O impacto da perda de Chávez para a diplomacia brasileira

Tempo de leitura: 4 min

É isso aí que está em jogo (foto LCA, na faixa do Orinoco)

por Luiz Carlos Azenha

Hugo Chávez nasceu da primeira revolta genuinamente popular contra o neoliberalismo na América Latina. Extraiu sua força política do Caracazo, a rebelião contra as medidas impostas pelo Fundo Monetário Internacional ao governo de Carlos Andrés Pérez, em 1989. Violentamente reprimido, deixando centenas de mortos, o Caracazo antecipou em quase 20 anos a implosão do modelo neoliberal que atingiu primeiro Wall Street e hoje derrete a zona do euro. Andrés Pérez era da AD, a Ação Democrática, um dos partidos da oligarquia que se revezavam no poder desde um acordo firmado em 1958 na cidade de Punto Fijo.

A ascensão de Chávez pôs fim simultaneamente a Punto Fijo e à influência dos Estados Unidos na política local, que tinha um aspecto mais sombrio: a Disip, serviço de inteligência venezuelano, era um braço da Central de Inteligência Americana para a desestabilização de Cuba e a manutenção de regimes pró-americanos na região. O terrorista cubano-venezuelano Luís Posada Carriles usou seus contatos na Disip para planejar a derrubada de um avião da Cubana de Aviación que matou 73 civis, em 1976.

Mais importante que isso, Hugo Chávez pôs fim ao domínio indireto que os Estados Unidos exerciam na estatal petrolífera PDVSA, que bancava a vida nababesca da elite local em Miami e gordas contas nos maiores bancos de investimento dos Estados Unidos. Quando eu era correspondente da TV Manchete em Nova York, cobri o escândalo que envolveu uma funcionária brasileira do Citibank, acusada de desviar dinheiro de clientes latinoamericanos. A tarefa dela, segunda me contou em um presídio, era visitar os países da América Latina, dentre os quais a Venezuela, para conseguir clientes dispostos a depositar “com segurança” pelo menos um milhão de dólares na agência do Citibank que ficava no 666 da Quinta Avenida, em Manhattan.

[Para entender a importância do desvio da renda do petróleo para o sistema financeiro internacional leiam Poisoned Wells: The Dirty Politics of African Oil, do excelente Nicholas Shaxson]

[Clique aqui para ver uma série que eu, Azenha, gravei na Venezuela]

Eleito pela primeira vez em 1998, Chávez só assumiu de fato o poder quando destituiu a direção da PDVSA, o que levou a um locaute empresarial entre dezembro de 2002 e fevereiro de 2003. A greve petrolífera desnudou o que realmente sempre esteve em jogo na Venezuela: o controle sobre as imensas reservas de petróleo.

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Não deixa de ser irônico que a revista Time já tenha dedicado uma capa ao verdadeiro ditador venezuelano, Marcos Pérez Jímenez, que governou a Venezuela com um misto de fraudes e mão de ferro, entre 1952 e 1958: “a golden rule”, um governo dourado, elogiou a revista, se referindo a investimentos promovidos pelo ditador com o dinheiro do petróleo.

Quem dominava a indústria petrolífera venezuelana, então, era a norte-americana Standart Oil.

Tanto Jiménez quanto Chávez são de extração militar. Este último frequentemente criticado por seu bonapartismo. Não se trata, no entanto, de um fenômeno desligado da História da Venezuela. Ao contrário do Brasil e de outros países da região, a Venezuela viveu uma guerra de independência devastadora e a reorganização do país se deu em torno da instituição que melhor resistiu à destruição: o exército.

Hugo Chávez abriu caminho, na América Latina, para o funeral da ALCA — a aliança comercial que os Estados Unidos pretendiam impor à região –, e o poder imperial do FMI com seu Consenso de Washington.

Os ventos que ele ajudou a soprar varreram do mapa latinoamericano desde a base aérea de Manta, controlada pelos Estados Unidos na costa do Equador, até Gonzalo Sánchez de Lozada, o Goni, boliviano que falava espanhol com sotaque gringo e infelicitou a Bolívia antes de ser botado para correr por uma rebelião popular contra reformas inspiradas… pelo FMI.

