PCO compara ação da Apeoesp à dos pelegos na ditadura

Tempo de leitura: 4 min

Perci Marra, via Facebook

Nota aos professores e à imprensa

Sobre o golpe e as mentiras da presidente da APEOESP

Exigimos respeito à soberania da assembléia geral e repudiamos a tentativa de barrar a luta dos professores contra o governo inimigo da educação

No último dia 10 de maio, a presidente da APEOESP, Profa. Maria Izabel Azevedo Noronha, emitiu Nota à imprensa da APEOESP, para apresentar sua versão sobre os lamentáveis episódios ocorridos na Avenida Paulista, na tarde daquela sexta-feira, quando milhares de professores foram testemunhas oculares (do que foi mostrado por imagens de TV, fotografias etc.) da saída da presidente do Sindicato e de outros diretores dessa entidade escoltados por um forte aparato da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a mesma PM que nessa data e em inúmeras oportunidades, sob o comando do mesmo governo, reprimiu com brutal violência as manifestações de professores, outras categorias de trabalhadores e estudantes que se mobilizam contra a política criminosa do governo tucano de destruir a Educação, a Saúde e todos os demais serviços públicos em benefício de grandes monopólios capitalistas e das suas máfias políticas que controlam o Estado.

Como podem atestar os milhares de presentes, as imagens, fotos etc., a saída da direção sob proteção da PM tucana se deu após a própria presidente da APEOESP encerrar a assembleia da categoria, com milhares de professores presentes, na qual a proposta da presidente e de quase toda a diretoria da APEOESP, de pôr fim à greve dos professores, sem o atendimento de quaisquer de suas reivindicações fundamentais, foi fragorosamente derrotada.

Ao invés de acatar a decisão da maioria, como é dever de uma direção sindical, que de modo algum pode se colocar acima da soberania das assembleias dos trabalhadores, a presidente anunciou como resultado a sua vontade e da maioria da diretoria: o fim da greve. E, de imediato, se recusou a acatar recursos nossos e de centenas de professores, no sentido de refazer a votação e dar prosseguimento à assembleia; mandou desligar o som e se refugiou de forma sorrateira dentro do caminhão de som, onde ficou aguardando até a chegada da “escolta” da Polícia Militar, se recusando a ouvir os clamores de milhares de professores inconformados com seu ato ditatorial.

Na sua Nota, como na assembleia, a presidente afirma que em “uma reunião de negociação entre o Secretário da Educação e a APEOESP… houve compromisso de atendimento de alguns pontos da pauta”. A realidade, no entanto, é outra.

A diretoria chamou a volta ao trabalho sem que o governo alterasse sua miserável proposta salarial de dar o que foi considerado por toda categoria uma “esmola”: cerca de R$ 0,20 de reajuste no valor da hora aula.

A diretoria propôs o fim da greve e o encerramento da mobilização quando o governo mantém sua posição de descumprir a Lei Federal 11.738 que manda reduzir a jornada do professor, estabelecendo 1/3 de jornada em atividades extraclasse.

Apoie o VIOMUNDO

A proposta do governo do PSDB endossada pela diretoria também não prevê nenhuma mudança real na situação de verdadeira escravidão dos quase 50 mil professores “categoria O”, que não têm direito a faltas médicas, licença gestantes de 6 seis meses e vão continuar condenados a uma “quarentena” (que a diretoria diz que o governo vai reduzir para 40 dias) na qual estão terão que ficar desempregados, depois de prestarem serviços até mesmo por anos ou décadas para o estudantado paulista.

A diretoria impôs esta proposta inaceitável (e por isso mesmo recusada pela esmagadora maioria dos professsores presentes à assembleia) na forma de um “compromisso”, sem que nem mesmo haja nada assinado pelo governo.

Isto tudo no momento em que a greve desfrutava de um amplo apoio da população que já não aguenta mais a política neoliberal de destruição do ensino público e demais serviços públicos em favor dos tubarões privados desses setores.

A força da greve impulsionada pela base da categoria (comandos) contra a vontade da maioria da burocracia sindical petista aprofundava a crise no governo estadual, o que, inclusive, forçou o governo a uma “negociação”, diferentemente de anos anteriores em que o mesmo se recusou até mesmo a receber a direção do sindicato.

Distorcendo os fatos e deixando de atacar o governo inimigo da Educação e da população trabalhadora, a presidente da APEOESP, dispara sua ira contra os milhares de professores que se rebelaram contra o golpe dado na categoria, chegando a insultar os que se opuseram à sua conduta antidemocrática, ou seja, a maioria, com argumentos típicos da direita, como os de que os manifestantes provocaram “tumulto” ou ainda que “estavam embriagados e alterados”.

