Os presidentes José Mujica, Cristina Kirchner e Dilma Rousseff não tomaram uma decisão meramente conjuntural. O ingresso da Venezuela no Mercosul sinaliza para um processo pedagógico inequívoco em favor do aprofundamento do conceito de democracia na América Latina.
por Gilson Caroni Filho
Ao decidir suspender o Paraguai e incorporar a Venezuela como membro pleno do Mercosul, Brasil e Argentina sinalizaram para o aprofundamento do conceito de democracia na América Latina. Uma decisão que nos compromete no fluxo da vida, pela responsabilidade que criamos em relação a novas possibilidades de presente e futuro.
Os donos de colunas fixas na grande imprensa costumavam – e ainda costumam – invocar o Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998, pelo Mercado Comum do Sul e por seus países associados, que define o regime democrático como condição indispensável para a existência e para o desenvolvimento dos processos de integração. A isso supostamente se aferravam – e ainda se aferram – para protelar a aprovação da Venezuela como membro pleno do bloco.
Usam o argumento de que o “impeachment” de Lugo foi executado dentro das normas legais previstas na Constituição paraguaia, esquecendo-se o que todos sabem: nem sempre legalidade é sinônimo de licitude. O mundo jurídico é especialista em romper com o espírito da lei dentro da letra da lei.
Não houve tempo para o exercício da defesa. O golpe ruralista foi perpetrado e calculado num tempo que impedisse qualquer articulação nacional em defesa do governo democraticamente constituído.
O mesmo vale para o suposto déficit democrático da Venezuela. Nunca é demais lembrar que Hugo Chávez chegou à presidência numa eleição, em 1998, em que obteve 56,2% dos votos. Dois anos depois resistiu a uma tentativa de golpe de Estado orquestrada pelas velhas oligarquias em conluio com o baronato midiático.
Em 2004, venceu o referendo revogatório da oposição para, dois anos depois, renovar seu mandato presidencial com quase 60% dos votos. Em 2008, o secretário geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, não poupou elogios ao processo democrático venezuelano ao se referir às eleições regionais.
Na ocasião, Insulza parabenizou o governo da Venezuela pela “situação de normalidade” e destacou a participação maciça da população no pleito.
Destacou também o comportamento dos partidos e agradeceu pelos “tempos de paz e tranquilidade”. Em que país os cidadãos participaram mais ativamente de processos decisórios que os 16 milhões de eleitores venezuelanos?
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É chegada a hora de os historiadores e os bons jornalistas cumprirem o seu papel em um continente marcado por uma institucionalidade construída por estruturas de dependência entre as oligarquias e os interesses do imperialismo. Comparar o que éramos com o que somos é imperativo.
É fundamental que nós, latino-americanos, nos reconheçamos nas culturas e histórias que moldaram o mundo como o temos, vemos e vivemos hoje. Precisamos confrontar os que – detendo o monopólio da narrativa – impedem o diálogo tão necessário entre sociedades, tempos, histórias, gerações e sujeitos, para continuarmos lutando por um mundo justo e democrático.
Nessa tensão dialética, a vida e seus atores são mobilizados por forças centrípetas e centrífugas, por meio, principalmente, de discursos que se reproduzem no cotidiano social. No sentido dessas forças, refletindo sobre o momento histórico, os presidentes José Mujica, Cristina Kirchner e Dilma Roussef não tomaram uma decisão meramente conjuntural. O ingresso da Venezuela no Mercosul sinaliza para um processo pedagógico inequívoco.
A luta pela hegemonia só é eficaz quando governar é educar para a mudança, desfazendo nós semânticos sobre golpes e democracia.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro
Leia também:
Martín Granovsky: Contragolpe do Mercosul também terá efeitos políticos
A mineradora, a energia de Itaipu e o golpe de Estado no Paraguai
José Luís Fiori: O homem que enxergou o ABC como futura ameaça a Washington
Comentários
Guilherme Scalzilli
Os nossos golpistas
É necessária muita desfaçatez para negar que a deposição de Fernando Lugo foi um golpe de Estado. Não bastasse o escandaloso rito sumário do Congresso paraguaio e a conveniência pré-eleitoral do arranjo, sabemos agora que a conspiração estava em curso desde 2009, pelo menos, sob os auspícios do governo dos EUA. Protagonizada por notórios delinqüentes políticos locais.