Chávez deixa mais que um legado de avanço social para milhões de venezuelanos, antes excluídos e fisicamente isolados nos morros que cercam Caracas: deixa um país extremamente politizado e uma mídia tão diversa que é um prazer sentar num quarto de hotel de Caracas e sintonizar as diferentes emissoras privadas ou estatais. As opiniões recolhidas ali formam um mosaico de um país polarizado mas que discute aberta e francamente seu destino político, muito longe do consenso bovino expresso de forma monocórdica pela mídia brasileira.

Finalmente, Chávez representa uma grande perda para a diplomacia brasileira. Era o biombo ideológico atrás do qual o Itamaraty operava o projeto que serve de formas múltiplas à economia, à soberania, à diplomacia e à segurança do Brasil. A adesão da Venezuela ao Mercosul levou o Brasil ao Caribe. Fortaleceu um projeto que poderíamos chamar de a América Latina para os latinoamericanos. E reduziu substancialmente a capacidade históricamente demonstrada dos Estados Unidos — nos golpes e intervenções militares, do Chile ao Panamá, do Brasil à Nicarágua, de Cuba à Venezuela — de usar a região, como fez desde a Doutrina Monroe, como um quintal para a Standart Oil, a United Fruit, a IT&T e suas equivalentes.

Abaixo, um vídeo sobre terrorismo Made in USA (siga o link do You Tube para as outras partes):

Leia também:

Antonio Lassance: A hora e a vez de Hugo Chávez

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Comentários

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Fabio

Uma pena que a nossa diplomacia simplesmente morreu com o governo Dilma.
A saída do Celso Amorim e a entrada do Patriota acabaram com o legado deixado pelo Lula em nossa politica externa.

Eduardo Guimarães

Excelente, Azenha. Quando você escreve sobre a Venezuela experimento uma espécie de déjà vu, oriundo das nossas longas conversas, sobretudo no âmbito daquela viagem que fiz a Caracas em 2007.

Anonymobr

As informações foram divulgadas no perfil do AnonymousBrasil no Facebook de Marco Feliciano, atual presidente do CDH (Comissão de Direitos Humanos)

Ao final das informações segue seguinte texto: NÓS SOMOS ANONYMOUS NÓS SOMOS MUITOS NÃO ESQUECEMOS NÃO PERDOAMOS ESPEREM POR NÓS!

http://pastebin.com/7YKLuR6V

FrancoAtirador

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Chávez e a fita métrica do conservadorismo

Por Saul Leblon, no Blog das Frases – Carta Maior

Quando mede o tempo histórico na América Latina, a régua conservadora irradia uma ambiguidade sugestiva.

Nas medidas à esquerda, identifica extensões anacrônicas de um tempo morto. Fantasmas de um mundo que na sua métrica não existe mais.

Exceto como detrito histórico.

Entre os fenômenos jurássicos estariam lideranças, a exemplo da exercida pelo falecido presidente Chávez – pranteado agora em massa por um povo a quem favoreceu um primeiro degrau de cidadania e dignidade.

Enquadram-se nas mesmas polegadas da régua arestosa Lula, Evo Morales, Correa, Cristina, Mujica e, mais recentemente, Dilma.

A mídia dominante ecoa a régua discricionária, estendendo seu preconceito às políticas de emancipação social implementadas por esses governantes.

Sintomaticamente, não adota o mesmo peso e medida quando se trata de dimensionar a natureza dos graves constrangimentos estruturais, acumulados em séculos de hegemonia conservadora na região.

Mencione-se os mais óbvios.

Uma distribuição de renda iníqua; serviços públicos indignos; concentração patrimonial monárquica; estruturas produtivas imiscíveis com demanda popular; dependência colonial asfixiante.Uma elite empresarial cuja única pátria é o lucro e a capital, Miami.

A dualidade conduz a desdobramentos singulares.

Como explicar a aderência popular de líderes e projetos que, a julgar pela narrativa dominante, levitam em sociedades intrinsecamente modernas, distorcidas apenas pela anacrônica presença de demagogos ?

Oxímoros como ‘autoritarismo democrático’ tem sido cunhados pelo jornalismo conservador.

É notável o esforço para harmonizar o inenarrável.

As veias abertas de uma América Latina que, quanto mais moderna aos olhos da elite, mais sangra pelo cotidiano de seu povo.

Um caso exclamativo é o da reforma agrária.

‘Verbete incluído no arquivo morto da história em todo o mundo’, sentencia o padrão métrico dominante.

Como tal, uma discussão sequer admitida fora do carimbo ideológico que a sepultou.

