FHC embarca na candidatura de Aécio Neves por 2014

Tempo de leitura: 3 min

Eugênia Lopes – O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA – Escanteado pelo PSDB nas três últimas eleições presidenciais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vai ganhar um lugar de destaque na campanha tucana à sucessão de Dilma Rousseff. A um ano e meio das eleições, o ex-presidente se transformou no principal cabo eleitoral do senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência da República, em 2014.

A estreia de FHC na nova função está marcada para amanhã, em Belo Horizonte, onde ele abre um ciclo de palestras encomendadas pelo PSDB mineiro para reafirmar a candidatura de Aécio ao Palácio do Planalto. Desde dezembro do ano passado Fernando Henrique defende, publicamente, a candidatura do mineiro ao Planalto.

O “road show” de FHC para “apresentar” o senador tucano como candidato continua em março, desta vez em São Paulo, também em evento do partido.

Efeito no PT. “Não tem uma programação a longo prazo. Mas têm alguns eventos marcados com a presença do Fernando Henrique”, diz Aécio. “Afinal, o presidente Fernando Henrique é uma referência e é bem recebido aonde vai”, completa o tucano. Questionado se FHC é um “bom cabo eleitoral”, Aécio responde de bate pronto: “Acho que sim. Até pela irritação que provoca nos petistas”.

Na condição de cabo eleitoral ilustre, Fernando Henrique verá o legado de seu governo reabilitado durante o giro da campanha tucana pelo País.

O PSDB passou a reconhecer publicamente o legado de FHC em junho de 2011, quando o ex-presidente completou 80 anos. Na ocasião, a presidente Dilma Rousseff enviou carta ao tucano em que reconhecia sua “contribuição decisiva” para o desenvolvimento do País, quebrando um paradigma de ataques imposto pelo PT ao tucano. Antes, candidatos tucanos à Presidência, José Serra, em 2002 e 2010, e Geraldo Alckmin, em 2006, nunca citaram o governo de FHC nas respectivas campanhas.

Privatizações. Em 2006, por exemplo, Alckmin, atual governador de São Paulo, não defendeu as privatizações da Era FHC. Na época, o PT carimbou o PSDB de “privativista”. Passados sete anos, os tucanos reconhecem o erro e prometem recuperar o que chamar de “herança bendita” dos oito anos de governo de FHC (1995 a 2002).

Responsável pela organização do ciclo de palestras “Minas Pensa o Brasil”, que terá FHC como protagonista, o deputado Marcus Pestana (MG), presidente do PSDB mineiro, observa que o ex-presidente não vai participar do dia a dia da campanha de Aécio. “Ele (FHC) é um bom cabo eleitoral e vai se envolver na medida certa na campanha”, diz. “O Fernando Henrique é o melhor interprete do Brasil contemporâneo”, argumenta o tucano.

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Pelo cronograma em gestação, a campanha de Aécio vai ganhar fôlego a partir da convenção do PSDB, em maio, quando deverá ser eleito para presidir a legenda. O pontapé inicial da campanha ocorrerá entre os dias 23 de maio e 1.º de junho, quando serão exibidos 40 comerciais, de 30 segundos cada, com propaganda tucana. Aécio também será a estrela do programa de dez minutos que vai ao ar em maio.

Com essa estratégia, os tucanos querem tornar o senador mineiro nacionalmente conhecido. Governador por duas vezes de Minas Gerais, a avaliação é que Aécio tem uma ação restrita, regional. Uma situação semelhante à do governador de Pernambuco e presidente PSB, Eduardo Campos, possível candidato à Presidência. Neto de Miguel Arraes, ele tem uma atuação voltada para o Nordeste.

Na corrida presidencial, Aécio e Campos saem atrás da ex-ministra Marina Silva que, nas eleições de 2010, obteve quase 20 milhões de votos, ficando em terceiro lugar na disputa, e é conhecida nacionalmente. Isso sem contar a diária exposição da presidente Dilma Rousseff. “Não há espaço para amadorismo. É preciso preparar as bases operacionais da campanha”, diz Marcus Pestana.

