Em dois anos, 10 milhões passam a acessar internet
Quase 78 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais entraram na rede de computadores em 2011, aumento de 14,7% sobre 2009
22 de setembro de 2012
CLARISSA THOMÉ / RIO – O Estado de S.Paulo
O País registrou, em 2011, crescimento de 14,7% da população que acessa a internet em relação a 2009 – 9,9 milhões de pessoas a mais. Em 2011, 77,7 milhões de pessoas com 10 anos ou mais declararam ter utilizado a rede mundial de computadores nos três meses anteriores à entrevista da Pnad – 46,5% da população nessa faixa etária.
Em 2009, menos da metade da população, em todas as regiões, havia acessado a internet. Em 2011, Sudeste (54%), Centro-Oeste (53,1%) e Sul (50,1%) ultrapassaram essa marca.
Apesar da grande expansão, menos da metade dos brasileiros tem acesso à internet. As pessoas com maior acesso à rede estão na faixa etária que vai de 15 a 17 anos (74,1%) e na de 18 ou 19 anos (71,8%). Os que menos navegam na internet são os que têm entre 40 e 49 anos (39,1%) e os de 50 anos ou mais (18,4%).
O computador esteve entre os itens mais adquiridos pelo brasileiro, com crescimento de 29,7%, mas ainda não chegava à metade das casas. O equipamento foi encontrado em 26,3 milhões de lares ou 42,9% do total.
Quando os pesquisadores perguntam sobre o acesso à internet, esse número cai para 22,4 milhões dos 61,2 milhões de domicílios – 36,5% do total. No entanto, o computador com acesso à rede registrou o maior crescimento entre os bens duráveis, de 39,8%. Eram 16 milhões em 2009; chegaram a 22,4 milhões, em 2011.
“O acesso à internet tem vários gargalos e um deles é o acesso aos equipamentos. Mesmo com redução de impostos, uma parte importante da população ainda não tem como comprá-los. Uma saída é a redução do preço do smartphone, que é opção importante para o acesso à internet”, aponta o pesquisador Rodrigo Abdalla Filgueiras, autor do estudo Panorama da Comunicação e das Telecomunicações no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Apoie o VIOMUNDO
Ele destaca a necessidade de se baratear planos para acesso à internet pelo celular. “Nas classes C e D, o gasto mensal com celular fica em torno de R$ 8 a R$10. A internet não pode custar mais que isso”. Filgueiras ressalta a importância da conexão à internet. “É importante para acesso à educação, entretenimento, mas também é usado para serviços de governo. Isso quer dizer que metade da população não tem acesso a esses serviços”, lembra.
Compras. Além de computadores, foram comprados mais celulares (aumento de 26,6%) e máquina de lavar roupa (aumento de 20,3%) – esse eletrodoméstico chegou a 51% dos domicílios. A aquisição de motocicletas cresceu 23%; 19,1% das casas têm o veículo. Na Região Norte, moradores de 25% dos domicílios utilizam esse meio de transporte.
Os brasileiros também compraram mais carros. Moradores de 22 milhões de domicílios declararam possuir o veículo em 2009. Na última estimativa do IBGE, esse número passou a 25 milhões – ou 40,9% das residências. O Sul tem o maior registro de carro por domicílio: 59,3%. O menor índice é do Norte: 20,3%
O único bem durável que teve redução do consumo foi o rádio – caiu 0,6%.
Na contramão da aquisição de bens de consumo, o acesso a serviços públicos está estagnado. A rede de abastecimento de água chegava a 84,6% das casas em 2011; em 2009, atingia 84,2%. A coleta de lixo ficou em 88,8%; mesmo patamar de 2009, quando 88,4% das residências tinham o serviço.
A rede coletora de esgotos teve maior crescimento – passou de 52,9% para 62,6% na estimativa anterior. São 3,7 milhões a mais de casas atendidas.
Em 2011, 60,3% das residências tinham acesso aos quatro serviços públicos – coleta de lixo, abastecimento de água, rede de esgoto e de iluminação elétrica, esta registrou discreto aumento: chegou a 99,3% dos domicílios, ante 98,9% em 2009.
Leia também:
Santayana: Telecomunicações, o tamanho do buraco
Vivo e Claro reclamam de medição da banda larga
Paulo Kliass: A pressa de Dilma e os riscos de mais privatização
Veridiana Alimonti: Tabela mostra que brasileiro paga bem mais que estrangeiro por telefonia móvel
Altamiro Borges: Lula não enfrentou os barões da mídia
A tentativa de nos empurrar para uma estrada esburacada na internet
Comentários
Mailson
FORA DE PAUTA (SERÁ?), MAS SOBRE O DESMENTIDO DE ROBERTO JEFERSON À REVISTA VEJA
Está no blog do Roberto Jefferson o seguinte:
“E por falar a mentira… (1)
Essa semana, logo após sair do hospital em mais uma dolorosa internação em razão de meus problemas de saúde, dei um voto de confiança e recebi em minha casa um repórter da revista “Veja”, que para lá mandou um jornalista que já era meu conhecido e por isso tinha minha confiança. A revista aproveitou-se dessa proximidade para, de novo e infelizmente, trair o voto de confiança de quem acredita que jornalistas fazem jornalismo, e produziu uma matéria pouco exata, para dizer o mínimo, e mentirosa, para dizer a verdade. O que era para ser o perfil teve metade do texto dedicado a atribuir a mim ações que não foram minhas e não existiram.
