Maria Orlanda Pinassi: (Neo)Desenvolvimentismo ou luta de classes?
Tempo de leitura: 5 minMaria Orlanda Pinassi, em Caros Amigos, sugestão do professor Caio Toledo
Às vésperas de completar 25 anos no Brasil, o neoliberalismo vem sendo o mote de importantes análises e balanços acerca do seu desempenho no país, sobretudo por estudiosos do campo da crítica marxista.
De modo breve, o processo neoliberal é apresentado em dois momentos distintos e complementares ao mesmo tempo. O primeiro marcou os anos do governo de FHC através das privatizações de empresas públicas, da desnacionalização da economia, da desindustrialização, da reprimarização da produção interna (produção e exportação de commodities) e da integração da burguesia brasileira ao imperativo capital transnacionalizado.
O momento seguinte enseja o chamado neodesenvolvimentismo, processo que caracteriza os governos Lula e Dilma. Sem romper com a lógica neoliberal, o “modelo” sugere formas neokeynesianas, de modo a administrar os estragos causados pelo neoliberalismo das gestões anteriores.
Segundo consta, o Estado procuraria, então, recompor sua função(de “alívio”) social –- através da criação de empregos (quase sempre precários e temporários), políticas de recuperação do salário mínimo e redistribuição de renda (Bolsas Família, Escola, Desemprego etc.) –, enquanto a economia se renacionalizaria por meio de financiamentos do BNDES à reindustrialização pautada na substituição de importações.
Argumentos fortemente questionáveis visto que as empresas públicas privatizadas hoje são fortemente controladas por capitais externos (vide Vale), numa lógica em que a economia transnacionalizada do sistema reconduz o Brasil ao papel produtor de bens primários para exportação.
É desse modo subalternizado que, pelas mãos do neoliberalismo, o capitalismo brasileiro vem apresentando alguns dos melhores desempenhos econômicos do sistema. O capital, em processo de crise generalizada, tem pouco a lamentar e muito a comemorar por aqui: veja-se a estratosférica lucratividade bancária e o enorme crescimento da indústria da construção civil. Mais impressionante ainda é o desempenho da mineração, do agronegócio, do setor energético e dos números que apontam para o grande aumento de áreas agricultáveis (1) , de florestas, de rios e outras tantas de proteção ambiental, invadidas e destruídas por pasto, monocultivo de cana, de soja, de celulose, de laranja, por extração mineral, por barragens.
Com razão, é unânime a condenação que se faz da hegemonia do capital financeiro sob o neoliberalismo tendo em vista as consequências sociais nefastas que provoca. Estranhamente, porém, a solução que alguns estudiosos do tema encontram para esse “impasse” vem da Economia Política e não de Marx.
Ressaltam os avanços das políticas sociais dos governos petistas, mas, acometidos de uma espécie de “síndrome de Proudhon”, ouvem o sino tocar sem saber onde ele se encontra. Procuram-no num revival antidialético e romântico do Estado de Bem Estar Social, do predomínio da indústria fordista, com suas formas mais “humanizadas” de extração da mais-valia relativa. Saudades de algo que jamais existiu por aqui.
Para além dessas boas intenções, o neoliberalismo, desde suas primeiras aparições já nos anos de 1990, compõe a processualidade de uma mesma dinâmica de expansão e acumulação de riquezas baseada na superexploração do trabalho. Só que desta vez sem os entraves que as políticas keynesianas originais de controle das crises cíclicas certamente apresentariam à lógica de uma atuação absolutamente intolerante a qualquer limite.
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Isso quer dizer que a década de 1990, apesar de ter registrado um desempenho econômico pior do que nos anos 1980, não foi perdida, como pensam, nem de estagnação para o capital. Durante esses anos, o neoliberalismo pôs em prática seu fundamento mais importante, aqui e em todo o mundo capitalista: interrompeu o avanço da classe trabalhadora.
A reestruturação produtiva implantada destruiu empregos e a estabilidade (onde ela existia), criou o desemprego estrutural, disseminou a precarização –- algo bastante familiar ao mundo do trabalho no Brasil — e começou a desmantelar cada um dos direitos trabalhistas conquistados pela classe trabalhadora desde Getúlio. Se o momento FHC criou as condições da miséria, sem, contudo, destruir completamente a classe, o momento seguinte lograria ainda maior sucesso nesta investida, criando e reproduzindo o miserável.
FHC ainda combatia a objetividade da classe trabalhadora, seus sindicatos e os movimentos sociais. Os governos de conciliação de Lula e Dilma mantiveram a política de fragilização da classe trabalhadora e investiram sobre a subjetividade do trabalhador.
