Noam Chomsky: Como é tentar sobreviver na maior prisão a céu aberto do mundo

Tempo de leitura: 10 min

Noam Chomsky visitou a Faixa de Gaza  de 25 a 30 de outubro

Impressões de uma visita a Gaza

Na Faixa de Gaza, a área de maior densidade populacional do planeta, um milhão e meio de pessoas estão constantemente sujeitas a eventuais e amiúde ferozes e arbitrárias punições, cujo propósito não é senão humilhar e rebaixar a população palestina e ulteriormente garantir tanto o esmagamento das esperanças de um futuro decente quanto a nulidade do vasto apoio internacional para um acordo diplomático que sancione o direito a essas esperanças. O artigo é de Noam Chomsky.

Noam Chomsky, em Carta Maior

Uma noite encarcerado é o bastante para que se conheça o sabor de estar sob total controle de uma força externa. E dificilmente demora mais de um dia em Gaza para que se comece a perceber como é tentar sobreviver na maior prisão a céu aberto do mundo. Na Faixa de Gaza, a área de maior densidade populacional do planeta, um milhão e meio de pessoas estão constantemente sujeitas a eventuais e amiúde ferozes e arbitrárias punições, cujo propósito não é senão humilhar e rebaixar a população palestina e ulteriormente garantir tanto o esmagamento das esperanças de um futuro decente quanto a nulidade do vasto apoio internacional para um acordo diplomático que sancione o direito a essas esperanças.

O comprometimento a isso por parte das lideranças políticas israelenses foi ilustrado expressivamente nos últimos dias, quando eles advertiram que ‘enlouqueceriam’ se os direitos palestinos fossem reconhecidos, mesmo que limitadamente pela ONU. Essa postura não é nova. A ameaça de ‘enlouquecer’ (‘nishtagea’) tem raízes profundas, lá nos governos trabalhistas dos anos 1950 e em seus respectivos “complexos de Sansão”: “se nos contrariarem, implodimos as paredes do Templo à nossa volta”. À época, essa ameaça era inútil; hoje não é mais.

A humilhação deliberada também não é nova, apesar de adquirir novas formas constantemente. Há trinta anos, líderes políticos, inclusive alguns dos mais notórios ‘falcões’ (sionistas mais conservadores), apresentaram ao primeiro-ministro um relato detalhado de como colonos regularmente violavam palestinos da forma mais vil e com total impunidade. A proeminente analista Yoram Peri notou com repugnância que a tarefa do exército não é a de defender o Estado, mas de “acabar com os direitos de pessoas inocentes somente porque são araboushim (uma ofensa racial) vivendo numa terra que Deus nos prometeu”.

O povo de Gaza foi selecionado para punições particularmente cruéis. É quase miraculoso que eles suportem tal existência. Raja Shehadeh descreveu como eles o fazem num eloquente livro de memórias, A Terceira Via, escrito há 30 anos. O texto relata seu trabalho como advogado empenhado na tarefa de tentar proteger direitos elementares num sistema legal feito para ser insuficiente, além de sua experiência como um resistente que vê sua casa tornar-se uma prisão por ocupantes violentos e nada pode fazer além de “aguentar”.

A situação piorou muito desde o texto de Shehadeh. Os acordos de Oslo, celebrados com muita cerimônia em 1993, determinaram que Gaza e a Cisjordânia eram uma só entidade territorial. Os EUA e Israel puseram sua estratégia de separá-los para funcionar já naquela época, de forma a barrar um acordo diplomático e punir os araboushim em ambos os territórios.

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A punição aos moradores de Gaza tornou-se ainda mais severa em janeiro de 2006, quando eles cometeram um crime hediondo: votaram no “lado errado” na primeira eleição do mundo árabe, elegendo o Hamas. Demonstrando seu amor pela democracia, os EUA e Israel, apoiados pela tímida União Europeia, impuseram um sítio brutal e ataques militares ostensivos logo de cara. Os norte-americanos também imediatamente recorreram ao procedimento operacional padrão para momentos em que populações desobedientes elegem o governo errado: prepararam um golpe militar para restabelecer a ordem.