Apesar de ainda não ter admitido que é o candidato do PSDB, Aécio Neves passou a agir como tal, sobretudo na última semana, quando subiu à tribuna do Senado para enumerar os 13 fracassos do governo do PT. O discurso, planejado como um contraponto à festa petista em que o ex-presidente Lula acabou lançando Dilma Rousseff à reeleição, foi discutido com a cúpula partidária. Em Belo Horizonte, berço político do tucano, a ideia é novamente dar visibilidade a sua candidatura, mais uma vez turbinada por Fernando Henrique.

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Comentários

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Marcos Coimbra: A eleição de 2014 parece resolvida « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] FHC embarca na candidatura de Aécio Neves por 2014 […]

Fátima Oliveira: Com a oposição antipovo que está na praça, todos perdemos « Viomundo – O que você não vê na mídia

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João Sicsú: A “gastança” pública nos últimos dez anos « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] FHC embarca na candidatura de Aécio Neves por 2014 […]

Eduardo Raio X

FHC cabo eleitoral do Aecim Never, vai ser hilário, contar com esse duble de guru de araque, agora de uma coisa o Never vai ter que tomar muito cuidado, Zé zumbi vai aparecer em suas noite de sono de morcego. Aliás de morcegar Aecim entende bem!

luiz claudio

Olha pessoal sou mineiro,e digo, se este sujeito um dia chegar a presidência,o brasil vai regredir,conseguiram acabar com minas,estamos indo de mal a pior em todos os índices sociais e econômicos,o estado que é uma das maiores arrecadações do brasil nunca tem recurso,e tudo deles é culpar o governo federal por seus desmandos,se nós mineiros não fossemos muro de concreto ruim de derrubar,eles já teriam acabado com o estado totalmente,mas não sei até quando aguentaremos esta turma,mas o que me entristece é saber que a maioria dos mineiros continuam a votar nesta corja,bandos de alienados,espero que quando caírem na real não seja tarde,isto se caírem.

Mario Roberto

O medo não faz apenas o cão latir…Provoca reações impressionantes até mesmo no ser Humano.

Neiva

Obaaaa

Vai fuuuuundo FHC!!!!
Adoro direitista que não cansa de apanhar!!!!

Rafael

Eu acho muito engraçada resposta do aécio se o fhc é bom cabo eleitoral:“Acho que sim. Até pela irritação que provoca nos petistas” Nossa basta vc ter dois neurônios para saber que o que importa é a reação no povo, não no PT. Impressão que tenho é que áecio não tem noção nenhuma de estratégia, disputa eleitoral. Será que pensam que perderam as 3 disputas porque não defenderam as privatizações?? Por que não defenderam o desemprego maciço??? Por que não defenderam as 3 vezes que o Brasil quebrou e foi ao FMI pedir dinheiro??? Por que não defenderam o apagão???
Ou são completamente estúpidos e estão completamente perdidos, não têm a mínima noção do que propor ou contam com o esquecimento, com a falta de memória do povo. De qualquer modo pensam que o povo brasileiro é estúpido e não têm memória.

Julio Silveira

Infelizmente dentro dessa conjuntura vou ter que ir de Dilma novamente.
Mas falando sério precisamos urgentemente de um PT aos moldes do antigo para fazer oposição a esta composição que em outros tempos seria considerada aberração politica.
Me desculpem os filiados ao partido da estrela mas esse que grupo que voces defendem é um arremedo do que já foram, e sem essa de que é o possivel, foi escolha e interesses.
Para sorte de voces o brasileiro de hoje capitulou e aderiu a expressão criada pela Força Sindical, virou eleitor de resultados o menos ruim para sí no imediato vence, dane-se o futuro, esse fica por conta de Deus.

    Morais

    De acordo!

