Compartilhado pela Regina Schmitz no Facebook
por Luiz Carlos Azenha
Ler Fuel on the Fire: Oil and Politics in Ocuppied Iraq [Combustível na fogueira: Petróleo e Política no Iraque Ocupado], de Greg Muttitt, apenas confirma o que a gente já sabia. Através de documentos e entrevistas com os principais atores — norte-americanos, britânicos e iraquianos — o autor revela os bastidores da luta pelo controle do petróleo iraquiano depois da invasão de 2002.
Em Crude Awakening, de Ben van Heuvelen, na Foreign Affairs, a gente se dá conta de que tudo pode ter dado errado na guerra movida por George W. Bush. Inclusive a consequência indesejada de promover maior — e não menor — influência do Irã na região. Nada que uma nova guerra, desta vez contra Teerã, não resolva. Mas uma coisa não deu errado na estratégia dos neocons: a indústria iraquiana de petróleo, antes controlada de forma centralizada por Saddam Hussein e o partido nacionalista Baath, foi rachada.
As grandes companhias internacionais de petróleo agora podem jogar o Curdistão [que, na prática, assumiu controle de suas próprias reservas] contra Bagdá e vice-versa. Se não tinham nenhuma chance com Saddam Hussein, agora as Exxons da vida podem ‘partilhar’ a riqueza dos iraquianos. E, através do acesso às reservas iraquianas, podem exercer pressão sobre o único país que, a longo prazo, pode disputar com a Arábia Saudita o controle da torneira que regula os preços internacionais. Do ponto-de-vista do grande consumidor do planeta, os Estados Unidos, não é pouca coisa.
Hoje as companhias estatais de petróleo controlam cerca de 80% das reservas. Pela força que exercem na economia local — vejam o caso da Petrobras, bem aqui no Brasil — acabam aglutinando em torno de si forças políticas nacionalistas.
O século 21 é o século da Ásia. Mas o novo motor do mundo, como escreveu certa vez a própria Foreign Affairs, tem o “tanque vazio”. China, Japão, Coreia e vários outros gigantes econômicos da região são importadores de petróleo. É de onde virá a demanda. Novas tecnologias — de águas profundas, de aproveitamento do petróleo extra-pesado e do xisto, através dos controversos processos de ‘fracking’ — podem adiar aquela história do peak oil, o pico de produção depois do qual as reservas entrariam em colapso, enterrando nossa civilização viciada em petróleo.
A ideia de que os maiores consumidores do mundo abririam mão do controle sobre os preços e as reservas é conto de fadas. Grosseiramente, o consumo de petróleo per capita dos Estados Unidos é de 25 barris por ano. O da China, segundo maior consumidor, é de 2 barris.
Demolir, onde possível, o marco regulatório imposto por empresas estatais (Iraque e, mais recentemente, Líbia), enfraquecê-las e ao nacionalismo que elas acabam financiando (Petrobras, Pemex, PDVSA), em último caso recorrendo à guerra ou aos golpes para ter acesso direto ou indireto aos recursos naturais (Irã, Venezuela, Bolívia, Equador) é a tônica deste século.
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A globalização não mira o nacionalismo por conta da cor dos olhos de governos ‘populistas’. E a mídia corporativa tem lado nessa luta.
Comentários
Nisio
Encontrei o vídeo, onde o líder do psdb mendes thame defende que exceto a Fiscalização e Justiça, o resto deve ser privatizado:
Veja o absurdo no vídeo abaixo:
http://www2.camara.gov.br/tv/materias/EXPRESSAO-NACIONAL/410166-EXPRESSAO-NACIONAL-DISCUTE-SE-A-LICITACAO-DOS-AEROPORTOS-FOI-PRIVATIZACAO-OU-CONCESSAO-(BL.2).html
A Louzada
O portal da câmara informa que a mpágina náo existe. Poderia rever o link, por favor. Quero ler essa barbaridade ao vivo.
Nisio
No final da semana, a TV Câmara Federal apresentou debate sobre Privatização onde o pseudo PT de São Paulo, deputado Jilmar Tatto ficou na defensiva frente as abusivas afirmações do conservador mendes thame do psdb, que afirmou que o psdb defende que apenas a Fiscalização e Justiça não deva ser privatizado, o resto deve ser da iniciativa privada.
Alguém poderia identificar esta aberração e divulgar isto para o Brasil inteiro. O programa foi apresentado pela TV Câmara no sábado ou domingo a tarde.
Luiz Moreira
WILLIAN
Tu deves estar te referindo àquela imprensa do Vietname (do DIEM). Ou das Filipinas . Para com isto. Ou tu achas que esta burguesia canalha governa para o povo? mostre-me um generaleco burgues que foi defender suas pos~ições numa guerrilha. Manda seus cabos de guerra e suas bombas aéreas.
Julio Cesar
Para o psdb (PARTIDO SÓCIO DO BICHEIRO) foi fácil acabar com o patrimonio construido pelo povo brasileiro em 500 anos.
