Adriano Diogo: Comissão da Verdade investigará imprensa

Tempo de leitura: 6 min

por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania

Nas últimas semanas, a imprensa tem veiculado que a Comissão da Verdade, que apura o colaboracionismo de agentes públicos e privados com a ditadura militar que vigeu no Brasil entre 1964 e 1985 a fim de produzir um relatório histórico, está investigando a participação de empresários e até de entidades dirigentes do futebol com aquele regime.

Todavia, até o momento a Comissão da Verdade não divulgou se irá apurar a atuação de certos agentes privados que tiveram participação preponderante para a efetivação do golpe de 1964 e para sua sustentação nos anos seguintes, até que a repressão aumentasse ao ponto de aqueles que pediram e sustentaram a ditadura entendessem que em ditaduras só quem ganha é o ditador.

Para entender como é possível que uma Comissão que pretende apurar a verdade esteja, aparentemente, deixando de fora justamente o setor da sociedade que trabalhou com maior êxito e mais ostensivamente para a implantação do regime autoritário no Brasil dos anos 1960, o Blog da Cidadania recorreu ao presidente da Comissão Estadual da Verdade do Estado de São Paulo e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa paulista, o deputado Adriano Diogo (PT-SP).

Leia abaixo, portanto, a entrevista que o deputado estadual em questão deu ao Blog da Cidadania nesta terça-feira, 19 de março de 2013.

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BLOG DA CIDADANIA – Deputado Adriano Diogo, bom dia. O senhor preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo e a Comissão Estadual da Verdade que funciona naquela Casa, correto?

ADRIANO DIOGO – Sim, mas tenho que explicar que a Comissão Estadual da Verdade não é uma Comissão de Estado, é uma Comissão criada no âmbito da Assembleia Legislativa. Então, a partir da Assembleia Legislativa nós criamos a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo.

Não é um projeto de lei, é um projeto de resolução. É que a Comissão adquiriu tal dimensão que as pessoas acham que é do Estado de São Paulo, mas ela não teve apoio nenhum do governo do Estado. Nós trabalhamos, só os deputados, no âmbito da Assembleia Legislativa.

BLOG DA CIDADANIA – Deputado, a imprensa tem veiculado que a Comissão Nacional da Verdade está investigando a atuação de vários setores da sociedade durante a ditadura de uma forma colaborativa.

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Haveria empresariado envolvido. Fala-se claramente na Folha, hoje, sobre a FIESP e há pouco [em off] o senhor me falou da relação de entidades e pessoas do futebol com a mesma ditadura, sobretudo do futebol paulista.

Mas há um setor, deputado, que teve uma intensa correlação com a ditadura e sobre o qual, até agora, não se falou nada.

Então, muito sucintamente, gostaria que o senhor dissesse como é que fica a atuação da imprensa, da grande imprensa no âmbito do golpe, naquele momento do golpe, e na posterior sustentação daquele golpe que grande parte da imprensa, da grande imprensa teve durante a ditadura e com a ditadura.

A gente sabe que vários meios de comunicação – imprensa escrita, imprensa eletrônica – tiveram relações com a ditadura e, até agora, não se falou nada disso na Comissão da Verdade. Isso não vai ser apurado?

ADRIANO DIOGO – O golpe foi dado com apoio total da imprensa. Total. O único jornal de grande circulação que ficou contra o golpe foi o jornal Última Hora. É claro que os Bloch [revista Manchete] foram muito cautelosos… Mas, na grande imprensa, o golpe foi alardeado e bancado, principalmente nos primeiros anos [da ditadura], por muitos setores da imprensa.

O Estadão e o Jornal da Tarde,  de apoiadores da ditadura, do golpe, de apoiadores do Ademar de Barros e da Marcha da Família com Deus pela Liberdade – que era um absurdo, era o golpe –,  acabaram atingidos pela censura.

O Estadão e O Globo foram jornais importantíssimos para a decretação do golpe e a sua sustentação, o que não significa que os jornalistas dessas empresas fossem golpistas. Foram os patrões deles.