O povo de Gaza cometeu um crime ainda pior um ano depois. Barraram a tentativa de golpe, levando a uma forte escalada do sítio e das ofensivas militares. Isso culminou, no inverno de 2008-9, na Operação Chumbo Fundido, um dos mais covardes e perversos exercícios de poder militar na memória recente, na qual uma população civil sem defesa e enclausurada ficou sujeita à implacável ofensiva de um dos mais avançados sistemas militares do mundo, que conta com o apoio das armas e da diplomacia estadunidense. Um testemunho inesquecível do morticínio – infanticídio, nas palavras deles – é o livro Eyes in Gaza, de dois corajosos doutores noruegueses, Mads Gilbert e Erik Fosse, que à época trabalhavam no principal hospital de Gaza.

O Presidente Obama não foi capaz de dizer uma palavra além de reiterar sua sincera simpatia pelas crianças sob ataque – na cidade israelense de Sderot. A investida minuciosamente planejada foi levada a cabo justamente antes do empossamento de Barack, assim ele pôde dizer que era hora de vislumbrar o futuro, não o passado.

Obviamente, havia pretextos – sempre há. O de costume, apresentado assim que necessário, é a “segurança”: neste caso, os foguetes caseiros de Gaza. Como de costume, também, o pretexto carecia de credibilidade. Em 2008, estabeleceu-se uma trégua entre Israel e o Hamas. E o governo israelense reconheceu formalmente que o Hamas cumpriu a trégua. Nenhuma bomba do Hamas foi disparada até que Israel rompeu a trégua encoberto pelas eleições presidenciais norte-americanas de 4 de novembro de 2008, invadindo Gaza por motivos ridículos e matando meia-dúzia de membros do Hamas. O governo de Israel foi aconselhado por suas mais altas autoridades de inteligência de que a trégua poderia ser retomada por suavizar o bloqueio criminoso e acabar com as ofensivas militares. Mas o governo de Ehud Olmert, por reputação um “pombo” (termo para os sionistas “moderados”), preferiu rejeitar estas opções e lançar mão de sua enorme vantagem no quesito violência: a Operação Chumbo Fundido.

O modelo de bombardeio da Operação Chumbo Fundido foi analisado cuidadosamente pelo respeitado defensor dos direitos humanos Raji Sourani, natural de Gaza. Ele aponta que o bombardeio concentrou-se ao norte, mirando civis indefesos nas áreas de maior densidade populacional, sem qualquer desculpa do ponto de vista militar. O objetivo, ele sugere, talvez tenha sido mover a população intimidada para o sul, próximo à fronteira com o Egito. Mas, apesar da avalanche terrorista, os resistentes não se moveram.

Outro objetivo provavelmente era movê-los para lá da fronteira. Desde o início da colonização sionista dizia-se que os árabes não tinham motivo para estar na Palestina. Eles podiam continuar felizes noutro lugar e deveriam ser “transferidos” de maneira educada, sugeriam os pombos. Esta, que claramente não é uma preocupação menor do governo egípcio, talvez seja a razão pela qual o Egito não abre sua fronteira seja para civis, seja para os suprimentos dos quais o país necessita desesperadamente.

Sourani e outras fontes dignas de reconhecimento notam que a disciplina dos resistentes oculta um barril de pólvora que pode explodir inesperadamente, como aconteceu na primeira Intifada em Gaza em 1989, após anos de repressão indigna de qualquer interesse ou nota.

Só para mencionar um dos inumeráveis casos, pouco antes da eclosão da Intifada, uma menina palestina, Intissar al-Atar, foi assassinada no pátio da escola pelo morador de um assentamento judeu próximo. Ele era um dos milhares de colonos israelenses trazidos para Gaza, o que violava leis internacionais, sob proteção da enorme presença de um exército que assumiu o controle das terras e da escassa água da Faixa.

O assassino da estudante, Shimon Yifrah, foi preso. No entanto, foi solto rapidamente quando o tribunal determinou que “o delito não foi severo o suficiente” para justificar a detenção. O juiz comentou que Yifrah só pretendia assustar a garota por atirar na direção dela, não matá-la, assim, “o caso não é o de um criminoso que deve ser punido com um aprisionamento”. Yifrah recebeu uma pena suspensa de 7 meses, o que levou os outros colonos presentes à sala de tribunal a dançar e cantar. E o silêncio, pra variar, reinou. Afinal, a rotina é essa.

