Carta não perdoa Civita por entrega de sua cabeça à ditadura
por Danilo Zanini, no Digitais PUC-Campinas, via Fabiano Amorim no Facebook
publicada originalmente em 29.06.2012
Em entrevista aos alunos da PUC-Campinas, o jornalista Mino Carta fundador das revistas Veja, IstoÉ, CartaCapital e Quatro Rodas conta que os donos da editora Abril Victor Civita e seu filho Roberto Civita o “venderam” em troca de um empréstimo de 50 milhões de dólares. No momento em que revive suas emoções, o Michelangelo das revistas perde o controle e afirma que duas vezes tentou bater no Roberto Civita. “Minha cabeça foi vendida por 50 milhões de dólares. Eu tentei duas vezes dar um murro na cara do Roberto Civita, e ele fugiu! Escreve isso, ele fugiu”, conta Carta
O episódio culminou na saída do jornalista da editora Abril. Mino Carta diz que foi ele que se demitiu, não foi demitido como contam os Civita. Carta relembra que foi Richard Civita, irmão de Roberto, que durante uma partida de tênis contaria para Carta sobre as dificuldades financeiras da editora Abril, o empréstimo de 50 milhões de dólares proposto pela Caixa Econômica Federal a mando dos líderes da Ditadura que só seria possível se os Civita aceitassem a troca: o dinheiro pela saída de Carta da Abril. Dá primeira vez que toca nesse assunto não estoura em sentimentos e até brinca: “Vocês viram como valho muito?”
A entrevista não foi apenas marcada por essa declaração, houve momentos de forte crítica as elites brasileiras e a sociedade. “Nós tivemos a pior elite do mundo. Os brasileiros são os herdeiros da casa grande, né. Eu acho que a tragédia brasileira são três séculos e meio de escravidão e uma elite cafajeste, vulgar, prepotente, arrogante, incapaz, incompetente, muito incompetente, muito ignorante. Nossa elite é uma tragédia”, conclui o jornalista.
O italiano, radicado no país desde os doze anos, analisa que o Brasil ainda não é uma nação por não ter uma identidade. Ele afirma que o povo brasileiro é infantil e estupidamente festeiro, colocando a culpa nas elites coloniais e da república velha.
“Mas o problema do Brasil é que sofreu algo monstruoso que foram os três séculos e meio de escravidão. É que essa elite é tão calhorda que ela permitiu o inchaço das cidades. Então, há uma péssima distribuição da população brasileira dentro do território brasileiro, tão ruim quanto à distribuição de renda. A nossa distribuição de renda nos coloca ao nível da Nigéria e de Serra Leoa”, contextualiza Carta.
O diretor de redação da CartaCapital ainda condena os escolhidos pela presidente Dilma Roussef para compor a Comissão da Verdade. Na opinião de Mino Carta, os integrantes deveriam ser pessoas que estiveram envolvidas, sentiram os problemas.
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“E por que chama pilantras notórios? Nelson Jobim na comissão da verdade? Paulo Sérgio Pinheiro na comissão da verdade? José Carlos Dias na comissão da verdade? Isso é uma piada! Ou a Dona Dilma está confusa ou enganada, está sendo enganada ou está tudo errado”, defende o jornalista.
Mino Carta ainda critica as faculdades de jornalismo, afirma que os cursos de comunicação são corporativos e que foram criados pela ditadura. Apesar de analisar que não é mais possível acabar com os cursos, ele aconselha que o estudante faça uma graduação de História ou Ciências Sociais e apenas posteriormente fazer uma pós-graduação em Jornalismo. “Para a prática profissional o jornalista deve ter uma busca canina pela verdade factual, um espírito crítico, e o dever de fiscalizar o poder”
Apesar dos problemas com os Civita, o ítalo-brasileiro revela carinho com os veículos que criou. Ele afirma gostar da Veja que criou e da Revista Quatro Rodas. “A Quatro Rodas foi um sucesso de mercado realmente. Era um momento muito oportuno, porque estava nascendo a indústria automobilística brasileira”, diz Carta que observa que as revistas criadas foram uma aventuras complicadas por levar muito tempo para se afirmar, como no caso de Veja e da CartaCapital. Mas brinca que sempre teve que inventar seus empregos: “São revistas que eu inventei para poder garantir um salário”.