Os argumentos favoráveis à “normalidade” da tramóia são toscos demais para um debate sério. Qualquer arbítrio pode furtar retórica de normas constitucionais, como a “defesa da segurança nacional” que justificou a ditadura militar brasileira e tantas outras pelo mundo. Ainda que houvesse base técnica para as denúncias contra Lugo, ela jamais suplantaria o direito de defesa do presidente e a integridade do seu mandato.
Os defensores do golpe não parecem notar que suas desculpas são imitações ruins das utilizadas pelos governos sul-americanos que eles próprios acusam de autoritários. Ignorando o fato de que Hugo Chávez, Evo Morales e Cristina Kirchner foram eleitos e desfrutam de grande respaldo popular, cada comparação indevida chama atenção para esses humores antidemocráticos que abraçam a legalidade apenas quando serve a projetos obscuros de poder.
A direita brasileira vê em Lugo o adversário ideal, impopular e pusilânime, que o teatro sufragista manipula e descarta ao sabor das conveniências. É tudo que Lula poderia ter sido e não foi. Nos primeiros anos de governo petista, a mídia demotucana urdiu silenciosamente sua ruína, certa de que chegaria o momento de esmagá-lo em circunstâncias muito parecidas. O julgamento do chamado “mensalão” é uma herança daquele período nebuloso e símbolo máximo da frustração dos nossos conspiradores.
Que se exponham, portanto, corroborando o que sempre dissemos a seu respeito.
http://guilhermescalzilli.blogspot.com.br/
Marco Aurélio Garcia: Decisão sobre ingresso da Venezuela no Mercosul foi unânime « Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] Gilson Caroni: Golpes e democracia, a pedagogia do Mercosul […]
marcosomag
Ainda tenho a opinião de que Brasil, Argentina e Bolívia deveriam ter aplicado todo o peso dos tratados do Mercosul e Unasul para asfixiar os golpistas no Paraguai.
No mais, creio que a saída definitiva da América do Sul da influência dos EUA passa por uma total integração entre Brasil, Argentina, Chile e Peru, tornando tanto o Atlântico como o Pacífico como rota livre de comércio entre estes países e Japão e China (Pacífico) e França, Alemanha e continente Africano (Atlântico). Os demais países viriam “na balada”, incluindo a Colômbia, provavelmente, a última a apagar a luz dos famigerados TLCs com os EUA.
Creio que o papel da França e da Alemanha seria o de quebrar o discurso ideológico da direita quanto a uma hipotética “influência chinesa” na América do Sul. No Regime Militar brasileiro, onde ainda havia resquícios do nacionalismo tenentista nas Forças Armadas, a Alemanha Ocidental teve um papel importantíssimo para evitar uma excessiva dependência econômica do Brasil para com os EUA, contrabalançando a influência política dos estadunidenses em nosso país.
Uma saída para o Pacífico via Chile seria muito mais simples para o Brasil do que o “caminho amazônico” que o governo Lula preferia. A rivalidade Argentina/Chile poderia acabar com um tratado de cooperação militar entre os dois países, mais o Brasil, seguindo o rastro do acordo AMX entre Brasil e Argentina.
Uma associação entre a indústria de computadores chinesa e a vanguarda tecnológica das Forças Armadas destes 3 países (por exemplo, com o ITA, no Brasil) poderia proporcionar soluções para uma possível reação violenta dos EUA a sua perda de supremacia na região.
Gilson Caroni: Golpes e democracia, a pedagogia do Mercosul | Observatório de Relações Internacionais da UFOP
[…] Fonte: Viomundo […]
xacal
Agora está tudo “no ponto”:
Cada qual vai ter o que dar em troca: O Mercosul reconhece o golpe, e o Congresso paraguaio referenda a entrada da Venezuela até o “prazo” dado.
E Washington ri à toa.
xacal
PS: Golpe de mestre(a) de Hillary Clinton.
Jotace
O casamento será celebrado pela Igreja Católica que nomeou para isso o devotado Padre Insulsa…Jotace
LEANDRO
“O governo do Uruguai afirmou nesta segunda-feira que seu país não esteve de acordo com a forma como foi decidida a entrada da Venezuela no Mercosul na cúpula realizada na sexta-feira passada em Mendoza (Argentina), e que não “foi dada a última palavra” sobre esse processo, que será revisado “judicialmente”.”
LEANDRO
– Cuando a un tipo de derecha no le gustan las armas, no las compra.
– Cuando a un tipo de izquierda no le gustan las armas, quiere prohibirlas.