Mas para acabar com a podridão dos 500 dos bandidos do demo/psdb não será nada fácil para o povo brasileiro, mesmo contando com LULA E DILMA.
Leo V
Especialmente bom o último parágrafo.
Razumikhin
Sim, sim. E, principalmente, a última frase.
Vinícius
Penso que Dilma e Lula são excelentes estrategistas. São inteligentes e coerentes com seus princípios. Também acredito, de verdade, que os dois são bem intencionados.
Percebo claramente o quanto os dois estão empenhados em contribuir para mudanças estruturais no Brasil e, de fato, mudar nossa história.
Também penso que eu, você, que discordamos de algumas atitudes do Lula ou da Dilma precisamos ter mais um pouco de paciência. Precisamos ajudá-los em nosso dia-a-dia com pequenas ações.
É isso! Lula e Dilma precisam de nossa ajuda no dia-a-dia….
E o coríntianas acaba de fazer o segundo gol!!!!!
Não torço para o coríntians, mas fiquei emocionado imaginando a festa que o Lula está fazendo!!!!!!
“Salve o Coríntians…
abençõe o nosso Lula…
dê muita força…
para a nossa presidente…
e o Brasil…
Será melhor para nossos filhos…
eternamente…
sempre em nossos corações”
Abraço Dilmais de apertado para todos!!!!!!!!!!!
Jotace
Caro Vinícius,
o
Que me desculpe você, bem como outros bem intencionados que freqüentam o blog… Pessoalmente, votei em ambos. E é até possível que o faça de novo, mesmo com terríveis restrições morais e éticas pois seia pela escolha do ‘menos piór’. Confraternizar com a mídia sórdida que temos, como Lula e Dilma têm agido, é ajudar a manter a corrupção impune, esquecendo os deveres maiores e as promessas feitas ao povo. O orçamento da agricultura privilegia a sordidez do agronegócio e pune a agricultura familiar; o entreguismo continua cavalgando a galope, estão aqui os katios dominando os congressos já postulando a entrega das terras aos estrangeiros, e as empresas espanholas e muitas outras transnacionais como a Monsanto, a Cargill, a Bunge etc etc pilham impunemente e abrem o caminho para a criação de mais uma ‘democratura’ na América Latina. Como fazer apologia a esses governos que insistem em tudo isso? Jotace
Fernando
Bem, para o PT não sofrer um golpe aqui no Brasil como aconteceu no Paraguai, é necessário que entre na cabeça dos eleitores que não adianta votar no carismático Lula ou Dilma para Presidente(a), e votar em candidatos para Senador, Deputado Federal, Estadual, Prefeitos e vereadores de outros partidos.
Willian
Fernando, entende agora porque onde a esquerda realmente manda ou mandou a democracia é de partido único e a imprensa é controlada? Fica muito mais fácil governar sem oposição, como você quer.
Gersier
Que o digam quem governa(?) o Estado de São Paulo e a cidade de São Paulo,onde a corrupção corre solta e onde as CPI’s são devidamente engavetadas tanto na Assembléia como na Câmara de vereadores.
Fernando
Willian, 1) essa esquerda que você tem em mente que realmente manda ou mandou (Rússia, China, Cuba, Albânia, etc.) não é/era democracia, pois não existe democracia de partido único. Era ditadura mesmo; 2) existe marco regulatório das comunicações em países democráticos, de direita, e de primeiro mundo como na Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, etc. Por que não no Brasil? Eu acho injusto a mídia plantar informações falsas e não ser punida. Liberdade de informação sim, mas não libertinagem de informação; 3) Quanto a governar com a maioria a seu favor, é apenas circunstancial, pois estou falando da atual conjectura política dos países latino-americanos. Não gostaria que acontecesse com o Brasil o que aconteceu com o Paraguai. Pois o Brasil ainda não tem uma democracia forte. Em outras circunstâncias concordo plenamente com você: tem que haver oposição.
abolicionista
Assim como é fácil fazer jornalismo de araque quando se tem o monopólio dos meios-de-comunicação.
Frank
O que mais me revolta é o Lula e a Dilma se negarem a combater esta mídia partidária do nosso país atravé de um bom combate. De uma hora para a outra, uma ação errada da Dilma, um golpe midiático durante uma eleição ou mesmo uma assassinato colocam de volta na presidência os vendilhões e 10 anos de conquistas com Lula + Dilma vão por água abaixo em 6 meses.
O que estão esperando? Esperando o Lula adoecer de vez e não mais poder lutar ao lado da Dilma?
Estamos no fio da navalha.
José Américo
Assino embaixo. Na Argentina, os Kirchner foram para o “pau” com a mídia e ganharam a queda de braço. Por aqui, tenta-se continuar na base “jeitinho”, com eles lá tentando o golpe e nós cá aqui, alimentando o sonho do PT praticar, de fato, políticas de esquerda e demolir estruturas arcaicas do poder e de classe, tão em vigor e, se brincar, mais estáveis do que em outros tempos.
É um jogo duro, sem dúvidas, mas assim que tem que ser jogado, com dureza, senão vamos por em risco nossa democracia e, por tabela, nossa soberania.
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