No trecho gravado da entrevista (abaixo), o registro de toda a indignação de Mino Carta:
Comentários
Mino Carta revela que sua cabeça foi vendida à ditadura por 50 milhões | Hum Historiador
[…] dono do Grupo Abril, Roberto Civita. Em função da morte deste último na semana passada, o blog Viomundo divulgou a entrevista para relembrarmos um pouco de quem é Roberto […]
lulipe
O que eu gosto no Mino é sua modéstia.E eu que pensava que o Gutenberg é que era o pai da imprensa…
abolicionista
Uma vergonha para o Brasil que Civita não tenha morrido atrás das grades, como merecia.
Tomudjin
E pensar que a de Jesus valeu 30 moedas. E com direito a desfile.
Francisco Magalhães
Sr. Tomudjin,na minha opinião Ele foi vendido por três moedas a mais, i.é, 33 – uma para cada ano de vida -. O proditor teve que pagar comissão de 10% ao intermediador, não sabias?!
Valmont
É por esse caráter inigualável do grande Jornalista Mino Carta, que eu assino Carta Capital. E recomendo, porque ele e sua equipe fazem jornalismo de verdade, como poucos fazem neste país.
Francisco
Quando Filinto Mueller morreu, o torturador mor da ditadura Vargas, foi feriado nacional.
Miúdo, na escola, a professora me ensinou que ele foi um grande brasileiro.
Infelizmente, no Brasil, a roda não gira…
Sérgio Luiz Buchmann
Maior bastião da imprensa livre, republicana e democrática contemporânea.
A traição é atitude de gente covarde, mau-caráter; sobreviver e reverdecer às ações de tiranos é, em contrapartida, um ato e condição de uma pessoa especialmente singular. MINO CARTA é um exemplo a ser seguido e reverenciado!!!
Mário SF Alves
Convém recapitular:
“Nós tivemos a pior elite do mundo. Os brasileiros são os herdeiros da casa grande, né. Eu acho que a tragédia brasileira são três séculos e meio de escravidão e uma elite cafajeste, vulgar, prepotente, arrogante, incapaz, incompetente, muito incompetente, muito ignorante. Nossa elite é uma tragédia”. Mino Carta
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E mais, acrescente aí, Mino:
Pior elite do mundo, criadora e criatura do sui generis capitalismo subdesenvolvimentista nacional.
Mário SF Alves
Ou… “naZional”, quem sabe…
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Seja como for, o fato é: vivemos num dos países mais ricos e diversos do mundo e, por isso mesmo, condenado a ser eternamente dominado pela pior elite do mundo, criadora e criatura do pior capitalismo do mundo, o sui generis capitalismo subdesenvolvimentista “naZional”.
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Casa Grande & Senzala. Continuamos ainda assim mesmo, do jeito que entendeu o Gilberto Freyre.
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E a dizer que ainda tem mané que critica o Bolsa Família. Pena que não critiquem igualmente o Bolsa Banqueiro e o Bolsa Rentista. Pena.
Pitagoras
Sempre ferino e pertinente.
Mas só as elites é que não prestaram? Desconfio que o leque de imprestabilidade vai mais acima e mais abaixo…
Zanchetta
Tinha que estar orgulhoso… mais caro que o Neymar…
mineiro
disse tudo , ele criou mas quem usurpou da ideia foi os calhordas dos donos desse lixo de revista esgoto. nunca gostei dessa revista maldita ,mas com certeza o nobre jornalista tinha outro intuito com relaçao a esse esgoto de revista. mas quem manda é o dono , o dono ainda sendo um mal carater , lixo,faz o que quer e com quem quer. o inferno esta em festa , chegou um braço direito das capetadas , ou melhor ele é da direita mesmo. o nobre jornalista nao tem que lamentar nao, ele tinha que lamentar se ele fizesse parte do conluio que se tornou esse lixo de revista. ele pode é levantar a mao para o ceu de nao fazer parte de esgoto de revista. eu nao vou dizer mais nao , se nao publicar meu comentario nao comento mais.
Fabio Passos
Os civita vederiam ate a mae… nao tenho a menor duvida que deram a cabeca de Mino Carta para a ditadura para receber dinheiro publico.
