Magaly Pazello: Arrogância e prepotência ilimitadas de Cabral e Paes

Tempo de leitura: 8 min

Foto: Mídia Ninja

por Magaly Pazello, especial para o Viomundo

Não pude desgrudar os olhos e ouvidos da transmissão ao vivo. Meu coração batia acelerado. Gás lacrimogêneo, spray de pimenta, armas de eletrochoque (taser), cassetetes, gritaria e porrada. Foi em total estado de estupefação e raiva que eu acompanhei a violenta remoção, por parte da tropa de choque da Polícia Militar, de profissionais da educação que ocupavam a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Estando a mais de 400 quilômetros de distância só queria ter uma máquina de teletransporte para me materializar imediatamente bem ali no meio da cena dantesca autorizada por Sérgio Cabral — obviamente após consultar Eduardo Paes — a pedido de Jorge Felippe.

Queria me teletransportar carregando baldes de vinagre e leite de magnésio para aliviar o sofrimento de colegas que realizavam um ato pacífico de resistência à intransigência. E, também, tinta vermelha para pintar todo o edifício da Câmara com a mesma cor do sangue que jorrou de corpos escolhidos a dedo para servirem de exemplo. A noite do sábado, 28/09/2013, foi destinada ao espetáculo de perversão, prepotência e arrogância com que esse trio comanda o Rio de Janeiro.

Fui dormir somente muito entrada a madrugada de domingo. Pela manhã os jornais locais estampavam capas alienadas e indiferentes ao ocorrido. A invasão da PM para retirada “exemplar” daqueles que ocupavam o plenário da Câmara ocorreu após o fechamento das edições de domingo.

De qualquer forma estava tudo bem encaminhado, a visibilidade seria revertida para as intervenções da Prefeitura e do Estado na cidade em matérias sobre segurança e planejamento urbano, desviando o foco da truculência que Cabral e Paes já sabiam iria acontecer na noite anterior. Ou alguém acredita que chamar a tropa de choque resultaria em um exercício de gentileza e amabilidade?

Por que a “reintegração de posse” da Câmara não foi solicitada na mesma quinta-feira, 26/09, após os/as profissionais de educação declararem que iriam ocupar o plenário da Câmara até que o Plano de Carreira, Cargos e Remuneração apresentado pela Prefeitura fosse retirado, ou que houvesse, ao menos, um diálogo mínimo com a categoria a respeito do mesmo?

A ocupação ocorreu em função desse plano, ou melhor, da negativa sistemática da Prefeitura em dialogar com a categoria a respeito de um possível plano de carreira unificado. Afinal, uma demanda de muitos anos e que, além do mais, é um dos eixos reivindicatórios da greve dos profissionais de educação deflagrada no dia 8 de agosto.

Aliás, o plano de carreira só saiu por causa da greve. E a greve só foi deflagrada por que há anos tenta-se, sem êxito, o diálogo com a Prefeitura sobre as péssimas condições de ensino na rede pública.

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O saldo final de tamanha vontade de meter o cassetete em quem não oferecia nenhum risco à segurança pública foi, segundo o Sindicato Estadual de Profissionais da Educação-SEPE, mídia tradicional  e meios alternativos, foi este: pelo menos, 20 pessoas feridas encaminhadas ao Hospital Souza Aguiar, quatro professores detidos, sendo dois liberados apenas por volta das 5 da manhã do dia seguinte.

Também danos provocados pelos PMs ao forçarem a entrada, arrebentando cadeados e portas e empurrando as pessoas sobre os móveis da sala da plenária. Tudo isso debitado na conta dos profissionais de educação, pois, como todos sabem, vândalos usam como armas caneta pilot/giz, apagador e celulares.

Alguém até poderia dizer que foram poucas as vítimas sem nenhuma fatal…

Sim, é verdade. E teve alguém que se animou a defender essa perspectiva da ação policial: o comandante da PM!

Ele afirmou muito entusiasticamente que não houve nenhuma truculência, nenhum excesso, nem spray de pimenta nem nada, somente lá fora, um pouquinho, o necessário para dissipar…

Fotos publicadas no G1 desmentem isso e, inclusive, revelam o despreparo dos próprios policiais no manuseio desses artefatos. Vê-se claramente em uma das fotos que eles acabam jogando spray de pimenta nos próprios colegas, fogo-amigo entre policiais…

Quem não se lembra dos flagrantes de crianças de colo e até cachorros, recebendo spray, publicados nos jornais do Rio?