Numa obra magistral de engenharia política, não mais o reconhecem como antípoda do capital. Tratam sindicatos e movimentos populares como parceiros e ainda são pródigos na concessão de direitos para as chamadas “minorias”, os direitos de cidadania que vão fortalecer a democracia formal.
Inegável o avanço da Lei Maria da Penha, dos direitos ampliados dos negros, dos índios e dos homossexuais. O problema é a individualização desideologizada do tratamento, devidamente orientado pelo Banco Mundial, de controle social do miserável. (2)
Caminho livre para a lógica da produção destrutiva e nele não há solução jurídica capaz de conter o extermínio de comunidades indígenas, as expropriações sem fim das terras quilombolas, de pequenos produtores e trabalhadores rurais sem terra –- acampados ou assentados –, não há solução possível para as remoções de levas imensas de moradores de comunidades urbanas, muito menos para conter a superexploração de mulheres e crianças ou a disseminação do trabalho escravo no campo e nas cidades. (3)
Para os segmentos atingidos, a criminalização e os rigores da repressão policial.Ou seja, a mais perfeita democracia hoje realizada pelo mundo do capital é a sua absoluta “tolerância” com qualquer forma de extração do sobre-trabalho: pode ser mais valia relativa, pode ser mais valia absoluta.
Vistos dessa ótica, os tempos são inegavelmente difíceis, tornando urgente a tomada de decisão: ou jogamos mais água no moinho satânico ou buscamos caminhos mais autênticos. Ou somos apologetas ou críticos radicais.
Florestan Fernandes foi categórico a respeito: “[…] defendo toda carga possível da saturação-limite dos papéis intelectuais dos sociólogos — não como servos do poder, porém agentes do conhecimento e da transformação do mundo”.
Sem meias palavras, define muito claramente sua opção pela sociologia concreta baseada no “horizonte cultural socialista em sua plenitude revolucionária”. (4)
Não poderia dispor, portanto, de melhor companhia para dizer que não pretendo encontrar soluções para estabilizar o capital; não pretendo dar contribuição para torná-lo mais funcional; nem venho propor algum tipo de pacto social com frações da burguesia supostamente lesadas pelo imperativo capital financeiro.
O ponto de vista que defendo está ideologicamente comprometido com as necessidades mais legítimas dos indivíduos que compõem a classe trabalhadora, cujo desafio maior da atualidade é conseguir transpor as misérias materiais e ideológicas e reassumir, através da luta, a condição diuturnamente vilipendiada de sujeito da história.
Um primeiro passo deveria ser dado por suas organizações –- ou o que sobrou delas –- no sentido de compreenderem, definitivamente, que o agir revolucionário precisa aprender a se “virar” sem o canto de sereia das instituições mediadoras da ordem.
Notas:
1 Há quem diga que, no Brasil, não há mais latifúndios improdutivos, então, para que Reforma Agrária? Não temos espaço suficiente aqui para demostrarmos quão questionável é essa “ideia”.
2 Ver a respeito o Projeto de Lei PPA 2012/2015 (2011) através do qual a gestão da presidenta DilmaRousseff se propõe a enfrentar e dar visibilidade através dos programas que englobam o PlanoBrasil sem Miséria.
3 Ao contrário, tudo tende a se agravar com a revisão do Código Florestal, da Mineração, da demarcação das terras indígenas.
4 Florestan Fernandes. A natureza sociológica da sociologia. São Paulo, Editora Ática, 1980 (p. 32)
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Comentários
Willian
Alguém sabe como é dividido o capital da Vale? Quem souber coloque aqui, por favor.
assalariado.
O novo desenvolvimentismo a qual a Sra. Maria Orlanda faz, é uma analise economica do movimento consentido e, esta intimamente ligado ao fato de que os velhos e os novos gerentes da vez desenvolvimentistas da (LUTA DE CLASSES) no Brasil, tem uma mesma raiz. Ou seja, tanto FHC X Lula /Dilma, tem principios com raizes num projeto neoliberal de economia já pré determinado pelos donos do capital e seu Estado jurídico que mantem, com outra cara as mazelas originais da ideologia do modo de produção capitalista.
Sendo que, o primeiro estava amarrado, de acordo com os princípios desse modo economico de desenvolvimento, até o pescoço que, significa dizer, o governo do PSDB, foi fundo nessa teoria economica, a ponto de quase vender todas as riquezas do Brasil para os donos do capital internacional e, ao mesmo tempo, doar o nosso povo como moeda/ troco, a bel prazer dos exploradores da burguesia internacional.