Urbano

Que não esqueça de dar uma espanada e de passar óleo de peroba na cara de pau. Também não esqueça da bandeira preta, com um crânio adornado com um lenço e entre os dentes um punhal, além dos dois fêmures entrecruzados em xis. E não esquecer de jeito e maneira de levar o pig pra que providencie o diário de bordo.

Rose PE

Já vai embarcar numa canoa furada! OU será canoa aébria? Fica a dúvida.
Dilma 2014!

Gerson Carneiro

Quem deve tá obrando sangue com esse apoio de FHC ao Aécio, é o Serra.

FHC é a Yoani Sanchez da campanha do Aécio.

É como jogar uma âncora pra quem tá se afogando.

Abel

Ou seja, para o PSDB lançar mão de FHC como cabo eleitoral, precisou a Dilma referendar a importância (passada) do cidadão. Gargalhadas, por favor…

FrancoAtirador

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QUE MARAVILHA !!!

Agora só falta o Serra apoiar o Aébrio.

É preciso os tucanalhas bem juntinhos.

Espera-se que consigam ir para o 2º turno.

Tucanalhada unida é bom de ser vencida.
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    FrancoAtirador

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    A triunfal ascensão à base de asneiras de Marco Antônio Villa

    Por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

    Como o reacionarismo ululante de Villa deu a ele os holofotes da mídia.

    Não tenho grandes expectativas em relação à academia brasileira, mas mesmo assim me surpreendi ao ler um artigo sem nexo na Folha, nas eleições de 2010, e ver que o autor era professor da Universidade Federal de São Carlos.

    Pobres alunos, na hora pensei.

    Não conhecia o professor Marco Antonio Villa, historiador não sei de que obras. No artigo, depois de ter entrado na mente de Lula, ele contava aos brasileiros que a escolha de Dilma se dera apenas para que em 2014 Lula voltasse ao poder, nos braços da “oligarquia financeira”. Villa, com as asas de suas teorias conspiratórias, voara até 2014 para prestar um serviço à Folha e seus leitores.

    Não sei se Villa conhece a história inglesa, mas deveria ler uma frase de Wellington, o general de Waterloo: “Quem acredita nisso, acredita em tudo”.

    Minha surpresa não pararia ali. Saberia depois que, graças a seu direitismo estridente e embalado numa prosa com as vírgulas no lugar, Villa virou presença frequente em programas de televisão cujo objetivo era ajudar Serra, notadamente na Globonews sob William Waack.

    Mais recentemente, ele tem participado de animadas mesas redondas no site da Veja sobre o Mensalão. Vá ao YouTube e veja quantas pessoas vêem as espetaculares discussões de que Villa participa ao lado de Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo. O recorde de Psy pode ser batido antes do que imaginamos.

    Soube também que ele lançou um livro sobre o Mensalão. Abominei sem ler. Zero estrela de um a cinco.

    Minha única surpresa em relação a Villa derivou de uma chancela importante de Elio Gaspari, um dos melhores jornalistas que vi em ação como diretor adjunto da Veja nos anos 1980. Ele fez parte da equipe de Elio na elaboração de seu livro “A Ditadura Derrotada”.

    Villa, conta Elio, “conferiu cada citação de livro ou documento. Foi um leitor atento e pesquisador obsessivo. Villa tem uma prodigiosa capacidade de lembrar de um fato e de saber onde está o documento que comprova sua afirmação. Ajuda como a dele é motivo de tranqüilidade para quem tem o prazer de recebê-la. Além disso, dá a impressão de saber de memória todos os resultados de jogos de futebol”. Foi o que escreveu Elio.

    Uau.

    Villa trabalhou com Elio, portanto. Não aprendeu nada?

    Não parece. Elio tem uma independência intelectual perante os partidos e os políticos que passa completamente ao largo de Villa e congêneres. Isso lhe dá autoridade para criticar e elogiar situação e oposição, e credibilidade para ser levado a sério.