Toda essa ação foi transmitida ao vivo pela internet  por valentes jovens integrantes da MídiaNinja, SEPE e professores que assumiram a tarefa de documentar a greve desde o seu início.

Um deles transmitiu diretamente de dentro da Câmara todo o corrido, ficando, assim, difícil sustentar as inverdades proferidas pelas “autoridades” e repercutidas pela grande imprensa como a de que profissionais da educação explodiram um coquetel molotov dentro da Câmara.

Pelas imagens víamos senhoras e senhores sentados na plenária quando houve a invasão da tropa de choque aos gritos.

Até mesmo os vereadores Reimont Otoni e Jefferson Moura foram agredidos por estarem ali e se recusarem a sair da frente, tentando proteger os/as educadores.

Integrantes do Black Bloc que acompanhavam pela internet, como eu, se solidarizaram e avisavam que já estavam correndo para o centro da cidade para ajudar os profissionais da educação.

Segundo relatos, esses jovens vieram portando uma arma terrível: leite de magnésia para aliviar os efeitos do spray de pimenta. Relembrando, em junho, várias pessoas foram presas, inclusive jornalistas, porque portavam vinagre consigo.

Como todos sabemos vinagre é uma arma de alta periculosidade, já taser e bala de borracha, não.

Relato de professor na comunidade Servidores Municipais do RJ:

“O menino que nos socorreu, de idade entre 14 e 16 anos,magro, franzino, mirrado, pequeno, mas de espírito forte e solidário (tenho mais respeito a ele com quem convivi minutos do que a muitos a quem conheço por tanto tempo…conheço???) foi até a delegacia… e nos acompanhou… o que mais a dizer… sem palavras. Só choro e compartilho, sem forças, mas vou me recuperar e a luta continua!!!”

Algo, contudo, chama muito a atenção. Antes da entrada violenta do choque, um dos policiais a porta da plenária da Câmara comunica aos profissionais ali dentro que a força policial estava ali por solicitação para remover todas as pessoas não autorizadas que ocupavam o edifício.

Enquanto, diretores do SEPE ali presentes perguntavam ao policial onde estava a autorização judicial para a remoção, outros policiais ou sei lá o quê, fotografavam de modo bem arrogante as pessoas lá dentro, como se isso fosse necessário já que havia transmissão ao vivo 24 horas praticamente.

Falou-se numa autorização judicial expedida para aquele fim, mas não havia nenhum papel ou oficial de justiça para entregá-lo. Insistindo para que o mandado fosse apresentado, o policial por fim admitiu que não havia nenhum, pois, se tratava de ação “meramente” administrativa a pedido do governador e do presidente da Câmara.

Com a resistência dos ocupantes o choque entrou. Há documentação em imagem e som sobre o ocorrido além das transmissões que também ficam disponíveis. Os ocupantes resistiram até o fim.

A situação limite foi gerada pela prepotência do prefeito Eduardo Paes, o chefe da Casa Civil, Pedro Paulo, e a Secretária da Educação, Cláudia Costin. Durante mais de quatro anos o prefeito e a Secretária de Educação se recusaram a receber os profissionais da educação em audiência.

Cláudia Costin e Eduardo Paes mostram-se na imprensa como vítimas de uma manipulação política da oposição via SEPE, o que revela um simplismo analítico incrível, não por ingenuidade, mas por arrogância mesmo.

Não se trata de uma greve qualquer.

Os/as profissionais de educação do município do Rio a deflagraram após  inúmeras tentativas de diálogo, sempre negadas e várias paralisaações que vinham ocorrendo desde o ano passado e foram se intensificando no decorrer do primeiro semestre de 2013. A decisão coletiva pela greve foi uma espécie de grito de socorro para a sociedade, um grito de pare!

É fundamental sublinhar que a categoria não realizava uma greve na rede municipal desde 1979. Foram, portanto, 19 anos! Vou repetir D-E-Z-E-N-O-V-E anos sem greve.

Não se trata, portanto, de atitude irrefletida ou tomada ao calor das manifestações de junho, ainda que estas tenham calibrado a reflexão sobre a conjuntura política.

