigo de Ildo Sauer é dada por Fernando Brito no Tijolaço. O Brasil precisa explorar o pré-sal o quanto antes, não pode se dar ao luxo de ficar a esperar por capacidade própria de investir. Ele não está em condições de pensar em regulação de preços futuros, como se já tivesse todo o campo em plena produção. Mas há, sim, no regime adotado, controle sobre a torneira final, seja qual for o resultado do leilão.
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Tijolaço:
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Para entender a exploração do pré-sal
24 de maio de 2013
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Diante da notícia de que o Governo resolveu marcar para outubro a primeira licitação para a exploração de uma nova área do pré-sal, muita confusão vai se formar na cabeça das pessoas e é preciso fazer alguns comentários.
A primeira delas é afirmar, sem medo de patrulhismos, que isso não é o ideal, mas o possível. O desejável seria que a exploração ficasse totalmente em mãos do Estado brasileiro, sem participação alguma de empresas privadas e, mais ainda, estrangeiras.
Mas o volume de petróleo – e o de investimentos necessários à sua retirada – é tão grande que isso não é, objetivamente, factível. Uma simples olhada nas projeções da Agência Internacional de Energia da ONU sobre as exportações de petróleo em 2035, no gráfico aí em cima, dá ideia do tamanho do desafio.
Só o campo de Libra, o primeiro – e único – do pré-sal que irá a leilão este ano, tem reservas recuperáveis entre 8 e 14 bilhões de barris. Se estiver na estimativa máxima, essas reservas equivalem a todo – vejam bem, todo mesmo – o petróleo contido nas reservas provadas do país até hoje.
Mas para esse petróleo valerá a nova lei do petróleo, que nada tem a ver com o regime de concessão implantado por Fernando Henrique Cardoso e vigente até agora. Essa regulamentação dá à Petrobras a condição de operadora das perfurações e da produção, com uma participação mínima de 30% nos poços de Libra.
E nada impede, sobretudo agora que a empresa fez caixa com o lançamento de títulos no mercado internacional, que ela aumente sua parcela. Mesmo assim, é possível que ela faça novas captações, para poder aumentar seu poder de negociar a formação de consórcios de exploração.
E, ainda, quando o Governo entender que for conveniente, pode adjudicar áreas, sem leilão ou outra forma de licitação, à Petrobras.
Além dessa fatia, o Brasil ficará com uma percentagem – o que vai ser propriamente o “lance” do leilão – do petróleo produzido que exceder aos custos da exploração – daí uma das necessidades de a Petrobras ser a operadora exclusiva – além de dar à empresa o controle das encomendas de equipamentos e serviços, o que garante o máximo de indução à economia brasileira, o que não ocorreria com empresas estrangeiras, que tenderiam a adquirir fora todo o necessário para desenvolver e operar os poços.
Fica assegurado, assim, controle da estatal dos pontos de medição da extração, que jamais ficarão sob responsabilidade de empresas privadas. Isso é ainda mais importante porque parte do petróleo será exportada centenas de quilômetros mar adentro, sem sequer vir à terra, gerando insegurança sobre o volume produzido.
Nada disso acontece no atual modelo, o de concessão.
Ainda é cedo para especular de quanto serão as ofertas, mas certamente não serão pequenas, tanto nos valores pagos pela concessão quanto na parcela entregue ao Estado brasileiro. Mas, ao contrário, já se sabe que serão imensas as necessidades de capital para colocar em operação essas áreas a curto e médio prazo.
Calculados os custos de produção à razão de 8,5 dólares o barril, o mesmo usado na operação de capitalização da empresa, em 2010, isso pode levar os investimentos e custos operacionais, só em Libra, a mais 100 bilhões de dólares.
E a Petrobras não teria como fazer frente a isso senão se endividando de maneira suicida, porque boa parte dos investimentos precede a produção e os preços do petróleo não são previsíveis. Logo, também não é o fluxo temporal de receitas. Nem, também, o que isso impacta sobre a velocidade de extração, vencida a etapa de implantação dos poços de produção.
Traduzindo: é muito importante “controle da torneira”, porque reserva de petróleo é um estoque o qual se vende não apenas conforme a procura, mas do preço de mercado.
Embora as multis do petróleo estejam interessadíssimas nos campos do pré-sal, o modelo vai ser mais convidativo às empresas estatais, como é o caso das chinesas, que se pouparam do leilão de petróleo de extração convencional para esperar pelas áreas do pré-sal. A razão é simples: sua visão de negócios é mais estratégica que imediatista e a negociação com a petroleira estatal brasileira será facilitada pelas relações governo a governo.
Se a licitação, como é provável, subdividir o campo em muitos blocos, isso será ainda mais conveniente ao país, pela multiplicidade de parceiros possível à Petrobras, reduzindo percentualmente a participação de cada um dos outros sócios na área total de exploração e, portanto, elevando a concentração de poder decisório da estatal.
É por essas razões que a Petrobras está se preparando financeiramente para o imenso desafio de explorar o campo gigante de Libra. Ela irá, certamente, ao limite de suas forças.
E ela tem forças imensas, mas o que vem pela frente é tão grande que, mesmo assim, elas não bastariam para tirar do fundo do mar o oceano de petróleo que está lá.
Por: Fernando Brito
http://tijolaco.com.br/index.php/para-entender-a-exploracao-do-pre-sal/

    Fernando Fidelis Vasconcelos

    Argumento burro, me dói o cérebro.

    Victor Quesada Rodrigues

    Como não tens capacidade de argumentação , apela para frases curtas que achas que terão grande impacto sobre os leigos…
    Eu, particularmente achei que não passas de mais um idiota !

    abrantes

    Viu como eu tenho razão,você nunca votou no PT.

    Fernando Fidelis Vasconcelos

    Victor Quesada Rodrigues, cadê seus maravilhosos argumentos? Uma breve pesquisa mostra que você não é ninguém, portanto sua postagem é inválida.

    francisco.latorre

    fernando brito sabe o que fala.

    ildo sauer. ressentido.

    com o agravante..

    sabe nada. nada. de economia.

    ..

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