Assim que Yifrah foi libertado, a imprensa israelense reportou que uma patrulha armada atirou no pátio de um colégio para meninos de 6 a 12 anos num campo de refugiados da Cisjordânia, ferindo cinco crianças. O ataque só pretendia “assustá-los”. Não houve punições e o evento, para variar, não atraiu atenção. Era só mais um episódio do programa de “analfabetismo como punição”, disse a imprensa israelense, programa que incluía o fechamento de escolas, uso de bombas de gás, espancamento de estudantes a coronhadas, bloqueio de auxílio médico para vítimas; e para além das escolas predominou a mesma brutalidade, que até asseverou-se durante a Intifada, sob ordens do Ministro da Defesa Yitzhak Rabin, outro bem conceituado “pombo”.

Minha impressão inicial, depois de uma visita de alguns dias, foi de admiração ao povo palestino. Não só pela habilidade de levar a vida, mas também pela vitalidade da juventude, particularmente a universitária, com a qual eu passei um bom tempo numa conferência internacional. Mas também fui capaz de perceber que a pressão pode tornar-se grande demais. Relatos apontam que entre a população masculina jovem há uma frustração crescente e o reconhecimento de que, sob comando dos EUA e de Israel, o futuro não é promissor.

A Faixa de Gaza parece uma típica sociedade de terceiro mundo, com bolsões de riqueza rodeados por uma pobreza medonha. Não é, entretanto, um lugar “subdesenvolvido”. Na verdade, é “des-desenvolvido”, e de maneira muito sistemática, pegando emprestado um termo de Sara Ray, a maior especialista acadêmica em Gaza. Gaza poderia ter se tornado uma região mediterrânea próspera, com rica agricultura, uma promissora indústria pesqueira, praias maravilhosas e, como descobriu-se há dez anos, a perspectiva de uma extensa reserva de gás natural dentro dos limites de suas águas. Coincidentemente ou não, foi há uma década que Israel intensificou seu bloqueio naval, levando navios pesqueiros em direção à costa.

As perspectivas favoráveis foram frustradas em 1948, quando a Faixa tornou-se abrigo da enxurrada de refugiados palestinos que fugiram ou foram expulsos à força do que hoje é Israel.

Na verdade, eles continuaram sendo expulsos quatro anos depois, como informou no periódico Haaretz (25.12.2008) o estudioso Beni Tziper. Ele afirma que, já em 1953, “avaliava-se necessário varrer os árabes da região”.

Isso foi em 1953, quando a necessidade de militarização ainda não se insinuava. As conquistas israelenses de 1967 ajudaram a administrar os golpes posteriores. Vieram então os terríveis crimes já mencionados, que continuam até hoje.

É fácil notar os sinais de tais crimes, mesmo numa visita breve. Num hotel perto da costa pode-se ouvir as metralhadoras israelenses empurrando pescadores para fora das águas de Gaza, em direção à própria costa. Assim, eles são levados a pescar em águas que estão poluidíssimas porque norte-americanos e israelenses não permitem a reconstrução dos sistemas de esgoto e energia que eles próprios destruíram.

Os Acordos de Oslo planejavam duas usinas de dessalinização, imprescindíveis em função da aridez da região. Uma, instalação muito avançada, foi construída – em Israel. A segunda é em Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza. O engenheiro encarregado de tentar obter água potável para a população explicou que essa usina foi projetada de forma tal que é incapaz de usar água do mar, ela depende de reservas subterrâneas, um sistema mais barato que, no entanto, degrada o aquífero já deficiente. Mesmo assim, a água é limitadíssima. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), que cuida dos refugiados (mas não dos outros moradores de Gaza), recentemente lançou um relatório advertindo que os danos ao aquífero podem em breve tornar-se “irreversíveis”, e que, sem ações reparadoras, Gaza talvez deixe de ser um “local habitável” em 2020.