Na primeira passeata pós-deflagração da greve 15 mil profissionais, embaixo de chuva fina, seguiram em passeata do largo do Machado ao Palácio da Cidade onde Educardo Paes decretou que naquele dia específico não haveria expediente.

Na passeata seguinte, havia um pouco mais de 15 mil, que caminharam da Tijuca à Prefeitura. E parecia que com tanta gente nas ruas, aproximadamente 80% da categoria parada, a população apoiando com chuva de papel picado, luzes piscando, bandeiras do Brasil tremulando nas janelas, buzinas, aplausos e dedões apontados para cima em sinal de positivo as negociações andariam no sentido de retirar o trio Paes-Costin-Pedro Paulo da torre de marfim e fazê-los descer ao solo da realidade.

Depois de muitas idas e vindas, ameaças de corte de ponto, exoneração, pressão das diretoras das escolas, foi acertado entre todas as demais reivindicações que o plano seria elaborado em consulta à categoria através do SEPE, desde que a categoria retornasse às salas de aula, isso foi feito, a greve foi suspensa e retornou-se ao estado de greve.

O acordo foi rompido pela Prefeitura que, após uma reunião com os 30 vereadores que formam a base do governo na Câmara, protocolou um plano confuso, redundante, obscuro sem qualquer consulta prévia ao SEPE.

O plano é tão mal escrito que gerou tamanho desconforto e desconfiança de que era melhor ter continuado como antes que a categoria voltou à greve.

E, na Câmara, em aproximadamente 5 dias 29 emendas foram elaboradas, além de correções ao texto terem sido inseridas pela própria Prefeitura, acrescentando-se também uma planilha.

Tão confuso tudo que a Prefeitura publicou no Diário Oficial mais de 40 perguntas e respostas sobre o plano na tentativa de esclarecer as pessoas já que uma enxurrada de perguntas foi feita diretamente ao trio.

A história é mais longa e com lances da ordem do absurdo. E merece ser contada em outro artigo a partir da análise dos entraves mais sérios entre todos os eventos que desenbocaram no beco estreito das posições entrincheiradas:

*A meritocracia — Bandeira de campanha de Eduardo Paes, orgulho de Cláudia Costin como método de modernização da educação e nova panaceia defendida por economistas neoliberais. É duramente criticada por educadores e especialistas em educação por promover atitudes antiéticas e mascarar, no final das contas, o flagelo da aprovação automática e da falta de autonomia dos/as professores/as.

* O emprego do dinheiro do FUNDEB — Saia justíssima do Prefeito. A transparência no emprego do dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

*E as condições de infraestrutra das escolas — De um lado, Eduardo Paes alardeia construção de novas escolas, creches e centro educacionais. De outro, o Tribunal de Contas do Município cobra que das mais de mil unidades de ensino aproximadamente 150 tem condições de uso, todas as demais deveriam ser fechadas. Falta água, as salas são quentes e lotadas, banheiros são horríveis, as crianças não têm chuveiros para o banho após a educação física, inúmeras escolas não possuem quadras esportivas. Em outras tantas o reboco está caindo, há infiltrações, os muros podem cair, árvores precisam ser podadas, a parte elétrica corre risco de incêndio e por aí vai.

A greve não se concentrou em reivindicações salariais, mas nas injustas disparidades entre os diversos cargos, num plano de carreira unificado, ou seja, o documento que regula a vida funcional de toda a categoria, em questões pedagógicas, na política de educação desenhada para atender a interesses não necessariamente do desenvolvimento humano e social da população a qual se destina, nas péssimas condições de ensino seja infraestrutura ou na relação com as demais instâncias da Secretaria de Educação.

É um pacote muito mais amplo, por isso acenar com ajuste salarial de imediato não teve o resultado esperado de retorno às aulas.

Mas, a meu ver, algo é certo, Paes não teria se dado o trabalho de voar até a Prefeitura para fazer uma reunião com o SEPE, se não tivesse vislumbrado alguma rachadura nas estruturas de sustentação de seu edifício político.