Aquele jornal Shopping News ou City News, tinha um jornalista que escrevia artigos contra o Wladimir Herzog, contra o Sindicato dos Jornalistas e contra a TV Cultura. Pedia a cabeça do Wlado e de seus companheiros todo fim de semana em São Paulo. Pedia a prisão do Wlado.

Então, a atuação da imprensa [durante a ditadura] foi uma coisa cruel.

BLOG DA CIDADANIA – Então, deputado, mas o senhor me relata a atuação da imprensa nesse período que é, mais ou menos, uma coisa que todos conhecem. Mas na Comissão da Verdade, ao menos pelo que tem noticiado a imprensa, não se fala nada sobre apurar essa atuação da imprensa.

ADRIANO DIOGO – Bom, a atuação da Comissão Nacional da Verdade agora mudou de coordenador. Agora, assumiu a Comissão Nacional o diplomata Paulo Sérgio Pinheiro.  Antes, era o ex-procurador-geral da República doutor Claudio Fonteles.

Possivelmente, agora eles vão mudar a técnica de abordagem. E eu acho que, uma hora, esse capítulo terá que ser abordado – sempre lembrando que uma coisa foi a imprensa, outra coisa foram certas empresas jornalísticas que emprestaram veículos [para a ditadura transportar presos políticos], [que estimularam] a repressão e tiveram um papel direto [na ditadura]. Um papel direto!

É evidente que essas questões vão ter que ser abordadas. Senão, a verdade nã será completa. Vai ser uma comissão de meia verdade. E não existe meia verdade.

Agora, tudo é um processo. Neste ano, no dia 31 de março, o golpe vai fazer 49 anos e nada – ou muito pouco – se sabe do golpe de 64. É um assunto proibido. É muito difícil dizer a verdade no país da mentira.

BLOG DA CIDADANIA – Então, deputado: é muito difícil dizer a verdade no país da mentira. Essa é a grande questão porque, neste momento, a gente vê a grande imprensa dizer que o seu partido, o PT, estaria querendo instalar a censura no Brasil através de posições do partido favoráveis à regulamentação dos meios de comunicação eletrônicos via um novo marco regulatório.

Nesse momento, não seria muito bom que uma Comissão que diz – ao menos diz – que procura a verdade mostrasse ao país qual foi o comportamento dessas empresas de comunicação que hoje estão falando em censura e acusando o seu partido de ser um partido de censores?

Minha pergunta, portanto, é se o senhor não tem nenhuma notícia de uma intenção sequer cogitada no âmbito da Comissão da Verdade sobre uma investigação da atuação da imprensa – ou de uma parte da imprensa – durante a ditadura.

ADRIANO DIOGO – Eu não disse isso. Eu disse que, até o presente momento, não foi abordado o papel da imprensa e das empresas jornalísticas. Eu não estou dizendo, com isso, que não vai ser abordado. Eu não falei isso.

BLOG DA CIDADANIA – Mas, até o momento, não foi?

ADRIANO DIOGO – Até o momento, pelo menos, [acho que] não foi. Mas a Comissão Nacional não divulga o conteúdo do material, dos depoimentos. Isso só vai ser feito através de relatório a ser publicado [ao fim dos trabalhos da Comissão da Verdade]. Até lá, nós [da Comissão Estadual] não temos acesso.

Mas eu garanto ao senhor o seguinte: na Comissão de São Paulo, tudo que estiver ao alcance, tudo que estiver documentado será apurado e divulgado.

Comento que até hoje não se sabe se o dia 1º de abril foi um dia depois do golpe ou o dia do golpe porque até isso os militares mudaram para não caracterizar o golpe como o golpe da mentira, porque o dia 1º de abril é o Dia da Mentira.

Tudo isso vai ser esclarecido porque vão ser abertos ao público todos os arquivos do Estado de São Paulo, o que será uma contribuição nossa – da nossa Comissão, de São Paulo. Faremos com que todos os arquivos do DOPS [Departamento de Ordem Política e Social, órgão repressor da ditadura], de todos os órgãos da repressão do Estado de São Paulo, sejam  abertos ao público no [próximo] dia 1º no Arquivo do Estado.

Assim, é evidente que o papel da imprensa, que passa por certas empresas jornalísticas, vai ser apurado.

