Marco Aurélio Garcia:”Política do sim, senhor, com os EUA é passado”

Tempo de leitura: 2 min

Publicada em 10/06/2010 às 19h21m

BBC

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse nesta quinta-feira em Buenos Aires que a política do “sim, senhor” do Brasil com os Estados Unidos faz parte do “passado” e criticou o governo americano por ter defendido sanções contra o Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“Acho que se criou no Brasil a expectativa de que a única relação (com os Estados Unidos) é a do ‘sim, senhor’, mas não é assim. Na política externa há confronto de interesses que são diferentes. A diplomacia existe justamente para organizar isso”, disse Garcia, que participou nesta quinta-feira de um seminário sobre globalização na capital argentina.

O assessor da Presidência, no entanto, afirmou que o Brasil não está “bravo” com os Estados Unidos após a aprovação das sanções contra o Irã e disse que as relações entre os dois países “nunca estiveram tão boas”.

“Tivemos uma divergência. O problema é que, no passado, era a política do ‘sim’, do ‘sim, senhor’. A gente achava que tudo tinha que ser resolvido em acordo com os Estados Unidos. Quando não havia acordo, ficávamos preocupados”, disse.

“Nós temos uma agenda de cooperação muito grande. Nós vamos continuar dialogando e, sempre que tivermos diferenças, vamos dizer”, afirmou.

Na última quarta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma nova rodada de sanções contra o Irã devido a seu programa nuclear.

A medida contou com o apoio dos Estados Unidos e dos outros membros permanentes do Conselho. Brasil e Turquia, membros rotativos do órgão, se colocaram contra a retaliação por avaliarem que ela impede uma solução diplomática para a questão.

“Ganhador moral”

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Comentando a aprovação do novo pacote de sanções, Garcia afirmou acreditar que as medidas de retaliação não terão sucesso em frear o programa nuclear iraniano, que parte da comunidade internacional acredita ter o objetivo de construir armas atômicas, o que é negado por Teerã.

“Se o objetivo disso (das sanções) era frear o programa iraniano, para fins pacíficos, ou para qualquer fim, vai dar exatamente o contrário”, disse Garcia, que ainda afirmou que o Brasil sai como “ganhador moral” na polêmica sobre as sanções e os EUA como “perdedores morais”.

Em entrevista a repórteres brasileiros, Garcia também afirmou que esperava que o governo do presidente Barack Obama trouxesse mudanças à política externa americana, mas que isto “não está ocorrendo”.

“Nós tínhamos expectativa de que haveria uma inflexão do governo Obama e estamos vendo que esta inflexão não está ocorrendo, pelo menos na velocidade e na consistência que esperávamos”, afirmou.

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Comentários

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Pitagoras

Marco Aurélio Garcia foi o melhor qua a diplomacia teve até hoje.
De forma firme, equilibrada, quebrando paradigamas de subserviência seculares às potências centrais, fez de nosso país um protagonista respeitado, não mpela força das armas e do poder econômico, mas pelo poder da razão, da solidariedade e do desejo de justiça para todos os povos.
Que seja ele mantido no cargo que enobreceu como nínguém!

    Jairo_Beraldo

    Dilma deve mudar muito pouca coisa nas peças que Lula colocou nos pontos estratégicos.

william porto

Esse Marco Aurelio Garcia e a maior autoridade em poltica internacional desde Santiago Dantas no tempo de Joao Goulart. Que cara arretado. A direita detesta ele, pricipalmente os capaqchos do imperialismo.

Conceição Lemes

Dvorak, obrigada pelo alerta. abs

Roberto

O Brasil tinha tomado posição e não podia voltar atrás pois pegaria muito mal para a ONU uma mudança de posição do Brasil ou Turquia que pareceria submissão política.

    Jairo_Beraldo

    Os EEUU e Israel, viram nesta atitude, como uma afronta a eles….que se danem!

Marat

Gosto muito de nosso chanceler e de nossos diplomatas atuais. Tinha nojo do Lafer tirando os sapatos em aeroportos estadunidenses. Caso o Serra ganhe, pelo seu discurso, teremos um Uribe por aqui, totalmente serviçal aos interesses do império do IV Reich.

Sá Machá

A grande "democracia" que, muito mal, tem dois partidos políticos com forças reais parece estar mesmo em crise… Israel, histórico aliado, também parece ir mal das pernas.

Esse governo brasileiro acertou em ousar acordos mais diversificados e não depender exclusivamente da vontade do todo-poderoso EUA.

Mas ainda temos que ouvir na grande imprensa baboseiras sobre a politica externa do governo brasileiro… enquanto lá fora sobram elogios.

dvorak

”Política do sim, senhor, com os EUA é passado”

Agora, é sim senhor, Bolívia, sim senhor Argentina, sim senhor Venezuela….Mudou para pior…

eheheheheheheeheh

    Jairo_Beraldo

    Dvoraque, não seja limitado. O que existe, é respeito mútuo entre os líderes sul americanos. A soberba, fica no tucanato.

Urbano

Em outras palavras, a diplomacia genuflectiva do Brasil acabou-se no instante em que se passou a faixa presidencial para o Presidente Lula.