– Cuando un tipo de derecha es vegetariano, simplemente no come carne.
– Cuando un tipo de izquierda es vegetariano, quiere hacer campaña contra los productos a base de proteína animal.
– Cuando un tipo de derecha es homosexual, vive tranquilamente su vida como tal.
– Cuando un tipo de izquierda es homosexual, hace escándalo para que todos lo respeten.
– Cuando un tipo de derecha es perjudicado en el trabajo, reflexiona sobre cómo salir de dicha situación, y actúa.
– Cuando un tipo de izquierda es perjudicado en el trabajo, levanta una queja y hace huelga contra la discriminación de que fue objeto.
– Cuando a un tipo de derecha no le agrada un programa de televisión, simplemente la apaga o cambia de canal.
– Cuando a un tipo de izquierda no le agrada un programa de televisión, demanda judicialmente al canal del programa que no le gusta.
– Cuando un tipo de derecha es ateo, no va a la iglesia, ni a la sinagoga ni a la mezquita, y el sábado o domingo, lee el diario y hace fila para comprarlo, con quienes vuelven de la iglesia.
– Cuando un tipo de izquierda es ateo, no quiere ninguna alusión a Dios en ninguna parte, en ninguna esfera pública, y reclama contra todas las religiones (salvo contra el Islam).
– Cuando un tipo de derecha tiene problemas, trabaja más, intenta pagar lo más posible sus deudas, y ahorra.
– Cuando un tipo de izquierda tiene problemas, le echa la culpa al gobierno (sobre todo, si es de derecha), a los empresarios, a la burguesía, al Estado, al capitalismo, a la globalización, al papá, a su mamá, al gato, al bombero, etc.
– Cuando un tipo de derecha, lee esto, se ríe, y lo reenvía a sus amigos.
– Cuando un tipo de izquierda, lee esto, se enoja, e insulta al que se lo mandó.
malandrão
Yé yé!!! glu glu!!!!
pegadinha do malandro!
Si uno tipo de izquierda rie de su chiste sin gracia… quiere dicerle solamiente que su trollage no fuera bien hecha!!! por que no intentas otra vez?
O_Brasileiro
É muito bem-vinda a entrada da Venezuela no Mercosul, mas dai a dizer que há “democracia plena” naquele país é apelação.
Possibilidade de reeleição vitalícia não tem nada a ver com Democracia, muito menos quando a mudança na lei que a permitiu beneficiou aquele que estava no cargo.
E se um partido de direita vencer o Chavez e ficar 20 anos no poder beneficiado por essa lei, será que a Venezuela continuará bem-vinda no Mercosul?
Na verdadeira Democracia, evita-se o personalismo e cultuam-se as políticas de governo.
marcosomag
A possibilidade de reeleição é indesejável, mas não invalida o processo político como democrático quando existe a possibilidade de alternância no governo. Esta possibilidade existe na Venezuela pois lá as eleições são livres e limpas e o governo não intimida os candidatos e eleitores de oposição, como acontece na Colômbia, por exemplo. O Presidente Franklin Roosevelt foi eleito por 4 vezes, e ninguém nos EUA chamou o presidencialismo estadunidense de ditadura.
Mário SF Alves
Se me permite, Marcos, entendo como sendo bemvinda a preocupação do O Brasileiro, mesmo porque, denota coerência e respeito ao que temos de mais sagrado em termos de referencial para superação do subdesenvolvimento que ainda assola os povos na América Latina. Por outro lado, concordo plenamente com você. De fato, não é a possibilidade de reeleição que compromete a democracia. É o contexto político e as regras ali são claras, inscritas na Constituição daquele País. Bem lembrada e oportuna a sua observação “O Presidente Franklin Roosevelt foi eleito por 4 vezes, e ninguém nos EUA chamou o presidencialismo estadunidense de ditadura.”
E bola pra frente, a luta continua. Até a consolidação da democracia. E sempre!
Roberto Locatelli
O Paraguai, no século passado, caminhava para ser a maior potência do Continente. A Guerra do Paraguai, estimulada pela Inglaterra, anulou essa ascensão do Paraguai.
Agora é hora de fortalecer o MercoSul, a Unasul e instituir o Banco do Sul. Quando o Paraguai restaurar sua democracia, será bem-vindo de volta.
t tonucci
A Globo elegeu, de novo, o Collor….no México.
augusto2
Engano do fabio desta vez.