Todavia, mais de 50% dos 870 milhões de famintos existentes no mundo vivem onde menos se espera que a fome possa dar as cartas: junto à terra.

Não apenas isso.

Quatrocentos milhões de pequenos proprietários rurais do planeta tem área insuficiente para a própria sobrevivência.

Menos de dois hectares, em média, calcinados pela aridez tecnológica.

Contam apenas com a força de seus braços para enfrentar , e perder, cotidianamente, a luta contra a miséria.

Os maiores bolsões de fome e de pobreza do globo estão no campo, que ainda abriga 49% da humanidade.

A metade da pobreza latino-americana vive aí.

A metade da pobreza brasileira está no Nordeste e a metade dos nordestinos mais pobres habita a área rural.

Há dezenas de milhares de famílias paupérrimas listadas no MST, dispostas a tentar um recomeço junto à terra.

O Brasil tem menos de 20% de sua demografia misturada ao espaço da agropecuária.

Mas somados os habitantes de 1.800 pequenos municípios cuja orbita gravita no entorno da terra, nunca tantos brasileiros viveram no mundo rural.

Formam hoje um contingente quase equivalente a uma Argentina.

Lateja a percepção de que algo precisa mudar na estrutura agrária do país e do mundo para que a luta contra a fome e a pobreza possa acelerar o passo.

É mais que velocidade.

Está em jogo percorrer uma travessia estrutural que o presente deve às mazelas do passado trazidas ao século 21.

Diante do complexo emaranhado de tempos históricos e desafios sociais, fica difícil dissociar o tom do editorial do Globo desta 3ª feira, sobre o ‘anacronismo da reforma agrária’, de um mero rompante de classe.

A que fez 1964.

Com o título ‘A comprovada falência da reforma agrária’, o diário da família Marinho capturou a seu favor a autocrítica do governo.

A gestão Dilma, que beneficiou o menor número de assentados desde 2003, reconheceu a indigência a que estão relegados boa parte dos assentamentos no país. A presidenta se comprometeu com a Contag, esta semana, a retificar esse percurso e a sua velocidade.

Foi a deixa. O Globo disparou a conclusão prevalecente em sua régua histórica.

A reforma agrária sempre figurou assim no Brasil.

Como uma das pendências históricas mais indigestas ao estômago conservador.

Há 49 anos, no dia 31 de março, foi uma das agulhas mais operosas em cerzir o golpe militar.

Por mais de duas décadas, ele calaria a necessária discussão democrática das reformas de base, focadas no legado asfixiante do conservadorismo ao desenvolvimento brasileiro.

Entre elas, a estrutura de propriedade da terra.

Na ótica dos interesses que, já àquela altura, atribuíam o epíteto de ‘demagogo e populista’ aos que empunhavam essa bandeira, o debate reprimido caducou.

Com a palavra, ‘O Globo’ desta terça-feira, 5/02/2013:

“36% das 945.405 famílias assentadas (ou 339.945) sobrevivem do Bolsa Família, por terem renda abaixo do limite divisor da miséria”.

“Não se realizou o sonho da redenção social por meio da divisão de terras. Foram distribuídos 87 milhões de hectares, 10,8% do território nacional, e, mesmo assim, metade dos assentados não sobrevive sem a ajuda assistencialista do Estado”.

“Diante deste quadro, o governo age de maneira sensata ao dar prioridade à tentativa de corrigir os assentamentos existentes em vez de instalar outros”.

“Espera-se que, num segundo momento, o governo se convença de que a modernização da agricultura e a própria urbanização do país jogaram na lata de lixo da História a reforma agrária, tema de meados do século passado, de um Brasil muito diferente do de hoje”.

A síntese feita pelo editorial conservador é ardilosa.

Estampa a fotografia realista de um resgate de náufragos.

Acompanhada da legenda torpe.

Nela, os responsáveis pelo transatlântico afundado atribuem o desastre ao predomínio de feridos, fracos e desfalecidos entre os passageiros.

Tem sido um pouco essa a tônica do jornalismo dominante ao tratar da ressurgência de agendas e demandas incompatíveis com a métrica da modernidade capitalista na América Latina.

A ênfase nas dificuldades – reais – da reforma agrária tardia, perseguida em nosso tempo, evoca a pergunta do poema de Drummond diante da pele estendida no chão:

‘O que sei do tapir senão a sua derrota?’

