Coalizão contra usinas nucleares propõe debate sobre o assunto

Tempo de leitura: 2 min

Coletiva sobre os riscos da radioatividade do lixo nuclear no Brasil nos 25 anos da tragédia do césio 137 em Goiânia

por Rubens Meyer

Qual é a realidade do nível de radioatividade dos locais onde estão depositados os lixos radioativos no Brasil? São 25 anos da tragédia do césio 137 abandonado em Goiânia que causou mortes, contaminação e 13.500 toneladas de lixo radioativo, hoje enterrados em Abadia de Goiás. Onde estão as 19 gramas do césio 137 que provocou tudo isso e que continua radioativo por muitíssimo mais tempo do que os 180 anos em que não se poderá tocar nesse depósito? O assunto precisa ser aberto à população brasileira.

Os riscos da contaminação com a radioatividade já apavoraram a Europa, em 1986, com Chernobyl e suas nuvens radioativas, e estão agora preocupando novamente o Japão depois de Fukushima, com as piscinas dos seus reatores destruídos cheias de césio 137 esperando por outro terremoto…

Qual o risco de contaminação dos depósitos de lixo radioativo que existem no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, já cercado por condomínios residenciais e até templos, e que já foi tema de CPI na Câmara de Vereadores em 1991? Qual o risco do depósito de lixo radioativo que existe na USP em São Paulo? O que foi levado de Santo Amaro à cidade Poços de Caldas e à Fazenda da Nuclemon em Itu, empresa que precedeu a INB (Industrias Nucleares do Brasil)? Que riscos de contaminação correm os moradores de Caitité na Bahia e os trabalhadores da mina de urânio que existe nesse município?

E qual é o real risco das usinas nucleares de Angra dos Reis? Qual a segurança efetiva das piscinas em que se guarda o seu combustível usado? O plano de evacuação da população em caso de emergência alcança a cidade de Angra, com seus mais de 150.000 habitantes, a uma distância das usinas que é a metade da que foi estabelecida para a evacuação em Fukushima?

A Coalizão Por Um Brasil Livre de Usinas Nucleares (http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br/) quer que o governo federal, com base na Lei de Acesso à Informação, dê à população a informação exata e completa sobre os cuidados e os riscos reais que efetivamente existem nos depósitos de lixo radioativo no país. E quais medidas estão sendo tomadas para dar um destino adequado ao lixo acumulado nesses depósitos e daquele que está se acumulando em Angra dos Reis. O ciclo do nuclear – da mineração do urânio, ao problema insolúvel da destinação do lixo radioativo – revela-se insustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico.

Divulgaremos nos próximos dias os nomes dos especialistas e estudiosos que estarão presentes na coletiva sobre os riscos da radioatividade no Brasil.

Data: dia 13 de setembro (quinta-feira)
Horário: 10h30 às 12h30
Local: Sala Crisantempo
Rua Fidalga, 521 – Vila Madalena – São Paulo-SP

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Marcos Coimbra: O Paraíso, o Inferno e o mensalão « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Coalizão contra usinas nucleares propõe debate sobre o assunto […]

Luís CPPrudente

O Brasil tem que investir no desenvolvimento de tecnologia nuclear, pois o conhecimento adquirido nessa área pode produzir remédios para diversas doenças (inclusive as doenças provocadas por radiações), equipamentos de uso hospitalar que aumentam a eficiência dos exames produzidos (como é o caso de diversos equipamentos de ressonância magnética e outros). A tecnologia nuclear pode produzir materiais mais resistentes e facilitar no desenvolvimento de diversas pesquisas de ponta em diversas áreas industriais. Pode desenvolver melhorias na agricultura, na área de metereologia, na segurança do nosso país.

Em relação à segurança do nosso país, o conhecimento da energia nuclear pode dar a autonomia necessária para os nossos submarinos nucleares protegerem com segurança toda a costa marítima do país, além dos recursos imensos que têm no subsolo marítimo costeiro (entre eles o Pré-Sal).

Num período em que as indústrias necessitam de energia menos poluente e que agrida menos o nosso meio ambiente, a produção de energia nuclear é bem-vinda, pois ela pode auxiliar por demais no redução de CO2 na atmosfera.

O único senão em relação à energia nuclear é como reciclar todo o lixo radioativo produzido. Mas tenho certeza que a ciência e o conhecimento nuclear podem achar soluções que acabem com o problema do lixo nuclear. Esse lixo nuclear pode ser reaproveitado sim. Além disto as próximas usinas nucleares têm que ser projetadas para enfrentar problemas de maremotos, terremotos e produzir o máximo de itens de segurança para evitar o que ocorreu na ex-União Soviética e no Japão: negligência e falta de compromisso em defender um meio ambiente saudável e equilibrado.

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