Porque Assunción, após as proximas eleiçoes em que tem que voltar á democracia… o Paraguai terá toda a liberdade de NAO comprar nem vender nada, um centavo da Venezuela. E continuar por seu valoroso congresso NAO reconhecendo-a como socia mercosulina. Brasilia, B.A e Montevideu nao fazem objeçao a isso.
É simples.
xacal
Todos os conceitos do Caroni estão corretos. Só esqueceu de avaliar um…Ahhh, esta maldita Realpolitik…Eu detesto ser estraga prazeres, mas:
O abrandamento vindouro com o Paraguai(que foi “suspenso”, mas já, já volta) é fruto da negociação com o Congresso(paraguaio) golpista que vai trocar o reconhecimento do golpe pela aprovação da entrada da Venezuela.
É de fazer engulhos de vômito, mas isto não é nada mais, nada menos que: E assim caminha a Humanidade…
Então, eu digo: ajudaria muito mais para o entendimento das “coisas” que a gente parasse de dividir o mundo usando estes filtros meio malucos: A direita sempre dividiu o mundo em bem(capitalismo) ou mal(nós).
Nós, na impossibilidade de uma construção retórica e teórica mais elaborada, embarcamos, e com sinal invertido reivindicamos:
Não, o bem somos nós…tsk,tsk,tsk
Rodrigo Leme
Reforço da aula anterior: comporatmaneto golpista de direita é terrível, de esquerda é virtuoso. Aliás, não à toa que é a vertenten política que tucanou os seus golpes chamando de “revolução”.
Agora o Caroni até pisa no acelerador da cara de pau, confundindo essa estrovenga toda com aprofundamento da democracia.
Jotace
O RESGATE (2)
deles os demais integrantes do Mercosul, Argentina, Brasil e Uruguai. O governo golpista foi suspenso por período que, mesmo curto, ‘permita seu enquadramento nas normas democráticas’ e sem qualquer outra punição. Pela ação incompleta, uma verdadeira piada, pois deixaram viva a cascavel e dela sequer retiraram o chocalho. De fato, o governo dos latifundiários, do baronato de Itaipu, do agronegócio, dos donos da grande mídia, apoiado ostensivamente pelo Vaticano e Espanha, ou disfarçadamente por vários outros, já esbraveja, alardeia seu poderio e ameaça o Mercosul se não o receber de volta. O povo brasileiro há que se manifestar para que isto não suceda até se dê a renúncia do governo pirata ou o seu real, absolutamente efetivo, ajustamento às normas democráticas, aplicando o Mercosul sanções, mesmo duras que sejam, sempre que necessário. Não fazê-lo, alegando poupar o povo de sofrimentos, seria deixarem-se levar os governos do Mercosul pelos golpistas, numa hipocrisia que, no caso doméstico, já se encontra incapacitada de enganar. E que não se alegue ‘poupar o povo paraguaio de sofrimentos’ ou ‘evitar o embargo ao país como é feito com Cuba’. Note-se que os proventos do agronegócio, da venda de terras roubadas, da energia de Itaipu, jamais serão transferidos ao povo pela casta fascista que governa atualmente o Paraguai. Nem pode o nosso governo imitar o de Reagan que estimulou e aumentou o embargo total a Cuba, que desde então perdura como uma ação de guerra, mas se negou ao mesmo tempo a aplicar quaisquer sanções ao governo da minoria branca do ‘apartheid’ sul-africano, alegando que ‘o povo sofreria’… A consciência do povo brasileiro rejeita tais procedimentos e exige uma atuação enérgica e efetiva junto aos golpistas e de paralelo apoio completo ao povo paraguaio, ao menos como uma tentativa de resgatar uma parcela dos males que lhe foram infligidos ao longo dos anos pelos governos do Brasil. Jotace
Jotace
O RESGATE (1)