A ditadura brasileira sustentada por veículos que hoje destinam a reforma agrária ao lixo da história promoveu uma das diásporas rurais mais fulminantes do século 20.

Aquilo que se convencionou chamar de ‘modernização conservadora do campo’ cometeu no Brasil, no espaço pouco superior a duas décadas, uma transição rural/urbana que países como os EUA demandaram um século para completar.

Mais de 30 milhões de pobres do campo foram empurrados para periferias conflagradas das grandes metrópoles, entre os anos 60 e 80. Um exército de reserva pronto para o uso e o abuso do ‘Brasil Grande’ verde oliva.

Cinturões urbanos sem cidadania explodiram por todo país.

A grande produção capitalizada, mecanizada e subsidiada –em níveis de deixar corado o orçamento atual da reforma agrária e da agricutura familiar– deu conta de suprir a demanda interna por alimentos. Fez do Brasil um dos maiores exportadores agrícolas do mundo.

A um custo nem sempre relacionado.

Uma contrapartida de fome urbana e rural espraiou-se durante décadas; só mitigada com a extensão do Bolsa Família a mais de 50 milhões de brasileiros na atualidade.

Não por acaso o PT chegou ao governo, em 2003, com a bandeira do Fome Zero.

Execrada, recorde-se, pelo jornalismo dominante.

Ainda hoje, ventríloquos resistem em admitir a existência da fome no país.

Talvez por ser um dos produtos mais representativos do capitalismo agalopado que ajudaram a implantar a partir de 64.

Por certo, a reforma agrária adequada ao século 21 ainda não foi decifrada pelas forças e lideranças progressistas que se debruçam sobre o tema.

Reside aqui, talvez,uma das suas grandes fragilidades.

Hesita-se em admitir a necessidade de um aggiornamento na forma e no conteúdo dessa agenda em nosso tempo.

Uma das chaves da atualização certamente passa pelo tema ambiental.

O governo ensaiou a resposta nessa direção com os projetos de assentamentos agroflorestais.

Mas sem atribuir-lhes a centralidade de uma diretriz estratégica.

A questão agrária e a urgência climática têm sido uniformemente negligenciadas, ademais, no debate estratégico da frente progressista que apoia o governo, dentro e fora do PT.

Talvez não seja um mero acaso.

Talvez sejam agendas gêmeas, indecifráveis em separado no mundo atual.

Uma, remanescente do século 19; a outra, contemporânea da exacerbação capitalista em nossos dias.

Juntas, entre outras, justificam a presença vigorosa de lideranças progressistas, e de processos revolucionários, que não cabem na fita métrica conservadora.

Mas que assumem o desafio de arrastar tempos históricos distintos, na luta por uma emancipação social e econômica ontologicamente incompatível com a métrica conservadora na América Latina.

(http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1203)
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Enquanto isso, na Venezuela:

Povo venezuelano escreve a história com seu luto vermelho e hipnotiza os olhos do mundo há mais de 72 horas.

Comoção popular questiona a mídia e dá a Chávez a dimensão política que o conservadorismo sempre lhe negou.

Filas imensas obrigam o governo da Venezuela a estender a despedida do líder bolivariano.

30 chefes de Estado e mais de 50 delegações internacionais presentes na cerimônia simbólica desta 6ª-feira.

Lula e Dilma já se encontram em Caracas.

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http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm

    Bonifa

    Toda a mídia de direita do Brasil não começa a falar de Chavez sem antes tachá-lo de “líder populista”. Nada mais inapropriado, a trair raivosa intenção política. Populismo é um termo quase arcaico. Transformado em palavrão que significava atraso, matutice, falta de modernidade, voluntarismo, servia em princípio para inibir as vocações políticas internas americanas, que não tivessem algum compromisso sólido com os princípios elementares da governabilidade. Com a amplitude ilimitada da democracia, tais vocações proliferavam com muita facilidade e ficaram célebres alguns dirigentes americanos populistas e suas proezas. Com o advento do neoliberalismo, os financistas passaram a usar o termo para impor aos políticos em geral a subordinação total aos economistas liberais; fora de tal subordinação, tudo seria “jurássico”, tudo seria ignorância e atraso. Dava pena ver homens como Reagan tentando passar a idéia de que entendiam tudo de economia. Quando, na verdade, estavam apenas mostrando que eram bons atores e atendiam fielmente às exigências dos neoliberais. Deste modo, o mundo financeiro buscava limpar da política interna americana qualquer traço de humanismo e espírito de solidariedade. Tentava também evitar qualquer iniciativa governamental dos homens públicos, que se colocasse fora de parâmetros econômicos elegidos por eles como supostamente definitivos e racionais. Este golpe deixava o caminho livre para o Império da Alta Grana de Wall Street, com seus engodos que vendiam a Economia como sendo uma ciência pura e que deste modo sua única verdade era a ortodoxia. O pensamento único. Foi este falso mundo que desabou com a atual crise. Se o governante, sobretudo em país em desenvolvimento, adota iniciativas governamentais que procurem influir no espaço socioeconômico obedecendo a lógicas muito mais poderosas que a hoje desmistificada racionalidade dos economistas liberais, é uma falácia arcaica e uma desonestidade intelectual que este governante seja tachado de populista.