Embora vaidoso como é, na primeira oportunidade e percebendo-se maior do que a situação resolveu que era hora de esticar a corda pensando que essa romperia no lado supostamente mais fraco (professores e oposição)

Bancários em greve se solidarizaram, até vereadores da base governista se manifestaram contra a remoção. Se as 40 perguntas e respostas foram como gasolina na fogueira, as manobras no regimento interno mais a remoção seguida de uma agradecimento público à PM na primeira página do site da Câmara serão o quê?

A segunda-feira, 30/09, desperta com uma lista interminável de atos por várias partes da cidade contra a violência gratuitamente endereçada a uma categoria profissional que vem organizando protestos pacíficos desde agosto.

Nesse último dia de setembro esperamos mobilizar um grande número de profissionais, mas sobretudo cidadãos e cidadãs que não permitem que a desfaçatez e a força bruta sejam colocadas em primeiro plano pelas instituições e representantes do Estado. E eu estou retornando ao Rio o mais rápido que eu puder, vou juntar a pleno pulmão, leite de magnésia e vinagre.

A tinta vermelha espero ter que usar somente para escrever os nomes daqueles que no sossego de seus lares dormiam tranquilamente o sono da certeza de que estão sobre a carne seca.

A sra. Claudia Costin, após vários dias sem o seu costumeiro hábito de utilizar o Twitter, escreveu muito alegremente, na manhã de ontem um “Bom domingo a todos!”

Para a senhora o que dizer além de que com isso ganhou o direito ao troféu desfaçatez do ano.

Em tempo: os profissionais da educação estudam as medidas judiciais cabíveis sobre a ação de resultou nas prisões e em feridos.

Magaly Pazello é pesquisadora do Intituto Nupef:www.nupef.org.br

Leia também:

A campanha dos professores para denunciar Paes e Cabral

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Comentários

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Adilson Filho: Nós não precisamos de violência para sermos ouvidos – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Magaly Pazello: Arrogância e prepotência ilimitadas de Cabral e Paes […]

Antonio Victor

Vivemos um tempo de mentiras, em quase todos os níveis. Muitas vezes, aqueles que acreditam serem os mais lúcidos, estão sendo tão caolhos quanto os demais. Esta polêmica sobre a atuação da polícia nas manifestações é um dos casos de distorção.
Eu fiz dezenas de passeatas ao longo dos últimos trinta e tantos anos. Fiz passeata com minha categoria na Av. Presidente Vargas às CINCO da tarde ; na Rio Branco às SEIS da tarde. Fiz passeata nos últimos anos da ditadura. Participei de dezenas de comícios. Pois bem, NUNCA corri nem apanhei da polícia. O que foi que mudou ? A polícia de Cabral é pior que a de Figueiredo ? Fala sério ! A resposta policial acompanha a violência inicial das manifestações. Quem invade assembléia quer ser recebido com flores ?
É uma “ESTRANHA” coincidência que o governo do Rio de Janeiro mais massacrado pela mídia de toda a nossa história, seja exatamente aquele que fez algo de concreto contra o crime organizado, com as UPPs.

Carlos

Não vi ninguem falando sobre a baderna promivida aqui no centro do RJ ontem. Olha, se aquilo ali é o professor de hoje, ainda bem que meus filhos já estão formados. Até onde eu pude ver, só tinha bandido.
Aí, como todo bandido, quer desacatar a polícia. E a galera aqui, acha que a PM está errada em reagir?
Direito é direito? Sim, há de se respeitar o direito de todos em procurar melhorias para si, sua família, sua classe, seu estado e seu país. Agora, não se obtém direito com desrespeito a autoridade, com depredação do bem público ou particular. A PM está certa em reagir, e tem que ser na mesma proporção da ação desenvolvida contra ela.
Ontem, também bradavam: “ABAIXO A DITADURA” e “NÃO VAI HAVER COPA”. Ditadura? Quem gritava esta frase, certamente não sabe o que é uma DITADURA. Não vai haver COPA? Ah, então esta parada tem mesmo cunho político?
Pelo que ouço daqui a baderna deve continuar hj. As pessoas já estão com medo aqui no trabalho já que ontem um colega nosso,

    Carlos

    Continuando:
    Pelo que ouço daqui a baderna deve continuar hj. As pessoas já estão com medo aqui no trabalho já que ontem um colega nosso quase foi agredido por um destes bandidos. O erro do nosso amigo: Querer descansar, ir para casa, depois de quase 12 horas de trabalho. (é meus caros: 12 HORAS DE TRABALHO MSM).
    O jeito é sair em grupo e se houver desacato, reagir!!!