O que eu estou tentando explicar é que a Comissão da Verdade não é uma Comissão Técnica, ela é uma Comissão do povo brasileiro. (…) Ela não pertence a um grupo de especialistas.

O que estou tentando dizer, portanto, é que a Comissão da verdade é como o movimento brasileiro de Anistia. Um grande movimento popular, em todo o Brasil, nas universidades, nos sindicatos, nos órgãos associativos dos arquitetos, dos engenheiros, dos advogados – como a OAB de São Paulo – para contar essa verdade.

Esse relatório não vai ser um documento que vai ficar numa prateleira. Terá que ser divulgada a participação de todos. Da Fiesp, das empresas jornalísticas, das empresas automobilísticas… Todo aquele que contribuiu com o golpe, como aconteceu na Alemanha nazista, terá que aparecer. O nosso holocausto não pode ser contado pela metade.

BLOG DA CIDADANIA – Pelo que entendo, então, deputado, o senhor não acredita que será possível excluir a imprensa dessa investigação. É isso?

ADRIANO DIOGO – Ninguém poderá ser excluído.

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Comentários

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FrancoAtirador

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24 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL PARA O DIREITO À VERDADE

CUT cobra resgate da memória histórica, reparação para as vítimas e apuração das responsabilidades.

CUT Nacional

Em todo o mundo comemora-se em 24 de março o “Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre as Graves Violações de Direitos Humanos e para a Dignidade das Vítimas”.

Está data foi instituída em 2010 em homenagem ao arcebispo de El Salvador, Óscar Romero, assassinado neste dia em 1980 durante uma missa na capital daquele país por sua condenação às violações aos direitos humanos e a dignidade das pessoas.

No mundo, são quase 50 mil desaparecidos forçados somente nos últimos 32 anos, milhares desses na América Latina.

No Brasil, temos centenas de mortos e desaparecidos e milhares que foram presos, torturados, perseguidos e perderam o emprego e o direito a terra durante a ditadura militar imposta em 1964.
O direito à verdade, à memória e à justiça, “para que não se esqueça e nunca mais aconteça”, é um movimento presente nos países que viveram regimes ditatoriais. Na maioria desses países foram criadas Comissões da Verdade que buscam a justiça, o direito à memória histórica e a reparação para as vítimas.

No Brasil, somente 25 anos após o fim da ditadura, foi criada a Comissão Nacional da Verdade com fins de examinar e esclarecer as graves violações aos direitos humanos. Estes esclarecimentos devem vir com pedidos de aberturas de processos contra os agentes do Estado e demais pessoas que cometeram crimes de lesa humanidade.

A CUT, no ano passado constituiu uma Comissão própria para acompanhar e estimular o resgate da memória dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo perseguidos, desaparecidos e mortos durante a ditadura. Desde então, tem incentivado as CUTs estaduais e seus sindicatos a promoverem manifestações pelo direito à verdade, à justiça e o resgate da memória histórica.
Também manifestou a presidenta Dilma Roussef que fossem investigadas às violações e ações do Estado brasileiro contra os trabalhadores e suas organizações.

Para isso encaminhou a Comissão Nacional Verdade um requerimento solicitando a instalação de um Grupo de Trabalho que tivesse, entre outros objetivos, os seguintes fins:

Levantamento dos sindicatos que sofreram invasão e intervenção no golpe militar e após o golpe;

Investigações de quantos e quais dirigentes sindicais foram cassados pela ditadura militar;

Quais e quantos dirigentes sindicais sofreram prisão imediata ao golpe;

Levantamento da destruição do patrimônio documental e físico das entidades sindicais;

Investigações sobre as prisões, torturas e assassinatos de dirigentes e militantes sindicais.

A CUT exige que todas as violações cometidas durante a ditadura sejam apuradas.

No momento em que assistimos a atuação da Comissão Nacional da Verdade se voltar também para as empresas perseguidas durante o regime, consideramos mais que pertinente a criação desse Grupo de Trabalho.

Os trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo formam a maioria da população e foram os que mais sofreram com a ditadura.

Pelo Direito à Verdade, à justiça, resgate da memória histórica e reparação para as vítimas;

Pela apuração das responsabilidades.