    FrancoAtirador

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    Caríssimo Bonifa.

    Este seu comentário-artigo mereceria um post.

    Realmente populismo é um termo arcaico,

    como arcaicos são os donos da Mídia Bandida

    e os sectários da “modernidade” neoliberal.

    Se fôssemos aplicá-lo na acepção proposta

    diríamos que populista é a Mídia Bandida

    que se utiliza da sedução da propaganda

    para vender produtos a um público ingênuo.

    Daí por que os bandidos da mídia neoliberal

    são ferozes e vorazes contra os governantes

    que adotam medidas que beneficiam a população,

    fundamentalmente a erradicação do analfabetismo

    e a conscientização política revolucionária.
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    Un fuerte abrazo camarada y libertario.
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    PS: Um texto para reflexão:

    Por que a mídia oligárquica mercantil é contra os governos de esquerda?

    1) Porque os governos de esquerda defendem o ensino público, de qualidade e gratuito, em todos os níveis, para todos.
    O que isso tem a ver?
    Pense no quanto a mídia oligárquica mercantil deixaria de arrecadar em patrocínio de colégios particulares, universidades e cursinhos privados.

    2) Porque os governos de esquerda defendem o direito de todas as pessoas terem acesso a um serviço público de saúde, com qualidade, de forma gratuita.
    O que isso tem a ver?
    Pense no quanto a mídia oligárquica mercantil deixaria de arrecadar em patrocínio das empresas que gerenciam planos privados de saúde e dos laboratórios multinacionais de medicamentos.

    3) Porque os governos de esquerda defendem o direito de todo trabalhador ter uma aposentadoria digna, remunerada pelo Estado.
    O que isso tem a ver?
    Pense no quanto a mídia oligárquica mercantil deixaria de arrecadar em patrocínio das empresas que administram planos de previdência e seguridade privadas.

    4) Porque os governos de esquerda são contra a privatização das estatais.
    O que isso tem a ver?
    Pense no quanto a mídia oligárquica mercantil deixaria de arrecadar em patrocínio dos conglomerados industriais privados que compram as estatais a preço vil.

    5) Porque os governos de esquerda apóiam o cooperativismo, a associação dos trabalhadores e a economia auto-sustentável.
    O que isso tem a ver?
    Pense no quanto a mídia oligárquica mercantil deixaria de arrecadar em patrocínio das empresas oligopólicas e monopolistas, dos espoliadores urbanos e latifundiários rurais, que exploram os trabalhadores no isolamento.

    6) Enfim, porque os governos de esquerda pretendem eliminar todo e qualquer tipo de discriminação social e, acima de tudo, acabar com a exploração do Trabalho pelo Capital.
    O que isso tem a ver?
    Pense! …
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bento

Hugo Chaves como todo ser humano tinha seus defeitos…porem tinha a dignidade de lutar por uma humanidade melhor no futuro.Hugo Chaves agora habita no panteão dos libertadores das Américas.

Eduardo Oliveira

Não morre nunca que é sempre lembrado.
A revolução bolivariana manterá Chaves em evidência e América latina mais unida.

ccbregamim

a revolução bolivariana continua.

Fabio Passos

Com Hugo Chavez a America Latina endireitou… a espinha, que vivia curvada diante dos interesses imperialistas pelos representantes das “elites” locais.
Superamos o tempo dos capachos ianques.
Nao pode haver retrocesso.

barreto

Excelente artigo. Parabéns Azenha!

augusto2a

a diplomacia brasileira tem status e tem historia, é inegavel.
mas as vezes fica longo tempo esperando godot.
como agora, com nossa presidenta.
Chegou lá no comando do time, sacou o messi, e no lugar colocou um
zé gonzalez.