Supertramp68

Nossa, quanta gentileza!! Digna dos lacaios do divino que só enxergam o que seu tapa olho permite. Falta-lhe compostura ou argumentos? Ou lhe é impossivel aceitar pensamentos divergentes. Não é a toa que afagam ditaduras e ditadores…

Guilherme Scalzilli

Os EUA sabotam a paz

O acordo com o Irã é uma vitória histórica da diplomacia brasileira, quaisquer que sejam seus desdobramentos. A mídia oposicionista sempre repetirá os jargões colonizados de sua antiga revolta contra o destaque internacional de Lula.
O governo de Barack Obama atua nos bastidores para destruir essa conquista. É uma questão de prestígio pessoal para Obama e Hillary Clinton, que foram desafiados pela teimosia de Lula. Mas trata-se também de uma necessidade estratégica: num planeta multipolarizado e estável, com vários focos de influência, Washington perde poder. E a arrogante independência do brasileiro não pode se transformar num exemplo para que outros líderes regionais dispensem a tutela da Casa Branca.

EFE

Essa decisão da ONU é para dar continuidade ao projeto dos americanos de invasão do Irã. A ONU é um instrumento de validação (imbecilização do mundo através da mídia de mão única) das ações americanas. Só!

Supertramp68

Para definir a politica externa brasileira do trio Lula, Amorim e top top Garcia
em uma palavra seria DESASTROSA. Não é uma questão de ser "senhor, sim senhor"
mas de defender pontos pertinentes aos nossos interesses. Qual nosso interesse
em Honduras? E no Irã? Comercio? Ou seria simplesmente mostrar aos demais que
somos o pais que não se agacha, que sabe dizer NÃO ao Imperio? Somos o país que
sempre diz NÃO, que procura, em todo o globo posições contrarias aos EUA para
poder dizer NÃO. O problema será quando os EUA começarem também a dizer NÃO, as
nossas importações de tecnologias de ponta, dizer NÃO as nossas exportações de
produtos ïn natura" (carne bovina já começou), dizer NÃO aos brasileiros ilegais
em seu territorio entre alguns NÃO que podem nos dizer e uma vez dito vai ser
aquela choradeira e uma avalanche de improperios contra os imperialistas do norte.
Pedem pra apanhar, quando conseguem, reclamam e choram. Vai entender!!

    Marcos de Almeida

    Eu concordaria contigo Spertramp68, se o governo fosse FHC, quando o Brasil dependia dos EUA 90% das nossos exportações.Hoje o nosso comércio está muito diversificado,é tanto a crise estadunidense foi apenas uma marolinha e a Europa quase está sendo derretida em dívida.O EUA já era, agora é vez dos BRIC que comandará a economia mundial.Eu que vê pegar de volta seu US$ 170 Bilhões aplicado nos títulos do tesouro americano, aí assim averia uma choradeira da parte deles.Hoje a dívida dos EUA está girando 13 trilhões de dolares, são os BRIC que está segurando para os EUA não cairem.Parece vc também de complexo de vira-lata.Que pena.

    Supertramp68

    Marcos,

    Os EUA correspondem a 14% de nossas exportações, algo em torno de 27 bilhões de dolares (www.oleododiabo.com.br). Realmente voce tem razão, é a vez dos BRICs, mas dos que vendem produtos manufaturados com maior valor agregado. O Brasil ainda não saiu da epoca da colonia, sendo um pais estritamente extrativista. Nossas exportações são basicamente petroleo, minerio de ferro, aço (semiacabados) e produtos agropecuarios ( soja, carne bovina, frangos). Ainda temos a China atacando fortemente no pais comprando tudo que lhes é possivel (Porto de Açu, Minas de minerio de ferro, distribuidoras de energia eletrica, etc). Nesse ritmo seremos vira latas de olhos puxados.

    Leider_Lincoln

    Qual sua formação em economia, Supertramp? Ou você é formado em "verborragia" ubaldina? Aliás, você e o Ubaldo _que anda sumido_ devbem ser personagens escritos pelo mesmo grupo, com a diferença da pitada de coitadismo que seu personagem levou.

    P.S. Para aqueles que querem saber a verdade sobre as exportações brasileiras, em texto escrito por pessoas que realmente sabem o que estão falando e não de troll verborrágico com complexo de coitadismo, leiam este texto aqui: http://corecon-rj.blogspot.com/2010/06/o-estado-d

    Leider_Lincoln

    Se eles disserem não, compraremos dos franceses, dos japoneses, dos russos. Aliás, se você fosse um pouco mais esperto, mais inteligente, saberia de duas coisas:
    Não existe esta de NÃO, já que o Brasil, com um PIB de mais de 2 trilhões de dólares, não pode ser desprezado enquanto mercado. Nos EUA, os boicotes se limitam a países mais fracos; não é o nosso caso, por mais que você queira nos convencer do contrário. Isso sem se falar que, com um quinto da população desempregada ou subempregada, com favelas pipocando em todo canto, os estadunidenses não podem se dar ao luxo de perderem mercados. A época da superpotência única, prezado troll, ACABOU.
    O segundo ponto é que os EUA não são os únicos produtores de tecnologia do mundo. Virtualmente não há nada que eles façam que alemães, franceses e japoneses, para restringir, também não façam. Então, essa de tentar nos meter medo, de nos fazer um covarde como você (que nem coragem de assumir sua identidade tem) não colará.
    Seu ridículo!

    LuisCPPrudente

    Parece que tem gente que se acha insignificante, que quer sempre ficar de quatro para os estadunidenses, que tem medo de desapontar os estadunidenses. Este é o caso do tucano-pefelê.

    Parece que este cidadão parou em 2001.

    Vá adiante veja o que aconteceu com o Brasil de 2002 em diante.

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