Rejeitamos também a identificação do nosso partido e da corrente sindical de oposição Educadores em Luta com o PSTU (corrente que há mais de uma década integra a diretoria da APEOESP). O intuito desta identificação é nos colocar juntos com os que foram contra a greve desde o início.

Isso é uma completa falsificação dos fatos porque os professores sabem que fomos não apenas os proponentes da greve, como os que efetivamente lutaram junto com milhares de professores da base da categoria para que esta acontecesse diante do corpo mole da diretoria da APEOESP.

Como faziam os pelegos interventores da ditadura militar, a presidente acusa em sua Nota os milhares de opositores que entre outras coisas gritavam “que papelão, ‘Bebel’ vai sair de camburão!” de serem de fora da categoria e de serem arregimentados por “grupos minoritários”, entre eles o nosso partido, o Partido da Causa Operária – PCO, cujos militantes, professores da rede estadual impulsionam a organização da corrente Educadores em Luta, de oposição à diretoria da APEOESP.

Por certo que nossos militantes estiveram junto com milhares de professores na linha de frente do protesto contra o golpe dado pela diretoria.

Em nada concordamos com a traição de entregar a luta da categoria para o governo tucano sem o atendimento de nenhuma das reivindicações centrais dos professores. Não apoiamos o desrespeito às decisões da assembleia. Não concordamos com ditadura nos sindicatos em que burocratas agem como se fossem donos das entidades e dos destinos dos trabalhadores e abrem mão da sua obrigação de defender o salário e o emprego dos seus “representados”. Não aceitamos que sindicalistas sejam “protegidos” das legitimas manifestações dos trabalhadores pela Polícia que mata trabalhadores e reprime suas lutas.

Estivemos juntos com os professores que foram – e continuarão indo – ao Sindicato para protestar contra tais golpes e exigir a retomada da mobilização, a convocação de uma nova assembleia geral da categoria, para reorganizar a mobilização pela conquistas das reivindicações dos professores.

Não aceitaremos as ameaças, as calúnias e tentativas de semear confusão, dividir os professores e bloquear suas lutas, venham de onde vier.

São Paulo, 12 de maio de 2013.

Antônio Carlos Silva

Professor de Matemática, Efetivo da Rede Estadual de São Paulo

Membro da Direção Nacional do PCO e da Coordenação de Educadores em Luta

Leia também:

Apeoesp: PCO, PSTU e não professores tumultuaram assembleia

Pedro Toledo: Uma crítica à atuação da Apeoesp na greve

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

LAERCIO

Desfiliação já da apeoesp.Não representa a classe docente.

james Silva

O que eu vi nessa Assembléia foram alunos tentando influenciar a Assembléia e agredindo professores. O Sindicato é dos professores não de estudantes playboy e de partidos que não tem a representatividade na sociedade e tentam sem sucesso fazer maioria no sindicato para atrelar e aparelhar seus partidos(PCO e PSTU. A categoria é sabia e não quer ir pro gueto junto com esse povo.

    Marcelo H.

    O universitário de hoje é o professor de amanha, universitário que estuda 3 anos na faculdade estadual ou federal, já pode começar a dar aula. E ele tem os mesmos direitos de greve e de manifestação, como todo cidadão brasileiro, independente, da cor, religião ou classe social. Fazemos todos parte do mesmo estado, do mesmo país.Sendo claro isso, essa luta tem vínculos de mudança social gigantescos e em todos os segmentos, não se resumindo apenas para professores, uma vez que a classe trabalhadora depende do ensino público, para seus filhos e parentes.Essa luta é de todos, todos em uma voz só, todos pela mesma causa, todos contra os inimigos sucateadores da Educação! E viva a revolução.

Ary

Os professores de um modo geral é acomodado com a situação, se pensarmos um pouco temos tudo ao nosso favor basta agir, criticar o governo é facil, mas agir é dificil. A sugestão é mobilização branca, ou seja, se o governo tucano não presta vamos mudar o governo fazendo uma mobilização pela internet para as próximas eleições de 2014.
Tenho certeza que a resposta para esses idiotas que quer o poder a força irá ver que podemos fazer a diferença
Brigar por esmolas, enquando o governos e os parlamentares fazem farra com dinheiro publico… para que fizemos um curso de 4 anos ou mais para compartilhar o nosso conhecimento para com os nossos alunos, se na hora de agirmos não usamos este mesmo conhecimento em beneficio próprio

quer mudança podemos fazer, como dizem somos pouco mais de 50 mil professores é número considerado é internet é o veiculo mais rápido que existe, então vamos agir, se a curto prazo parecer não ter resultado, a longo prazo o a reflexão a vitória é nossa… o sindicato para que não tem conhecimento da “História” é instituição bancada pelo gorverno e as regras são impostas pelo governo. Tudo que vem do sindica é algo combinado para acalmar a massas é historico; existência de alguns idealistas que eram sindicalistas acabou no momento que a educação é direito de todos, mesmo para aqueles qua só estão em uma escola para buscar um benefício em dinheiro “bolsa aquilo…. bolsa isso”

como diz a música “Brasil olha sua cara…..”

