Requião acabou com o jogo no Paraná em 2003

Tempo de leitura: 3 min

do site de  Roberto Requião

Dois decretos assinados pelo então governador do Paraná Roberto Requião, no dia nove de abril de 2003, determinaram o fim do jogo ilegal no Paraná (bingos e vídeo-loterias on-line, os caça-níqueis). Por orientação de Requião, já no dia seguinte (10), os donos das casas de jogos e caça-níqueis começaram a ser notificados, para que obedecessem imediatamente os decretos. “O jogo mantém o canal de lavagem de dinheiro do narcotráfico e da corrupção pública, logo, tem que acabar”, justificava Requião.

O então governador informava ainda que havia “suspeitas de conexão das máfias italianas e espanholas com os bingos e as máquinas de caça-níqueis no Paraná, transformando o estado em um importante centro de lavagem de dinheiro na América Latina”.

Esses decretos de Requião de abril de 2003, colocam por terra todas as informações ecoadas por secretários de estado, deputados e alguns jornalistas paranaenses que, diante da revelação de mensagens interceptadas pela Polícia Federal, dando conta de encontro entre membro da quadrilha de Carlinhos Cachoeira e o governador Beto Richa, tentaram desacreditar o papel do senador Roberto Requião no combate ao jogo no Paraná.

Os decretos de Requião revogavam três resoluções do Governo Jaime Lerner, de novembro de 2001, assinadas pelo secretário de Governo Cid Campelo, liberando e regulamentando o jogo no Paraná.

Toda a história

Depois de liberar o jogo, Cid Campelo abriu licitação para selecionar uma empresa que gerisse o bingo e os caça-níqueis, atividades que sua resolução denominava de “Tribingo Paranaense”.
Em maio de 2001, meses antes da resolução do secretário de Governo, constituíra-se no Paraná, com capital de cinco mil reais, uma empresa chamada Larami , interessada na exploração do jogo. O principal acionista da empresa era o argentino Roberto Coppola.

Onze dias antes da licitação, em setembro de 2001, a empresa Brazilian Gaming Partners, de Carlinhos Cachoeira, associa-se a Larami, cujo capital salta para 600 mil reais. E ela ganhou a concorrência aberta por Cid Campelo, superando a GTech, empresa que nem sequer foi habilitada para o certame, por alegações esdrúxulas de parte do governo do estado.

O direcionamento da licitação para a empresa de Cachoeira-Coppola ficou evidente. O contrato com o governo era milionário. Apenas a multa, em caso de rompimento do contrato, era de 30 milhões de reais. Como, na verdade, a Larami não existia, era uma empresa fantasma, existindo apenas no nome, nada mais, ela terceirizou todo o serviço, contratando diversas empresas para executar as tarefas para as quais fora licitada.

Detalhe importante : o Serviço de Loterias do Paraná, Serlopar, nada tinha a ver com a Secretaria de Governo, comandada por Cid Campelo. No entanto, através de decreto assinado pelo então governador Jaime Lerner, o Serlopar foi passado para a esfera de Campelo, que se promoveu a presidente do conselho da empresa. Nessa função, convocou a licitação, montou a comissão licitatória, homologou o certame, contratando a empresa de  Cachoeira-Coppola.

Apoie o VIOMUNDO

O mais grave de tudo é que ficou provado, através de interceptações telefônicas legais, que Cid Campelo comprou duas casas de bingo em Curitiba, as duas maiores, e operou o negócio durante alguns meses, até ser descoberto. O ex-secretário, hoje um dos principais desafetos do senador Roberto Requião, foi condenado por prevaricação e falsidade ideológica, já que colocou as casas de bingo em nome de “laranjas”, mas não cumpriu pena por que a condenação prescreveu.

Roberto Requião é senador (PMDB-PR)

Leia também:

Jorge Lourenço: As vassouras anticorrupção varreram o próprio dono

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Leonidas de Souza

Sou de São Paulo, portanto não acompanho de perto a atuação do Requião, mas me lembro dele na CPI dos Precatórios quando era senador. Fiquei umpressionado pela sua coragem em denunciar os poderosos, inclusive do Bradesco.
Ele pode ser meio grosso, mas coragem não lhe falta. Se eu fosse paranaense não deixava de votar nele, pelo menos ele não tem medo de colocar fogo no circo.

E S Fernandes

Eu votei nele

Claro que ele já aprontou das suas, também!