Por outro lado, a outra social democracia, leia -se PT e agregados, partem de um mesmo ponto economico, segundo as regras estabelecidas pelo Estado neoliberal e suas elites, camufladas por dentro do Estado e suas amarrações com a tal globalização. Isto é, o Sr. Lula e a Dona Dilma partem de uma mesma bula economica neoliberal. Todos os governos após 1990, já não tem como reclamar e fazer promessas para o povo numa futura eleição e prometer melhora para além do que esta aí, no quesito sobrevivencia de vida, devido que, se querem de fato melhor a vida do povo assalariado e da nação, terão que romper com esta lógica desenvolvimento segundo critérios teoricos economicos neoliberais.
Ou seja, a receita do governo da vez, seja qual for, já esta definida pela leis do capital, nas letras mortas da constituição. De resto, é só fazer o bolo crescer, para o bem estar social das elites, em detrimento dos míseros salários imposto pela burguesia patronal sobre o Trabalho assalariado, seja na empresa privada ou empresa estatal que, no fundo, esse Estado (os governos não governam, lembram -se?), nada mais é que, os patrões organizados para além de suas empresas. Ou seja, os assalariados, sem exceção, somos explorados pelas mesmas pessoas juridicas, apenas vestem fardas diferentes. É bom não esquecer, somos a 6ª economia no mundo e, no IDH (Indice de Desenvolvimento Humano)somos 75ª, não uma contradição?
A diferença basica, é que, o modo mais “humano” de gerenciamento do Estado capitalista resolveu ser mais social, e “dividiu” o bolo economico do crescimento, para com o povo. Porém, tudo dentro dos conformes e limites permitidos pelas elites. Entendo eu que, este é o ponto marxista a qual a Sra. Maria Orlanda reflete e, propõe uma critica e ao mesmo tempo, pede um passo a frente, por favor…
Abraços Socialistas.
Mário SF Alves
Peraí, prezado assalariado, isso é isso mesmo?
“Isto é, o Sr. Lula e a Dona Dilma partem de uma mesma bula economica neoliberal. Todos os governos após 1990, já não tem como reclamar e fazer promessas para o povo numa futura eleição e prometer melhora para além do que esta aí, no quesito sobrevivencia de vida, devido que, se querem de fato melhor a vida do povo assalariado e da nação, terão que romper com esta lógica desenvolvimento segundo critérios teoricos economicos neoliberais.”
Análise pertinente, claro. O problema pode ser esse distanciamento a-histórico e a-biográfico. “Sr. Lula e a Dona Dilma”???
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Não, caro companheiro, penso que o correto seja:
“O inesquecível e imprescindível Lula e imprescindível e querida Dilma”. Ainda que analisado o contexto; ainda que correta a análise, são nossos principais líderes, ou não?
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Ou será que é à toa que a mídia corporativa, versão tupiniquim, insiste tanto em desconstruí-los?
abolicionista
Perfeito, caro Mário, perfeito…
assalariado.
Caríssimos, Mário SF e Abolicionista. Na primeira parte de sua resposta/ comentário, quero dizer que, não comparo a biografia dessas tres pessoas, muito pelo contrário, acredito no carater do Sr. Lula e dona Dilma. O que falo e comparo é precisamente o momento histórico desses tres governantes, que são contemporaneos com relação ao dominio absoluto e, último estágio, a qual a dominação capitalista se encontra, que é o capitalismo neoliberal financista.
Qual governo da vez, planeta afora, que consegue governar, de fato, em prol da sociedade e do planeta, sem esbarrar nessa teoria suicida ideologica dos donos do capital? É a luta de classes, caros!
Na segunda parte, concordo com voces, existe, de fato, liderança inconteste de Sr. Lula e Dona Dilma sobre as massas, mesmo com a lavagem cerebral imposta pela imprensa capitalista. Porém, a critica da articulista (como devemos estar sempre observando), é pelo viés de esquerda, segundo a visão economica marxista sobre os limites dessa forma lulista de governar. Esta analise propõe balanço, estudos, limites e quem são e serão os prejudicados, pela qual Sra. Maria Orlanda expõe. Um passo a frente, por favor, …
Saudações Socialistas.
abolicionista
Mais um comentário que ilustra bem a posição da esquerda que não incomoda ninguém. De que adianta propalar a radicalidade da crítica e perder de vista a realidade?
No fundo, vejo apenas uma crítica requentada da cooptação da luta dos trabalhadores que deveria ser colocada na conta do tatcherismo e na terceira revolução industrial dos anos 70, quando todos os sindicatos do hemisfério abandonaram a perspectiva revolucionária ou foram extintos, como o dos carvoeiros ingleses. Nunca é demais lembrar: o PT já surgiu sem essa perspectiva. Ao dizer que o PT cooptou subjetivamente os trabalhadores, o texto segue a lógica elitista do “quanto pior melhor”. É como um conhecido meu que não dava esmolas porque achava que “esmola é contra a revolução”, seu maior gesto revolucionário era esse: não dar esmolas, será que podemos classificá-lo como um intelectual crítico radical?