    Carlos

    E a tal “Mídia Ninja”? Sem fotos dos baderneiros, dos bancos e pontos de onibus quebrados? Que mídiazinha 71 hein?

Eliane Fiuza

A truculência ocorrida na terça-feira, 01/10, foi absurda. A dobradinha Paes/Cabral montou um enorme aparato policial, desde as primeiras horas da manhã, destinado a dispersar a legítima manifestação dos professores contra a votação do malfadado Plano de Carreira apresentado pelo Prefeito. Foi uma indiscutível afronta à Democracia, que culminou, não apenas com extrema violência policial, mas, também, com a aprovação do Tal Plano pelos vereadores que integram a base do Prefeito. TODO APOIO À GREVE DOS PROFESSORES.

Carlos Db

O caminho é NÃO ELEGER OS ATUAIS GOVERNANTES PRÓXIMO ANO! Eles nos envergonham e desrespeitam TODOS os dias, com suas maracutaias e corrupções. Os atuais governos NÃO NOS REPRESENTAM. Fora DILMA, fora CABRAL, fora PAES. Que venha 2014!

    Julio Silveira

    O Problema para isso acontecer, é eles já sabem, é que a cidadania tem memoria fraquinha, fraquinha, quando não são manipuladas pelos CCs, que formam uma legião de cabos eleitorais e ganham para isso. A maioria da cidadania, inclusive os professores, se acomoda facilmente bastando uns tapinhas nas costas na forma de alguma gorjeta que eles chamam de atendimento as reivindicações, por isso quase sempre são os mesmos na fita.
    Por mais sentimentos de dó que tenhamos, cada dia tenho menos solidariedade, ainda que eu também acabe sendo vitima da má qualidade que acarretará ao ensino. É revoltante.

    Carlos

    2014 venha com quem? Garotinho? A filha dele? Aecio? Tá brincando xará?

    Carlos Db

    Eu não sei em quem vou votar (ainda…), eu sei em quem NÃO vou votar. Tentarei a escolha do melhor, quem quer que seja. Mas nos atuais, não mais. Mas se achamos que está tudo perdido eles se perpetuam, e é o que acontece. Temos o VOTO, o TITULO DE ELEITOR. Lembro que Brizola foi eleito contra tudo e todos. Não desistir nunca!

    lukas

    Com o apoio de Lula, Cabral e Paes são imbatíveis.

    Julio Silveira

    É Lukas, duro ter que engolir que o Lula também faz isso por seus interesses, enfia muita m. goela abaixo da cidadania como se fossem bons remédios. As consequências acabam ficando para os estomago da cidadania, pela falta de senso critico de quem não costuma entender que nem tudo que é bom pro ex-presidente Lula é bom para todos, e que a vezes pode nem ser bom para ele também.

Arthur Schieck

Azenha, URGENTE! Estou recebendo esta informação nas redes sociais. Não encontro a notícia.
segue…
“Informação dada por socorrista voluntário no acampamento dos professores confirma a morte da Professora de artes Elizabete Fonseca em decorrência da inalação dos gases lançados pela PM. Segundo o socorrista o corpo se encontra no necrotério do Souza Aguiar.”

Lila Xavier

Mauro,

Logo se nota que você não compreendeu bem o texto, o contexto e a situação. Tudo o que se avançou até agora foi por causa desses bravos educadores que se cansaram das salas lotadas, da falta d’água nas escolas, do lixo, do reboco caindo etc. Não entende que um plano de carreira não trata apenas de remuneração mas sim de toda a vida funcional desses profissionais. E sobretudo não está se dando conta do significado de se empregar a tropa de choque sobre manifestantes pacíficos cuja pauta principal foi a melhoria das condições de ensino, incluindo-se a infraestrutura. Lamentável sua visão limita e enviesada. Vai ao oculista, meu filho!

wander

Claudia Costim é aquela que o Aloísio Mercador queria botar na secretaria de educação básica do MEC? aquela que presidiu a fundação victor civita e também trabalhou com os tucanos? poderosa a moça, heim.