Quanto a bob civita ser um covarde, um cagao… faz todo sentido. Basta ver seus caezinhos da veja. Latem e rosnam, mas quando confrontados, poe o rabinho entre as pernas. O cao absorve muito do comportamento e mentalidade do dono. rsrs
leprechaun
só acho que o problema do Carta é essa fixação no passado, transformado num determinismo…não é bem assim, que o passado marca o presente não há duvidas, as ele (e toda a esquerda )se esquece do sujeito automático da autovalorização do capital que passa pelas costas do sujeito e que a política não tem o menor controle. Por isso a esquerda quando chega ao poder e não faz o que desejava, se embasbaca joga a culpa na direita. É o fetiche da política.
Elias
Aécio “Never” no velório de Roberto Civita
“Quase sempre que vinha a São Paulo, eu tinha o privilégio de ir a casa dele, onde almoçava e jantava. Roberto Civita foi um estimulador das boas caminhadas, e não da minha apenas. Acho que ele sentia a necessidade de o Brasil ter pessoas sintonizadas com o futuro e não apenas com o atraso” (Aécio “Never”)
Quer dizer, “almoçava e jantava”, ou seja, passava o dia todo na casa do dono da Veja que há dois anos colocou o Serra na capa com essa frase: “Eu me preparei a vida inteira para ser presidente”. Será que Aécio, naqueles almoços e jantares, nunca teve uma indigestão? Eta estômago de aço sô!
Fabio Passos
Nao ha surpresa.
Sao da mesma laia.
Edgar Rocha
Gosto dos posicionamentos do Mino Carta na Carta Capital. Mas, a despeito de concordar com as coisas que diz, entristeço em dizer que nem de longe o jornalismo da CC reflete totalmente suas ideias. Como em qualquer PiG, ou você discute dentro dos termos e da mobilidade permitida pelo jornalista pra se posicionar ou, caso contrário, é solenemente censurado. Comigo já ocorreu umas cinco vezes. Ademais, dizer que o jornalista precisa ter uma formação multidisciplinar resolveria, se os “construtores” da identidade nacional e mantenedores da auto imagem do brasileiro não estivessem justamente atuando nos cursos de humanidades das grandes universidades. Estudei na USP em História e não me lembro de um único professor que se ocupasse da questão da identidade nacional sem extrapolar os mitos vigentes sobre o tema. Pra maioria, somos um bando de macunaímas, cuja resistência maior advém justamente da malandragem e da capacidade de carnavalizar a tudo. Só pra ter uma ideia, só depois de sair de lá (desisti do curso) é que, continuando interessado, tive contato com temas do tipo: cultura galego-portuguesa, língua galego-portuguesa, musicalidade ibérica medieval, a relação entre o branco pobre e as demais etnias em território nacional… Alguém tem alguma dúvida sobre a importância destes temas no entendimento de nossa cultura? Avisem o Mino que a elite também é dona das humanidades neste país.
Mário SF Alves
Traduzindo (como se necessário fosse): a ideologia dominante é a ideologia da classe dominante. Ou seja: qualquer que seja a filosofia, qualquer que seja sociologia, qualquer que seja a técnica, qualquer que seja a tecnologia, só prospera aquilo que for do estrito interesse dessa mesma elite/classe dominante.