Achei interessante também a citação do Florestan. Quem conhece a trajetória acadêmica do Florestan sabe que ele só se tornou marxista quando já havia conquistado a direção do departamento. Até então, era um positivista (vestia até avental branco, para parecer um “cientista”). De certo modo, ele é um exemplo bem sucedido pela luta por hegemonia, luta essa que estava no horizonte dos fundadores do PT.
É claro que o PT perdeu radicalidade de lá pra cá, mas não foi só ele. A sociedade brasileira perdeu o impulso que lhe proporcionavam os ventos da redemocratização. Isso não é determinado apenas por fatores internos: da fundação do PT para cá, o capital se mundializou, o trabalho foi desvalorizado em escala global e estamos nos aproximando de uma crise energética e ecológica se precedentes. O projeto keynesiano do PT tem tudo para ir por água abaixo, mas é inegável que, estivéssemos sob a administração de um governo PSDBista, estaríamos muito pior. Encaro o governo do PT como um dique precário e que, ao fim e ao cabo, será desmantelado. Contudo, é esse dique que trouxe para uma vida mais digna milhões de brasileiros. Quanto à radicalização política, ela virá, mas provavelmente não terá o colorido que Vladimir Safatle e outros intelectuais formados pela cartilha da Sorbonne esperam.
Mário SF Alves
Entendo que isso seja indicado para todos nós. E, a meu ver, não tem contra indicações:
“Encaro o governo do PT como um dique precário e que, ao fim e ao cabo, será desmantelado.”
E se não for suficiente, é só chegar na dose ideal:
“Contudo, é esse dique que trouxe para uma vida mais digna milhões de brasileiros. Quanto à radicalização política, ela virá, mas provavelmente não terá o colorido que Vladimir Safatle e outros intelectuais formados pela cartilha da Sorbonne esperam.”
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E de brinde, mais este:
“É como um conhecido meu que não dava esmolas porque achava que “esmola é contra a revolução”
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A abolição tem nome e passa pelos blog sujos.
Mário SF Alves
Gostei. Neodesenvolvimentismo tem tudo a ver. Engenharia e reengenharia política também. Mas, afinal, em se tratando de Brasil, não seria essa a única estratégia capaz de vencer/superar os estragos dos (des)governos FHC? Não seria essa a única estratégia capaz de romper com o subdesenvolvimentismo atávico que historicamente assola nosso povo e determina um Brazil de tipo made in USA?
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Seja como for, admito, sua análise, Maria Orlanda Pinassi, é a que mais fundo arranha o teflon que insiste em cobrir a realidade. Quem sabe, a luz não se faz por aí? Quem sabe a fórmula do futuro não seja de fato esta: a honestidade intelectual como suporte à luta coletiva pela consolidação da democracia?
Mário SF Alves
Desculpem, “made in USA” não. O certo seria dizer “made for USA”. Made in USA, talvez, até, quem sabe, fosse um pouquinho melhor? Não. Pensando bem, é melhor que a gente o faça. O melhor mesmo é Brasil feito pelo Brasil. Morra de vergonha mídia golpista!
Luiz Moreira
Sr. Mario
Eu retornei faz pouco de uma intervenção cirúrgica. Na cama, em recuperação, vi hoje (14/01/2013), um debate na TELEVISÃO, de alguns especialistas norte americanos,(NO HISTORY) sobre a situação mundial. Cada um de uma área.Era, principalmente, sobre os EUA. Análises todas catastróficas. Para um horizonte de 2030. Falte de petróleo, falta d’água, derrocada econômica, domínio da inteligência robótica, terrorismo nuclear fatal. No fim, uma análise conjunte do grupo.Espanto meu: Concordaram com a necessidade da eliminação da pobreza, do rigor contra as instituições bancárias e ações locais para os problemas locais. Duvida deles:Será que nos ouvirão? Tente achar e postar o debate SKAY-Canal 55
Mário SF Alves
Obrigado, Luiz.
Aos poucos a gente vai descortinando a realidade. Resta saber o que iremos fazer com ela.
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Malhoras, força, alegria e vida plena.
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Atenciosamente,
Mário SF Alves.
Lafaiete de Souza Spínola
O mundo chamado socialista desabou, menos pela pressão do capitalismo internacional do que pela ineficácia das suas lideranças que tendo o poder político nas mãos de meia dúzia proclamavam, por toda parte, uma sociedade conduzida pelo proletariado, quando era uma grande farsa. E isso deixou sequelas por toda parte, pois a tendência, no mundo periférico, foi imitar tudo o que se passava no centro.
Tudo isso continua a contaminar essa periferia, pois os efeitos dessa devastação continuam influenciando o comportamento dos mais variados grupos.