São Paulo/Brasil, 22 de março de 2013.

Executiva Nacional da CUT
Comissão da CUT para o acompanhamento da Comissão Nacional da Verdade

http://www.cut.org.br/acontece/23050/24-de-marco-dia-internacional-para-o-direito-a-verdade-sp

Marcos Rocha

Investigará sim.

Logo depois que aprovarem a CPI da Privataria e o indiciamento do Policarpo.
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SCRIPT DO EMBROMATION PRA MILITANTE VER

Local : a blogosfera amigável

Quando : sempre que a blogosfera torna-se menos amigável

Fato atual: críticas às privatizações de Dilma e comportamento favorável aos grandes veículos de comunicação.

Destinatários: a parte da militância que esteja descontente.

Solução: algum político do PT, geralmente aqueles de baixo clero – menos comprometidos com a “governabilidade” e mais próximos das causas sociais e, portanto, com maior credibilidade junto à militância – dá uma entrevista dizendo exatamente aquilo que o militante quer ouvir.

Opções: desde CPIs contra malfeitos neoliberais de governos passados, até investigações contra os “inimigos” da vez. Geralmente o Serra ou a mídia.

Efeito: Gerar assunto favorável nos blogs até que a promessas seja descumprida daqui a uns 2 meses. Culpar a “base aliada” quando isso ocorrer.

Ação Paralela: continuar as privatizações e, se possível, uma omelete com o Louro José.

mineiro

duvidooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo que isso aconteça , o pt , partido travado , medroso , covarde junto com essa pres.do brasil que agora se aliou ao poderosos e a grande midia. eu duvido que isso aconteça , duvido mesmo. a hora que começar a aparecer , aparece alguem do judiciario dos quintos dos infernos , mais o governo que agora e pau mandado do pmdb , abafa tudo. nao vai acontecer nada ,pode ter certeza.

Julio Silveira

Isso, como tantos assuntos de interesse publico, se acontecer, vai ser a portas fechadas para não gerar repercussões. E este governo se imcumbirá disso podem crer.

Romanelli

opa, agora vai…. re re re

http://www.youtube.com/watch?v=XSlKwTS-9Po

spin

Falas de ministro do STF são apagadas das notas orais do STF

Quem diria! Os próprios ministros com vergonha do que afirmaram durante o julgamento farsesco do “mensalão”. Agora não só negam como estão destruindo as provas do que afirmaram em alto e bom som, como faria um criminoso que apaga as provas do crime. Como eles podem fazer isso se o Brasil inteiro acompanhou aquele circo de horror. Que tal uma Comissão da Verdade para colocar tudo isso em pratos limpos, Ao contrário do que tem afirmado Barbosa, o STF não está acima de tudo e de todos. Quando me lembro daqueles juízes ensandecidos e ávidos e apressados a condenar a qualquer custo, vêem a mente um bando de embriados, que nada tem a ver com a Suprema Corte de um país civilizado. Depois da lambança feita, agora apagam as provas do que fizeram, dá prá escrever um longo anedotário não fosse trágico, afinal de contas, quem pode achar graça nessa história de pessoas inocentes terem que cumprir anos e anos na cadeia, em regime fechado. Vejam só essa do Barbosa apagando os registros do seu esdrúxulo que ele(Barbosa) fez da tese do domínio de fato(sem provas) para atender aos anseios da Casa Grande e sua mídia venal. Nada será feito contra estes larápios togados?

STF MAQUIA O MENSALÃO.
“DOMÍNIO DO FATO” VAI SUMIR
Os advogados e os historiadores devem requisitar, imediatamente, as gravações da TV Justiça dos votos do mensalão. O processo de maquiagem está em curso.Imprimir

Saiu no “Painel” da Folha (*):
ESQUEÇAM…

O ministro Luiz Fux mandou apagar suas intervenções das notas orais do STF (Supremo Tribunal Federal) contendo todo o debate em plenário durante o julgamento do mensalão.

… o que eu disse

Entre as falas agora apagadas estava uma que contrariou os advogados, por sugerir que caberia à defesa provar a inocência dos réus. Os ministros estão liberando aos poucos suas notas orais para o sistema de informática da corte.