Raul Cornejo
Vc por acaso fez outro curso? Pq eu sempre tive muitos amigos na História da FFLCH e nenhum aceitava esses mitos pedestres. Ou será q vc nunca fez nenhum curso nos prédios ao lado? Se há uma coisa q é constante e irritantemente frisada na formação das humanidades na USP é justamente a desconstrução desse mito do Brasil e do “povo brasileiro”, então fico meio em dúvida a respeito de q curso vc frequentou…
Edgar Rocha
Que bom que haja atualmente novos conceitos que extrapolem a formação o tipo “Raízes do Brasil”, ou apologia a semana de 22. Estudei lá na década de 90 e minha impressão não melhorou muito nos poucos contatos que tive depois com aquela faculdade. Fala-se de um constante processo de “mauricisação” em que a História era vista como um tema pra livro de cabeceira. Não havia sequer uma cadeira pra História da África e muitos professores sabotavam o próprio curso garantindo um índice de evasão da ordem de 9 pra 1. Além do que, as sala permaneciam cheias de estudantes profissionais que ficam ali até por mais de 10 anos, morando no COSEAS e vivendo de bolsas. Cheguei a ouvir da chefe do Departamento que aquele curso não era pra quem precisava trabalhar e estudar. Quem precisasse, tinha que fazer SENAI e que História não era uma profissão. Desisti depois de ouvir isto. Não digo que não houvesse diversidade de pensamento, mas esta ficava condicionada a um posicionamento ideológico prévio, associando o aluno a um grupo ou a um professor específico, sem mobilidade além das dicotomias propostas pela própria faculdade. Este é o problema. Aquilo que não era de interesse de um grupo ou outro, sequer podia ser aventado, sob pena de exclusão ou achincalhamento. Espero sinceramente que tenha mudado esta situação e que a imagem do Departamento não corresponda ao resultado das “reformas” que aparentemente os próprios alunos fizeram no prédio (mauricinho pedreiro não funciona, né?)Estive lá no ano passado e fiquei chocado. Um prédio histórico como aquele… um paradoxo que historiadores tenham descaso pelo patrimônio que eles próprios usufruem.
Marco
Recem tentei escrever um comentário ao respeito da entrevista do Sr.Mino Carta pra este blog,e me vieram com o papo-furado de ¨Parece que voce já disse isto¨e não o publicaram.Estão me submetendo à censura? Por que?Estão agindo igual àqueles que criticam diuturnamente?Ou estão com saudade dos veículos de comunicação em que trabalharam e hoje estão arrependidos?
Conceição Lemes
Marco, a que comentário vc se refere? Não vetamos nenhum seu. sds
Maria Amélia Martins Branco
Cara Conceição Lemes, quero cooperar mensalmente com o Viomundo mais para isso preciso de uma conta, não uso a Internet para fazer nenhuma transação porque já tive a minha conta e senha clonados, encaminhei o e-mail para o endereço abaixo e até agora não recebi nenhuma resposta.
[email protected]
abraços,
Maria Amélia
VIOMUNDO
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Conceição Lemes
Maria Amélia, desculpe-nos pela demora em te responder. Consultarei o Leandro Guedes, que cuida desta área, e te responderei aqui mesmo. Bjs
Romanelli
Conceição, esta resposta é automática
Parece que quando o sistema cisma, caso vc coloque um link por exemplo, aí ele te bloqueia
e se você insiste no comentário ele responde o que disse o colega..
Valcir Barsanulfo
Quer dizer que o Bob Civitta além de traidor da pátria, vendilhão, lambe pé de Yanke, também é fujão? Vamos contar essa história para o kSuplicy, quem sabe ele muda de opinião sobre a gang Civitta.
Esses neo liberais faccistas vendem até a mãe, e pior é que entregam.
Fabio Passos
Falou e disse!
Excelente obituario. Fiel ao personagem, seus lacaios e seguidores. rs
Marco
Grande matéria!Parabéns ao sr.Mino Carta embora o acesso à sua revista,através da internete,me seja impossível,posto que não entendo nada de inglês e ali,esta tudo nesse idioma.Gostaria de acrescentar também,que não adianta enriquecer os cursos de jornalismo com incursões pela história,sociologia e economia se não prover tais arremetidas,pelos caminhos da honestidade,ética,vergonha na cara,pudor, e principalmente dotar tais estudantes,de cursos fortes de ¨não vassalagem¨mal remunerada e o prazer que sentem,particularmente pequenos-burgueses,de puxar saco de rico,com o despudor característico de quem veio ao mundo,pra sentir medo.Quanto à elite,desempenha o seu papel histórico da doutrinação secular,infelizmente,com o sucesso.Contudo,parabéns pela matéria.
Eunice
Uma pessoa consequente paga um preço. Por isso há tão poucas, já.
As novas gerações nem ouviram falar em ética e consequência. Cresceram longe de seus “liberais” pais. E perto de ninguém, talvez de uma TV imbecilizante. Por isso atacam professores, debocham de pessoas dignas.