    Villa, em compensação, é fruto de uma circunstância em que se procura desesperadamente dar legimitidade acadêmica a um direitismo malufista. Em outros tempos, Villa – caso acredite mesmo nas coisas que escreve e fala — seria um extravagante, um bizarro, imerso num mundo que é só só seu. Você poderia imaginá-lo jogando dardos num pôster de Lula.

    Nestes dias de confronto, é um símbolo de como alguém pode chegar aos holofotes e virar “referência” falando apenas o que interesses poderosos querem ouvir.

    http://diariodocentrodomundo.com.br/o-professor-aloprado-parte-3

    FrancoAtirador

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    Sobre Elio Gaspary,
    o governador Tarso Genro
    tem opinião diferente:
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    “O alto comissário do Golbery não toma jeito”

    O jornalista Elio Gaspari defende as suas teses principalmente a partir da falsificação da posição dos seus adversários de opinião.
    Para defendê-las, sempre desqualifica os seus adversários com textos de estilo ferino, que não raro beiram a difamação.
    Já fui alvo algumas vezes das suas distorções e falsificações, mas sobre este tema da reforma política preciso responder formalmente, porque se trata de um assunto extremamente relevante para o aperfeiçoamento democrático do país.
    Elio Gaspari quer que os eleitores não saibam quem vão eleger.

    O artigo é de Tarso Genro, na Carta Maior

    Como Elio Gaspari foi do velho Partidão e depois se tornou confidente do General Golbery, fazendo, a partir daí, uma carreira de jornalista mordaz e corregedor de todos os hábitos do país, ele se dá o direito de não só inventar tolices nas suas colunas, como também enganar os mais desavisados.

    Defende as suas teses principalmente a partir da falsificação da posição dos seus adversários de opinião. Para defendê-las, Elio sempre desqualifica os seus adversários com textos de estilo ferino, que não raro beiram a difamação. Os que se sentem agredidos raramente se defendem, não só porque ele não publica as respostas na sua coluna, mas porque talvez temam despertar nele uma ira ainda maior, que também não abre espaços para o contraditório.

    Já fui alvo algumas vezes das suas distorções e falsificações, mas sobre este tema da reforma política preciso responder formalmente, porque se trata de um assunto extremamente relevante para o aperfeiçoamento democrático do país, sobre o qual existem divergências elevadas, tanto dentro da esquerda como da direita democrática.

    A estratégia usada por Elio Gaspari para promover suas crônicas foi muito comum na época da ditadura, quando o SNI – através de articulistas cooptados – recheava de informações manipuladas a grande imprensa, sobre a “subversão” e as “badernas estudantis”. O regime tentava, desta forma, tanto manter o controle da opinião pública, como dividir a oposição legal e a clandestina, num cenário em que povo já estava cansado do regime. Elio Gaspari parece que se contaminou com este vício e combinou-o com uma arrogância olímpica: desqualifica todo mundo, não respeita ninguém, o que pode significar uma volúpia de desrespeito a si mesmo, ensejada pela sua trajetória como jornalista com idéias muito próximas de um ceticismo anarco-direitista.

    Vários dirigentes políticos, tanto da oposição como da situação – da direita e da esquerda – que não estão satisfeitos com o sistema político atual, debatem uma saída: uma reforma política para melhorar a democracia no país. Todos sabemos que não existe um sistema ideal e perfeito, mas que é possível uma melhora no sistema atual, que pode tornar mais decente a representação e os próprios partidos. Este debate para melhorar a democracia e dar maior coerência ao sistema de representação tem despertado a santa ira de Elio Gaspari, que dispara para todos os lados, mas nunca diz realmente qual é a sua posição sobre o assunto.

    No seu artigo “O comissariado não toma jeito”, no qual sou citado nominalmente como defensor de fisiologismos, ele atinge o auge na deformação das opiniões de pessoas que ele não concorda. Vincula, inclusive de maneira sórdida estas opiniões a dirigentes políticos condenados na ação penal 470, para aproveitar a onda midiática que recorre diariamente a estas condenações, não só para desmoralizar a política e os partidos, mas para tentar recuperar os desastrados anos do projeto neoliberal no país, nos quais, como todos sabemos, não ocorreu nenhuma corrupção ou fisiologismo.