Por mais que o desejássemos, jamais que apagaríamos as dívidas morais que nossas ações imperialistas promoveram, levando o povo paraguaio ao estado de pobreza em que se encontra. Elas, como até que nos retiram o direito de criticar certos comportamentos imperialistas forâneos que tanto nos prejudicam. Pois compartilhamos da grande matança que deu fim a 75% da população paraguaia e da qual restou apenas uma parte de mulheres e outra de menores abaixo de 12 anos. O butim dos vitoriosos incluiu a pilhagem pelo Brasil de parte das terras daquele país. Adiante no tempo seguiu-se outro atentado, promovido pela ditadura que tivemos: Itaipu. Além de um contrato extorsivo do uso de energia (‘suavizado’, mas nem tanto), sua construção permitiu nos dois países uma ladroagem tão grande que criou no Paraguai um baronato especial com pelo menos dois representantes no Senado que golpeou Fernando Lugo. Por todo o tempo, temos concedido abrigo aconchegante a grandes assassinos, torturadores e ladrões daquele país dos quais Alfredo Stroessner, é apenas o exemplo mais comum. Em troca, nossas oligarquias receberam gratuitamente dele e de outros parceiros de crime, aqui igualmente homisiados, grandes extensões de ótimas terras e que, como as demais referidas, pertenciam a um imenso número de famílias de pobres lavradores. Seguiu-se o agronegócio, clone do que temos no Brasil, com os mesmos kátios daqui ou que atuam da mesma forma, ainda que com qualificativos diferentes: lá são brasilguaios, uma espécie de quimera genética, de tecidos diferentes, que coexistem ligados pela raíz da ambição, a qual desconhece os direitos dos outros. Uma avidez sem limites e pouca inteligência levaram-nos a um golpe rejeitado pela consciência e interesses dos povos e governos sul-americanos, à frente
Jotace
Penúltima linha: onde se lê ‘levaram-nos a um golpe rejeitado’… , por favor leia ‘os levaram a um golpe rejeitado’…Jotace
Guanabara
O buraco é mais embaixo. Fui aluno de universdade pública, vi as diferenças entre os tempos FHC e Lula, e o quanto de engajamento político havia por parte dos alunos.
Hoje em dia, tenho convivido com pessoas de classe média baixa a classe média alta de todo o país, muitos de São Paulo. A força do PIG sobre essas pessoas ainda é inacreditável. Ouço um festival de preconceitos e acusações sem provas como “Lula pediu dinheiro para realizarem a obra tal”, “no PT só tem ladrão” ou “Venezuela é uma ditadura”, muitos com a sua respectiva Veja debaixo do braço. Pessoas que não questionam nada, nem tem a cultura de ouvir “o outro lado”.
O que mais me impressiona é ver que muitos são trabalhadores operacionais e pensam que fazem parte dessa elite que os explora e os faz passarem dificuldades.
No Brasil uma parte considerável do eleitorado vota no preconceito. O guru indiano do José Serra sacou bem isso, e fez a eleição com a Dilma ir para o 2º turno.
O que percebi é que, como foi mostrado no clássico documentário Além do Cidadão Kane, a Globo tem por vezes sua supremacia ameaçada, mas jamais é derrotada.
Geysa Guimarães
Se jamais é derrotada, ao menos surra ela tem levado do Lula;
A Globo não elege presidentes faz tempo!
Jotace
Prezada Geysa,
Não nos enganemos. A Globo faz o que quer, e é de fato quem governa o país. Controla o Congresso Nacional, a Justiça e os governadores a temem. Líder da mídia corrupta e vendepátria, é a maior responsável pelos males que assolam o povo brasileiro, que acredita no Jornal Nacional. Nenhum governo teve a coragem de cortar as asinhas do anjo, somente agora alguns blogs ‘sujos’ têm tido a coragem de enfrentá-lo, mesmo sem os recursos necessários para isso. Cordial abraço, Jotace
Vlad
E “por sorte” que o Paraguai não tem peso nenhum no Mercosul.
Se fosse Brasil ou Argentina na situação do Paraguai, queria ver como seria esse “aperfeiçoado conceito de democracia”.
augusto2
Mas o mexico tem muito peso no Nafta, não tem? Acabaram agora lá a segunda eleiçao fraudada consecutiva. Com cheiro de naftalina.
Gilmar bueno
O Fábio ficou incomodado do contra-golpe do golpe.Ficaram acostumados nesse séculos todos de hegemonia de golpes que estranharam quando tomamaram uma rasteira como nesse caso.Há muito me perguntava o porque do Paraguai não admiti à Venezuela/Mercosul.Quando do golpe mesmo sem lê/Blogosfera,entendi.Quando do anúncio da entrada/Venezuela veio à confirmação,simples.No Blog do Carta maior em “Os desdobramentos da entrada da Venezuela no Mercosul” estratifica politicamente/economicamente com riquesas de detalhe o xadrex regional da geopolítica/local.
