Juvandia: Bancários devem encerrar greve com aumento real de 2,7% para os caixas

Tempo de leitura: 2 min

por Luiz Carlos Azenha

Os bancários de todo o Brasil devem encerrar nesta quarta-feira a greve que durou oito dias. Esta é a proposta que as assembleias ouvirão dos dirigentes sindicais, depois de um dia de negociações com os banqueiros que resultou em aumento real de 2,7% para os caixas, 2,95% no piso da categoria e aumentos no valor do vale-refeição e na participação dos lucros.

Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, disse que não aceitava a lógica de que os bancários deveriam ser cautelosos por causa da crise financeira internacional: “Os bancos no Brasil são empresas sólidas. Eles não estão em crise. Em momento algum a gente viu essa crise no nosso setor, o setor bancário. Pelo contrário, os indicadores, todos os resultados dos bancos mostram que eles estão bem, muito bem. Portanto, esses resultados tinham de ser repartidos com os trabalhadores”.

Segundo ela, no ano passado foi preciso uma greve de 21 dias para obter 1,5% de aumento real.

O próximo passo, de acordo com Juvandia, é tratar da rotatividade dos bancários, que continua imensa. O sindicato pretende fazer negociações em separado com as maiores instituições bancárias.

“Uma empresa lucrativa — altamente lucrativa como são os bancos — não pode ter esse processo de rotatividade que tem. O Itáu, além de eliminar nove mil postos de trabalho, também demitiu muito mais trabalhadores, trocou os salários, enxuga os custos, usa a rotatividade para diminuir o custo. Uma empresa lucrativa como é o caso dos bancos não tem o menor cabimento ter essa rotatividade”, afirmou a sindicalista.

Para empresas de outros setores, o sindicato apoia a ideia da CUT de criar um fundo para que empresas em crise garantam empregos nos momentos em que enfrentarem dificuldades.

Clique abaixo para ouvir a breve entrevista:

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Comentários

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Domingos Sávio Maia de Sousa

Uma vergonha a atuação das nossas centrais sindicais. Um braço do governo na verdade. Todo o movimento era para que esta greve terminasse antes das eleições para não desgastar ainda mais o governo Dilma, que simplesmente passou por cima da Educação e desrespeitou os professores universitários. Uma atividade que tem ganho real de 20% sobre o Patrimônio Líquido e repassa um ganho de 2,02% e dona Juvandia acha bom e importante, é uma grande e acintosa sacanagem com a categoria bancária. FORA CUT.

edson

Julio Silveira, se não houver bloqueio dos caixas eletrônicos não há greve e só os banqueiros continuam a faturar $$$$ PENSE!!! O ideal seria o sindicato evoluir e fechar toda a tecnologia por dois dias apenas… daí haveria negociação no outro dia… caso contrário os banqueiros aproveitam a greve para colocar os protótipos tecnológicos para o cliente e faturar cada vez mais e dispensar cada vez mais os bancários… essa é a realidade. Os sindicatos ainda pensam como nos anos 80 e não evoluíram o suficiente para compreender que a greve da forma que é realizada ajuda apenas os banqueiros… Tem que parar tudo, tudo mesmo: saque, transferência, etc e AVISAR a sociedade que a greve vai ser no dia tal para que a sociedade se prepare antes…

    Mariac

    Sim. A atividade de bancários e tudo o mais que pode usar a tecnologia vai sendo superada pelo capitalismo normal e o mais besta, este brasileiro.Assim, os bancários e os demais deveriam estudar politica e participar muito mais das mudanças da sociedade e escolher a direção.
    Se não mudarmos a politica total, não mudarão as condições de vida dos bancários, e dos outros. Não há mais sindicatos. Os últimos foram destruidos há um século. A tecnologia destroi o posto, e a politica não cria novos postos, e a educação não tem realocado pessoas, e as pessoas ficam esperando mudanças vindas do nada. Casam. Criam filhos, e os colocam nessa mesma incerteza, sem ao menos lutarem um dia para a melhora. Não sei como podem!

edson

FORA PELEGADA da CUT
Fenaban oferece reajuste de 7,5%. Agora, é rejeitar a proposta e manter a greve!
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/Conlutas, os trabalhadores devem rejeitar a proposta nas assembleias de amanhã. Diante dos lucros bilionários dos bancos, ela segue muito rebaixada.

http://www.seebbauru.org.br/conteudo.php?cid=7%20%20%20%20%20%20%20%20%20&id=4736

Mardones Ferreira

Não é fácil brigar contra os bancos. Mesmo com a pressão que o governo vem exercendo com a série de redução nas taxas básicas de juros e aumento a concorrência por meio dos bancos ”públicos”, o setor tem um força muito grande e resiste a qualquer mudança significativa.

Esta semana, Bradesco redução significativa dos juros do ratativo para aumentar os negócios no Natal.

    Mariac

    Não amo bancos. Eles apenas fazem o que o capitalismo faz. No capitalismo besta brasileiro, eles só são um pouco piores do que em outros locais, mas o problema não está só aí.Enquanto a sociedade não exigir um Sistema de Seguro ao Desemprego, com recebimentos mensais suficientes para se viver , sem trabalhar, em caso de desenprego, como há em países melhores, essas pessoas vão sofrer. De qualquer modo os bancos estão seguindo a lei.A péssima Lei.

Julio Silveira

Sou completamente favoravel a manifestação dos empregados com a greve, mas achei uma tremenda sacanagem com os cidadãos, que não são bancários, terem bloqueados seus acessos aos caixas eletronicos, como vi pela TV ocorrendo em Brasilia. Com os acessos as agencias vedados pelos grevistas eles perderam um pouco de legitimidade e da força para a oposição midiatica, já que para mim existe uma diferença entre o direito a greve e o direito de propriedade sobre o espaço fisico dos bancos.

    Mariac

    Greve tem de desafiar mesmo, senão não é nem greve. Infelizmente os bancários não podem nem desafiar.

    Julio Silveira

    Como disse sou a favor dos movimentos paredistas, mas neste caso imagina se tua funcionária domestica resolver fazer greve impedindo que teus convidados entrem na tua residência como voce iria proceder? com alegria e apoio?
    Meu amigo, aprendi cedo que quando a cabeça não pensa o corpo padece, e não tem ditado mais certo.

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