Hoje, se Marx vivo fosse, seguramente, ele condenaria esse “socialismo” que que foi implantado e daria muitas chicotadas nos fariseus. Ele teria, também, outra visão sobre a classe proletária. A sociedade tornou-se muito complexa e muitos querem explicá-la.
Todos conseguimos ver, mesmo no Brasil, o avanço acelerado da automatização. Estamos entrando na INFOERA. Precisamos de medidas práticas, pois não temos um caminho claro. Existem muitas explicações incompreensíveis para a maioria da nossa população. E sem a participação efetiva do povo (não como boiada) não se conseguirá transformar a sociedade.
Devemos procurar; mesmo sentindo passar longe dos nossos desejos, das nossas convicções; encontrar caminhos viáveis para o estabelecimento de metas aceitáveis pelos mais amplos setores da nossa sociedade que possam caminhar em direção de uma sociedade mais justa.
Sugiro, aqui, uma grande meta, a prioridade das prioridades: EDUCAÇÃO
UM PROJETO PARA A EDUCAÇÃO NO BRASIL.
São inaceitáveis as seguintes afirmações:
1.É uma sobrecarga o grande número de matérias obrigatórias no currículo escolar.
2.O Brasil vai quebrar, caso haja um grande aumento do investimento público na educação.
Na INFOERA; com o avanço exponencial dos componentes integrados, em consequência da miniaturização, já alcançando o nível atômico, ao lado do vasto uso da nanotecnologia, do vertiginoso desenvolvimento do software e das comunicações; passa a ser mais importante, cada vez mais, o ser humano pensante, com um amplo conhecimento geral que permita o seu desenvolvimento, quando estiver fora da tradicional cadeira escolar. O trabalho rotineiro será, então, executado pelas máquinas e robôs, como está acontecendo, até no Brasil. O mundo da WEB tende a ser incomensurável. Precisamos preparar nossas crianças para esse mundo que se avizinha a uma velocidade alucinante, com mais e mais competição, em qualquer tipo de sociedade que se apresente. No futuro que se avizinha as pessoas passarão a ter suas atividades em casa ou viajando. Quem não estiver preparado, sofrerá as consequências do ócio.
A verdade mostra que a nossa educação é, faz décadas, pífia! O Brasil necessita de uma escola pública, em tempo integral, de qualidade que permita fornecer o básico às nossas crianças, para que elas se encaixem nesse mundo que se descortina.
Observem que poucas foram as escolas a obter um nível de avaliação razoável no IDEB. Quase todas, inclusive, orientadas para o atendimento de áreas específicas, de muito difícil acesso, praticamente impossível, à maioria dos nossos jovens.
Outra observação é que os piores índices, em geral, foram verificados nas regiões onde predominam altos níveis de violência. Quanto maior índice de violência, tanto menor o IDEB!
Guardo cerca de 1000 testes aplicados, nos últimos 10 anos (redação de pelo menos 15 linhas, matemática e conhecimentos gerais), em jovens entre 18 a 25 anos, todos com secundário completo, muitos já frequentando faculdades particulares. É uma calamidade!
O caminho para resolver os problemas estruturais e amenizar as injustiças sociais do Brasil está, basicamente, atrelado à EDUCAÇÃO. Precisamos, com urgência, investir, pelo menos 15% do PIB no orçamento da educação. Deve ser disponibilizada escola com tempo integral às nossas crianças, oferecendo, com qualidade: o café da manhã, o almoço, a janta, esporte e transporte, nas cidades e no campo. Como é uma medida prioritária, inicialmente, faz-se necessária uma mobilização nacional. Podemos, por certo tempo, solicitar o engajamento laico das Igrejas, associações, sindicatos e das nossas Forças Armadas (guerra contra o analfabetismo e o atraso) para essa grande empreitada inicial.
Outros investimentos de grande porte, concomitantemente, devem ser realizados, ajudando, inclusive, a movimentar a economia de todo país: a construção civil seria acionada para a construção de escolas de alta qualidade, com quadras esportivas, espaços culturais, áreas de refeição e cozinhas bem equipadas etc. Tudo isso exigindo qualidade, porém sem luxo. Durante o período de mobilização, concomitantemente, o governo deve investir na preparação de professores para atender à grande demanda. Como esse projeto é de prioridade nacional, os recursos deverão vir, entre outros: de uma nova redistribuição da nossa arrecadação; de uma renegociação da dívida pública, com a inclusão do bolsa família etc. Não temos tempo para ficar aguardando a época do pré-sal.
Observações e consequências previsíveis:
1. O tráfico perderá sua grande fonte de recrutamento, pois todas as crianças estarão, obrigatoriamente, em tempo integral, das 07 às 19 horas, na escola. A segurança pública ficará agradecida. Serão desnecessários tantos investimentos em presídios e no efetivo policial. É uma fonte de recursos que migrará para a educação. Mais educação, como proposta, significa menos delinquência, menos tráfico de drogas, menos usuários, mais saúde.