João Vargas

Tive um professor há muitos anos que falava que os professores ganhavam mal por causa das mulheres que tinham maridos que as sustentavam e davam aulas por esporte. Acho até que ele tinha certa razão, mas agora os tempos mudaram e a renda da mulher quando não é a única da família faz uma grande diferença.Não existe estado no Brasil em que os professores não fazem greve por melhores salários, portanto este não é um problema sómente do Rio. O governo federal até que fez sua parte fixando um piso nacional para os professores, o problema é que os estados não cumprem a lei e, enquanto isto nossas crianças vão sofrendo as consequências das sucessivas e justas greves.

Matheus

Ontem (30/09) houve mais um show de brutalidade policial-militar comandada pela gangue fascista de Cabral/Paes. Parece que foi ainda mais violenta que a remoção forçada dos professores da Câmara no dia anterior. No Brasil inteiro a resposta a movimentos sociais tem sido repressão, e pouco mais que isso. O aprofundamento da democracia direta e indireta através da reforma político-eleitoral, a desmilitarização do policiamento, política anticorrupção consistente, justiça tributária, melhoria efetiva dos serviços públicos de educação, saúde e mobilidade, democratização da mídia, etc., nada disso entra na agenda das oligarquias podres que governam municípios, estados e união. A “governabilidade” conservadora-oligárquica não faz mais que plantar vento, com sua habitual arrogância, podridão e brutalidade. Cada vez tenho menos dúvidas da necessidade de plebiscito e constituinte para a revisão do sistema político, para ampliar a democracia participativa, reduzir a influência plutocrática e desmilitarizar a segurança pública.

Paulo Brasil

Quem não tem compromisso com o Brasil trata os professores dessa maneira.

Esses que estão levando porrada da pm são os mesmos que educam os filhos dos policiais.

sergio cabral e eduardo guerra não sobrevivem a uma CPI dos transportes.

lidia virni

Dois comentparios absolutamente ridículos, desnecessários. Eu me pergunto onde ficou aquele Serginho que cuidava dos velhinhos no início da careira política. Hoje lnnça uma polícia brutal, ao estilo Escola das Américas, para agredir terríveis malfeitores: professores. Que essas fotos corram o mundo, mostrando o nível dos governantes da Cidade “Maravilhosa”.

Fabio Passos

A casa-grande pouco se importa com a educação dos trabalhadores.
Os professores que ensinam crianças pobres são considerados um desperdício… um estorvo.

Revoltante assistir mais uma vez a polícia utilizada como instrumento de perpetuar injustiças pela “elite” branca.

A PM é o PiG armado!

Beatriz Peres

Acabei de assistir a transmissão sobre o Plano de Carreira, Cargos e Remuneração motivo da ocupação da Câmara Municipal por profissionais de educação. Estavam presentes Pedro Paulo, Claudia Costin, Eduardo Paes, Lurdinha e uma outra senhora cujo nome não me recordo.

O que mais me chamou a atenção é que o Eduardo Paes parece ter organizado essa transmissão para atacar o SEPE. Ele passou a maior parte do tempo acusando os profissioanis de educação em greve e o SEPE de mentirosos, de estar espalhando “mentiradas” etc. Um ato meio desesperado me pareceu, conforme alguém comentou no twitter.

Mas também um ato de cálculo político, sem dúvida, para criar a ideia de que o SEPE está, segundo suas próprias palavras, “politizando” a questão com o apoio de poucos profissionais em greve. Mas ter todo esse trabalho para isso, é estranho. Levanta suspeitas sobre as reais razões. Eu mesma continuo apostando que tem uma pontinha é de desespero mesmo.

CRB

O importante é que a inflação está controlada.

    Lila Xavier

    Você realmente acredita nisso? Digo que a inflação está controlada? Que tipo de comentário é esse? Porque não temos mais uma inflação na casa dos 2 dígitos profissioanis da educação não precisam de uma remuneração decente? Podem trabalhar em escolas caindo aos pedaços e superlotadas? Não entendi.

    Aguinaldo

    Ironia minha cara, ironia!

Mauro Assis

Durante a minha vida acadêmica em escolas públicas federais somente 3 anos não terminaram em greve de docentes. Funcionava assim: os caras lançavam uma pauta que tinha desde a moratória da dívida externa até o fim do embargo americano a Cuba. No meio dessa salada ia um item pedindo aumento, na época da inflação alta, uns 50%.