Foi um dos governos, por exemplo, que entrou no supremo contra a Lei do Piso dos professores.

Isto, para mim, manhou um pouco sua biografia.

Mas somando tudo, ele está entre os melhores governdadores que o paraná já teve

Claro que o PIG local não pensa isto, sempre e sempre o detonou nos seus jornalões e na grobo local.

renato

Requião é o máximo.É o dono das chaves de porta das cadeia na CPI.

Mariac

Larami = Laranja A escolha de nomes pelos criminosos é hilária.

Mariac

Mas não é o Lernner que é santo? Não é sobre esse maravilhoso arquiteto que brasileiros enviavam releases para a imprensa estrangeira durante anos? Ele não era o SER perfeito a ser copiado para salvar todas as cidades brasileiras? Como é que ele foi se meter com gentes tão infames? Agora, de minha parte sempre pedi uma CPI decente para o roubo ao Banestado ( lembro que o valor furtado é 200 vezes a fortuna de Swaznegger para melhor avaliação)

Ana Cruzzeli

Esse Requião é porreta mesmo, entendeu o problema da lavagem de dinheiro, afinal queM quer uma sociedade doente com o vicio do jogo de azar que tras tantos males a comunidade não é mesmo?

Há desconfiança que a lavagem de dinheiro tenha se sofisticado desde então, a maior lavagem de dinheiro é a saúde através dos seguros e dos farmacos. Esse é um mal que deve ser atacado o quanto antes pelo congresso e essa CPMI vai desvendar algo que o Nassif tão bem colocou, o ano de 1999 o ano dos genericos onde o Carlinho apressou-se em AZULar seu lado negro.

Essa historia de remédios, me lembra que houver um chuveiro de remédios adulterados no final da década de 80 e inicio de 90. Todo dia eram pegos industrias clandestinas de remédios adulterados, eles usavam farinha de trigo e vendiam como remédio para combater cancer de prostata, o tal do Androcur.

Acho que o Cachoeira teve seu aprendizado nessa época dai para a formalização foi um passo. Ele já tinha comprado os equipamentos com a contravenção dos adulterados.

Enfim, saúde é o melhor negocio que existe e não é a toa que a máfia italiana em Reggio Calabria lavam seu dinheiro por aí, afinal quem não tem medo de morrer não é mesmo?
Acho que dessa vez vamos pegar aquele menino levado de sumpaulo que fica na calada da noite arquitetando maldades, só falta construir mais um ponte que esse moleque da Mooca estará enquadrado.

P.S. De 2006 para cá os seguros de saúde 89 reais viraram praga em Brasilia, será porque? Dizem que em SP, MG e RS também. Coincidencia não é mesmo?

Rodrigo

Opa, o blog virou site de propaganda eleitoral?

Quer dizer, virar já virou faz tempo; mas desse jeito, promovendo o autoelogio sem o devido contraponto jornalístico, é raro.

    Jorge Nunes

    Ou seja um senador do paraná não pode falar de irregularidade de seu estado? Principalmente se o governador for tucano?

    Por que só senadores do Rio de Janeiro podem falar livremente e aí não é propaganda eleitoral?

    Ou só é propaganda eleitoral quando se critica um executivo tucano?

Fabiano

Outra coisa, o livro Mafia Export, ed. Bertrand mostra claramente o braço mafioso dos italianos da Ndrangueta e da Cosa Nostra na Espanha, vale muito a leitura.

Fabiano

Bom dia Azenha,
A policia cívil do Pr quis prender todos estes canalhas conforme noticiou a aen.pr, segue link:
http://www.historico.aen.pr.gov.br/modules/notici

Abraços,
Fabiano

Gustavo Pamplona

Já que vocês publicaram um vídeo do Bob Fernandes lá daquela TV (sem audiência) Gazeta, segue um outro aí:

[youtube zlA-y1LmAiA http://www.youtube.com/watch?v=zlA-y1LmAiA youtube]

—-
Desde Jun/2007 seguindo vídeos no "Vi o Mundo"! ;-)

    renato

    Excelente colaboração.
    CPI neles, cadeia, cadeia e cadeia. depois dela.

    bira

    Acho também que se eles deram chance pra um instrumento de investigação é hora de aprioevietar e fazer da pizza uma limonada bem azeda prar os que roubam

Deixe seu comentário

Leia também