Israel permite a entrada de concreto para projetos da UNRWA, mas não para os palestinos comprometidos com as enormes necessidades de reconstrução. O equipamento pesado permanece ocioso a maior parte do tempo, já que Israel não permite materiais para reparo. Tudo isso é parte do programa descrito por Dov Weisglass, conselheiro do primeiro-ministro Ehud Olmert, depois de os palestinos terem deixado de seguir certas ordens na eleição de 2006: “a ideia”, disse ele, “é aplicar uma dieta aos palestinos, mas não deixá-los morrer de fome”. Não seria de bom tom.

O plano está sendo seguido conscienciosamente. Sara Roy nos dá vasta evidência disso em seus estudos. Recentemente, após anos de esforços, a Gisha, organização israelense pelos direitos humanos, conseguiu obter uma ordem judicial exigindo que o governo divulgue os planos da “dieta”. Jonathan Cook, jornalista em Israel, assim os resume: “oficiais de saúde forneceram cálculos do número mínimo de calorias que Gaza precisa para que os 1.5 milhão de habitantes não fiquem desnutridos. Esse número traduziu-se no número de caminhões de comida que Israel supostamente permite a cada dia, uma média de apenas 67 caminhões – bem menos do que a metade do requerido. E que se compare com isso os 400 caminhões diários de antes do bloqueio”. Segundo relatórios da ONU, mesmo essas estimativas são bastante generosas.

O resultado da imposição da dieta, observa o especialista em Oriente Médio Juan Cole, é que “cerca de 10% das crianças palestinas com menos de cinco anos tiveram seu crescimento atrofiado pela desnutrição. Além disso, a anemia hoje afeta dois terços das crianças mais jovens, 58,6% das crianças em idade escolar e mais de um terço das grávidas”. Os EUA e Israel querem ter certeza de que nada além da mera sobrevivência seja possível.

“O que devemos ter em mente”, diz Raji Sourani, “é que a ocupação e o encerramento absoluto é um ataque em andamento contra a dignidade humana do povo de Gaza em particular, e contra os palestinos em geral. É degradação, humilhação, isolamento e fragmentação sistemática do povo palestino”. Essa conclusão é confirmada por muitas outras fontes. Em um dos mais importantes periódicos médicos do mundo, The Lancet, um físico de Stanford, horrorizado com o que viu, descreveu a Faixa de Gaza como um tipo de “laboratório de observação da completa ausência de dignidade”, condição que tem efeitos “devastadores” sobre o bem-estar físico, mental e social da população. “A constante vigilância vinda do céu, punições coletivas por bloqueios e isolamentos, invasão de lares e de sistemas de comunicação, além de restrições aos que tentam viajar, casar ou trabalhar, tornam difícil viver de maneira digna em Gaza”.

Havia esperanças de que o novo governo egípcio de Mohammed Mursi, menos servil à Israel do que a ditadura de Mubarak, pudesse abrir a Travessia de Rafah, única saída de Gaza que não está sujeita a controle israelense direto. Até houve uma pequena abertura. A jornalista Leila el-Haddad escreve que a reabertura sob Mursi “é simplesmente um retorno ao status quo de anos anteriores: somente os palestinos portadores de identidades de Gaza aprovadas por Israel podem usar a Travessia”, o que exclui inclusive a família da jornalista.

Ademais, continua Leila, “Rafah não leva à Cisjordânia e não permite o transporte de bens, restrito às travessias controladas por Israel e sujeito às proibições a materiais de construção e exportação”. A restrição à Travessia de Rafah não muda o fato, também, de que “Gaza permanece sob apertado sítio marítimo e aéreo e fechada para qualquer capital cultural, econômico ou acadêmico que venha do resto dos territórios palestinos, o que viola as obrigações dos EUA e de Israel segundo o Acordo de Oslo˜.

Os efeitos disso são dolorosamente evidentes. No hospital de Khan Yunis, o diretor, que também é cirurgião-chefe, descreve enfurecido tanto a falta de remédios para aliviar o sofrimento dos pacientes quanto a dos equipamentos cirúrgicos mais simples.

