por Luiz Carlos Azenha
O ex-presidente do Dnit, Luiz Antônio Pagot, disse que foi constrangido pelo ex-senador e ex-ministro Hélio Costa, quando este era candidato a governador de Minas Gerais. Segundo depoimento de Pagot à CPMI do Cachoeira, ele foi procurado no gabinete da autarquia por Costa, que pediu a intercessão de Pagot no sentido de conseguir doações de campanha.
Pagot afirmou que se negou a ajudar e que, como resposta, Hélio Costa disse que, eleito, sua primeira atitude seria demití-lo do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre.
PS do Viomundo: Não sei quanto a vocês, mas acho inacreditável que um servidor público no cumprimento de suas funções peça doações de campanha, para quem quer que seja, a empresas com as quais a autarquia que dirige tem contratos!
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terça-feira, 28 de agosto de 2012 13:11
Pagot admite que pediu doações para campanha de Dilma
O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Luiz Antonio Pagot, confirmou, em depoimento à CPI do Cachoeira, que trabalhou para arrecadar doação de campanha para a então candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Pagot contou que foi procurado pelo tesoureiro da campanha, o deputado federal José de Filippi (PT-SP), que lhe pediu ajuda. Pagot disse que lhe mostrou uma lista de 369 empresas que tinham contrato no DNIT e que o tesoureiro afirmou que ele não precisava se preocupar com as empresas maiores porque isso estava sendo tratado pelo comitê central de campanha. Mas que se quisesse, poderia pedir doação para 30 ou 40 empresas da lista.
O ex-diretor do DNIT disse que ao encontrar alguns empresários pediu a doação. “Acreditei que não estava cometendo irregularidades e não associei (a doação) a nenhum ato administrativo do DNIT”, disse.
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Pagot afirmou que posteriormente à solicitação de doação ele recebeu alguns boletos que mostravam a doação feita legalmente na conta da campanha e que verificou depois que algumas empresa realmente tinham contribuído.
Sobre a suspeita de que teria havido desvio de recursos de parte da obra do Rodoanel, em São Paulo, para a campanha eleitoral de tucanos e aliados, Pagot afirmou que o relato lhe foi feito por um amigo. O ex-diretor do DNIT disse que havia uma obra em convênio com o Dersa, em São Paulo, no qual R$ 2,4 bilhões seriam de investimento de São Paulo e R$ 1,2 bilhão do governo federal. Na ocasião, afirmou Pagot, houve uma tentativa de se fazer um termo de ajustamento de conduta, reivindicado pelo Dersa, de mais R$ 260 milhões. “Era uma temeridade fazer qualquer aditivo em cima desse contrato porque se tratava de um contrato de empreitada global”, explicou.
Pagot disse que recorreu à Advocacia Geral da União (AGU) para não assinar o contrato e o termo aditivo acabou não sendo feito. “Não existiu esse aditivo.” Ele disse que passado esse episódio, ele se encontrou com um amigo em um restaurante em Brasília que o alertou dizendo que esse aditivo tinha finalidade de contribuir para a campanha de José Serra, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab. “Isso é uma conversa de bêbado, de botequim. É uma conversa que não se pode provar”, afirmou Pagot. Segundo ele, o jornalista que publicou a suspeita escreveu o que quis e não o que ele afirmou.
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Comentários
Leonardo Meireles Câmara
É por essas e outras que é urgente a reforma política: financiamento público de campanha já!
Silvio I
Azenha:
Não nos pode chamar atenção da solicitude de colaboração das empreitaras. Toda a estrutura política esta baseada na colaboração das grandes empresas que trabalham para o estado. E por esta razão que se necessita urgente a Reforma Política. Onde o Estado de uma quantia aos partidos para fazer suas campanhas políticas. Isto inclusive vai a sair mais barato. Porque essa colaboração depois e cobrada por o triplo do investido.
Urbano
Concordo com o “VI O MUNDO”. Deveria com o melhor jeito possível dizer não. Na pior das hipóteses, deveria pegar o boné e sair do cargo comissionado; em não sendo funcionário, sair da instituição. Até para que lá na frente não tenha de enfrentar um paredão desse tipo.
Ildefonso Murillo Seul
Todos, eu disse TODOS, sem exceção, os dirigentes de empresas do Estado, em TODO o país têm entre as suas atribuições arrecadar recursos junto às empresas cujos contratos são por eles administrados. Na medida em que desempenha bem essa função e arrecada mais, mais ele será valorizado e galgará cargos mais importantes até atingir os primeiros escalões da administração publica. Enquanto não houver mudança na regra do financiamento TODOS terão que seguir dançando conforme a música. Me admira que o Viomundo de a impressão que desconhece essa regra pétrea da politica atual!!
Luiz Moreira
A questao é, quando é posto o financiamento publico de campanha e a proibição do financiamento de outra naturaza (empresas ou particulares, com excessao do proprio candidato), toda a direita se sente lesada, pois ela sempre tem um esquema monumental de campanha. Este pessoal acha normal, porque estas empresas que deram recursos para a campanha de candidatos petistas, tambem deram para PSDB, etc. Acendem uma vela para Deus e outra para o diabo. Assim, todos acham que isto é parte normal do jogo. Será que estou vendo errado?
antonio barbosa filho
É errado o servidor pedir doações eleitorais. Mas a revelação mais importante que Pagot fez à CPMI foi sobre o uso da revista veja para demití-lo.
Tornou-se inevitável a convocação de Policarpo Jr., diretor da revista em Brasília e de seu patrão Bob Civita. A revista pode virar instrumento de intrigas palacianas e empresariais, atendendo a um notório bicheiro?
LEANDRO
Em relação ao P.S. do Viomundo, nada mais natural do que pedir doação a quem possa ganhar um contrato com a pasta no futuro.
Paulo Villas
Pagot , levot.
Vlad
Em relação ao P.S. do Viomundo, inacreditável é que o próprio Pagot acha que é normal, fala que é normal e recebe dezenas de acenos de cabeças confirmando a suposta “normalidade”.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1144417-pagot-diz-ter-procurado-empresas-por-doacoes-a-campanha-de-dilma.shtml
Agora, ache alguém decente nessa história. Não estou pedindo santo; só decente.
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