Brasil apaga “24 a 19”, vira contra a Rússia e vai à semi
07 de agosto de 2012 • 14h24 • atualizado às 16h06
CELSO PAIVA, no Terra
Em um grande jogo realizado nesta terça-feira, a Seleção Brasileira feminina de vôlei demonstrou sua habitual raça, não se abalou com a boa campanha do adversário na fase anterior, conseguiu ir buscar o placar adverso duas vezes e salvar seis match points para virar e bater a temida Rússia por 3 sets a 2, com parciais de 24/26, 25/22, 19/25, 25/22 e 21/19. O duelo, realizado no ginásio Earls Court e válido pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Londres, rendeu à equipe verde e amarela vaga na semifinal da competição e ainda serviu para apagar o “trauma” do 24 a 19.
Foi na Olimpíada de 2004, em Atenas, que a “maldição” do 24 a 19 surgiu. Na ocasião, as brasileiras disputavam a semifinal contra a Rússia e, mesmo com algumas atletas experientes veteranas na equipe, como Virna e Fernanda Venturini, as sul-americanas foram incapazes de colocar uma bola no chão justamente em momento crucial da partida. O Brasil chegou a abrir 24 a 19 no quarto set e, com cinco bolas do jogo a seu favor, levou a virada e caiu no tie-break.
O espírito adquirido pela suada classificação, garantida apenas na última rodada, favoreceu a Seleção Brasileira no início do primeiro set. Bem armado na defesa, o time comandado por Zé Roberto conseguiu segurar a temida Rússia no início da parcial. O bloqueio da equipe nacional, eficiente no duelo, forçou o ataque adversário, o que gerou alguns erros de Ekaterina Gamova e Lioubov Sokolova, principais atacantes da formação europeia.
A liderança no marcador e a consistência, contudo, não deram uma grande vantagem à equipe brasileira. As russas mantiveram a regularidade até o final do primeiro set e abriram 1 a 0 justamente por essa diferença ofensiva. Sheilla recebeu na saída de rede e atacou para fora, confirmando a vitória das europeias por 26 a 24.
Os erros cometidos no final da parcial acabaram absorvidos pela equipe de José Roberto Guimarães. Rapidamente, a Seleção assumiu o controle da partida e do placar, muito em virtude da excelente atuação na defesa (bloqueio e recepção em contra-ataques).
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Com o “paredão” bem armado, as atuais campeãs olímpicas novamente forçaram erros de Gamova e Sokolova, e caminharam tranquilamente para o empate em 25 a 22; apesar do início de uma reação russa quando o placar apontava 24 a 19 (o mesmo que marcou a queda da Seleção diante das adversárias na semifinal olímpica de 2004, em Atenas).
A Seleção começou melhor na terceira etapa, não dando espaços para Goncharova e Gamova armarem seu jogo. Com Jaque e Sheilla em parcial inspirada, o Brasil abriu vantagem de dois pontos, mas caiu de produção e viu as russas vencerem 16 dos demais 24 pontos, fechando o set em 25/19 e embalando rumo à vitória.
As russas seguiram melhor na sequência, com Perepelkina, Gamova e Goncharova comandando um início de set arrasador. Contudo, as brasileiras retomaram o foco, recuperaram o ânimo e passaram a dar ainda mais raça. Jaque e Thaisa tiveram bons momentos, comandaram a virada e levaram a disputa para os pontos finais, quando o bloqueio verde e amarelo fez a diferença e levou o duelo ao tie-break.
A última parcial começou disputada, mas as russas parecem ter sentido um pouco a derrota no set anterior. Com alguns erros de comunicação, as europeias – que venceram o time verde e amarelo no tie-break nos Mundiais de 2006 e 2010 – tropeçavam em si próprias e dava alguns pontos de graça ao Brasil, que seguia cada vez mais empolgado. Fabizona e Thaisa tinham atuação memorável, e comandavam o triunfo. Mesmo assim, o Brasil sofreu uma “pane” quando vencia por 13 a 10 e chegou a ter seis match points contra antes de fechar de forma heroica em 21/19.
Agora, a Seleção Brasileira vai encarar o Japão na semifinal dos Jogos Olímpicos de Londres, em busca de uma vaga na decisão da modalidade. Do outro lado da chave, Itália, Coreia do Sul, Estados Unidos e República Dominicana disputam também a condição de finalista.
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Comentários
trombeta
Vitória da raça das nossas meninas, parabéns.
Já no futebol, Damião salvou mais uma vez o emprego do Mano Menezes.
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