Relatos pessoais dão vivacidade à corrente aversão à obscenidade da ocupação. Um exemplo é o testemunho de uma jovem que desesperou-se quando seu pai, que se orgulharia ao saber que sua filha foi a primeira mulher do campo de refugiados a receber um diploma avançado, “faleceu após seis meses de luta contra o câncer, aos 60 anos. A ocupação israelense negou que ele fosse aos hospitais de Israel para tratar-se. Eu tive de suspender meus estudos, meu trabalho e minha vida para ficar ao lado de sua cama. Todos nós, incluindo meu irmão e minha irmã, sentamo-nos ao lado de meu pai, assistindo seu sofrimento impotentes e sem esperança. Ele morreu durante o desumano bloqueio a Gaza no verão de 2006, com pouquíssimo acesso a serviços de saúde. Sentir-se impotente e sem esperança é o sentimento mais terrível que alguém pode ter. É um sentimento que mata o espírito e quebra o coração. Podemos lutar contra a ocupação, mas não podemos lutar contra o sentimento de impotência. Não se pode nem dissolver esse sentimento”.

Aversão à obscenidade combinada com culpa: nós podemos acabar com esse sofrimento e permitir aos resistentes a vida de paz e dignidade que eles merecem.

Tradução de André Cristi

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Comentários

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Ronnie Kasrils:”O que Israel faz com os palestinos é pior que o apartheid” « Viomundo – O que você não vê na mídia

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Francisco

O mais lamentável de tudo é que, como Deus não existe, os imbecis fazem todo tipo de patifaria para ir para o céu de Iavé, os palestinos sofrem horrores e ainda assim não serão recompensados com o cèu de Alá e nós não seremos punidos pela nossa apatia covarde pelo céu de Jeóvá…

Oremos…

Tomudjin

A diferença entre os judeus e os arianos é que os judeus resolveram se estabelecer próximo a seus próprios campos de concentração.

Milton

EXCELENTE CHOMSKY !

Como sempre.

Mardones Ferreira

Os EUA, sempre eles. Que ”sucesso” teria Israel nesse genocídio calculado contra os os Palestinos se o Tio San não apoiasse seus planos hitlerianos?

A manipulação da informação pela imprensa não deixa esse tipo de informação chegar à maioria das pessoas aqui no Brasil, que enxergam os Palestinos como terroristas.

Erminia Maricato: A terra urbana permanece refém dos interesses do capital imobiliário « Viomundo – O que você não vê na mídia

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Maria

Pela primeira vez na minha vida sinto nascer um sentimento de ódio. O mundo precisa dar um basta nesse novo holocauto patrocinado por Israel e EUA. Os árabes precisam se unir e acabar com essa barbárie.
São uns assassinos… Luto para não sentir saudades de outro, igualmente cruel….

ricardo silveira

O que os nazistas do Estado alemão fizeram com os judeus era para nunca mais ocorrer em parte alguma, no entanto, justamente os judeus seguem o exemplo nazista contra os palestinos. A diferença entre judeus e palestinos é que os primeiros sobreviveram, o que o mundo já começa a lamentar, já os palestinos estão sendo dizimados, porque assim quer o Estado israelense.

Urbano

Neurônios e sinapses sublimes emanam aos borbotões desse magnânimo cidadão dos Universos, chamado Noam Chomsky.

    Flavio

    Se o Enéas não tivesse morrido juraria que teria sido ele o autor desse comentário!

Fernando

Recomendo também a leitura dos quadrinhos do Joe Sacco sobre Gaza.

Jair de Souza

Só quem está completamente desprovido de sentimentos humanos é capaz de ler este artigo de Noam Chomsky até o final sem deixar cair uma lágrima, ou pelo menos um suspiro profundo de tristeza.

Embora haja quem condene à equiparação de sionismo a nazismo, a verdade é que as coincidências são por demais abundantes para invalidar esta associação. É que muitos querem resumir o nazismo simplesmente ao período em que começaram as práticas das matanças industrializadas, ou seja ao período em que ocorreu o chamado holocausto.

No entanto, este período só começou em 1939, ao passo que a instalação do governo nazista se deu bem no início da década (1933). E aí, será que o regime nazista era algo aceitável de 1933 até 1939? Bem, se o que deve ser levado em conta for a opinião dos sionistas alemães, a resposta terá de ser afirmativa. Os dirigentes do sionismo na Alemanha ficaram entusiasmados com as políticas de segregação racial propostas pelo regime hitlerista. Até o uso compulsório da estrela de David imposta aos judeus pelos nazistas foi bem recebida pelos sionistas.