Xingam Lula, pois até tacam fogo em índio e empregadas, sem problemas de consciência.
marcus dias
Hehe,
Fora os absurdos logicos, como os militares condicionando um emprestimo a saida de determinado jornalista de um veiculo que nao os criticava – o mais grotesco e eese senhor de 1,30 dar uma de valente afirmando que tentou socar a cara do Civita. Respeite seus cabelos brancos meu senhor.
ricardo
50 milhões?! Esses Civita são realmente ótimos comerciantes. Nunca tão pouco foi vendido por tanto. Esse aí, eu não quero nem de graça
Jorge
“Classe média sinistra é aquela que não vota no PT. A que vota é legal.”
Ate aqui existe diferença de classe…
Jairo Falcucci Beraldo
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=254813817991141&set=a.139740509498473.27709.139739182831939&type=1&ref=nf
Mário SF Alves
Pá de cal. E que leve junto toda a intransigência, todo o autoritarismo, toda a mesquinhez e toda dissimulação que cultivou em vida (bizarra).
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Quanto aos demais radicais de direita que a exemplo deste ex-vivente vivem negando aos outros o direito de divergir e o direito de pensar por si mesmos, é pena que antes da morte não haja um instante sequer de lucidez a demonstrar-lhes que o contrário (o oposto) existe. Nem nessa hora verdadeiramente admitem o oposto da vida, a morte, e, aí, sim, um processo plenamente radical. Morrem, mas morrem acreditando piamente que se eternizarão nos herdeiros. É isso, são seres que jamais se bastarão. Seres que só vivem por dinheiro e influência, ainda que nefasta.
abolicionista
Tenho muitos pontos de discordância em relação a Mino Carta, mas jamais o colocaria no mesmo patamar de monstros como Civita.
PEDRO HOLANDA
Em relação a VEJA, ele deve se sentir como Santos Dumont em relação ao avião. Constrói um bem e ele torna-se um mal.
Gerson Carneiro
Agora que o defunto esfriou, vamos comentar.
Que vexame a editora Abril submeteu seus funcionários, hein. Obrigar todos a ficar em pé, voltados para o prédio, numa clara demonstração de subserviência explícita.
Sim, aquilo foi uma manifestação fajuta de respeito mas de fato é subserviência.
Primeiro porque isso não é tradição nossa. Isso é coisa de país oriental. Lembram das cenas inusitadas dos norte-coreanos aos prantos chorando a morte do líder Kim Jong II ?
Segundo porque não vi nas imagens ícones como Reinaldo Azevedo. Ou seja, esteve lá apenas a peãozada chão de fábrica. Coitados. Tudo pelo emprego.
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Isso não é assédio moral?
paulo
Gerson, já passei por uma situação parecida, fui ao supermercado candia, faz muito tempo, e os funcionarios eram obrigados a ficarem perfilados aplaudindo os clientes quando estes entravam. A rede candia já não existe mais, esperemos pelo mesmo destino para a veja.
Elias
Tenho certeza, Gerson, de que muitos que ali estavam perfilados, ao roerem suas unhas, pensavam: Putz! O que sou obrigado a fazer para manter meu emprego.
Zanchetta
Enquanto isso, vc aqui, torcendo para acabar com o emprego dele…
renato
Gerson meu santo.
Era para que esta fila,para pegar o kit funeral.
Ou para abraçar a empresa em repeito ao dono que
morreu,não sabendo o que era, quantas pessoas que
não faziam parte fila entraram nela, você sabe
que brasileiro não pode ver uma fila.
Mas afinal aqui de verdade, para que era isto.
Eu fiquei um tampão lá e ninguém me disse. Mas
antes de ir contamos piadas com uma rapaziada bom de papo.
O governo tem que melhorar as informações.
hamiltondamato
É a chamada síndrome de Estocolmo: aprenderam com os nazistas a promover eventos que, apascentando humanos feito gado, comovem…
Saçuober
A afirmação de que nossa elite é uma tragédia, serve tambem para grande parte da classe média.
Aline C Pavia
Exato, a classe média que a Marilena Chauí tachou recentemente de “sinistra”. Concordo plenamente.
Willian
Classe média sinistra é aquela que não vota no PT. A que vota é legal.
Eunice
Acho que não há nada a crescentar ao que a Dra. chauí disse. Ela foi redundante, cobriu tudo. Se eu disser que a classe média é boca de esgoto também e fala qualquer coisa no seu local de trabalho, ela já cobriu isso dizendo que é uma aberração ética.
nancy lima
quando eu digo que ele já foi tarde e deveria ter levado a regina duarte junto eu não estava brincando,o sr civita era um canceroso dentro de um câncer tomara que esteja numa fogueira que nunca se apague!