2. Para aqueles adolescentes que já participam de contravenções graves, podem ser planejadas escolas albergues, dando mais ênfase ao esporte e à cultura.
3. A saúde pública será, também, uma grande beneficiária, pois teremos crianças bem alimentadas, sinônimo de saúde para elas e seus pais. Toda escola deverá ter um posto de saúde. Os pais despreocupados terão mais tempo para seus afazeres, menos despesas com alimentação, uma saúde melhor, necessitando de menos atendimento médico. Haverá menos gasto público com acidentes e com viciados em entorpecentes. É mais dinheiro que poderá migrar para a educação.
4. O setor financeiro deve entender que isso levará o país, em médio prazo, a outro nível de bem estar. Será bom para todas as atividades que desejam uma nação economicamente forte. Os bancos irão ter menos gastos com a segurança, pois, esses assaltos a caixas eletrônicos tenderão a desaparecer. Com a educação em constante avanço, poderão aperfeiçoar a automação do setor.
5. Considero que esse projeto, para ter êxito, necessitará de uma coordenação centralizada, inclusive para evitar os privilégios nas diversas de regiões do Brasil. A educação deve ter o mesmo nível em todo país. Ficará, então, sob a responsabilidade do Ministério da Educação.
6. Os recursos, atualmente, aplicados pelos estados e municípios, deverão ser alocados nesse projeto. Tudo passa para o controle do ME. Para diminuir custos, poderá haver padronização em determinadas atividades. A edição de livros em escala, por exemplo, será necessária.
7. Deverá ser criada uma fiscalização rigorosa, prevista em lei, controlada pela sociedade; com a participação de: pais, professores e sindicatos, com poderes e recursos para denunciar erros, desvios de verba e de rumo etc.
8. Recursos adicionais: os pais pagarão 5% do salário / entradas pela mensalidade de cada filho matriculado. Isso é muito menos do que arcam, hoje, nas escolas particulares que, na sua maioria, não adotam o tempo integral. Muitas, inclusive, com qualidade duvidosa. Todas as famílias serão beneficiadas nas despesas de casa, pois: o café, o almoço, a janta e o transporte serão gratuitos.
9. O pequeno agricultor terá prioridade no fornecimento dos produtos alimentícios dessas escolas.
Surgirá, então, um mercado pujante, nesse vasto Brasil, aumentando nosso mercado interno. Tornando-se, também, numa importante política para manter o homem no campo. A formação de pequenas cooperativas agrícolas deve ser incentivada para permitir a aquisição de maquinário destinado ao cultivo da terra, armazenagem da colheita e entrega dos produtos nas escolas. Surgirá, então, um promissor mercado para os fabricantes de máquinas.
10. A EMBRAPA deverá receber recursos adicionais para dar todo apoio a essa gente do campo, aproveitando para ensinar como praticar uma agricultura sustentável e como cuidar das matas ciliares. As escolas estabelecidas no campo devem ter no currículo aulas teóricas e práticas de como recuperar as áreas degradadas. O governo, por intermédio da Embrapa, fornecerá mudas e orientação de como proceder. As escolas localizadas dentro do perímetro urbano adotariam a sistemática de, uma ou duas vezes por mês, participar, em conjunto com suas irmãs do campo, de mutirões para recuperar áreas degradadas. Isso proporcionaria uma maior integração da cidade com o campo. As crianças da cidade não ficariam tão alienadas, quanto à vida do interior.
11. O Brasil passará a ser um país admirado e respeitado. Deixará de ser o país só das “comodities”, esse anglicismo usado para substituir “produtos primários”. Mesmo no campo da agricultura, teremos uma maior diversidade e qualidade.
12. Com o advento dessa geração bem educada, passaremos a ter produtos manufaturados, desenvolvidos e produzidos, aqui, com alta tecnologia. Nossa indústria crescerá, em função do mercado interno e da exportação de produtos com melhor qualidade.
13. O futuro da energia não poderá ficar dependente da contínua destruição de grande parte da nossa AMAZÔNIA. Precisamos desenvolver tecnologias. Pequenas usinas de energia solar, eólicas e hidroelétricas devem proliferar para atender às novas exigências dessas escolas e dos pequenos agricultores. A sobra dessa energia será integrada à rede nacional, evitando os apagões. Alguns projetos de grande porte poderão, talvez, ser adiados. Com mais educação e cultura teremos melhores condições de analisar nossas prioridades e tecnologias aplicáveis. Será o fim das aventuras! Tudo será planejado!