Postado por Roberto Jefferson
22/09/2012
E por falar a mentira… (2)
Assim, por falar da mentira, não custa esclarecer a verdade: a revistinha diz que eu teria confessado o recebimento de R$ 4 milhões para que meu partido, o PTB, “apoiasse o governo Lula”. Mentira! Mentira deslavada e das mais desonestas! O dinheiro que nunca neguei ter sido entregue ao partido, bem porque nunca neguei ou manipulei a verdade como é de praxe a revistinha fazer, não era nem nunca foi para comprar apoio. Era dinheiro para as campanhas eleitorais municipais que então se avizinhavam, como se avizinham a cada quatro anos. Mentira capenga e manca, porque o PTB, então, já era base de apoio do governo Lula e, por isso, não precisava ser vendido. Mentira manca, de tão curtas que são as pernas, porque o PTB nunca esteve à venda. E já que a “Veja” precisa corrigir suas letras, pode também explicar quais os “muitos casos de corrupção” que me atribuiu em mais uma frase desconexa da revista que só serve de ataque gratuito e mentiroso.”
MEU COMENTÁRIO SOBRE A RECLAMAÇÃO DO JEFFERSON
Eu acredito piamente no que Roberto Jefferson está dizendo agora, da mesma forma que acreditei nele no momento da denúncia sobre o mensalão.
De uma maneira mais contundente: eu acredito em tudo, absolutamente tudo que o Roberto Jefferson disse naquele momento, no que ele diz agora e no que ele dirá no futuro.
Mas constato, cheio de dúvidas, que a Suprema Corte do meu país só acredita em algumas coisas do que ele disse, e isto tem me encomodado profundamente.
Claro, quem deve resolver esta contradição é o Joaquim Barbosa. A contradição é a seguinte: não ocorreu a compra de votos dos parlamentares do PTB para votarem nos projetos do governo Lula. Logo, ninguém do PTB vendeu o seu voto e o que existiu entre o PT e o PTB foi um caixa dois de 4 milhões de reais (continuo acreditando em tudo o que o Jefferson disse, diz e dirá, certo?).E por que o Zé Dirceu resolveu comprar somente os votos dos parlamentares dos outros partidos da base de sustentação do governo Lula, inclusive votos de parlamentares do próprio PT? “Porque os parlamentares do PTB, inclusive o próprio Roberto Jefferson, eram confiáveis” – dirá o leitor/eleitor que acompanha o meu raciocínio. “E Zé Dirceu, o boss do mensalão, tinha certeza que os parlamentares do PT, que eram do partido e da base de sustentação do governo Lula, não eram confiáveis”. Mas é aí que eu fico meio espantado e perturbado da cabeça.
Olha minha gente, eu já combinei com a minha mulher uma coisa e quero que vocês saibam também do que se trata: se no final do julgamento do mensalão eu acabar louco, a minha mulher vai processar numa corte internacional todos os juízes que participaram do processo número 470, inclusive o Roberto Gurgel, Procurador-geral da República.
E eu declaro: eu já estou ficando LOUCO.
Mardones
Falar em preços no Brasil é uma verdadeira tortura. Desde a eleição do FHC, as empresas vem conseguindo reduções nos custos da mão-de-obra. E, mais recentemente, a Dilma abriu os cofres do governo para desonerações na folha de pagamento das empresas, reduções de tributos, opções de financiamento a longo prazo e com prazos estendidos. Tudo para favorecer aos empresários.
No entanto, quando se fala em ”custo Brasil”, a taxa de retorno das empresas brasileiras nunca é assunto considerado. Pelo menos nas palavras dos políticos e ministros. Pouco ou nada se fala sobre a remuneração do capital investido no Brasil.
Em recente publicação, revelou-se que o lucro do setor bancário no Brasil é o dobro daquele resgistrado nos EUA. O preço dos ”carros” no Brasil (onde o governo federal carrega as montadoras nas costas) é um absurdo se comparado aos prraticados no chamado mundo desenvolvido. O governo nunca cobra contrapartida da manutenção de empregos, pagamento de salários dignos e cobrança de preços aceitáveis. E pouco ou nada é feito para aumentar a concorrência em setores dominados por oligopólios.
A internete é cara e lenta. Isso até os marcianos já sabem, mas o Hibernando Ministro das Empresas de Comunicações é da cota das empresas e não vai fazer nada para termos qualidade e preço aceitáveis.
Para o governo – que acha que controle remoto é meio de controle social das tv’s – o povo deve se contentar em pagar financiamento de bens que são de qualidade duvidosa.
Marcelo de Matos
“O único bem durável que teve redução do consumo foi o rádio – caiu 0,6%”. O rádio só terá aumento de consumo se incorporar tecnologia digital. Penso que os aparelhos deveriam ter teclas para se digitar o código das emissoras. De qualquer parte do país, ou do mundo, seria possível acessar a emissora predileta. Quando nos distanciamos 100 km de São Paulo somos obrigados a ouvir música sertaneja e notícias sobre os caciques políticos regionais, que a gente nem conhece. Já é possível acessar emissoras de rádio através de notebook, iphone e outros trecos, mas, o som é medíocre. A entrada do rádio na era digital tem de vir acompanhada da universalização da internet. Teria de ser como a TV aberta e a TV paga. O acesso à internet aberta teria de ser franqueado a toda a população.
Deixe seu comentário