Jô Freitas

Gosto muito de Luiz Carlos Azenha. O que ele escreve é uma verdadeira aula. Quanto aos comentários apesar de discordar de alguns, respeito suas opiniões.

Lula, no NY Times: “Se uma figura pública morre sem deixar ideais, seu legado chega ao fim” « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] O impacto da perda de Chávez para a diplomacia brasileira […]

Ana de Abreu

A chamada Doutrina Monroe foi anunciada pelo presidente estadunidense James Monroe (presidente de 1817 a 1825) em sua mensagem ao Congresso em 2 de dezembro de 1823.

“Julgarmos propícia esta ocasião para afirmar, como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência européia […] (Mensagem do Presidente James Monroe ao Congresso dos EUA, 1823)”

Izaías Almada: Um mundo melhor será possível? « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] O impacto da perda de Chávez para a diplomacia brasileira […]

ricardo silveira

Não só o Brasil, mas todos os países que prezam suas soberanias perderam um aliado fundamental nos tempos que correm. Chávez fará muita falta, não há dúvida.

renato

Não desanime Rodrigo Leme.
Sem você aqui a coisa fica enfadonha.
Aqui você é oposição atuante.
Não está morto quem peleia, tchê!
Já dizia o carioca.
A luta… ( não sei como vocês se chamam,
nós dizemos companheiro).
Sempre em frente, deixe que as galinhas latam
enquanto passa a caravana!

Bonifa

Quem é mesmo o Maduro? Talvez seja bom que ele não passe a primeira vista o perfil de quem possue carisma. Carisma no homem errado é fatal. Porém muitas vezes nos enganamos. Evo Morales parecia não ter qualquer traço de carisma, seria apenas um índio tímido, ms surprendeu quem assim pensava. Quando um terremoto destruiu a inexpugnável muravelo de Tróia, os piratas gregos foram os primeiros que souberam do fato e fizeram sua expedição de ataque e pilhagem. Mas esta história sórdida foi encoberta por uma lenda cheia de heróis e razões altruístas. Hoje, todos os maiores piratas do mundo acreditam que com a morte de Chavez a muralha que defendia as riquezas imensas da Venezuela cairam por terra. E todos se assanham para uma possível pilhagem, salivando de ganancia.

wendel

Valeu Azenha!!
Este histórico, vale por mil revistas e livros fraudados que estão à disposição de leitores, não para esclarecer, mas para confundir.
A Revolução Bolivariana, ou como chamam, Chavísmo, gostem ou não, ficará marcado na história daquele país, e também na história da AL.
Enfim, seu site, dá uma aula de história real, vivenciada por você, e isto passado à nós, só pode nos engrandecer.
Mais uma vez, obrigado por compartilhar conosco estes episódios!

João Pedro Stedile: “Chávez nos fará falta!” « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] O impacto da perda de Chávez para a diplomacia brasileira […]

Bira

Maravilha de texto. Valeu!

José BSB

A mesma turma que torceu pelo câncer do Lula e Dilma esta vibrando com a morte do Chávez.
Quem não tem voto, caça com câncer.
Trágico.

maria olimpia

Texto espetacular, caro Azenha!

Julio Silveira

Pessoal, por favor, com todo respeito, vamos fazer um minuto de silêncio pela perda do Rodrigo. Já que nessa ele se perdeu. risos.

    Rodrigo Leme

    Sim, me perdi mesmo. Peço desculpas de novo, até pq minha confusão veio junto de uma critica. Banco tudo que falo, salvo quando estou com os fatos errados, que foi o caso.

    Julio Silveira

    Parabens Rodrigo, nem todos tem essa verve. Como já te disse apesar de pensarmos diferente sobre como construir o futuro do nosso Brasil, tens meu respeito e simpatia. Ao contrário de muitos dos que aqui comparecem com uma evidente hipocrisia esquerdista, para encobrir os instintos de Ali Baba de muitos de seus mentores e por conseguinte seus.

    Paulo Figuiera

    Discordo de tudo o que você diz, mas defendo veemente o seu direito de dizê-las, é esse contraponto que cobramos da grande mídia.