14. A energia nuclear, ainda, é cara e perigosa. Devemos pesquisá-la. Não podemos importar tudo a preço de ouro. Temos que investir na pesquisa e desenvolvimento de outras fontes. Com esse projeto de educação haverá proliferação de centros de pesquisa.
15. Outras fontes de energia, como a eólica, a solar e a biomassa poderão aumentar a nossa independência. Sem um projeto de educação, como o proposto, não iremos alcançar os avanços dos países mais desenvolvidos.
16. Não é com a devastação da Amazônia que vamos abastecer o mundo com carne. Precisamos desenvolver tecnologia para multiplicar as cabeças de boi por metro quadrado. Um povo educado e culto saberá combinar o desenvolvimento com a preservação ambiental. Ocuparemos a Amazônia, sem devastá-la.
17. Com a devastação de nossas florestas e matas ciliares, seremos as principais vítimas. Os psicopatas, sempre olham o presente; não se importam com o futuro! Estudos bem elaborados confirmam que no meio da sociedade há cerca de 3% a 5% dessa praga. Num país com uma população de 190 milhões, temos, assim, pelo menos, 5.7 milhões praticando todo tipo de ato daninho à sociedade; inclusive contra a educação. Quanto mais permissivo o ambiente, mais esses traficantes e corruptos abastecem a lavagem de dinheiro. Com um povo educado essa gente não desaparece, porém o grau de atividade será bem menor. Eles estarão, com certeza, na linha de frente, em oposição a um plano como este!
18. Para alcançarmos tudo isso, vamos necessitar, possivelmente, de uma nova forma de fazer política: mandato único em todos os níveis, partidos sem caciques, país unitário, lei única, câmara única e, consequentemente, deputados estaduais e vereadores só para a fiscalização. Os incomodados dirão: Que blasfêmia! Quem não dá a devida atenção à educação, deseja o status quo. Surgirão com uma infinita quantidade de argumentos, aceitáveis ou lançados pelos psicopatas e por muitos que não se dão conta que estão adotando os argumentos dessa gente.
19. A nossa federação tem sido o berço esplêndido dos caciques, dos modernos coronéis, alojamento de mafiosos, fonte das guerras fiscais e muitas outras mazelas. Dentro desse quadro federativo a educação, praticamente, não terá guarida. Dentro desse quadro surgirão promessas vãs, enganosas, como prometer as famosas cotas, tirando o cobertor de pobres injustiçados para cobrir outros tão pobres. Tudo isso numa manobra, sem propor um projeto que transforme profundamente a nossa educação. Falam em educação sem investimentos pesados. Sabem mobilizar para a copa do mundo e para outros projetos onde o dinheiro jorra descontroladamente. Lutam desesperadamente pelos royalties do petróleo. Planejam implantar o Trem Bala num país que não possui uma rede ferroviária para escoar sua produção. Para a educação sobra o engodo.
20. Tudo, portanto, por uma educação de nível, para que possamos, pacificamente, revolucionar esse nosso Brasil. As áreas de tecnologia passariam a ter disponibilidade de pessoal com preparo. O individuo seria engrandecido e o país ficaria agradecido.
21. As nossas Forças Armadas, assim, repensariam seus projetos de importação, voltando sua atenção para o desenvolvimento tecnológico próprio. Não temos ameaças de vizinhos. Importar tecnologia militar de ponta é dar continuidade à nossa dependência. Um alto índice de educação será a base da nossa segurança. Daqui, sairão nossos pesquisadores, jovens que dedicarão seu tempo ao estudo, sem tempo para os desvios e vícios dessa sociedade doentia. Jovens que terão orgulho do pedaço de torrão onde nasceram e daqueles que pensaram neles. Só, assim, seremos um país forte, respeitado e admirado. Isso não é utopia? Para quem não pensa em tal futuro, sim.
22. Proponho que esse tipo de escola acolha as crianças a partir dos 04 anos de idade com o objetivo de termos um bom nivelamento. Poucos são os pais, dentro dessa vida estressante, que têm condições de educar seus filhos durante os 04 aos 07 anos. Há uma tendência de deixarem essas crianças na frente da televisão, mesmo quando sob o cuidado de algum adulto. Dentro da classe média isso acontece, também. Pense que alternativa sobra para as camadas menos favorecidas que, muitas vezes, necessitam usar os precários meios de transporte, já antes do sol nascer. Há estudos que comprovam ser essa faixa etária a mais importante como base para o aprendizado futuro.
Observemos que os pais ficariam menos estressados e teriam mais tempo para serem produtivos e desfrutarem do tempo livre para o estudo, a leitura e o lazer.
23. As atuais escolas de pequeno porte serão reformadas e usadas como creches.
24. Para os serviços gerais dessas novas escolas; como limpeza, cozinha e outros; serão contratadas pessoas que estavam usufruindo do Bolsa Família.