Jotace
Como sempre, excelente o artigo do Prof. Gilson Caroni. Contudo, neste espaço libertário, tão patriótico, que é o VioMundo, devo dizer que somente a elegância que caracteriza os seus escritos e, paradoxalmente, a intransigência nos seus princípios democráticos, levariam o ilustre Professor a afrirmar que ‘os Presidentes Mujica, Cristina e Dilma não tomaram uma decisão conjuntural ao decidir pelo ingresso da Venezuela no Mercosul’, após a suspensão do Paraguai. De fato, a procrastinação vinha se alongando no tempo e muitos anos passaram para que decisão tão necessária fosse tomada. Pois sempre foi conhecida a importância da inclusão venezuelana e quanto esta representava para a América do Sul e Caribe, e até mesmo os benefícios especiais para o Brasil, entre outros para as regiões brasileiras Norte e Nordeste. À frouxidão dos últimos governos petistas, ao comportamento errático da Chancelaria no governo Dilma, se impuzeram sempre as oligarquias nacionais e paraguaias, os kátios e grandes contrabandistas, apoiados pelos donos da mídia convencional e poderes de transnacionais. Apenas uma decisão apressada e pouco inteligente de tal agrupamento de forças, especialmente daquelas do agronegócio, deu origem ao contragolpe de fato absolutamente conjuntural. Agora se encontra no Paraguai o Secretário da OEA, o Sr. Insulsa, acompanhado de representantes de países sabidamente favoráveis aos golpistas além de mais dois outros, que foram vítimas deles. Vamos esperar que nosso governo atue como o deve fazer quanto às possíveis conclusões do Sr. Insulsa, Secretário Geral da decrépita e viciada OEA. Pois os povos latino-americanos e caribenhos de fato necessitam mais do que simples sinais de que se aprofundem os regimes democráticos, uma vez que o tempo para isso já passou. Jotace
Professor Cirino
Para consolidação mundial do Mercosul é imperativo que este faça mais acordos com os BRICS, principalmente Rússia e China. Isso para evitar que outros aventureiros com apoio dos do Norte venham tentar a sorte aqui.
Isso não significa deixar os Estados Unidos como parceiros, mas tê-los como outros respeitosos aliados comerciais.
Fabio SP
Ah, ah, ah… Aproveitaram um golpe e deram outro e isso é “aprofundamento” da democracia…
E. S. Fernandes
É muito séria a situação no Paraguai, da perspectiva do Brasil.
A extrema direita paraguaia concentra-se na ANR ou popularmente conhecida como Partido Colorado. Tal partido é o pior câncer do Paraguai: é o partido da mais loga ditadura da América Latina, a stronista, cerca de 5 décadas; nas décadas anteriores, as de 20, 30 e 40, os quadros deste partido eram todos filofascistas (observem o ideólogo colorado Juan N. Gonzalez que confirmarão o que digo); hoje são neoliberais convictos; amam o império do norte; odeiam Cuba e Venezuela; não permitiam que este país adentrasse no mercosul; amam um latifúndio e uma grilagem de terra feita na era stronista; enfim, são a oligarquia política reinante. Estão loucos para sair do Mercosul e firmar um tratado de comércio com os EUA. O pior de tudo é que efetivamente este partido tem enraizamento social, dado a exploração secular do nacionalismo lopizta.
Veja a frase do deputado colorado Justo Pastor Cardenas:
“Se podría establecer con Estados Unidos una suerte de diálogo fluido”
Fonte: UltimaHora.com
ejcs
E vão comercializar o quê com os EUA? Bugigangas da China? Isso ele podem comprar direto.
LUIZA
Uma base americana por ajuda financeira (só para elite paraguaia)
Leider Lincoln
Sem saída para o mar e dependendo dos portos de Paranaguá e Buenos Aires? Eles só podem delirar!
Valdeci Elias
No futuro quem for em Miami comprar eletronicos, vai encotrar produtos chineses exportados pelo Paraguai. Se o Paraguai dominar o mercado americano, vai se tornar, o maor fornecedor de produtos chineses do mundo !!!!
Maria Thereza
Brilhante artigo, como sempre. Em relação à introdução, que os deuses te ouçam e possamos levar adiante a democracia com todos os seus percalços. Que as velhas oligarquias brasileiras possam entender que, na democracia, elas têm chance de voltar ao poder. Basta ter votos (sem compra-los!) e mostrar à população que seu projeto é mais abrangente. Fácil, não?
E. S. Fernandes
“Governar é educar”; defazer “nós semânticos”.
Magnífico. Viomundo contribuindo efetivamente para o alargamento da democracia; do falável; do paltável.
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