    Paulo Figuiera

    desculpe leia-se veementemente

    Athos

    Excelente piada.
    Se me permite, irei reproduzi-la por aí.
    :)

rubem gonzalez

Não entro mais em discussão sobre esse assunto, mas por um motivo bem singelo:

-Nunca discuta com um idiota,ele te reabaixa ao nível dele e vence.

Uma coisa é inegável: o Lula realmente elevou o nível econômico do povo,há alguns anos ouvir discurso de reaças era um privilégio dos jardins em sp, da savassi em mg ou do leblon no rj.

Hoje temos uma quantidade imensa de reaças de periferia, os famosos crasse mérdia. Aqueles que foram sem nunca ter sido….

    Rodrigo Leme

    Tinha uma época da minha vida em que eu ofendia violentamente quem pensava diferente de mim. Mas aí fiz 15 anos, passou.

Rodrigo Leme

Interessante chamar o Caracanazo de “rebelião”, e não de “tentativa de golpe de estado”. A biografia de Chavez não comporta essa pecha, por isso o afã de rescrever o fato?

Por isso que digo que PIG é estado de espirito, não ideologia política.

    Luiz Carlos Azenha

    Você está confundindo as bolas, Rodrigo. O Caracazo precedeu a tentativa de golpe do Chávez. abs

    Gerson Carneiro

    O Rodrigo não está confundindo. Ele não sabe mesmo. E não é por culpa própria. Até antes deste post ele não tinha ouvido falar em “Caracazo”.

    Rodrigo Leme

    Tem razão. São movimentos contemporâneos, separados por 2 anos, mas não são a mesma coisa. Perdão.

    Vale pq fica o registro biográfico que ninguém faz às atividades golpistas de Chavez.

    Rodrigo Leme

    Não sei de nada Gerson, o gênio aqui é você. Sabe tudo de todo mundo, por isso que não se furta de dar opinião sobre os outros comentaristas, ao invés de dar sobre o assunto: a inteligência é muito grande pra isso.

    Cassius Clay Regazzoni

    O sujeito se julga no direito de imputar a pecha de mentiroso ao autor do texto (afirmando que os fatos estão manipulados a favor de Chávez) e nem se deu ao trabalho de fazer uma simples pesquisa histórica no google.
    Esta é realmente a cara dos direitistas de nosso país.
    Como diria Nelson Rodrigues: “Os idiotas perderam a modéstia”.

    Rodrigo Leme

    É a coragem que só se acha no anonimato.

    Almerindo

    Coragem! KKKKKKKKKK!!! Que figurinha difícil, viu??!! Vá se informar melhor, Rodrigo!

Thomaz

O passamento de Chávez foi uma mão na roda para a diplomacia brasileira que mesmo durante a ditadura militar teve modos e foi admirada internacionalmente. Pelas mãos de Chávez o Itamarati se meteu nas maiores roubadas com ditadores e terroristas, incluída a constrangedora ação conjunta com Chávez, de aboletar o chapeludo Zelaya morando meses na sala do embaixador brasileiro em Tegucigalpa.

    Wanderson Brum

    Ai, ai, ai meu caro!

    A diplomacia brasileira de antes, admirada pelo mundo inteiro, era uma orgão que funciona mais como representação comercial dos empresários nacionais, que estavam se lixando para o pais, e não como um orgão de representação de uma país soberano e digno de respeito.

    Mas tudo bem, há quem goste de calçar a sandalia humildade, há quem prefira ficar de descalço humilhantemente, eu prefiro que a nossa diplomacia continue calçada e dotada de iniciativa, representado o país com toda dignidade que qualquer nação soberana mereça, seja ela os EUA, a China, o Camboja ou a Etiópia e por que não também o Brasil.

    Valdeci Elias

    Desde da época do Imperio, o Brasil se valeu da diplomacia.
    Uma vez , num conflito de interesses entre o Imperio Brasileiro , e o Imperio Britanico , os embaixadores brasileiros derrotaram os embaixadores ingleses na mesa de negociação. Más um Almirante Ingles não aceitou e bloqueou uma cidade brasileira e impos pela força dos canhões a opnião inglesa.
    Teve tambem territorios que o Brasil ganhou, atraves da diplomacia. Derrotando interesses de Paises estrangeiros (EUA e Europa)e multinacionais estrangeiras .

Antonio Lassance: A hora e a vez de Hugo Chávez « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] O impacto da perda de Chávez para a diplomacia brasileira […]

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