    As deformações de Elio são explícitas quando ele examina dois pontos importantes da reforma política: o “voto em lista fechada” e o “financiamento público” das campanhas eleitorais. Sobre o voto em lista “fechada” ele argumenta, em resumo, que a “escolha deixa de ser do eleitor”, que vota numa lista preparada pelo Partido, que captura o seu direito de escolha.

    Pergunto: será que Elio não sabe que a escolha na “lista aberta” (sistema atual), é feita, também, a partir de uma relação de nomes que é organizada pelos Partidos? E mais: será que Elio não sabe que a diferença entre um e outro sistema é que, no atual, o voto vai para a “fundo” de votos da legenda e acaba premiando qualquer um dos mais votados da lista, sem o mínimo nexo com a vontade do eleitor? Repito, qualquer um da lista, sem que o eleitor possa saber quem ele está ajudando eleger!

    Na lista fechada é exatamente o contrário. O eleitor sabe em quem ele está votando. E sabe da “ordem de preferência”, que o seu voto vai chancelar, a partir do número de votos que o Partido vai amealhar nas eleições. O eleitor faz, então, previamente, uma opção partidária – inclusive a partir da qualidade da própria lista que os Partidos apresentaram – e fica sabendo, não só quem compõe a lista do seu partido, mas também a ordem dos nomes que vão ter a preferência do seu voto.

    Na lista aberta, ao invés de crescer o poder político dos partidos – que Elio parece desprezar do alto da sua superioridade golberyana – o que aumenta é o poder eleitoral pessoal de candidatos que, neste sistema de lista aberta, carreiam os votos dos eleitores para qualquer desconhecido. Por mais respeito humano que se tenha por figuras folclóricas que ajudam eleger pessoas com meia dúzia de votos, não se pode dizer que a sua influência pessoal possa ser melhor que a influência das comunidades partidárias, por mais defeitos que elas tenham.

    A tegiversação sobre o financiamento público das campanhas não é ridícula, porque é simplesmente uma falcatrua argumentativa. Elio diz que este tipo de financiamento não acabará com o “caixa 2” e que tal procedimento vai levar a conta para o povo, que ele chama gentilmente de “patuléia”. Vejamos se estes argumentos são sérios.

    Primeiro: ninguém tem a ilusão de acabar com o “caixa 2”, que acompanhará as campanhas, enquanto tivermos eleições. O que devemos e podemos buscar é um sistema que possa diminuí-la, substancialmente, através – por exemplo – de um controle “on line”, de todos os gastos das campanhas, num sistema financiado por recursos conhecidos e previamente distribuídos aos partidos.

    Este sistema certamente diminuirá a dependência dos partidos em relação aos empresários e permitirá um controle mais detalhado dos gastos, pois cada partido terá um valor previamente arbitrado, para ser fiscalizado à medida que os recursos forem sendo gastos. Reduzir, portanto, a força do poder econômico sobre as eleições, este é o objetivo central do financiamento público.

    Quanto à transferência das despesas para o povo, qualquer aluno do General Golbery – digo aqui da modesta situação de fisiológico que me foi imputada – sabe que as contribuições dadas pelas empresas aos partidos e aos políticos, são “custos” de funcionamento de uma empresa, que integram o preço dos seus produtos e serviços, que são comprados pelo consumidor comum ou pelo Estado.

    Quem paga por tudo, sempre, é o povo que trabalha e compra e o Estado que encomenda, compra e paga. O defensor da patuléia, portanto, não está defendendo nem a “viúva” metafórica nem o Estado concreto. Está, sim, defendendo a atual influência do poder econômico sobre os processos eleitorais, de uma forma aparentemente moralista, mas concretamente interessada: acha que o sistema assim está bem. Uma forma de fisiologismo altamente disfarçado. O alto comissário do Golbery não toma jeito.

    http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21658

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