25. Lendo um artigo sobre a escola na China, chamou-me à atenção o fato de 02 crianças; filhas de brasileiros, que lá estão estudando; externarem o desejo de retornar à escola brasileira, alegando que a prof, no Brasil, passava uma folha para o dever de casa e que na escola chinesa ela recebia quatro folhas, com a obrigação de entregar o trabalho de casa totalmente feito. Para as crianças chinesas, aquele procedimento era normal. Elas não cresceram sentadas ou deitadas no sofá, só vendo desenhos animados e novelas. Já morei num condomínio, com 108 apartamentos, onde havia uma quadra de futsal que, praticamente, não era usada. Nos fins de semana, quando encontrava um menino solitário no playground e perguntava onde estavam os coleguinhas que não desciam para brincar um pouco; a resposta não era que estavam estudando e sim que a meninada gostava mesmo era do videogame, estavam jogando, por isso não desciam. É por isso que o entrevistador obteve aquela resposta na China.
26. Há um programa internacional de avaliação de estudantes (PISA), no qual, em teste recente, entre 65 participantes, o Brasil obteve o desagradável 54° lugar. A China, representada por Xangai, foi a primeira colocada. Existe um projeto para expandir o sistema adotado em Xangai, com cerca de 15 milhões de habitantes, para todo país. É, apenas, um exemplo, mas precisamos saber o que acontece no mundo para facilitar imitar o lado bom e evitarmos o negativo.
27. Imaginem o salto quantitativo e qualitativo que teríamos nos esportes. Em todas futuras olimpíadas estaríamos nas primeiras colocações. Em Londres, obtivemos desempenho inferior a países infinitamente menores em dimensões territoriais e populacionais.
Eudes Hermano Travassos
Acho que no afã de fazer uma crítica bem elaborada Maria Orlando Penazzi derrapa na virada e cai no mundo dos horrores, chega a achar que o governo FHC foi melhor ou menos pior do que o de Lula para classe trabalhadora porque se tinha a luta de classe e no de Lula e Dilma os trabalhadores foram cooptados e a luta anulada. De certa forma a melhoria da classe trabalhadora, o que ela chama de distribuição de renda com desfarçado ar de discórdia, de fato, acalmou esta luta, ela tem um bom percentual de razão.
Mas particularmente, achio que a desmobilização da luta de classe, não só no Brsil, se dar desde a queda do muro de Berlim, quando os marxistas, comunista, socialistas passaram a ter vergonha de dizer que são marxistas, comunistas ou socialistas e pararam no tempo apenas formulando suas críticas ao óbvio, ou seja, as contradições cada vez mais apertadas do capitalismo.
Proponho a DrªMaria Orlanda Pinassi a oferecer uma proposta concreta de uma sociedade marxista a clase trabalhadora, algo palpável para que volte a mobilizar a luta de classe por outro mundo que não este onde até hoje não disseram nada que derrubasse de vez a célebre frase neoliberal da senhora Tacther, a saber, ” não há outra saída”.
Lucas
Amigo Eudes, enquanto, no seu ver, a autora derrapa ao fazer a crítica, você parece ter preferido se manter sentado mesmo, após a já velha conhecida derrapada do Estado do Bem Estar Social (vide europa atual).
Que lula tenha ganho as eleições e o PT promova mudanças significativas no poder aquisitivo de setores miseráveis, isso não é ruim. Ruim é acharmos que já está bom. Ruim é acharmos que quem tem que melhorar a vida dos trabalhadores é o Lula, e não os próprios trabalhadores. Creio que a autora ataca justamente este ponto, essencial do Marxismo e a verdadeira natureza revolucionária da esquerda: o poder político dos trabalhadores. E eu lhe pergunto, existe alguma pista se quer de que os sindicatos, os camponeses, os trabalhadores de qualquer parte do país tenham ganho um mínimo de poder contra suas patronais, os especulares, os latifundiários? A estrutura de poder na qual o cidadão comum está envolvido, mudou algo nos últimos 20 anos?
Se o PT sai do poder, o que se ganhou em termos políticos? Temos alguma garantia de que os avanços destes últimos anos permanecerão, ou aqueles que saíram da miséria vão seguir à mercê do jogo econômico na qual HOJE jogam um importante papel?
Se você acha que não há outra saída, temos então um claro exemplo de um PTista que em nada se diferencia de um tucano, apenas a cor do boné: tirar o povo da miséria parece ser importante apenas quando faz parte do projeto de crescimento econômico do país.
Eudes Hermano Travassos
Acho que no afã de fazer uma crítica bem elaborada ela derrapa na virada e cai no mundo dos horrores, chega a achar que o governo FHC foii melhor do que o de Lula para classe trabalhadora porque se tinha a luta de classe e no de
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