    LAERCIO

    Não concordo com suas ponderações.O que ocorre na verdade é que, os docentes da rede estadual de Sp não são representados por entidades sindicais.Ademais, não estamos dispostos a bancar descontos imediatos de salarios( em caso de paralização).Em outras categorias, por exemplo, a prefeitura de SP, os descontos só ocorrem caso não hája reposição dos dias parados.
    Infelizmente, o sindicato que ai está, não nos representa” APEOESP”.
    Urge, a necessidade de desfiliação em massa dos docentes.

Ary

Os professores de um modo geral é acomodado com a situação, se pensarmos um pouco temos tudo ao nosso favor basta agir, criticar o governo é facil, mas agir é dificil. A sugestão é mobilização branca, ou seja, se o governo tucano não presta vamos mudar o governo fazendo uma mobilização pela internet para as próximas eleições de 2014.
Tenho certeza que a resposta para esses idiotas que quer o poder a força irá ver que podemos fazer a diferença
Brigar por esmolas, enquando o governos e os parlamentares fazem farra com dinheiro publico… para que fizemos um curso de 4 anos ou mais para compartilhar o nosso conhecimento para com os nossos alunos, se na hora de agirmos não usamos este mesmo conhecimento em beneficio próprio

quer mudança podemos fazer, como dizem somos pouco mais de 50 mil professores é número considerado é internet é o veiculo mais rápido que existe, então vamos agir, se a curto prazo parecer não ter resultado, a longo prazo o a reflexão a vitoria é nossa… o sindicato para que não tem conhecimento da “História” é instituição bancada pelo gorverno e as regras são impostas pelo governo. Tudo que vem do sindica é algo combinado para acalmar a massas é historico; existencia de alguns idealistas que eram sindicalistas acabou no momento que a educação é direito de todos, mesmo para aqueles qua só estão em uma escola para buscar um benefício em dinheiro “bolsa aquilo…. bolsa isso”

como diz a música “Brasil olha sua cara…..”

Rose PE

Isso é a “prática e ideologiA” dessa senhora Bebel, traidora da classe trabalhodora. E ainda tem professores votando nela. É isso aí, merecem a líder sindical que têm.

    abrantes

    Votar na Bebel não e o problema. O pior problema e que a maioria dos professores continuam votando nos TUCANOS.

    LAERCIO

    Vamos demosntrar o nosso descontentamento promovendo a desfiliação em massa desse sindicato que não nos representa.

Marco Vitis

Nada posso afirmar no caso dos professores. Mas nas assembléias dos bancários de SP, sou testemunha de que os militantes do PCO e do PSTU não aceitam e tentam intimidar colegas quando suas propostas são rejeitadas; buscam manter uma greve por tempo indefinido; fazem o possível para manter a continuidade da greve apenas na Caixa Federal e no Banco do Brasil, dividindo a categoria. Quem não acredita no que digo, que acompanhe o movimento dos bancários no mês de Outubro e que tire suas conclusões.
Criticam a diretoria da APEOESP, mas pergunto: o PCO e o PSTU são democráticos ?

    Willian

    Nos meus tempos de sindicato quem fazia isto era o PT. Saudade…rs

    Caro Marco, os companheiros do PCO e do PSTU estão apenas tentando construir o socialismo e uma sociedade mais igualitária, e se utilizam dos bancários como massa de manobra para este fim.

    Nada que o PT não faça com todos os movimentos sociais, sindicatos, UNE, MST, movimento negro, gay ou de mulheres, quilombolas, etc…

    wagner paulista de souza

    Nos “seus tempos de sindicato”…? Humpf….Willian, você não me engana, seu peessedebista enrustido.

    BACAMARTE

    vc não tem cacoete algum de ex sindicalista.
    Acho que piqueteiro pra vc, é o cara nascido em Piquete.

    Marcelo H.

    O PCO nunca teve financiamento bancário,diferentemente do PT,PCdoB,PSOL E PSTU.Que é capaz de ser provado com muita facilidade essas doações, neoliberais.Agora eu digo, prove que o PCO tem financiamento!

Deixe seu comentário

Leia também