Veja bem

A assessoria do ministro afirma que tudo que ele disse durante o julgamento constará no voto, e que foram excluídas as declarações para evitar um documento muito longo. Além disso, justifica que outros ministros fizeram o mesmo.

O Conversa Afiada tem a informação de que o emprego da teoria do “domínio do fato”, aquele turbante da Carmen Miranda em que o STF transformou uma tese original alemã, vai desaparecer na hora em que os votos escritos estiverem publicados.
Foram essa e outras barbaridades que levaram a Hildegarde Angel a chamar a condenação sem provas do Dirceu e do Genoíno em“Mentirão”.
Quanto ao Ministro Fux, marcha a passos acelerados para um processo inexorável de impeachment.
A revelação da conversa com o Ministro Gilberto Carvalho é estarrecedora.
Sem falar que confessou não saber que havia 3.200 vetos na frente da MP dos royalties do petróleo.
E parou o Brasil, até que o Supremo, constrangido, revisse seu erro.
Os advogados e os historiadores devem requisitar, imediatamente, as gravações da TV Justiça dos votos do mensalão.
O processo de maquiagem está em curso.
Viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

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exige provas
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Dias na Carta:
a chegada de Fux ao STF
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COMENTÁRIOS
106 Comentários para “STF maquia o mensalão.
“Domínio do fato” vai sumir”
19 de março de 2013 às 19:42

RicardoJ.
É inacreditável que eles queiram apagar estas gravações assistidas ao vivo, a cores, para distorcer a história… É o fim, o STF não assumir suas decisões… =^\