Entretanto, durante estes vários anos, o nazismo deslanchou toda sua máquina de extermínio contra a resistência dos trabalhadores, contra tudo e todos os que ousavam não aderir às diretrizes emanadas pelos dirigentes do regime. A maior parte das lideranças dos trabalhadores foi exterminada neste período, a repressão, a humilhação, o aviltamento, tudo isso foi prática cotidiana contra os elementos progressistas da sociedade alemã. Tudo o que ia contra os interesses das grandes corporações econômicas alemãs (que foram as que sustentaram o nazismo), era esmagado.

O que há de menos horrorizante na política do Estado de Israel contra os habitantes palestinos em comparação com as práticas do nazismo durante esses anos pré-holocausto? Talvez, a única grande diferença seja que os israelenses judeus puderam continuar votando para eleger ou reeleger seus líderes a partir da fundação do Estado judeu, ao passo que os alemães nunca mais tiveram tal oportunidade depois da assunção de Hitler à chefia de governo. Mas, para os palestinos não judeus, a comparação não os deixa em melhor situação. A ideologia racista que norteava o funcionamento do Terceiro Reich é muitíssimo parecida à que vigora no Estado de Israel. A diferença de fundo está apenas na determinação de qual é a “raça” superior em cada caso.

Sendo assim, estou convencido da validade da aplicação do termo neo-nazista como variante aceitável do termo sionista. O sionismo é uma variante judaica do nazismo alemão. Não é igual por inteiro, lógico (nada é igual por inteiro), mas as semelhanças existentes são suficientes para permitir-nos o uso do termo “nazi-sionismo” para definir o regime atualmente em vigor no Estado de Israel.

Não sei se Noam Chomsky concordaria com esta opinião, mas o relato que ele acaba de nos proporcionar, seguramente, ajuda a dar sustentação a ela.

    Leo V

    De perseguidos a perseguidores: a lição do sionismo
    por João Bernardo
    http://passapalavra.info/?p=24723

    Esse artigo mostra como os interesses sionistas e nazistas convergiram. Não é à toa que até lançaram um moeda comemorativa em que em um lado havia a suástica e no outro a estrela de David. Recomendo a leitura desse texto, muito bem fundamentado historicamente.

    Ted Tarantula

    bom…ao menos a associação de “raça superior” com direito manifesto de dominar o mundo, por conta dessa “superioridade’ … com a noção de “povo escolhido” pq tem uma aliança particular e especial com Jeová é automática não né??? eles que são superiores e escolhidos que se entendam…

Izabel Noronha: O projeto educacional defendido por Cláudia Costin não é aquele que Brasil necessita « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Noam Chomsky: Como é tentar sobreviver na maior prisão a céu aberto do mundo […]

damastor dagobé

resumindo: hoje judeus israelenses fazem a palestinos o mesmo que os nazistas fizeram a eles próprios em tempos recentes..num futuro previsível, palestinos sobreviventes e emancipados farão o mesmo ou pior a outros mais fracos…é assim que funciona a síndrome do paí abusador que foi quase sempre uma criança espancada, e a roda da existência se mantem em movimento.
Melhor seria o fim da humanidade..e não dói nada, basta que todos e cada um se abstenham de reproduzir, como muitos sensatos já fazem…

    H. Back™

    “(…)Melhor seria o fim da humanidade..e não dói nada, basta que todos e cada um se abstenham de reproduzir, como muitos sensatos já fazem…”
    Sou um desses sensatos.

strupicio

“Uma noite encarcerado é o bastante para que se conheça o sabor de estar sob total controle de uma força externa”…comecei a ler por esta frase e juro que pensei que ele estava falando de casamento..

    francisco niterói

    Como piada, asua manifestacao foi pobre;

    Como contraditorio; nao se expressou talvez por nao conseguir apreender o texto.

    Enfim, quando nao temos o que falar, o “silencio é ouro”. Principalmente quando temos um dos maiores pensadores atuais se manifestando sobr esta imensa tragedia.

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