Aí os caras paravam de dar as aulas, entravam em greve com o apoio entusiasmados do movimento estudantil.

Depois de algum tempo, o governo parcialmente o item salarial com, digamos, 10% de aumento. E só. E a professorada se dava por satisfeita e voltava para a sala de aula, para fingir que havia uma reposição. E tome aulas nas férias, no verão, aos sábados etc… A pauta da greve? Ora, a pauta…

Eu me formei há 25 anos. Pelo que li acima, a única novidade de lá prá cá foi que os mestres agora invadem e ocupam prédios públicos. O resto continua como dantes.

Professores: vcs tem que entender que a nossa sociedade não dá valor a vcs! Se quiser ganhar uma graninha digna, mudem de profissão.

    Pyerre Costa

    Prezado Mauro
    Sou professor da rede pública municipal do Rio de Janeiro há 21 anos. Sou professor de História e saiba que se a realidade é dura nosso movimento está aqui para tentar muda-la. Nossa luta não é por nenhuma graninha e sim por respeito e dignidade para a educaçâo de uma forma geral.Lutar não é para todos, mas desistir é para os covardes!

    Mauro Assis

    É, o discurso é sempre esse, “por melhorias em geral”. Acontece que, saindo a graninha…
    Não foi sempre assim em todas as greves de professor até hoje?

    Dois exemplos:

    http://www.sinpro-ba.org.br/novo/?p=1501

    http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,termina-a-greve-dos-professores-municipais-de-sp,1035289,0.htm

    João

    Pyerre falou tudo e matou a pau!
    E este Mauro Assis é um daqueles comentaristas que só aparecem aqui quando o PT e seus aliados estão na berlinda! E o cara não percebeu que a gerev não é por aumento salarial,, mas por plano de carreira (ele nem deve saber o que é isso e nem o que significa).

    Carlos Db

    Engraçado que vivemos e dignificamos o sistema capitalista, o lucro, o enriquecimento, os “emergentes” tupiniquins (tipo Eike Batista…), mas qdo há luta por melhores salarios reclamam, como se viver dignamente, o conforto que seu trabalho lhe proporciona, valorização e respeito, não fossem importantes. Quem sobrevive com os salários pagos na rede publica de ensino? Quem quer se aposentar, chegada a hora, já velho e cansado, e TENTAR sobreviver com miseros trocados? E os planos de saude, os remédios, o custo de vida, comida, transporte, etc, são de graça? Olhar e não se colocar no lugar ( o individualismo, “eles que se lasquem”, a desvalorização dos funcionários publicos e por consequencia os péssimos serviços que o Estado, com os que restaram e mal remunerados, proporciona) é correto? Concursados trabalham muito, carregam o Estado nas costas, e ganham MUITO mal. Os cargos políticos, de “confiança”, não trabalham, não prestam concurso, e ganham MUITO bem. Entendeu a diferença?

    daniel

    Pelo que entendi no texto, a classe de professores ali referida não entrava em greve há dezenove anos. As pautas do movimento também me pareceram muito práticas, não vi nenhuma referência a Cuba ou algo do tipo. Aliás, quem gosta de falar o tempo todo de Cuba são os tablóides. Finalmente, sua última colocação me parece completamente falsa. A maioria da população considera a educação um valor maior (de modo até exagerado, eu diria). Quem não dá valor aos professores é a minoria que detém o poder ‘”de fato”. Além disso, não se trata apenas de “ganhar uma graninha digna” (embora a remuneração também seja importante, principalmente numa sociedade destituída de valores como a nossa), mas de obter condições dignas de trabalho (entre outras pautas). Enfim, notei em seu comentário muito mais preconceitos do que argumentos, além de certo cinismo derrotista que resulta do Zeitgeist hodierno.

    Mauro Assis

    É, Cuba saiu mesmo do foco, era no meu tempo. Contudo tem lá na pauta a melhoria das condições de ensino, etc etc, e 20% de aumento. Essa greve vai durar um tempão, no fim o governo vai dar 10% e a professorada volta prá sala de aula prá fingir que repõe as aulas. E o resto da pauta vai pro brejo.
    Alguma greve de professor foi diferente?

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