Isidoro Guedes

Entre a esperança e a apreensão:
Esta semana após a eleição do novo papa, o até então cardeal arcebispo de Buenos Aires, o jesuíta Jorge Bergoglio (agora papa Francisco I), vivi sensações simultâneas mas bastante distintas. Vivi um misto de esperança e apreensão.
Esperança pelo fato de um latino-americano, ainda que conservador, ter assumido a liderança do catolicismo com um discurso de renovação e um sorriso e simplicidade que me lembraram muito o cardeal Albino Luciani, o papa João Paulo I. E, mais emblemático, assumindo o nome de Francisco, que remete para um projeto de Igreja comprometida com os pobres e deserdados deste mundo.
Apreensão pelo fato deste papa vindo da nossa vizinha Argentina supostamente ser acusado de colaborar com a cruel e sanguinária ditadura militar daquele país, ao longo da década de 1970.
De certa maneira confortou-me o relato do prêmio Nobel da Paz, o também argentino Adolfo Perez Esquivel, de que o cardeal Jorge Bergoglio não foi colaborador do regime militar argentino. E muito pelo contrário, está sendo alvo de injustiça quanto a isso.
Isso no entanto não me acalmou o suficiente, sobretudo pelo fato de uma ativista pelos direitos humanos na argentina, a senhora Graciela Yorio, ter declarado a imprensa internacional que o novo papa era acusado de delação por seu irmão (o falecido religioso jesuíta Orlando Yorio). Yorio e o também jesuíta Francisco Jalics, um húngaro-argentino que hoje vive na Europa, teriam sido expulsos da Companhia de Jesus (a Ordem Jesuíta) pelo então provincial, padre Jorge Bergoglio (o agora eleito papa Francisco I), que supostamente os teria delatado para a autoridades da ditadura, por conta de suas ligações com a Teologia da Libertação e movimentos sociais “revolucionários” da época.
Em alguns casos as informações chegam desencontradas e desconexas. Algumas reportagens falam que Jalics, o outro religioso torturado com Yorio, teria perdoado e se reconciliado com o cardeal Bergoglio. Outras informam que Jalics nega a participação do novo papa neste triste episódio.
Mas uma coisa é certa: este fato tem que ser esclarecido o mais rapidamente possível, para que o novo papa possa ter paz para levar adiante sua difícil missão. E para que não pairem quaisquer dúvidas quanto a sua conduta como pastor.
Outro alento foi o recente artigo do irmão franciscano Leonardo Boff, teólogo perseguido pelo dogmatismo conservador da Era João Paulo II. Artigo no qual Boff demonstra esperança em relação ao novo papa e a seus primeiros movimentos.
É bom lembrar que Boff, intelectual cristão vinculado a Teologia da Libertação, foi interpelado por nada mais nada menos que o cardeal alemão Joseph Ratzinger (o papa Bento XVI, que acaba de renunciar). Ratzinger, então prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé (o antigo Santo Ofício ou Inquisião Católica) foi inflexível com o então frei Boff, da Ordem dos Frades Menores de São Francisco de Assis.
Boff acabou condenado pela Inquisição. Foi proibido de lecionar e escrever por um tempo. E passou a receber marcação cerrada por parte da ortodoxia da Cúria Romana. O que o levou a renunciar a sua condição de sacerdote.
Nesses tempos a Igreja deu marcha a ré em seu processo de renovação iniciado pelo Concílio Vaticano II e tocado pelos papas João XXII e Paulo XI. A Teologia da Libertação foi praticamente banida, sob a acusação de ser fortemente influenciada pelo marxismo, enquanto que a chamada opção preferencial pelos pobres acabou virando mera peça de retórica.
Agora o irmão Boff solta sua voz e sentencia: novos tempos podem estar chegando. Pois apesar da orientação conservadora do novo papa, a realidade por vezes se impõe. E a realidade aponta para o colapso da teologia ultra-conservadora da Era João Paulo II, que prosseguiu no papado de seu sucessor, Bento XVI.
Como sentencia o cardeal-emérito de São Paulo, o também franciscano Cláudio Hummes, a ortodoxia não mais oferece respostas para os tempos atuais. E a Igreja está a exigir profundas reformas, ou então não sobrevive.
Hummes inclusive teria inspirado o novo papa a assumir o nome de Francisco, logo após, após sua eleição, e ainda no conclave, fazendo-lhe um pedido e uma advertência: que não esquecesse os pobres. De imediato, como confirmou o papa, na sua primeira audiência pública com jornalistas do mundo inteiro, o papa disse que as palavras do cardeal brasileiro ficaram a martelar sua cabeça: os pobres… os pobres… os pobres…
E é a partir disso que ele resolve assumir o nome de Francisco. Confirmando que a homenagem que presta não é a Francisco Xavier, mas sim ao santo de Assis. Francisco Xavier teve papel destacado como missionário jesuíta no século XVI, evangelizando a Ásia Amarela (em especial o Japão), e como co-fundador da Companhia de Jesus, ao lado de Inácio de Loyola.
Mas Francisco de Assis é muito maior. Afinal foi o santo que se sentiu chamado a reformar a Igreja. E que se propôs a reconstruir a Igreja no espírito relatado a partir dos Atos dos Apóstolos, tal como era a Igreja e a comunidade cristã dos primeiros tempos de cristianismo.