Ari Miguel
Nancy, ele experimentou literalmente a fogueira. A cremação teve um sentido pedagógico, ele se transformou em cinzas e não vamos correr o risco de ter seus restos mortais incomodando as pessoas. Em entrevista o Civita disse que era defensou intransigente da liberdade de expressão e da verdade. Mentira pura, a liberdade de expressão para ele só tinha um lado, sua revista falar o que queria sem se importar com as fontes e não da direito de resposta, e a sua revista, a Veja, mentia quando defendia interesses de bandidos como o Carlinhos Cachoeira que era quem decidia (mandava no Policarpo,diretor da Veja em Brasília)qual matéria deveria ser publicada.
Romanelli
Dois ìtalo brasileiros recentes negociando, ganhando e perdendo ..e o cara vem me culpar a HISTÓRIA do país por seus infortúnios
mas que cara de pau, ou falta de senso ..daqui a pouco vai pedir COTA RACIAL também
Rodrigo Leme
Claro que é a versao dele contra a de um agora morto. Muito corajoso.
E ninguém esquece dos editoriais bajuladores que Carta escrevia ao governo militar na Veja.
Voltaro
Humm, você podia publicar uma destes tantos editoriais para refrescar a nossa memória, que acha? Não esqueça de colocar a data e número da edição.
José BSB
Esse história do financiamento da ditadura ao Civitta é bastante conhecida.
O sujeito ainda vivo jamais desmentiu. Pra quê, não é?
Geisel contribuiu com a ditadura chilena com módicos US$ 115 milhões.
Outros notáveis da comunicação ergueram seus impérios às custas da cumplicidade e apoio à tortura, assassinatos, sequestros.
Mas, enfim, cada um é livre para acreditar no que quiser. Tem gente, por exemplo, que vai morrer acreditando na história de dólares cubanos em caixa de uísque para o PT, no tal grampo no STF, boimate…
Sávio Maciel
Mino deu sua versão inúmeras vezes enquanto Roberto Civita estava vivo, e jamais foi contraditado. Quanto aos editoriais, indique unzinho só, com o número e a data da revista, para dar credibilidade às suas afirmações. Difamação é crime, cara.
PEDRO SANCHES
É isto aí Mino, parabéns pela altivez.
Bene
Parabens Mino, vou assinar a tua revista
Luiz AA do Sacramento
Creio que o grande problema da nação brasileira é que continuamos a nos embnaraçar com uma terrível equação que nos restringe toda possibilidade de nos colocarmos de pé , como uma verdadeira nação soberana. Para cada Leonel Brisola -duzentos Fernando Henriques; para cada Nino Carta – duzentos Roberto Marinhos, para cada Celso Fuurtado – duzentos Delfin Netos ; com essa composição de valores tão desequillibrada não há como gerar resultado positivo para a integração da alma brasileira.
Voltaro
Peraí, o Delfim se reciclou…
H. Back™
Imagino a tristeza e a raiva do Mino Carta hoje, ao saber que a sua obra-prima se tornou o porta-voz da ditadura e instrumento de pressão e coerção da direita atual.
Eunice
Questão dialética e não de raiva pessoal.
francisco pereira neto
Vejam só o nível dos alunos da PUC! Mas poderia ser de qualquer outra universidade.
O cúmulo da idiotice aparece como pergunta final.
“A pergunta tem que ser feita. O senhor não tem ressentimentos contra a Veja”?
Resposta marcada no compasso das batidas na mesa por Mino, mostra o desencanto com o nível de cultura dos brasileiros que já havia expressado anteriormente com adjetivos de povo infantil, estupidamente festeiro e muito ignorante. Aliás, se quisermos encontrar ignorantes com fartura, é só ir em universidades.
Pelo menos o saldo foi positivo. A pergunta ignorante conseguiu arrancar uma revelação do Mino, nunca ante dito.
João Rizolli
Grande Mino. Brasileiro de verdade.
Paulo Fernandes
Mino, muito bem. Dignidade acima de tudo
Alexandre Nunis
Mino Carta sempre com muita dignidade no exercicio da Profissão , nunca um lacaio do poder…
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