Por isso compartilho da esperança do irmão Boff, pois como ele vejo que ao assumir o nome de Francisco o cardeal Bergoglio não se propôs simplesmente a homenagear esse grande seguidor de Cristo (e que muitos apontam como aquele que mais próximo esteve dos princípios do Nazareno, através de sua pobreza, simplicidade, despojo e compromisso com os mais humildes).
Na verdade assumir o nome de Francisco é assumir um projeto de Igreja diferente deste que aí está. Um projeto de Igreja Povo de Deus, que nasce da base, e não de decisões de cúpulas.
Se a Igreja hoje vive períodos de crise e turbulência. Muito disso tem a ver com a sua própria estrutura vertical e centralizada. E esse é um dos pontos que tem que mudar.
Felizmente as primeiras palavras do novo bispo de Roma vão nesta direção. Pois o papa Francisco acaba de afirmar com todas as letras o seu projeto (e sonho) de construir “uma Igreja pobre e para os pobres”.
O último papa a citar intenções semelhantes foi o papa João Paulo I. O simpático patriarca de Veneza, que cativou o mundo com seu sorriso e simplicidade, que lembram muito a simplicidade e despojo do papa recém-eleito.
Infelizmente o papa do sorriso morreu após apenas 33 dias de seu pontificado. E as circunstâncias de sua “morte súbita” até hoje são objeto de extensa controvérsia. Não faltando os que acreditam que o religioso possa ter sido assassinado por máfias encasteladas dentro da própria Cúria Romana, assustadas com a profundidade das reformas pretendidas por João Paulo I.
Que o novo papa se cuide portanto. E que esteja atento a possibilidade dessas máfias ainda estarem por aí. Sobretudo num momento em que a Igreja vive o sobressalto de extensas denúncias de corrupção no Banco do Vaticano, as mesmas que supostamente poderiam ter produzido o suposto assassinato de João Paulo I.
Que o novo papa possa enfrentar os que sempre encobriram a pedofilia. Os que sempre resistiram aos ventos liberalizantes oriundos do Vaticano II. Aos que querem a continuidade de uma Igreja de poder imperial, mas jamais uma Igreja Povo de Deus.
Que Francisco I possa calçar as humildes sandálias do pescador Pedro. E jamais a reluzente coroa que ornamentou a cabeça de tantos papas e que fortaleceu a lógica de poder, opulência e arrogância que emanava de Roma.
O momento também não é para crucificar o novo papa. Pois convém lembrar que o nosso querido Dom Hélder Câmara, falecido bispo emérito de Olinda e Recife, também no início de seu sacerdócio filiou-se a Ação Integralista Brasileira e defendeu os postulados do fascismo. Dom Hélder também apoiou a instalação da ditadura militar de1964. Mas nada disso impediu que ele reavaliasse suas posições e viesse se tornar uma das mais proféticas vozes da Igreja latino-americana contra a violência, a tortura e os assassinatos dessa cruel ditadura.
Trilha semelhante seguiu Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo de São Paulo, que de simpatizante do regime militar passou a denunciar o caráter desumano desse regime. E ao lado de Dom Hélder tornou-se uma das vozes mais influentes da Teologia da Libertação e em defesa dos excluídos e explorados, bem como pela construção de uma Igreja de face mais humilde e humana.
Na verdade o ser humano é feito de erros e acertos. O importante é que acerte mais do que erre. E que em seus acertos tenha em mente corrigir seus erros para não mais repeti-los.
Confesso que andava meio afastado da Igreja que sempre amei. Mas na qual já não mais enxergava minha fé, apesar de saber do caráter santo e pecador que sempre caminhou com essa instituição.
Agora sinto que talvez este seja o momento de voltar. E de ajudar o papa Francisco nesta tarefa cristã e franciscana de reconstruir nossa Igreja. De fortalecer a fé.
Antes de mais nada quero dizer que a tarefa de fortalecer o cristianismo não é só dos católicos. É também de tantos quantos militam em outras confissões cristãs. E que para além de nossas diferenças e daquilo que nos separa, se sobressaia aquilo que nos une: a evangélica missão que o Cristo nos delegou a todos – de construir um mundo melhor, mais justo, mais humano e mais fraterno a partir do aqui agora. Para merecer o Reino que vem depois.
Que assim seja, amém!

SEVERINO ISIDORO FERNANDES GUEDES, sociólogo, educador e gestor público (cristão franciscano de fé renovada).
Goiana – Pernambuco – Brasil, 16 de março de 2013.

Fabio Passos

O PiG e promotor e filhote da ditadura.
Estes mesmos oligarcas do PiG, que atacam e sabotam hoje a nossa democracia… aplaudiram, incentivaram e apoiaram os torturadores e assassinos que destruiram o pais entre 64-85!

O PiG e co-particepe dos crimes contra a humanidade cometidos pela ditadura.

Ronaldo Silva

…e eu acreditei!

Pedro Henrique

É mais fácil boi voar, do que essa Comissão da Verdade investigar alguma coisa.

renato

Deve por na cadeia os responsáveis. Empresas tem nome e dão emprego, os responsáveis tem cpf, e devem ir para cadeia.
Serem expostos a sociedade. Alguém comandou, alguém fez.

Mardones

Vamos torcer para isso.

henrique de oliveira

Se isso acontecer e for divulgada as verdades sobre a grande midia na ditadura , o povo deverá exigir o fechamento ou pelo menos boicotar essas empresas.

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